Obrigada Edrahil pelo post. Achei muito interessante algumas posições colocadas nele.
Colocar o aborto como uma questão de saúde pública não significa que legalizá-lo é a melhor e única forma de solucionar o número de mortes maternas.
Não sou a favor da máxima que a vida é minha e eu faço dela o que eu quiser.
Vivemos em um estado democrático de direito. E por direito eu entendo que se houver mais de uma parte envolvida o Estado tem que mediar os interesses de todas as partes. E no caso específico do aborto inclui a mãe, o pai, e por que não a criança?
Como podem as pessoas ser tão insensíveis em apontar o ser desenvolvido dentro da mulher como detentor de nenhum direito?
Indepentende disso. Eu acredito (ou espero) do estado como mediador de conflitos. Várias opções para solução poderiam ser apontadas.
IMO o ideal seriam soluções mais gerais, não específicas para o aborto:
A curto prazo maior punição (poder de polícia, celeridade da justiça). Acabar com o sentimento de impunidade. A vida pode ser minha, mas meu direito acaba quando infrijo o do outro. Já a longo prazo investimento pesado em educação especialmente a de base.
Bom, mas como eu falei isso é ideal. Estamos longe de soluções ideais para chegar perto do que eu coloquei em cima. Para isso muita coisa deveria mudar.
O que eu acredito que poderia ser feito hoje:
- Maior divulgação dos métodos contraceptivos.
O programa de planejamento familiar inclui anticoncepcional injetável trimestral, anticoncepcional injetável mensal, pílula oral combinada, diafragma, DIU, preservativo masculino e feminino, pílula de emergência e minipílula. A questão do preservativo também vai de encontro com o programa contra DST.
-Assistência a famílias de baixa-renda.
Com os vários programas assistencais acretido que isso já seja incluso. Podemos incluir acompanhamento também via PSF ou assistência social.
-Rastreio e fechamento das clínicas clandestinas.
-Divulgação dos programas de adoção. Tem gente que não quer ter filho, mas tem gente que quer e não pode.
Não acredito que a legalização do aborto vá levar uma clínica com médicos preparados para as regiões mais necessitadas, locais onde nem existe posto de saúde. O problema de mortes por abortamento vai continuar existindo.
E legalizar o aborto para resolver questões de responsabilidade, sinceramente, é banalizar. Nesse caso eu sou tão a favor a legalização do aborto quanto a legalização do crack. Não é porque um grande número de pessoas recorre que deve ser legalizado.
PS: Amon_Gwareth repito que sua conta sobre a pílula do dia seguinte está errada! Se são 1000 usuárias da pílula então a conta vai ser 1000 x 0,05 x 0,05 (total x taxa de fecundidade x taxa de não eficácia da pílula).