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"A Voz Do Fogo" (Alan Moore)

V disse:
De cara quase todo mundo acha cansativo, agora imagina o quanto foi cansativo pro Moore escrever uma história narrada por um personagem com um vocabulário de, sei lá, 500 palavras - aliás, o problema é justamente esse (pro leitor): a gente tá tão acostumado com a enorme quantidade de expressões e construções gramaticais existentes hoje em dia que algo muito simplificado acaba ficando incompreensível. Mas se ele tivesse facilitado a coisa pra nós, não seria tão verossímil.

Pois é. Isso foi uma faca de dois gumes. Valorizou o texto de forma incrível mas 'atravancou' a leitura do público em geral. Imagina um cara que lê livros ocasionais pegando Voz do Fogo. Ele vai soltar os cachorros pra cima do Moore e achar essa linguagem péssima.
 
Lukaz Drakon disse:
V disse:
De cara quase todo mundo acha cansativo, agora imagina o quanto foi cansativo pro Moore escrever uma história narrada por um personagem com um vocabulário de, sei lá, 500 palavras - aliás, o problema é justamente esse (pro leitor): a gente tá tão acostumado com a enorme quantidade de expressões e construções gramaticais existentes hoje em dia que algo muito simplificado acaba ficando incompreensível. Mas se ele tivesse facilitado a coisa pra nós, não seria tão verossímil.

Pois é. Isso foi uma faca de dois gumes. Valorizou o texto de forma incrível mas 'atravancou' a leitura do público em geral. Imagina um cara que lê livros ocasionais pegando Voz do Fogo. Ele vai soltar os cachorros pra cima do Moore e achar essa linguagem péssima.

Eu acho que, mais complicado do que a limitação de vocabulário é o fato do personagem não ter noção de passado, presente e futuro.

Isso me complicou muito mais; tudo é no presente pra ele, e às vezes eu me pegava pensando "Ahhh, saquei, ele está lembrando de algo que aconteceu..." ou "Ahhh, ele está sonhando...", etc.

Anyway, na segunda leitura foi muito mais divertido - como eu já sabia o que ia acontecer, pude me concentrar mais nos detalhes e acabei entendendo coisas que tinha deixado passar na primeira vez.
 
Li aqui sobre o livro e resolvi comprar. Não é que é bom mesmo? A linguagem utlizada na primeira história é assustadora, realmente imaginativa. Adaptar a linguagem à época e à personagem foi uma grande sacada do Moore. Algumas outras histórias me fizeram ficar um bom tempo segurando o livro, sem largá-lo, e eu não sou muito disso. Encantador, enfim. :amem:
 
Acabei de ler agora há pouco. O final é muito fantástico, e a sua condução é ao mesmo tempo ciníca e debochada; ficou incrível. Aliás, os elos entre as histórias, os mesmo ciclos de sofrimentos pintados sob a forma de eventos semelhantes mesmo depois de milênios... tudo isso criou um toque muito belo para a obra.

O único porém que eu achei angustiante é que os personagens são excessivamente descritivos nas suas análises do ambiente, e também cíclicos em cacoetes e expressões. Chega a um ponto em que eles extrapolam a associação comum do pensamento das pessoas (a densidade de algumas frases fica meio cansativa)...

Mas no fim das contas o Moore deixa totalmente claro que eles são apenas um manto de idéias dele mesmo, que se guiam pelos padrões ocasionais que vão surgindo (cães shagfoal, cabeças, porcos, etc). E o lance de evocar uma série de ficções pra dar um pano mítico para a própria realidade que o cerca foi fenomenal; destaque para o último parágrafo, que conclui magnificamente a coisa toda.
 
Ok, eu li o livro faz um ano, mais ou menos, mas acho que me lembro bem das coisas.
A história do cara que se veste com uma roupa bizarra e a do cara romano foram as melhores, IMO. Aliás, o fim da história desse romano é totalmente desesperador e assustador e me fez agonizar lentamente durante três horas.
Esse livro é totalmente genial e eu tenho de ler pelo menos umas 3 vezes para começar a entender tudo - principalmente as conexões entre todas as histórias.
Aliás, alguém mais achou a história da mulher lésbica a mais fraca?
(Parece que o Moore vai lançar mais um livro! \o/)

Kain - those who tell the truth should die, those who tell the truth should live forever
 

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