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A origem dos orcs!

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A Origem dos Orcs
por Ingrid 'Varda' Seelander (iseelaender@yahoo.com)

“É, porém, considerado verdadeiro pelos sábios de Eressëa que todos aqueles quendi que caíram nas mãos de Melkor antes da destruição de Utumno foram lá aprisionados e, por lentas artes de crueldade, corrompidos e escravizados; e assim Melkor gerou a horrenda raça dos orcs, por inveja dos elfos e em imitação a eles, de quem eles mais tarde se tornaram os piores inimigos.”

Esta é a versão para a origem dos orcs mais conhecida dos leitores. Contudo, Tolkien não nos dá uma versão definitiva, e nas suas cartas e textos mostra que ele próprio não tinha certeza sobre o tema.

Para a origem dos orcs, podemos discutir diversas possibilidades. A começar pela pergunta: será que Melkor é o criador dos orcs?

Barbárvore, no Senhor dos Anéis, diz que “... os trolls são apenas imitações, feitas pelo Inimigo na Grande Escuridão, à semelhança dos ents, como os orcs foram feitos à semelhança dos elfos”.

Tolkien, numa de suas cartas, afirma que Barbárvore, nesse caso, está errrado! Segundo a carta, Barbárvore não passaria de um personagem da saga. E ele, além disso, apesar de sua grande memória e conhecimento, não era um dos Sábios, havendo muito que desconhecia ou não entendia. Portanto, Melkor não teria criado os orcs. Mas por quê?

Pelas concepções de Tolkien, bastante semelhantes às de santo Agostinho, Eru é o Criador, é bondade pura e fonte de todo bem. O mal não provém dele, mas do mau uso do livre-arbítrio – a Chama Imperecível. Na realidade, para Tolkien não existiria o mal, apenas a ausência do bem – a ausência de Eru. O mal seria apenas isso: a ausência de Eru. E porque é negativo, ausência, e não positivo, ser, o mal não poderia criar nada. Assim, lemos em O Silmarillion que “...nada que tivesse vida própria, nem aparência de vida, Melkor jamais poderia criar desde sua rebelião no Ainulindalë antes do Início”. E os orcs eram criatura vivas, e não apenas simulações de vida. Portanto, podemos descartar a opção de Melkor como criador e nos perguntar se os orcs seriam deturpações dos Filhos de Eru.

A idéia de que orcs são elfos corrompidos, devida ao texto de O Silmarillion citado acima, é amplamente conhecida e aceita. Mas devemos atentar para o fato de que essa é a opinião dos sábios élficos, e não necessariamente a verdade. Christopher Tolkien, numa das notas aos Contos Inacabados, escreve: “Em O Silmarillion diz-se que os orcs foram criados por Melkor a partir de elfos aprisionados no princípio do seu tempo; mas isso era apenas uma de diversas especulações acerca da origem dos orcs”.

Tolkien ter escrito que os sábios de Eressëa acreditavam e não ter simplesmente estabelecido isso, não indica a verdade ou falsidade do fato. Essa construção poderia ser um recurso estilístico. E Tolkien poderia estar desejando dar veracidade ao fato, já que os sábios élficos eram os mais sábios entre todos os seres da Terra-média. A nota de Christopher Tolkien, assim como as cartas de Tolkien sobre o assunto e textos encontrados nos The History of Middle-earth, demonstram que não podemos ter certeza.

A idéia de orcs como elfos corrompidos porém, tem alguns problemas. Primeiramente, temos que nos lembrar do destino final dos fëar (‘almas’ em élfico) dos elfos e seres humanos. O destino dos fëar dos elfos, após sua morte, são os Salões de Mandos, na ilha de Aman, donde, posteriormente, eles poderiam eventualmente voltar à Terra-média. Dos fëar humanos é dito que, após uma breve estada nos Salões de Mandos, separados dos salões dos elfos, iriam para algum destino desconhecido.

Morgoth, apesar de seu grande poder, não poderia alterar o destino final dos fëar dos elfos e homens, ou qualquer um dos outros valar. Para isso é necessária a intervenção direta de Eru, como no caso dos meio-elfos, a quem Eru deu a escolha entre um e outro destino, ser humano ou élfico. Bem, se os orcs são elfos corrompidos, e os fëar élficos vão para Aman, isso significa que a terra de Valinor, a Terra Abençoada, a Terra Sem Mácula, onde nada se corrompe, estaria bastante povoada de fëar órquicos, já que os elfos, após corrompidos em orcs, ao morrerem iriam para Aman. Esta é uma contradição terrível: a Terra Sem Mácula maculada por elfos corrompidos…

Consideramos que isso torna a idéia de orcs como elfos corrompidos muito difícil de crer. Pois os orcs não seriam apenas corrompidos, mas absolutamente corrompidos. Nenhum orc era capaz de fazer o bem, nenhum orc estava com Eru. Fëar corrompidos em Valinor seria uma vitória de Melkor, que teria levado o mal à Aman. Como crer que tais fëar pudessem ir para Valinor ?
Há alguns que defendem que os orcs poderiam ser elfos cujos fëar tivessem abandonado seus hröar (‘corpos’, em élfico), devido ao sofrimento. Os orcs seriam então hröar sem fëa, mantidos vivos pelos poderes do Necromante, que é como Sauron foi nomeado quando estava em Dol Guldur, indicando talvez seu poder de manipulação dos mortos. Mas é dito em Morgoth’s Ring (The History of Middle-earth 10) que existe uma união entre o fëa e o hröa, feita por Eru, completada no momento da concepção e que “nenhuma pessoa viva [encarnada] pode existir sem um fëa, nem sem um hröa”. Um fëa que escolhesse não voltar a vida “não poderia operar em Arda, ou comunicar-se com os fëar dos Vivos”. Mas poderia o hröa continuar a existir sem o fëa? Difícil, todas as coisas materiais na Terra-média estavam sujeitas à rápida decomposição e somente em Aman não havia deterioração.

E é dito em O Silmarillion que “os orcs tinham vida e se multiplicavam da mesma maneira que os Filhos de Ilúvatar”. Portanto, como os orcs poderiam ser hröar sem fëar? Como um corpo, cuja essência tivesse sido retirada, continuaria a viver e a procriar? Um filho de elfo, mesmo corrompido e sem fëa, sempre será um elfo.

Além de que a criação de vida, pela concepção, também é um ato de Eru. A corrupção dos hröar nunca poderia criar nova vida.

Podemos então, procurar outra forma de vida que pudesse ter sido corrompida. Os homens são uma boa possibilidade. Os fëar humanos não estão, como os élficos, presos a Arda, e vão para um destino desconhecido. Entre os homens encontramos diversas das características dos orcs (apesar de encontrarmos também as mesmas qualidades dos elfos), como a inveja, a mentira, a traição...

Sabemos que no início da história dos homens, eles estavam sob o domínio de Morgoth. No encontro de Finrod e Bëor, em O Silmarillion, este diz que atrás deles estão as trevas a que eles deram as costas, a procura do oeste e da Luz. A queda do homem, sua submissão ao mal, tomando Morgoth como Senhor, segundo o texto “Tale of Adanel” (Morgoth’s Ring, The History of Middle Earth 10), teria acontecido antes que qualquer homem ainda tivesse morrido. E no final do texto, é dito que “nossos fëar (almas) negaram sua própria natureza e tornaram-se negras, enfraquecidas e quase até à morte. E devido à grande fraqueza de nossos fëar, nossos hröar (corpo/matéria) perderam a vitalidade e ficaram abertos a todos os males e desordens do mundo.” Portanto, antes que os elfos os encontrassem e os ensinassem sobre Eru, os homens estavam dominados por Morgoth e Sauron. E poderiam ter sido usados para a criação dos orcs.

No texto “Myths Transformed” (Morgoth’s Ring, The History of Middle Earth 10), Christopher Tolkien escreveu que: “Essa parece então ter sido a visão final de meu pai sobre a questão: orcs foram criados a partir dos homens, se a concepção dos orcs na mente de Melkor aconteceu na noite dos tempos, foi Sauron que, durante os anos de cativeiro de Melkor em Aman, trouxe, à vida, os exércitos negros que estavam disponíveis a seu Senhor quando este retornou.”

Isso poderia representar um ponto final nas discussões. Mas não consideramos assim. Pois essa é a opinião de Christopher e não do seu pai. Além disso, essa origem tem em si alguns problemas para se adequar ao mito.

Pois é dito que os homens acordaram ao primeiro nascer do Sol, fato que ocorreu após sete viagens da Lua, momento em que os noldor que atravessaram Helcaraxë chegaram à Terra-média. Contudo, antes disso, Fëanor já havia chegado às Terras de Fora, e já haviam começado as guerras entre os elfos e os orcs. Como poderiam existir orcs originados dos homens se estes ainda não haviam acordado?

O que podemos dizer é que os homens já haviam acordado. E podemos sugerir que, afirmar que o momento em que os homens acordaram foi ao nascer do primeiro Sol, assim como falar que o momento em que os elfos acordaram foi quando Varda encerrou seu trabalho de criação das estrelas, são formas poéticas. Pois os elfos sempre procuraram a beleza em seus textos. E nem mesmo os valar sabiam do momento exato em que ocorreria o acordar dos Filhos de Ilúvatar.

Novamente citando o encontro de Finrod e Bëor, ficamos sabendo que os homens sabem muito pouco sobre sua história inicial, havendo um grande silêncio sobre seu passado. “Atrás de nós, ficam as trevas”, diz Bëor. Nesse mesmo sentido encontramos o diálogo ente Finrod e Andreth (The History of Middle-earth 10). Ela fala da “escuridão que está agora confinada no Norte... Mas que uma vez jazeu sobre toda a Terra-média, enquanto vivíeis em vosso contentamento”.

Em ambos os textos, vemos o elemento da escuridão. Podemos entendê-lo como uma escuridão interior, devida ao domínio do Senhor do Escuro sobre eles. Mas podemos também entender a escuridão literalmente. Homens acordados antes do nascer do Sol, vivendo na noite sem fim, aterrorizados por Morgoth e suas criaturas, enquanto os elfos viviam em Valinor junto à luz das Duas Árvores.

Contudo, apesar da idéia dos homens originarem os orcs ser um forte argumento, a proposição sobre a cronologia fica um pouco prejudicada. Na verdade estamos distorcendo a história ao dizer que o nascer do sol é apenas um momento simbólico para o acordar dos homens.

Abandonando a opção de corrupção, ficamos com a possibilidade dos orcs terem sido criados durante a Grande Música, pelo poder de subcriação dos ainur vindo da potência de Eru.

Não encontramos nenhuma alusão direta para confirmar essa tese em O Senhor dos Anéis, Contos Inacabados ou O Silmarillion. Mas lendo “The Earliest Silmarillion” (The Shaping of Middle-earth -The History of Middle-earth 4), encontramos: “As Terras de Fora estavam nas trevas. O crescimento dos seres tinha cessado após Morgoth ter destruído as lamparinas. Havia florestas de escuridão, de teixos, abetos e heras. Oromë algumas vezes caçava, mas no norte Morgoth e suas crias demoníacas (balrogs) e os orcs (‘goblins’, também chamados de Glamhoth ou povo do ódio) dominavam. Bridhil [Varda] viu o escuro e começou a trabalhar, e tomando toda a luz armazenada de Silpion (a árvore branca) ela fez as estrelas e as espalhou. No momento em que as estrelas foram feitas, os filhos da Terra – os Eldar (ou elfos) – acordaram”.

Então havia orcs, mesmo antes do acordar dos elfos.

Pode-se argumentar que esses orcs não eram a espécie de orcs que conhecemos. Parece que os elfos só se depararam com os primeiros desses orcs após terem sido encontrados por Oromë, depois que Morgoth foi levado cativo à Valinor derrotado na guerra contra os valar. Tolkien, numa nota em Morgoth’s Ring, escreve que “os Quendi nunca tinham encontrado um Orc desse tipo antes de terem sido encontrados por Oromë”. A etimologia da palavra “orc” (“ork/orko” em quenya, “orch” em sindarin”) vem de “urko” (raiz ÓROK), denotando qualquer coisa que causa medo ou horror (“Myths Transformed”, Morgoth’s Ring). Diz Tolkien que “algumas dessas coisas podem ter sido ilusões e fantasmas, mas algumas eram, sem dúvida, formas tomadas pelos servos de Melkor imitando e degradando as formas verdadeiras dos Filhos de Ilúvatar. Pois, Melkor tinha sob seu serviço um grande número de maiar, que tinham o poder, como seu mestre, de tomarem formas visíveis e tangíveis em Arda”. E numa nota, Tolkien diz que “Melkor tinha corrompido muitos espíritos – alguns poderosos como Sauron, outros menores como os balrogs. Estes poderiam ter sido os orcs primitivos”.

Mas o fato dos elfos não terem encontrados os orcs não indica que eles não existiam.

Outro trecho que encontramos no “Ainulindalë” do The Lost Road – The History of Middle-earth 5 diz que “Melko por algum tempo vagou sozinho... Poucos da raça divina foram até ele, e dos Filhos de Ilúvatar nenhum o seguiu, só foram como escravos, e os que o acompanhavam eram de sua própria obra: os orcs e demônios que por muito tempo perturbaram a terra, atormentando homens e elfos”. Portanto, elfos e homens, os Filhos de Ilúvatar, não pertenciam às hostes de Melkor, e não devem ser confundidos com os seus companheiros – os orcs não seriam então originados nem de elfos ou homens, tendo sido criados por Melkor.

Mas como poderia Melkor ter criado alguma coisa?

Sabemos que todos os poderes de criação são de Eru. E que Eru deu aos ainur a capacidade de subcriação, isto é, eles poderiam também criar usando os poderes de Eru. E Melkor era um ainu, o mais poderoso dentre eles. Se prestarmos atenção às palavras de Tolkien, vemos que “Melkor jamais poderia criar desde sua rebelião no Ainulindalë antes do Início [grifo meu]”. Mas antes da rebelião, no momento em que Arda estava sendo criada, durante a Grande Música, Melkor ainda possuía seus poderes.

Vamos analisar a Grande Música em O Silmarillion.

No início, Eru dá aos ainur temas musicais, que cantam sozinhos ou em pequenos grupos, enquanto os outros ouvem, pois cada um compreende apenas sua parte, a parte da mente de Ilúvatar da qual se originara. Com o passar do tempo, eles começam a ter uma compreensão mais profunda, e então Eru os reúne e lhes indica um tema que eles adornam ao seu estilo, pois possuíam a Chama Imperecível. Com o desenrolar da Grande Música, contudo, Melkor começa a entremear o tema de Eru com os seus próprios, e surge uma dissonância. O que estaria Melkor criando nesse momento? O que a dissonância poderia estar causando à Criação? Podemos apenas supor. Mas essa dissonância cresceu, e “as melodias que haviam sido ouvidas antes soçobraram num mar de sons turbulentos”. Ergueu-se Ilúvatar, e levantou a mão esquerda. “E um novo tema surgiu em meio à tormenta, semelhante ao tema anterior e ao mesmo tempo diferente, e ganhava força e apresentava uma nova beleza. Mas a dissonância de Melkor cresceu em tumulto e o enfrentou. Mais uma vez houve uma guerra sonora, mais violenta que a anterior”. Podemos imaginar as lutas entre Melkor e os valar na formação de Arda, seguindo o padrão da música.

“Ergueu-se então novamente Ilúvatar, e os ainur perceberam que sua expressão era severa. Ele levantou a mão direita, e vejam! Um terceiro tema cresceu em meio a confusão, diferente dos outros. Pois, de início parecia terno e doce, um singelo murmúrio de sons suaves em melodias delicadas; mas ele não podia ser subjugado e acumulava poder e profundidade. E afinal pareceu haver duas músicas evoluindo ao mesmo tempo”, uma profunda, triste e bela, outra fútil e barulhenta. Então Ilúvatar ergueu as duas mãos, a música cessou, e ele mostrou aos ainur sua criação, pois “nenhum tema pode ser tocado sem ter em mim sua fonte mais remota, nem ninguém pode alterar a música contra a minha vontade. E aquele que tentar, provará não ser senão meu instrumento na invenção de coisas ainda mais fantásticas, que ele próprio nunca imaginou.”

E no terceiro tema os Filhos de Ilúvatar foram criados. Os elfos foram criados primeiro, os Primogênitos. Depois foram criados os homens, com a estranha dádiva da insatisfação e da liberdade. E entre eles, podemos ver os orcs, que foram concebidos na dissonância, em imitação aos Primogênitos. E podemos considerar a criação dos homens como o fator decisivo na luta entre os ainur e Melkor. Pois os homens são a raça que está sempre em contradição consigo mesma, lutando tanto ao lado dos valar quanto de Morgoth. E que faz com que, na Grande Música, o terceiro tema de Ilúvatar seja vitorioso.

Os orcs foram realmente criados pela malícia de Melkor, em escárnio aos Filhos de Ilúvatar. E não podem ser chamados de Filhos de Eru por não terem sido criados no terceiro tema, mas na dissonância de Melkor. E também por não terem fëa. Pois como escreve Tolkien, “acho que deve-se assumir que ‘falar’ não é necessariamente o sinal de posse de uma ‘alma racional’ ou fëa”, assim os animais e os dragões também não a possuem. Orcs não têm fëa, nenhuma alma a ser salva no final dos tempos. São somente “bestas de forma humana [para zombar dos homens e dos elfos], são deliberadamente pervertidos”.

Assim, os orcs podem ser realmente considerados da maneira como são chamados, os Filhos de Melkor, Melkorohíni.

Fontes:
-Tolkien, J.R.R, O Silmarillion. Marins Fontes Editora.
-Tolkien, J.R.R, Contos Inacabados.Editora Europa-América.
-Tolkien, J.R.R, Letters, traduções minhas.
-Tolkien, J.R.R, Coleção The History of Middle-earth, traduções minhas e do site Valinor (http://www.valinor.com.br)
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