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A terra do Cópia-Cola e o Tradutor Ninja ou Ensaio Sobre a Cegueira

Consensus

Usuário
[align=center]Atualizado em 16 de janeiro de 2009
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A TERRA DO CÓPIA-COLA E O TRADUTOR NINJA ou ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA[/align]

Sei que o tema já foi bem discutido, mas decidi fazer algo parecido com uma discussão aque abri sobre "O que seria um clássico?" aqui no Meia. Demorei pra fazer outro, mas isso requer um tempinho.

Antes de tudo devo confessar que quando comecei a ler (idos de 99/2000), devorava livros da Martin Claret ([size=small]carinhosamente chamada: Mata Cultura ou Muita Cópia, como preferir[/size]) e me impressionava com a velocidade que o tradutor Pietro Nassetti fazia seu trabalho, era de admirar a cada novas edições que chegavam nas livrarias eu ía checar quem era o tradutor e sempre me surpreendia ¬¬. "He's a monster!!"

Esse 'ninjismo tradutório' durou um bom tempo (cerca 150 edições +-) e com direito a destaque ao tradutor, na edição do Pinóquio a 4ª capa do livro vem escrito: "com uma primorosa tradução do italiano Pietro Nassetti". Eu tinha atingido meu marco, era fã de um tradutor muito lixeiro que "fazia" traduções um tanto quanto razoáveis em inglês, francês, alemão, espanhol, russo e tinha acabado de descobrir que era italiano!! "Iiiiitaly!! Iiiiitaly"

Certo dia, tomei um baita susto: um novo tradutor surgiu! O nome do novato era Alex Marins ("responsável por inverter", entre outros, A Ilha do Tesouro e As Aventuras de Huckleberry Finn ([size=small]que aliás está uma grande :poop: cabeluda, me desculpe Monteiro Lobato - tradutor original - mas a tradução deixa muito a desejar[/size]), no mesmo ano surge o clamoroso Jean Melville ([size=small]parente do Herman Melville autor de Moby Dick, quem sabe?[/size]), nessa época comecei a notar que algo estranho estava acontecendo na Mata Cultura, será que Pietro Nassetti tinha entregado os pontos ou teve um ataque de nervos após passar 4 anos trancado num quartinho traduzindo os 10 mil livros de seu contrato?

Comecei a pesquisar um pouco ([size=small]curiosidade que não é pouca[/size]) e achei alguns fatos interessantes:

A. Um tradutor literário geralmente leva alguns dias (ou meses) consideráveis para traduzir um livro com 400 páginas, Nassetti seria um ET? (tuuu tuuu toque meu dedo para traduzir)
B. Eu havia encontrado algumas edições - traduzidos por "outros tradutores" ([size=small]edições de 1950/1970, "plagiadores" do futuro copiando o grande italiano![/size])
C. As traduções eram idênticas (¬¬)


Saí procurando pela net, por não achar nada muito relevante desisti. Por segurança passei a comprar livros de outras editoras de pockets (L&PM foi minha salvação), percebi que eles não tinham 1 tradutor ninja... What a pean! :timido:

Nisso, outra editora começa a relançar sua fantástica coleção com precinhos bacanas, capa dura e papel bom ([size=small]branquinho como corretivo![/size]), e começo a comprar... Coleciono uns 15 desses grandes clássicos, uhuu. "I'm blind, I'm blind! :rofl:

O tempo passa, leio um bocado ([size=small]muito, bastante[/size]), paro de ler por um tempo e retorno a todo vapor. É no retorno que acho o relato de um tradutor que havia enviado seu currículo para a Muita Cópia e eles haviam dito todo o esquema, o caminho para "Cópia-Cola" (confira o relato aqui)! Procurei mais informações e um blog especializado de tradutores (Assinado: Tradutores) me mostrou toda a verdade! Oh My God, I can see!

A [size=large]LUZ[/size], após tanto tempo sendo um habitante da terrinha do "Cópia-Cola", vejo toda a verdade e percebo que fui engano esse tempo todo. Que beleza, Martin Claret com seu Tradutor Ninja engaram não apenas a mim, mas a muitos leitores que buscavam um literatura mais em conta ($,$) e ganharam uma marmelada. DAMN IT!

O sonho havia acabado, descobri todo o paradeiro de Piettro Nassetti (ele é dentista e nunca traduziu nem frase de camiseta, além de ser amigo do Sr. Claret - o grande fanfarrão da história), o sonho havia acabado :susto:...

Mas terminou com um grande final dígno de Agatha Christie, tudo foi solucionado: Pietro chama-se Pusoo Narrizz não traduzia apenas pequenos escritores estrangeiros :rolleyes: como Dostoiévski, Edgar Allan Poe, Jules Verne, Marx ou Platão, também dedicou seu trabalho no quartinho apertado e abafado dando um maquiada em Machado de Assis (trocando em miúdos: traduzindo "cousa" por "coisa", palavra muito difícil de ser entendida nos tempos modernos)!

E você acha que isso é tudo? A Nova Cultural (Nova :poop: ) também passou pela terra da Cópia-Cola, passando corretivo por cima do nome dos tradutores originais (essa lista você pode conferir aqui e um tópico aqui no Meia).

Resultado disso tudo? Respondo de forma bem Claret (ou quase isso, pois vou colocar os devidos créditos):

Landmarkismo, estágio superior do plagiarismo?
Raquel Sallaberry, do blog Jane Austen, há algumas semanas alertou aqui o NãoGostodePlágio: um grupo de discussão sobre jane austen estava fazendo uma leitura de persuasão, e uma das participantes, Alessandra Perlatti, constatou uma grande semelhança entre a edição da Landmark e a edição portuguesa da europa-américa. Surpresa e indignada, Alessandra Perlatti enviou um e-mail à editora Landmark, pedindo explicações sobre o fato. porém não obteve nenhuma resposta até o momento.
[size=small]Retirado do NãoGostodePlágio, leia o post completo aqui.[/size]

Como todo bom vilão, ele sempre retorna de um jeito ou de outro. Isso mesmo meus amigos, um novo tipo de maquiagem literária pode estar bem pertinho de você, bem ali na sua estante com um bela diagramação, uma boa tradução, prontinho para você aprecialo e quando terminar de lê-lo (ou até quando estiver lendo) esquecer do profissional que dedicou tempo e conhecimento para tornar a leitura agradável, mas no final não teve seu trabalho reconhecido. =~~

Será que estou esquecendo de alguma coisa?... Ó, sim! As providências foram e estão sendo devidamente tomadas, desde pagamentos aos tradutores originais até a colocação dos nomes e o recolhimento das edições "erradas", confira aqui e aqui (kkkkkkk meio mixuruca -feia, estranha - mas ao menos eles fizeram algo) XD o que tem sido feito.

Evite a Terra do Cópia-Cola, dando uma olhada nos links a seguir:
- Os fantasmas
- Eu sei o que vocês fizeram no verão passado
- Eu AINDA sei o que vocês fizeram no verão passado

Mais informações: http://naogostodeplagio.blogspot.com
[size=small]--Qualquer erro me avisa.
14 de janeiro de 2009.[/size]


É isso turma, nesse pequeno-grande XD texto coloquei o que acho sobre essa pilantragem e vocês, o que acham?
 
RE: A terra do Cópia-Cola e o Tradutor Ninja

legal o seu artigo. eu já tinha escrito algo a respeito em um artigo chamado a usucapião autoral.

e o título do post bem q poderia ser "ensaio sobre a cegueira", :sacou:
 
RE: A terra do Cópia-Cola e o Tradutor Ninja

(Adorei o post, alrob!)

Eu não sou tradutora mas já fiz algumas traduções, então sei como pode ser um trabalho beeeeeem cansativo, esgotante mesmo. Porque não basta um bom conhecimento da língua estrangeira e de português, o sujeito tem que ser criativo quando encontra problemas na tradução, tem que ter uma bagagem cultural muito boa (a nossa piada oficial na disciplina Translating Ireland era a bay window por exemplo).

Resumindo: sabendo de todo o trabalho que há por trás disso, é claro que eu fico extremamente indignada com casos como esse da Martin Claret e o da Nova Cultural. Ok, as edições são baratas, legal, mais gente com acesso mais fácil aos grandes clássicos, etc. etc. Mas para isso é correto passar por cima dos direitos dos tradutores originais? Acho que não. E não é só pelo dinheiro, é pelo reconhecimento mesmo.

Se for parar para pensar, aqui no Brasil não temos uma cultura de "tradução", no sentido de conhecê-los (e reconhecê-los) como as figuras importantes que são nesse processo todo. É por essas e por outras que eu nunca mais comprei títulos da Martin Claret (nem passo perto da prateleira com os livros deles).
 
RE: A terra do Cópia-Cola e o Tradutor Ninja

Valeu JLM (vou dar uma lida no seu artigo :sim:) e Anica (também parei de comprar as edições da Martin Claret :rofl:).
 
RE: A terra do Cópia-Cola e o Tradutor Ninja

Eu adoro e sou muito suspeita pra dar pitaco em tópicos sobre tradução, mas vamos lá :pipoca:

Anica disse:
Se for parar para pensar, aqui no Brasil não temos uma cultura de "tradução", no sentido de conhecê-los (e reconhecê-los) como as figuras importantes que são nesse processo todo.

Na verdade, eu assim de cabeça não consigo pensar em um lugar onde a tradução seja reconhecida como uma forma de fazer com que culturas, histórias e informações cruzem a barreia do idioma.
E muito pelo contrário: existe um preconceito contra traduções. O próprio conceito de "tradução fiel" supõe que a tradução é algo que por natureza trai a intenção do autor original. Se as pessoas tem a visão de que tradução é algo como um mal necessário, porque não dá pra aprender todas as línguas do mundo, fica impossível reconhecer o tradutor como um profissional que tem um trabalho difícil, muitas vezes meio ingrato e não-reconhecido nas mãos. Não que o mercado de tradução não ajude, o que mais tem é gente que passou três meses nos Estados Unidos e acha que rola fazer um bico traduzindo alguma coisa ou coisa do tipo - justamente porque acha que traduzir é mole, afinal é só ler em uma língua e escrever de novo em outra, né?
 
RE: A terra do Cópia-Cola e o Tradutor Ninja

Pepper disse:
E muito pelo contrário: existe um preconceito contra traduções. O próprio conceito de "tradução fiel" supõe que a tradução é algo que por natureza trai a intenção do autor original. Se as pessoas tem a visão de que tradução é algo como um mal necessário, porque não dá pra aprender todas as línguas do mundo, fica impossível reconhecer o tradutor como um profissional que tem um trabalho difícil, muitas vezes meio ingrato e não-reconhecido nas mãos. Não que o mercado de tradução não ajude, o que mais tem é gente que passou três meses nos Estados Unidos e acha que rola fazer um bico traduzindo alguma coisa ou coisa do tipo - justamente porque acha que traduzir é mole, afinal é só ler em uma língua e escrever de novo em outra, né?

Penso que são duas coisas diferentes: ver a tradução como um "mal necessário" não implica em incapacidade de reconhecer o trabalho de tradução. O contrário parece mais razoável: uma vez que traduções são um mal necessário, é importante conhecer e reconhecer o trabalhos dos bons tradutores. É a única forma de minimizar os prejuízos que a tradução traz em si.

A despeito disso, não discordo que os tradutores são pouco reconhecidos no Brasil mas, insisto, vejo isso como uma consequência da falta de atenção acerca dos prejuízos que qualquer tradução representa.
 
RE: A terra do Cópia-Cola e o Tradutor Ninja

Atualizei colocando os links com o relato do tradutor Saulo Krieger e das providências que estão sendo tomadas.
 
RE: A terra do Cópia-Cola e o Tradutor Ninja

Pepper disse:
O próprio conceito de "tradução fiel" supõe que a tradução é algo que por natureza trai a intenção do autor original.

Pra mim, tradução fiel é a feita pelo próprio autor.
 
RE: A terra do Cópia-Cola e o Tradutor Ninja

alrob, que tópico ótimo! Muito boa essa investigação toda que fez, os muitos 'cegos' agora também podem ver a luz! :P
 
RE: A terra do Cópia-Cola e o Tradutor Ninja

Obrigado Clover, acho que o subtítulo sugerido pelo JLM cai muito bem.
 
Olha, já tinha ouvido sobre essas histórias da MC, mas não colocava muita fé, entretanto, um falar é uma coisa, mais de um falar são outras.

Sobre as traduções: não vejo como mal necessário, pra mim sequer é um mal. Entretanto, como foi dito acima, não é qualquer um que pode se dar o luxo de querer traduzir uma obra literária, principalmente do valor dos grandes clássicos.

Se tudo der certo, parte da minha monografia abordará esse assunto, que, pra mim, se trata de uma obra diferente no final das contas (Dom Quixote em espanhol é uma obra, em português é outra obra distinta). Por isso que eu defendo que apenas o profissional ou o estudioso das línguas tenha a possibilidade de traduzir algum livro teórico.

Em um momento mais cabeça-quente, posso até dizer que apenas artistas podem traduzir outros artistas.
 
RE: A terra do Cópia-Cola e o Tradutor Ninja

JLM disse:
Pepper disse:
O próprio conceito de "tradução fiel" supõe que a tradução é algo que por natureza trai a intenção do autor original.

Pra mim, tradução fiel é a feita pelo próprio autor.
Feita pelo próprio autor no sentido do autor saber mais de uma língua e traduzir o seu próprio livro?
 
RE: A terra do Cópia-Cola e o Tradutor Ninja

Pepper disse:
JLM disse:
Pepper disse:
O próprio conceito de "tradução fiel" supõe que a tradução é algo que por natureza trai a intenção do autor original.

Pra mim, tradução fiel é a feita pelo próprio autor.
Feita pelo próprio autor no sentido do autor saber mais de uma língua e traduzir o seu próprio livro?

Acho que é isso. Tipo o Beckett com Waiting for Godot :think:
 
Coloquei um link que mostra a "tradução" de Machado de Assis.
----

Qto a essa questão de traduzir pelo próprio autor, eu considerei no sentido que só o próprio escritor consegue colocar as palavras certas no seu texto.

O que não deixa de ser verdade, mas alguns livros se encaixam perfeitamente quando traduzidos.
 
Uma vez atendi uma cliente que estava buscando uma orpag do exterior, ela estava recebendo o pagamento de uma tradução e eu achei bacana ela comentar isso e falei que (na época eu ainda não estava na facu) eu queria fazer Letras pra trabalhar com tradução. Ai ela tava me dando dicas de programas pra usar, pra facilitar a tradução e tals. Eu estava achando interessante até ela parar e falar "o programa traduz quase tudo, depois é só vc consertar". Eu parei, olhei e pensei, pqp, eu traduzi (por hobby) o livro Teach Yourself Irish todinho, traduzi o Lebor Gabala Érren todinho, tudo de graça e na raça, ali com o dicionário do lado, nada de programa, pq acho absurdo jogar e depois corrigir, fica horroroso. Ai pensei "tá ai uma tradutora b*sta, que deve fazer um trabalho digno dela". No entanto, como era client, só pude sorrir e agradecer a dica, dispensando-a pq eu prefiro fazer tudo manual.
Assim fica fácil pra qualquer um, e o trabalho do tradutor vai pro brejo, a qualidade cai, e a gente tem essa porcaria no mercado.

Eu acho que o melhor tradutor é o próprio autor tb, mas não desconsidero o trabalho daqueles que se empenham e que conhecem a cultura do local e que podem deixar a obra o mais parecido com o original. Tem muita gente boa por ai, o problema é quem tem muuuito mais traste do que gente boa.
 
Nanda disse:
Uma vez atendi uma cliente que estava buscando uma orpag do exterior, ela estava recebendo o pagamento de uma tradução e eu achei bacana ela comentar isso e falei que (na época eu ainda não estava na facu) eu queria fazer Letras pra trabalhar com tradução. Ai ela tava me dando dicas de programas pra usar, pra facilitar a tradução e tals. Eu estava achando interessante até ela parar e falar "o programa traduz quase tudo, depois é só vc consertar". Eu parei, olhei e pensei, pqp, eu traduzi (por hobby) o livro Teach Yourself Irish todinho, traduzi o Lebor Gabala Érren todinho, tudo de graça e na raça, ali com o dicionário do lado, nada de programa, pq acho absurdo jogar e depois corrigir, fica horroroso. Ai pensei "tá ai uma tradutora b*sta, que deve fazer um trabalho digno dela". No entanto, como era client, só pude sorrir e agradecer a dica, dispensando-a pq eu prefiro fazer tudo manual.
Assim fica fácil pra qualquer um, e o trabalho do tradutor vai pro brejo, a qualidade cai, e a gente tem essa porcaria no mercado.

Mas eu duvido que ela trabalhasse com tradução literária.
(o que aliás é curioso, pq sempre que se pensa em tradução, pensa-se em tradução literária, e só uns 5% dos tradutores que vivem de tradução são tradutores literários)
Na tradução chamada de "técnica" (jurídico, comericial, mecânico, eletrônica, petróleo & gás e etecéteras) eu dou graças aos céus todos os dias por existir o wordfast e outros programas CAT (computer aided translation), se algum dia eu chegar no trabalho e não tiver nenhum deles eu acho que sento e choro o dia inteiro...
Tradução literária e técnica são feitas pra fins diferentes, por isso usam ferramentas diferentes =]
 
Mas pq a técnica permite o uso de ferramentas então, Pepper? Qual é a diferença? Outra pergunta: essas ferramentas não são como esses programas que têm na internet, que geram frases sem sentido algum, certo? o_O
 
Na verdade a literária também permite. O wordfast, por exemplo, é um programa que cria memórias de tradução. Funciona mais ou menos assim: ele divide um texto em segmentos, e enquanto eu estou traduzindo eu falo pra ele "olha, esse segmento significa isso". Quando ele encontra um segmento parecido ou igual ao que eu já fiz, ele me "fala" "você já vez uma coisa parecida ou igual e traduziu assim". Então eu não tenho que traduzir de novo, procurar de novo uma certa palavra, eu posso ver a solução que eu achei praquela frase e ver se eu tenho outra melhor... e tudo que eu traduzir usando esse programa fica na memória que eu criei.
(uma vez, num sábado, quase 6 da tarde, um documento que eu passei o dia inteiro fazendo travou e eu perdi metade. Como estava usando o wordfast, ele tinha na memória tudo que eu tinha acabado de escrever - vcs não tem idéia de como eu fiquei aliviada)
Tem um artigo bem legal sobre isso aqui: http://tradutor-profissional.blogspot.com/2008/11/trinta-e-cinco-livros-traduzidos-e.html
(e recomendo o site do Danilo Nogueira pra qualquer um que esteja interessado em trabalhar com tradução ^^)

A "diferença" é principalmente o objetivo. Eu já falei com um cliente de um manual de uma tocha de corte de oxi-gasolina que pediu pra que eu trocasse alguns termos que eu estava usando pq ele considerou "muito difíceis" já que quem ia ler o manual "é só peão". Não que isso seja regra geral, mas a tradução literária é feita para fornecer o prazer de uma boa literatura a uma pessoa que sem isso não conseguiria apreciar determinados textos de determinados autores. Já a tradução "de agência" é mais funcional: eu preciso desse contrato pra fulano ler e assinar, eu preciso desse manual pra saber como usar a máquina, eu preciso desse panfleto pra divulgar meu produto, eu preciso dessa norma operacional pros meus funcionários saberem como agir em caso de acidente (e geralmente eles precisam pra ontem)


Sobre as traduções feitas por máquinas: isso é uma controvérsia, um furdunço... as gratuitas da internet realmente são uma caquinha fedida. Mas eu já vi programas que tem uma taxa de acerto de uns 70%, o que é muito. Claro que não dá pra passar ser uma revisão cuidadosa, mas conheço muito tradutor que fazendo à mão faz coisa pior. E a realidade de agências de tradução é que "nós temos que fazer o máximo possível no menor tempo possível pra nos mantermos no mercado". E essa é uma ferramenta que acelera (CERTOS programas pra CERTOS idiomas). Já é uma coisa comum nos EUA, aqui no Brasil é vista com muito preconceito ainda pelo mercado. Mas eu acho que é uma técnica com prós e contras
 
Legais as informações, gostei mesmo! Acho que o preconceito que acontece no Brasil deve ser justamente por causa das ferramentas gratuitas, não? Porque sinceramente, eu só tive contato com essas (e sabe que às vezes mais me atrapalhava do que ajudava? :lol: ), aí a visão ruim que eu tenho desse tipo de coisa (e acho que é o caso da Nanda também).
 
As ferramentas gratuitas são terriveis!!! As pagas não são perfeitas, mas são melhores. Eu quase chorei de alegria quando vi um programa traduzindo "customs clearence" como "desembaraços alfandegários", que eu levei tanto tempo pra descobrir o que era :lol:
Mas nenhum programa dispensa o tradutor. Eles podem só facilitar o trabalho (e um tradutor do meu trabalho já disse que ele adora coisas que podem fazer ele trabalhar menos xD). E não são programas baratos. A licença desse que acertou customs clearance custa 1.000,00 DÓLARES. Ainda vai levar tempo até se popularizar e ser aceito (como um auxiliar, nunca como um tradutor confiável) por aqui.
 

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