Amon_Gwareth
Paragon
só um pequeno comentário: o que impede o aborto de ser tratado normalmente como um problema de saúde pública, e paralelamente como um problema educacional?Nesse século o governo será cobrado por dívidas sociais antigas e históricas de onde virá a inspiração do futuro. Teme-se que uma porcentagem grande da população brasileira não saiba ainda o significado de escolha e livre-escolha para poder confrontar as transições necessárias gerando pressão bruta ao invés de organizada. Muitos dos envolvidos desconhecem que a escola formal foi criada dentro de uma escola antiga que era a sociedade e o ambiente (uma escola social que antigamente era chamada de "escola da vida").
Sem ferramenta para poderem reconhecer que educação social é um benefício que se recebe dentro de uma sociedade amparadora (ideal mas possível), existe espaço para que se pense que numa sociedade eficiente é natural abandonar facilmente o projeto de um futuro cidadão depois que ele é começado (pós-fecundação). Num povo saudável o normal seria não haver demanda por aborto ou por abandono do projeto de cidadania e me pergunto quantas mais e quais leis importantes no futuro podem ainda ser aprovadas e inspiradas ou até que ponto isso contaminaria o resto da legislação. Nesse caso a sociedade absorveria idéias temporárias, sendo tratada como uma música feita para durar apenas um verão. Quando a visão duradoura é substituída por uma temporária o risco de crise aumenta.
Comenta-se das 4 virtudes cardeais das quais a prudência é uma (a que sustenta as outras 3, justiça, força e temperança). Se vemos a sociedade gerando dívida atrás de dívidas quando adolescentes (meninos e meninas crescendo cheios de medo) começam a mentir uns para os outros (e por conseqüência para si mesmos) dizendo que possuem namorado ou namorada para se proteger da cara feia o perseguição que os colegas fazem na sala de aula quando os chamam de atrasados por não terem um parceiro significará que conciliar prudência, popularidade e sociedade no discurso vai ser tenso nos próximos anos.
nós sabemos que questões educacionais, normalmente, são resolvidas apenas em longo prazo. não podemos tratar um problema existente unicamente com uma medida longo prazo.
esse suposto corrompimento do código legal que vocês indicam é demasiado esquisito. como países culturalmente mais avançados possuem sim possibilidades legais para aborto sob demanda (ou seja: sem satisfazer alguns requisitos tais como estupro, risco de vida a mae, problema no desenvolvimento do feto, etc) - exemplos: suíca, frança, espanha, portugal, áustria e holanda - implicaria que eles deveriam ter uma corrupção consequente a legalização do aborto no código penal deles. seria bem interessante vcs citarem essa suposta corrupção aqui no tópico (se é que ela existe), já que já tivemos um tempo pra que ela fosse desenvolvida.
não sei se faz algum sentido dizer que a legislação deles tá corrompida. vamos tomar como exemplo a índia, que é pioneira na legalização do aborto e sofre severos problemas de natalidade. quem tiver um tempo, leia esta matéria (inglês):
http://articles.timesofindia.indiat...6685_1_unsafe-abortions-abortion-numbers-mtps
o brasil tem problemas culturais e sociais? sim. mas definitivamente a india tem problemas tao intensos quanto, ou até bem piores. e ainda assim não ocorreu a tal "banalização" do aborto (apesar da reportagem indicar um alto número de abortos que anteriormente ocorriam ilegalmente ao invés de estatisticamente relatado). e veja que surpresa: a tendência é de queda do número de abortos.
almoçar, brb, depois continuo