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A.S. Franchini e Carmen Seganfredo

kika_FIL

Usuário
Este casal de gaúchos me encantou com suas obras de Mitologia: "As melhores histórias da Mitologia Nórdica", a versão em prosa de "Beowulf" e "As 100 melhores história da Mitologia"

Tem muito pouca coisa sobre eles tanto nos livros quanto na Internet, mas segue:

CARMEM SEGANFREDO & A. S. FRANCHINI
Carmen Seganfredo nasceu em 1956, é bacharelada em Letras e tradutora. Vive em Porto Alegre
A.S. Franchini nasceu em 1964, é formado em direito e tradutor. Junto com Carmem Seganfredo escreveu os seguintes livros: Os irmãos Pitowkers (Sulina, 1999), As 100 melhores histórias da mitologia (L&PM, 2003), Em mares nunca navegados (Artes e Ofícios, 2003), As melhores histórias da mitologia nórdica (Artes e Ofícios, 2004), e Deuses, heróis & monstros – as asas de Ícaro e outras histórias da mitologia para crianças (L&PM, 2005).
Fonte: http://autoreslivros.blogspot.com/2007/03/seganfredo-carmem-franchini-s.html
 
Não gosto desses livros que mastigam as histórias originais, recontando-as com uma linguagem que nada tem a ver com a apresentada nos textos-fonte. É o caso desse de mitologia nórdica, que só faz um desfavor ao público em geral pelo modo como apresenta as histórias, descaracterizando-as e as transformando em outra coisa (= a visão dos autores sobre essas histórias).

Se é para aproximar o leitor leigo dessas narrativas dessa forma, então é melhor nem aproximar.
 
[align=justify]Li O Anel dos Nibelungos, livro em que eles romanceiam a ópera de Wagner e fiquei com uma visão parecida com a do Tilion. É meio mastigado, simplificado demais, mas ainda assim achei uma alternativa viável frente a dificuldade de ouvir a ópera ou encontrar os filmes do Fritz Lang.[/align]
 
Lucas_Deschain disse:
[align=justify]Li O Anel dos Nibelungos, livro em que eles romanceiam a ópera de Wagner e fiquei com uma visão parecida com a do Tilion. É meio mastigado, simplificado demais, mas ainda assim achei uma alternativa viável frente a dificuldade de ouvir a ópera ou encontrar os filmes do Fritz Lang.[/align]

Dificuldade?

Os Nibelungos, Parte 1 - A Morte de Siegfried

Os Nibelungos, Parte 2 - A Vingança de Kriemhild

Quanto à ópera de Wagner, há milhares de versões disponíveis, várias delas também no site da Cultura.
 
Tilion disse:
Não gosto desses livros que mastigam as histórias originais, recontando-as com uma linguagem que nada tem a ver com a apresentada nos textos-fonte. É o caso desse de mitologia nórdica, que só faz um desfavor ao público em geral pelo modo como apresenta as histórias, descaracterizando-as e as transformando em outra coisa (= a visão dos autores sobre essas histórias).

Se é para aproximar o leitor leigo dessas narrativas dessa forma, então é melhor nem aproximar.

Desculpa, mas não sei se te entendi bem. O que tu está dizendo é que os autores, no afã de tornar de alguma forma o texto original mais palatável, modificaram de alguma forma a história contada? Vish! Isso realmente não é legal.
Eu costumo não curtir muito interpretações. Se eu quero saber sobre alguma história que foi escrita em outra língua, quero o mais perto possível do original.
Eu até tenho um livro desses autores sobre Mitologia Nórdica, mas ainda não peguei pra ler, só dei uma espiada. Me pareceu que não se tratava de interpretação, mas como sei que tu é tradutor e está super por dentro desses assuntos nórdicos (aquele livro Old Norse-Icelandic Literature deve ser tuuuuudo de bom, né?) tu pode dizer se existe alguma tradução boa?
Pq confesso, embora o assunto me interesse, não conheço quase nada em termos mitologia nórdica.
Agora magoei! Eu jurava que ia saber um pouco mais sobre o assunto quando pegasse o livro pra ler. :(
 
Sobre o assunto tu vai saber, mas é uma reinterpretação das lendas de forma romanceada, pela visão dos autores. O modo como eles apresentam as histórias e os personagens está longe de como os mesmos são retratados nos textos-fonte.

Sobre traduções boas dos textos-fonte, há pouquíssima coisa em português. Há uma tradução (incompleta) da Edda em Prosa, feita por Marcelo Magalhães Lima e publicada pela editora Numen em 1993, mas tá fora de catálogo há muito tempo. Há algumas das sagas islandesas, traduzidas por Théo de Borba Musburguer: Saga dos Volsungos, publicada pela editora Hedra, e Três sagas islandesas, publicada pela editora da UFPR.

De resto, só em inglês, onde tu acha toda essa literatura traduzida, e algumas outras línguas, como francês, alemão e espanhol.
 
Bom, serviu ao meu propósito, que é conhecer um pouquinho sobre as lendas para entender alguns outros livros, e eu gosto do jeito que eles escrevem. Enfim,não sou técnica em tradução, muito menos em mitologia.
 
"Bom, serviu ao meu propósito, que é conhecer um pouquinho sobre as lendas para entender alguns outros livros, e eu gosto do jeito que eles escrevem."

Não poderia ter dito melhor.
Outro tradutor, aqui. Eu tenho uma forte impressão muito boa dos livros. Há muito tempo adoro a cultura nórdica e já estou bastante familiar com os "textos-fontes" que são a base da mitologia nórdica (ambas Eddas, do Sturlusson, e parte dos primeiros nove livros do Gesta Danorum, do Saxo Gramaticus – mesma publicação onde tem a lenda Amleth, que William Shakespeare se baseou para recriar Hamlet, etc), além de adorar lendas proto-nórdicas e as Sagas Islandesas, Volsungs - base do Anel dos Nibelungos -, entre outras.
Passeando por este fórum, li a opinião de um usuário apresentado como tradutor que não é nada justa ou madura, levando em consideração o dia-a-dia, o verdadeiro trabalho de um tradutor (lembrando que, mesmo que os dois gaúchos também sejam tradutores, estes são dois trabalhos de adaptação, bem como era o trabalho de Shakespeare, de quem acabei de citar).

"[...] recontando-as com uma linguagem que nada tem a ver com a apresentada nos textos-fonte."
"O modo como eles apresentam as histórias e os personagens está longe de como os mesmos são retratados nos textos-fonte."


Posso pessoalmente garantir que a estrutura das histórias é a mesma. Sim, são muito mais fáceis de serem digeridas (se não fossem mais fáceis de serem digeridas imagino que não teriam alcançado o sucesso que alcançaram), mas ainda elas "tem a ver" – mais do que apenas muito "a ver".

E sobre o Anel dos Nibelungos, sinceramente, 99.9% dos brasileiros dormiriam durante uma ópera (eu incluso, após a primeira hora de teatro e cantoria, sendo que o total são quatro noites, com um total de quinze horas de ópera - boooring...). Achei excelente os autores terem transformado uma ópera wagneriana em algo que o público pode apreciar (basicamente, eles fizeram o pequeno milagre de criarem uma ponte entre a cultura das elites européias e o público brasileiro: um feito e tanto!).

Quem já tem ao menos um livro publicado (seja tradução, adaptação ou inteiramente próprio) sabe como se trabalha. Há escolhas a se fazer. Tomamos decisões que influenciam o público que irá apreciar o que escrevemos. O seguinte me pareceu um pensamento mais maduro:

"[...] achei uma alternativa viável frente a dificuldade de ouvir a ópera ou encontrar os filmes do Fritz Lang".

Aqueles que tentaram publicar obras complexas agradaram apenas alguns poucos acadêmicos, e não tiveram um impacto real no mundo - meu palpite é que os autores preferem uma gama de leitores muito mais abrangente, e isso vem a custo de trazer simplicidade à obra (sendo a simplificação uma habilidade e arte extremamente preciosa e digna de admiração em si).

"Tradutores da wikipédia" e "nitpickers" não entendem isso. Falando em wikipédia, meu nome *ainda* não está lá :D. ...por isso, me despeço para voltar a escrever meus livros e fazer o que posso pra alcançar o meu sucesso. :winner: :joy:

Enfim, passo a palavra para os gigantes falarem por mim:

"One mustn't criticize other people on grounds where he can't stand perpendicular himself" - Mark Twain

"Any fool can criticize, condemn and complain and most fools do." - Benjamin Franklin

...e assim falaram os gigantes.
 
Rob. Oswaldo disse:
Passeando por este fórum, li a opinião de um usuário apresentado como tradutor que não é nada justa ou madura, levando em consideração o dia-a-dia, o verdadeiro trabalho de um tradutor (lembrando que, mesmo que os dois gaúchos também sejam tradutores, estes são dois trabalhos de adaptação, bem como era o trabalho de Shakespeare, de quem acabei de citar).

Não critiquei as obras como traduções, o que faz com que a tua observação sobre o "dia-a-dia, o verdadeiro trabalho de um tradutor" não faça o menor sentido, pois eu sou de fato um tradutor e sei como é a rotina, e essa rotina não se aplica aqui porque os autores não estavam traduzindo nenhuma das obras originais. Critiquei as obras como textos originais que são. E como textos originais deixam a desejar em qualidade ainda assim. Não é porque fizeram uma adaptação que a obra automaticamente tem algum mérito inerente e é à prova de falhas.

"[...] recontando-as com uma linguagem que nada tem a ver com a apresentada nos textos-fonte."
"O modo como eles apresentam as histórias e os personagens está longe de como os mesmos são retratados nos textos-fonte."


Posso pessoalmente garantir que a estrutura das histórias é a mesma. Sim, são muito mais fáceis de serem digeridas (se não fossem mais fáceis de serem digeridas imagino que não teriam alcançado o sucesso que alcançaram), mas ainda elas "tem a ver" – mais do que apenas muito "a ver".

A estrutura das histórias obviamente tem que ser a mesma, pelo menos na maior parte: os eventos descritos nela têm que ocorrer da mesma forma, os mesmos personagens aparecer, etc. Do contrário, não seriam as mesmas histórias, mas histórias novas (e nem sequer adaptações) particulares dos autores, tal como os vampiros da série Crepúsculo (só para ficar num exemplo recente e famoso) são uma versão da autora para o modelo de vampiro clássico, que tem como maior exemplo o Drácula.

A estrutura é a mesma, mas a linguagem certamente não é, como é possível constatar lendo qualquer uma das obras originais em que (acredito) se baseou a adaptação. O tom adotado pelos autores vai para aquele lado engraçadinho das matérias da revista Superinteressante, diametralmente oposto ao tom das obras originais que, mesmo quando relatam algum evento que possa soar cômico (como as peripécias de Thor entre os gigantes), elas o fazem dentro de um estilo de linguagem que não destoa do aspecto geral do texto, ou seja, os eventos acabam sendo cômicos quase que furtuitamente como consequência das ações realizadas pelos personagens (humor não-intencional), coisa que é diferente de se escrever um texto já querendo que ele soe engraçado.

Novamente, quem gosta desse tipo de literatura que mastiga os originais para que sejam melhor digeridos tem mais é que ler essas obras mesmo, ora. Apenas acho que é o tipo de obra que serve mais a um público infanto-juvenil que pode ter dificuldade com a linguagem das obras originais, o mesmo público que lê um Hamlet adaptado, por exemplo. Se a pessoa já tem capacidade para ler o texto integral, deveria mais é lê-lo, pois a diferença de qualidade é gritante, obviamente. Mas se a pessoa acha que ainda não consegue fazer isso ou se a preguiça fala mais alto, aí não há nada que possa ser feito.
 

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