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A Volta do Parafuso, Henry James

Eu nunca pensei na possibilidade da governanta ter enlouquecido. Pra mim as assombrações eram fato. Será que isso aconteceu por conta da tradução que eu li?
 
Poisé, isso passou pela minha cabeça enquanto eu lia o livro, mas quando cheguei no final não fiquei com dúvidas. Li a edição da Coleção Imortais da Literatura Universal, então talvez tenha algo a ver com as expressões utilizadas na tradução. Lembro-me de ter lido em algum lugar que o Henry James disse sequer ter pensado nessa hipótese de a governanta ter enlouquecido quando escreveu a história, ou seja, os fantasmas seriam, de fato, reais, mas não sei se a informação está correta... Aliás, como explicar o final de outro modo? Pura coincidência? Pra mim fica difícil...
 
Então, esse livro tem uma coisa inteligentíssima: é uma pessoa relatando a alguns amigos, a versão da história de uma conhecida (a governanta).

Ou seja, é a narrativa da narrativa da narrativa. E se o fato de a própria governanta já estar contando um caso já coloca a narrativa sob suspeita (afinal, o ponto de vista dela não é nada confiável), quanto mais se temos uma terceira pessoa recontando essa história...

Ao mesmo tempo, a genialidade do texto, para mim, está nisso: ao mesmo tempo em que a governanta está distante do leitor (é alguém relatando o caso que ela havia contado), ela está tão próxima que nós sofremos, nos perturbamos junto com ela.

Não é à toa que é dos meus favoritos =)
 
Shiryu disse:
Alguém sabe me dizer qual é a melhor edição do livro: a da Hedra ou a da LP&M (a da Landmark é dobro do preço...)?

Eu tenha a da hedra.
Gosto de todos os livros dessa editora e eles sempre colocam umas introduções bacanas e informativas.

A da L&PM também deve ser boa (geralmente são).

Quanto a da Landmark eu passo longe. ¬¬
 
Nossa, não sabia dessa pilantragem da Landmark...

Apesar de me inclinar para Hedra por já ter Chamados de Cthulhu e achar muito bom, vou acabar indo de LP&M pois tem Daisy Miller junto.

BTW, vício em livros é uma desgraça, gastei quase R$200 em julho e agora vai mais R$70. Essas promoções da Saraiva me matam...
 
Acabei de ler Daisy Miller e pretendo pegar, assim que sobrar um tempinho, o The Turn of the Screw!

Para os que gostam de ler em inglês, recomendo a edição da Penguin (Classics) porque a edição por si só é lindona (a capa é LIENDA!), é bem leve e porque tem um texto introdutório de algum professor universitário (não lembro de quem é agora...).

olhem só:
turn%20of%20the%20screw.jpg


ah! e agora a Penguin reeditou vários clássicos sob o titulo de The Red Collection e deu uma roupagem nova ao Turn of the Screw:

TurnOfTheScrewByStudioFrith_thumb.jpg
 
Peguei emprestado com um amigo, da editora abril. Eu gostei, mas fiquei esperando o tempo todo que houvesse alguma coisa realmente muito assustadora e olha que de vez em quando eu durmo com o abjur ligado por causa de medinhos... :timido:

O menino se comporta de um jeito que não condiz com a idade dele, mesmo que seja pra passar aquela sensação de que tem mesmo alguma coisa errada, e por mais que o livro seja cheio de mistérios, algumas coisas ficaram tão vagas que me deu a sensação de ler um livro cheio de "buracos". Quem são os fantasmas, porque a empregada dizia que eles eram malignos mas nunca dizia o porquê...

sei lá...
 
Anica disse:
Tempos atrás vi que saiu uma tradução de A Volta do Parafuso, então achei que valia a pena comentar um pouco sobre essa novela aqui (que é uma das minhas histórias de horror favoritas :mrpurple: ).

A idéia é que uma jovem mulher passa a ser tutora de duas crianças em uma casa no interior da Inglaterra. Ela relata a história, começando de quando foi ofertado o emprego, dando assim opinião sobre o tio dos garotos que a contrata porque ele sozinho não pode criar duas crianças, até os criados da casa.

Já na casa, algo errado começa a acontecer. Sim, fantasmas!!! Fantasmas de antigos criados da casa. Passou "Os Outros" em sua cabeça? É, é mais ou menos por aí. Com a diferença que o final é um daqueles que deixam um baita ponto de interrogação na testa do leitor, um daqueles mistérios como o famoso Capitu traiu Bentinho.

Se não leram ainda, corram. Tem pocket, tem em inglês pela Penguim Classics, está na coletânea Contos de Horror do Século XIX... enfim, não é por falta de edição disponível que vocês não poderão conferir esta ótima história do Henry James. :mrpurple:

(Obs: Aqui já foi traduzida como Os Inocentes também)
 
Acabei de ler hoje a tarde esse livro. Engraçado que havia lido umas resenhas no Skoob de pessoas frustradas,dizendo que no livro não acontecia nada,etc. Mas aí é que tá a beleza da coisa né? O livro é mesmo daqueles cheios de ambiguidades,que te faz pensar nele por alguns dias e tirar suas próprias conclusões...pelo menos comigo está sendo assim. Vc faz o final da história. E para mim, a preceptora sem nome enlouqueceu. E que sim, o Quint era meio que uma representação do seu desejo reprimido pelo tio dos meninos. Apesar de que achei a devoção dela pelo Miles estranha (ela só pensava em salvar ele,tudo era ele) em alguns momentos.

A edição que li, da Hedra,de 2010, veio com uma introdução super legal,explicando algumas coisas, expondo alguma teorias(que só li depois de ler a obra,pq senão num ia ter graça pra mim)...além de ser em uma versão pocket bem fofinha.

Uma história de horror muito legal. Muito mistério, incerteza,aquele clima chuvoso, e os meninos, nossa,encantadores e...esquisitos ao mesmo tempo. Como o próprio livro: envolvente e sombrio.
 
pra quem gosta de teorias, achei esta, psicológica, bem interessante:

http://www.unioeste.br/prppg/mestrados/letras/revistas/travessias/ed_005/artigos/linguagem/pdfs/A%20ESFINGE.pdf

já eu, ñ acho q a preceptora estivesse doida. tem mtos detalhes no livro q apóiam isso. 1 deles é q ela continuou na função de preceptora mesmo após o incidente na casa em q teve seu 1º serviço. ela foi a preceptora da irmã d douglas, aquele que narra a história no 1º capítulo aos seus ouvintes na beira da lareira. isso por si só já seria um puta argumento dq ela conseguiu manter-se em seu ofício, mesmo tendo acontecido oq aconteceu. outro detalhe q é levantado no link acima é q a história ñ é contada de modo imparcial, é a narração escrita por alguém q se recorda de memória dos fatos passados mtos anos antes. essa lacuna temporal pode modificar o passado. e vale lembrar q quem supostamente narrou os capítulos 2 até o final foi a preceptora. ela, e nós tb, tendemos a escrever coisas q dêem razão aos nossos argumentos.

o argumento dela era q existia fantasmas, e contar q miles morreu em seus braços após ela ter visto o fantasma de quincey e ele ñ deveria estar ali, pelo menos do ponto d vista dela, para justificá-la.
 
Novela escrita por Henry James e publicada pela primeira vez em 1898, A outra volta do parafuso é sem sombra de dúvidas uma das grandes histórias de fantasmas já escritas. Primeiro porque cumpre muito bem a função de assustar – há momentos do livro que são de tirar o fôlego e não decepcionarão em nada os amantes do horror. Mas também por causa da precisão do estilo e, mais ainda, da qualidade literária da obra de Henry James.

O livro começa com um encontro entre conhecidos em uma noite de Natal. Um deles promete que contará uma história assustadora, assim que tiver em mãos um manuscrito que lhe foi confiado décadas atrás. Quando passa a ler o manuscrito, ficamos sabendo que é o relato de uma governanta que aceitou o trabalho de cuidar de duas crianças (Miles e Flora) em uma casa no interior da Inglaterra, com a condição de que não procurasse jamais o tio e guardião das crianças para relatar problemas. Mas mal ela chega na casa, e logo eles começam a aparecer – o garoto, Miles, é expulso da escola e a governanta passa a ver fantasmas de antigos empregados da mansão, e acredita que eles desejam corromper as crianças.

[continue lendo...]
 
A Outra Volta do Parafuso é uma novela inglesa escrita por Henry James em 1898. Aqui no Meia Palavra, já ganhou uma resenha muito bem escrita pela Anica, que levantou, entre outras coisas, a natureza dúbia da narrativa e mostrou ao leitor uma explicação para o título da obra e sua tradução. Gostaria então de apresentar outros aspectos dessa leitura, que se tornou um dos grandes clássicos do horror na literatura.

A primeira coisa que se passa em minha mente é discutir os motivos para qual essa narrativa se mostra tão assustadora e tensa. Para que possa fazer isso, torna-se preciso um resumo da obra: O livro revela os manuscritos de uma governanta que foi morar em uma mansão em Essex a fim de cuidar de duas crianças (Miles e Flora). O tio das crianças e, por conseguinte, patrão da governanta, não mora com elas e impõe uma única condição para seu trabalho – que ela nunca o comunique nada, nem o atormente de qualquer forma. Feito o acordo, a governanta se muda para a propriedade de Bly, onde vive momentos de absoluta alegria com as duas crianças encantadoras e criados da casa. Isso muda quando ela começa a ver aparições de dois antigos funcionários da mansão e passa a acreditar que eles estão exercendo uma má influência para destruir Miles e Flora. Inicia-se assim, uma angustiante e assustadora seqüência de dias em que ela, junto com Sra. Grose, tentam impedir os planos dos fantasmas de Quint e Jessel. Vale ressaltar que esses manuscritos são revelados ao leitor por um personagem que, anos depois, o recebeu e agora divide a leitura em uma roda de amigos.

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A cada dia eu descubro mais um livro pra acrescentar à minha listinha de "quero ler"... to curiosissima!!!!! quero muuuito ler este livro agora!
 
Acho que os fantasmas realmente apareceram pra governanta.
Disso eu não tenho dúvida.
O que me deixou em dúvida é se eram fantasmas mesmo ou se apareceram por piração dela.

Eu acreditei que eram fantasmas mesmo (já que um deles ela descreveu perfeitamente) até o momento em que ela mente pra Sra Grose quando:

diz que o fantasma da antiga governanta conversou com ela, quando apareceu na biblioteca

então a mulher começou a me dar nos nervos com aquela história de querer que os meninos confirmassem que viam a mesma coisa que ela e aquele histerismo todo.

Porque ela era histérica, hein?
Acho até que o moleque morreu de pavor. Mas de pavor dela, a governanta, não do fantasma!

Não sei se por causa da criação que teve (a mais jovem de uma família grande, filha de um pároco) ou por causa da juventude, de ter evidentemente se apaixonado pelo tio das crianças, por ser o primeiro emprego; enfim talvez por tudo isso junto: as voltas do parafuso.

Os muitos detalhes intrigantes fazem valer a pena reler a história, como a Anica já escreveu, mas eu cito dois aqui, que me fizeram (e ainda me fazem) pensar em várias razões para as atitudes da moça e o desfecho da história:

- Quando vê o fantasma de Quint pela primeira vez ela estava justamente pensando em como seria se um homem de repente aparecesse na frente dela, naquele momento.

- Numa certa altura ela vê o fantasma de Jessel, a antiga governanta, sentada na escada, com a cabeça apoiada nos braços, como se estivesse desesperada; mais tarde em um momento difícil, quando volta da igreja sozinha, ela inconscientemente se senta no mesmo lugar tendo a mesma atitude que o fantasma parecia ter tido.
 
Comecei a ler este livro ontem... ainda estou no começo devo confessar... mas não curti muito a narração. A minha versão é da Martin Claret.
Um tanto rebuscada em seu pensamento e escrita. Fica um pouco tedioso. A impressão que tenho é que a tutora inventa tudo, que vê coisas que não sabe definir o que são e inventa justificativas e atribui sensações e intenções às suas visões. Como quando diz a outra que os fantasmas querem se apossar das crianças. Acho que isso que nos impõe a dúvida, pois ela não teria como saber suas intenções. E nem mesmo ao certo se as crianças viam os fantasmas (ao menos na parte onde estou no livro.)

Ainda estou esperançosa que vá ficar melhor... :/
 

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