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A Terra Média como válvula de escape

As nossas válvulas de escape, como dito no artigo, são necessárias ao ser humano, pois é através delas que encontramos forças para enfrentar o nosso mundo. Seja pela leitura, pela música, pelo cinema, pelo teatro ou qualquer outra forma de extravazar e encontrar forças, sempre são importantes.
Mas é como eu digo: não ficar preso ao escape é fundamental, senão é mentira... escape mesmo! :mrgreen:

Concordo com a minha saitorë!!!
Válvula de escape pode ser definido como qq atividade que tenha um caráter lúdico-recreativo que desvie o foco de problemas iminentes que possam causar perigo de colapso emocional. Mas não podemos esquecer que qualquer coisa em excesso faz mal, mesmo que de início servisse para nosso benefício.

As obras de Tolkien são ótimas válvulas de escape por serem tão complexas, tão verossímeis que convidam qq um (não só os adolescentes, como no artigo) a mergulhar numa realidade paralela, num universo mágico que alimenta as crenças mais lúdicas de todos nós. Quem nunca torceu, qdo criança, que existissem magos superpoderosos?

Quem ao ler SdA, ou até mesmo ao ver os filmes, não sonhou em morar em um lugar tão maravilhoso ou poder ter a possibilidade de abandonar sua vida para um destino onde a vida seria repleta de paz e harmonia?

Acredito que outro fator que ajude na influência de SdA para todos, como uma lição de como viver melhor, são as características nobres que existem em cada uma das raças. Cada raça tem seu traço específico e mesmo em todas as suas diferenças, demonstram como ser reais e viver ao máximo.
Os ents com sua sabedoria, os hobbits com sua alegria de viver, os elfos com sua plenitude... e até mesmo os humanos, com suas emoções voláteis.

Mas não podemos esquecer que antes de SdA havia outras obras que serviam como válvula de escape e depois dele vieram outras... Oq é mais impressionante e digno de admiração é que SdA é uma obra que entra geração, sai geração, continua encantando a muitos e como podemos ver, servindo de válvula de escape para cada vez mais gente, de todas as idades.
 
Uma grande valvula de escape, na epoca do vestibular eu quando tava endoidando de tanto estudar eu corria para o Hobbit, fugia para a floresta de Mirkwood.
:D
O livro O Hobbit me lembra minha infancia, quando eu passava as alguns dias das ferias em um sitio da familia, costumava andar la, a mata atlantica é linda.
Que saudade daquela epoca, que saudade do meu livro O hobbit (pediram emprestado e nunca mais devolveram):cry:
 
É verdade, no mundo que Tolkien criou, todas as pessoas podem fugir um pouco dessa realidade que vivem, esquecer dos problemas, ou até encontrar soluções parar eles. Quem nunca disse que as obras de Tolkien nos ensinam a viver melhor. Não é só mais um livro de ficção e sim um ensinamento de como podemos viver a vida real de uma maneira melhor.
Sim nos ensinam muito mesmo, as obras de Tolkien nos fazem ver o que éimportante no nosso mundo, varios exemplos, como amizade... honra... preconceito racial e muito mais..
e escaparmos um pouco deste mundo é bom... quando sua cabeça esta muito cheia buscar conforto em um livro assim é magico..
 
Muito bom!
E realmente isso acontece, a maioria das pessoas que lêem, o fazem também por esse motivo. É algo necessário, e que depois de um tempo torna-se fundamental. Só tem que tomar cuidado pra não ficar com a cabeça ligada demais numa outra dimensão e esquecer-ser da dimensão em que você vive.

Ao ler seu post não pude deixar de traçar um paralelo com “A História Sem Fim” de Michael Ende. Sei que a maioria das pessoas conhece essa história por meio das péssimas adaptações feitas para o cinema, mas para os que leram o livro, a história funciona como perfeita alegoria para o q postastes. No livro, Bastian entra em Fantasia e fica tão maravilhado por estar em um lugar onde seus desejos se realizam tão mais belo e lógico do que o mundo dos homens (vide Terra Média), que não se importa de ir se esquecendo de sua vida fora de Fantasia. Na primeira parte da narrativa em que Bastian ainda está lendo o livro no sótão de sua escola, temos o diálogo de Atreiú com o lobisomem em que o monstro conta a Atreiú q quando os seres de Fantasia passam para o mundo dos homens eles se tornam loucuras humanas e, mais tarde, na segunda parte da narrativa quando Bastian está em Fantasia e chega à Cidade dos Antigos Imperadores, Bastian é informado q os filhos de Adão q resolvem ficar em Fantasia enlouquecem,ficam presos para todo sempre em Fantasia sem consciência de seu passado nem perspectiva de futuro já que não podem desejar ou modificar-se sem a base de conhecimento fornecida pela ciência do próprio passado. Ou seja, à Fantasia o q é de Fantasia e ao mundo real o que é do mundo real. O equilíbrio deve ser mantido, pois os mundos dependem um do outro. Fantasia ajuda os homens a aprenderem valores em situações q às vezes o mundo real não fornece para que esse conhecimento seja lapidado, conhecimento q mais tarde é exigido no mundo dos homens e para o qual Fantasia nos prepara. Ou, ainda, Fantasia nos permite ver coisas pelas quais estamos passando, mas do lado de fora, o que nos ajuda a encontrar respostas com mais clareza. Como ‘disse’, um mundo depende do outro e Fantasia precisa dos homens para existir afinal são os filhos de Adão que dão vida à Fantasia. Assim como Bastian aprendeu, nós tbm precisamos ter em mente o fato de que, nós, aqueles que sabem chegar à Fantasia por meio da leitura e da criação de novas histórias tem o dever de ligar o mundo fantástico e o nosso mundo, mostrando àqueles que desconhecem o caminho como chegar à Fantasia para encontrar suas próprias respostas. Daí a grande importância em ficar atento, pois o contato prolongado com Fantasia é muito perigoso, sendo aparentemente bem mais ‘divertida’ que a realidade. A grande chave é perceber no nosso mundo a interface com Fantasia. Por exemplo, quando os hobbits se encontram com os elfos pela primeira vez eles se interessam pela magia dos elfos, mas os elfos não compreendem exatamente o que os hobbits entendem por magia já q para os elfos a ‘magia’ é algo perfeitamente normal. Para nós, que estamos habituados á esse mundo é difícil perceber o maravilhoso nele tanto quanto seria difícil para um ser maravilhoso ver seu mundo como extraordinário. Se conseguirmos ver o maravilhoso em nossas próprias batalhas o contato com as guerras fantásticas será apenas o de identificação e não o de desejar algo q nos falta. Não que seja uma tarefa fácil, nem por um momento pensei em dizer algo assim, pq o q sentimos, na maioria das vezes é que Fantasia é muito mais ‘apetitosa’ que a nossa realidade, mas é uma tarefa necessária já que nem todos sabem chegar a Fantasia para serem auxiliados por ela, é dever dos q possuem essa arte fazer o link entre Fantasia e o mundo dos homens. É por essa razão que Bastian não pode ficar em Fantasia, onde todos seus problemas se resolvem com simples desejos e ele não precisa fazer grande esforço para chegar a algum lugar ou para ver o que há de fantástico em sua história.
:mrgreen:
 
Prefiro encarar esse "universo paralelo" como parte fundamental da vida (não só Tolkien - mas tudo mais que experimento como arte). Na rotina somos quase que autômatos... coisa que faz com que eu me questione, se nossas fantasias mais vívidas não "acordariam algo mais humano, na gente", e teriam mais realidade do que o nosso cotidiano.

É por isso que fiz questão de positivar esse seu post dias atrás. Sem comentários! O que vc disse é exatamente o que eu penso a respeito. Tanto que o que vou dizer a seguir é de uma extrema redundância.

O mundo da fantasia, sobretudo o de Tolkien, pelo aspecto de verossimilhança devastador, é mais importante do que o nosso mundo no sentido de nos guiar por um caminho e por idéias realmente nobilíssimas. Pois é lá que encontramos um lugar no qual podemos transformar nossas frustrações em realizações de âmbito espiritual/filosófico.


Chego a achar que a fantasia é que nos faz mais humanos do que a insensibilidade de um mundo real cujo palco nos apresenta tantas barbaridades, tanto cinismo, tanta falta de visão daquilo que o homem necessita. Essa época corrida e desequilibrada (em diversos sentidos, impossíveis de enumerar sem que torne o post enfadonho) nos tira a liberdade de optarmos por parar e seguir uma rota oposta, que contrarie os ditames de um mundo que te diz que deve aperfeiçoar-se (submeter-se) para estar preparado a sobreviver num mundo profissional e socialmente predatório.
 
Última edição:
Ótimo artigo.

Eu também sou assim; a Terra-Média (ou algum lugar igualmente fantástico) se tornou meu segundo lar quando eu não gostava desta realidade... O único problema de fazer isso é viver em duas realidades distintas, sem pertencer a nenhuma das duas.
 
Excelente. Sem muito o que dizer. É, eu acho, natural de nossa espécie buscar uma realidade diferente da que vivemos justamente onde não podemos (será mesmo?) alcançá-la: Na mente. No imaginário. Tolkien fez isso de uma maneira assombrosamente genial, e acho que todos somos muito gratos por isso
 
A gente pode viver as duas realidades e pertence a elas:abraco:, sim, afinal, lar não é onde o coração está?
 
Realmente, podemos, porque alem do mundo que estamos fisicamente, podemos ir para outros lugares se tivermos uma boa imaginação e algo que possa nos guiar.
Como os livros do grande mestre Tolkien.
E ainda bem que podemos, porque se vivecimos apenas nesse mundo, como dizer, " tava todo mundo lascado ". =)
 
Quanto às raças diferentes. Bom, está aí um ponto notável, nós não conseguimos viver em paz com uma única raça de animais racionais e eles têm várias e ainda assim as coisas fluem melhor lá do que aqui. Contudo, esse fato se deve ao caráter nobre dessas criaturas já citado no inicio então acho que o que a TM tem de melhor a oferecer são, de fato, os espíritos singulares que nela habitam.
:D

Concordo com vc. O mais interessante e que nos dá vontade de escapar para Terra-Média são as pessoas que lá habitam. No nosso mundo é tão difícil encontrar pessoas tão nobres e verdadeiras como esses personagens.
 
Concordo com vc. O mais interessante e que nos dá vontade de escapar para Terra-Média são as pessoas que lá habitam. No nosso mundo é tão difícil encontrar pessoas tão nobres e verdadeiras como esses personagens.

Hummm... eu conheço pessoas nobilíssimas e de caráter nobre em nosso mundo, sim! Olhe ao redor e verifique quantas pessoas maravilhosas você conhece e pelas quais vale à pena lutar e persistir. Esse é um dos intuitos dos sentidos passado por Tolkien, não?

As histórias, todas elas, servem realmente de consolo e fuga para todos os seres pensantes. É uma fonte eterna de resgate de valores e arquétipos para nosso inconsciente.

O problema é a que esta válvula de escape, como disse anteriormente, seja eterna: não se pode viver para sempre num mundo paralelo, sendo que é neste que devemos lutar, persistir e vencer. Mundos paralelos, como os de Tolkien, servem para bebermos da fonte, não para se afogar nela.
 
"Mundo mundo vasto mundo,
Se eu me chamasse Raimundo,
Seria uma rima, não seria uma solução,
Mundo mundo vasto mundo,
Mais vasto é o meu coração". Mestre Drummond.

Concordo com todos, principalmente os últimos posts. Senhor dos Anéis é uma válvula de escape, uma "Pasárgada". E nós certamente temos mundos interiores muito vastos como disse o mestre Drummond. Só espero não me tornar um esquizofrênico, rs. E que essa imensidão toda do mundo interior ajude nas relações e vivências do mundo exterior (real?).
 
Gerbur, você é um mala pro ter citado antes, mas Bandeira quase sempre vale ser citado, mesmo que repetidamente:

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive


E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada


Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar


E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.



O problema é a que esta válvula de escape, como disse anteriormente, seja eterna: não se pode viver para sempre num mundo paralelo, sendo que é neste que devemos lutar, persistir e vencer. Mundos paralelos, como os de Tolkien, servem para bebermos da fonte, não para se afogar nela.
 
Aiya,

É verdade, o meu mundo é tão comum e sem graça, que semprte recorro aos meus livros para me libertar! Bem que eu queria morar na Terra Média!

Írë lúmë tuluva
 
Em todas as coisas, mesmo com as melhores coisas da vida, se eu vivê-las com exagero, elas me farão mal.

Eu sei que a vida pode ser muito tristonha ou sem graça nenhuma e que um mundo fabuloso como o de Tolkien é uma tentadora válvula de escape.
Mas, viver APENAS em função de uma história inventada por um homem é simplismente negar a sua realidade, sua natureza e seu dever aqui na Terra.

Sempre eu vejo amigos, contatos e relatos de várias pessoas que se decidiram se "desligar" do nosso mundo, para viver em função de MMORPGs, animes, seriados... Não simplismente por que gostavam demais de alguma história, mas por que problemas graves (ou nem tanto) que tinham nas vidas deles os fizeram se alienarem, ignorarem o mundo ao redor.

Mal sabem eles que, na sua ilusão, eles não apenas não saíram do seu mundo, como também estão se destruíndo, e destruíndo os que vivem ao seu redor.


--


O nosso mundo por si só é magnífico. Nós temos pessoas dignas, existem ações e atitudes que acontecem todos os dias que qualquer um duvidaria, de tão nobres que são. Existem lugares no nosso mundo que nenhum escritor ou cineasta conseguiu descrever, tamanhos os detalhes, as histórias vividas nestes ...

E mesmo que nada do que eu disse seja verdade: Nós vivemos uma vida apenas, temos apenas uma chance de fazermos a diferença por aqui; ficarmos nos iludindo com fábulas, ou viajando em drogas ou qualquer coisa que nos esqueça deste mundo, é um desperdício muito grande.
Nossa realidade é a realidade que fazemos!

Claro, isto não é uma crítica à qualquer ficção. Precisamos de um pouco de fantasia, um pouco de alívio de nossa realidade. E ao adentrarmos em uma realidade paralela, vemos a vida por outro ângulo, e podemos crescer e amadurecer (e por que não, regredirmos um pouco, nos tornando mais crianças, mais inocentes e menos complicados?) cada vez mais.

Hummm... eu conheço pessoas nobilíssimas e de caráter nobre em nosso mundo, sim! Olhe ao redor e verifique quantas pessoas maravilhosas você conhece e pelas quais vale à pena lutar e persistir. Esse é um dos intuitos dos sentidos passado por Tolkien, não?

As histórias, todas elas, servem realmente de consolo e fuga para todos os seres pensantes. É uma fonte eterna de resgate de valores e arquétipos para nosso inconsciente.

O problema é a que esta válvula de escape, como disse anteriormente, seja eterna: não se pode viver para sempre num mundo paralelo, sendo que é neste que devemos lutar, persistir e vencer. Mundos paralelos, como os de Tolkien, servem para bebermos da fonte, não para se afogar nela.
Falou tudo e mais um pouco, Sindar Princess (apóio também o post de Cilmawiel, que não pude quota-lo, por ser extenso.).

Fim de minha dissertação, que tem um pouquinho de desabafo, infelizmente.
 

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