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Lembram da última eleição em que os candidatos ficaram se degladiando dizendo quem fez o país crescer mais? E da discussão sobre a relação dívida/PIB? Ou sobre as metas de superávit primário? Pois bem, todos esses números estão prestes a mudar. No final do mês, o IBGE divulgará as novas variações do PIB brasileiro, desde 1995, primeiro ano do FHC.
"O PIB atual está baseado no Censo de 1985, com atividades atualizadas anualmente com pesquisas setoriais. Mas os novos agentes que passaram a atuar na economia nos últimos 22 anos, sobretudo empresas e organizações não-governamentais, ficaram de fora da medição da economia brasileira. As pesquisas anuais de serviços, indústria, comércio, construção civil, que passaram a ser feitas nesta década, estão sendo incorporadas ao cálculo da economia. Com mais detalhes, o IBGE vai abrir informações sobre 293 produtos (hoje são 80) e 149 atividades (43 atualmente).
E o Imposto de Renda também será importante informante. As informações do tributo permitirão criar uma nova classe de consumo na economia: a demanda das instituições não-mercantis. São as Igrejas, os clubes de futebol, as universidades filantrópicas, as organizações não-governamentais. Fundos de investimentos e serviços de informática entram na conta nova. Setores como a construção civil serão medidos com a realidade das empresas e não mais baseados apenas em índices.
No próximo dia 21 serão conhecidas as expansões definitivas do PIB de 2000 a 2005, além da série histórica – refeita pelo IBGE – desde 1995. E, no dia 28, uma revisão do PIB de 2006 – soma dos trimestres – e nova série de expansão trimestral desde 1990.
Os aluguéis, que representam cerca de 10% do PIB, passam a incorporar o tamanho e a localização dos imóveis. Hoje, o IBGE calcula o valor agregado dos aluguéis com base em preços e quantidade. O setor de telecomunicações terá um nome mais abrangente, com a contagem da produção de software, por exemplo. Será chamado de Serviços de Informática. Também muda completamente a contagem da administração pública e da produção do setor financeiro. Com cerca de 22% do PIB, as mudanças metodológicas nas duas atividades são citadas entre as mais importantes.
A parte administração pública – que se soma à educação e saúde no indicador de produção de governo – terá tratamento diferente. Até então, os cálculos eram feitos a partir do crescimento demográfico da população. Agora, será medida a depreciação dos ativos do governo, o que antes não entrava na conta. Outra novidade importante é que as remunerações do governo, antes corrigidas por índices de preços, serão medidas pelo crescimento do pessoal ocupado. Essas duas alterações deverão mexer com o resultado do governo, até então praticamente estável ao longo dos anos nas contas nacionais.
Os serviços financeiros também terão medição diferente a partir de agora. Até então receitas obtidas com spread bancário – diferença entre o que o banco paga e o valor pelo qual empresta o dinheiro – se perdiam dentro de um conjunto complexo chamado "dummy". Agora, será separado e distribuído pelos setores da economia. Assim, será possível medir como os ativos dos bancos se distribuem na economia. A receita obtida com serviços financeiros, como manutenção de conta corrente ou envio de talões de cheque, também será medida a partir de agora.
A medição da informalidade é mais uma novidade no PIB. Com a apropriação da Pesquisa da Economia Informal Urbana, o IBGE vai apurar melhor o peso do trabalho avulso na produção total do País. Até então, a economia informal, que representa cerca de 12% do PIB, era auferida apenas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). Agora, medirá também pelo ponto de vista das empresas. O Terceiro Setor também não foi esquecido e, deixando o consumo das famílias, ganha uma rubrica nova. Nesse indicador, ficarão reunidos a "produção" de Organizações Não-Governamentais (ONGs) e atividades do governo que não dão retorno.
Além da taxa de investimento, o IBGE pretende calcular também a taxa de poupança do País. Pela nomenclatura econômica, poupança é o que sobra da renda disponível depois de descontado o consumo. Dali se retira o investimento e o que sobra é a capacidade de financiamento da economia brasileira. O IBGE vai calcular qual é a taxa de poupança anualmente, além do tamanho da poupança dos brasileiros."
Ou seja, provavelmente, o PIB desses últimos 12 anos obteve crescimento maior. E maior ainda nesses últimos anos (nem a indústria naval, que sofreu um boom, era considerada). Com isso, cairá a relação dívida/PIB do Brasil, melhorando inclusive o perfil da dívida.
Agora é esperar os resultados!
"O PIB atual está baseado no Censo de 1985, com atividades atualizadas anualmente com pesquisas setoriais. Mas os novos agentes que passaram a atuar na economia nos últimos 22 anos, sobretudo empresas e organizações não-governamentais, ficaram de fora da medição da economia brasileira. As pesquisas anuais de serviços, indústria, comércio, construção civil, que passaram a ser feitas nesta década, estão sendo incorporadas ao cálculo da economia. Com mais detalhes, o IBGE vai abrir informações sobre 293 produtos (hoje são 80) e 149 atividades (43 atualmente).
E o Imposto de Renda também será importante informante. As informações do tributo permitirão criar uma nova classe de consumo na economia: a demanda das instituições não-mercantis. São as Igrejas, os clubes de futebol, as universidades filantrópicas, as organizações não-governamentais. Fundos de investimentos e serviços de informática entram na conta nova. Setores como a construção civil serão medidos com a realidade das empresas e não mais baseados apenas em índices.
No próximo dia 21 serão conhecidas as expansões definitivas do PIB de 2000 a 2005, além da série histórica – refeita pelo IBGE – desde 1995. E, no dia 28, uma revisão do PIB de 2006 – soma dos trimestres – e nova série de expansão trimestral desde 1990.
Os aluguéis, que representam cerca de 10% do PIB, passam a incorporar o tamanho e a localização dos imóveis. Hoje, o IBGE calcula o valor agregado dos aluguéis com base em preços e quantidade. O setor de telecomunicações terá um nome mais abrangente, com a contagem da produção de software, por exemplo. Será chamado de Serviços de Informática. Também muda completamente a contagem da administração pública e da produção do setor financeiro. Com cerca de 22% do PIB, as mudanças metodológicas nas duas atividades são citadas entre as mais importantes.
A parte administração pública – que se soma à educação e saúde no indicador de produção de governo – terá tratamento diferente. Até então, os cálculos eram feitos a partir do crescimento demográfico da população. Agora, será medida a depreciação dos ativos do governo, o que antes não entrava na conta. Outra novidade importante é que as remunerações do governo, antes corrigidas por índices de preços, serão medidas pelo crescimento do pessoal ocupado. Essas duas alterações deverão mexer com o resultado do governo, até então praticamente estável ao longo dos anos nas contas nacionais.
Os serviços financeiros também terão medição diferente a partir de agora. Até então receitas obtidas com spread bancário – diferença entre o que o banco paga e o valor pelo qual empresta o dinheiro – se perdiam dentro de um conjunto complexo chamado "dummy". Agora, será separado e distribuído pelos setores da economia. Assim, será possível medir como os ativos dos bancos se distribuem na economia. A receita obtida com serviços financeiros, como manutenção de conta corrente ou envio de talões de cheque, também será medida a partir de agora.
A medição da informalidade é mais uma novidade no PIB. Com a apropriação da Pesquisa da Economia Informal Urbana, o IBGE vai apurar melhor o peso do trabalho avulso na produção total do País. Até então, a economia informal, que representa cerca de 12% do PIB, era auferida apenas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). Agora, medirá também pelo ponto de vista das empresas. O Terceiro Setor também não foi esquecido e, deixando o consumo das famílias, ganha uma rubrica nova. Nesse indicador, ficarão reunidos a "produção" de Organizações Não-Governamentais (ONGs) e atividades do governo que não dão retorno.
Além da taxa de investimento, o IBGE pretende calcular também a taxa de poupança do País. Pela nomenclatura econômica, poupança é o que sobra da renda disponível depois de descontado o consumo. Dali se retira o investimento e o que sobra é a capacidade de financiamento da economia brasileira. O IBGE vai calcular qual é a taxa de poupança anualmente, além do tamanho da poupança dos brasileiros."
Ou seja, provavelmente, o PIB desses últimos 12 anos obteve crescimento maior. E maior ainda nesses últimos anos (nem a indústria naval, que sofreu um boom, era considerada). Com isso, cairá a relação dívida/PIB do Brasil, melhorando inclusive o perfil da dívida.
Agora é esperar os resultados!
