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Eleições 2014 A nova composição da Câmara dos Deputados

Fúria da cidade

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Ao todo, 28 partidos elegeram deputados federais. PT, PMDB e PSDB têm, em ordem decrescente, as três maiores bancadas. Veja a lista completa dos eleitos


O Congresso em Foco apresenta aqui em primeira mão a lista dos deputados federais eleitos no Distrito Federal e nos 26 estados brasileiros. Os resultados ainda estão sujeitos a alteração se candidatos com o registro atualmente negado pela Justiça eleitoral – como o ‘ficha suja’ Paulo Maluf (PP-SP) – conseguirem reverter essa decisão. Mas o quadro das candidaturas pendentes não tem possibilidade de alterar de maneira significativa a distribuição das cadeiras entre os partidos.
Os resultados eleitorais disponíveis mostram que o número de partidos com representação na Câmara – e, de tabela, no Congresso Nacional – aumentará de 22 para 28.

O PT, com 18 deputados a menos, foi o partido que mais perdeu parlamentares. Quem mais ganhou foi o PSDB, cuja bancada subiu de 44 para 55 integrantes.

Um aspecto importante é que vários ex-deputados federais voltarão ao Parlamento como o mais votado de seus respectivos estados. É o caso de Moroni Torgan (DEM-CE), Alberto Fraga (DEM-DF) e Celso Russomano (PRB-SP), o deputado federal mais votado no Brasil, com mais de 1,5 milhão de votos.

Outra peculiaridade da disputa para a Câmara é a grande votação alcançada por políticos conservadores, como Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Luiz Carlos Heinze (PP-RS), ambos os mais votados em seus estados.

Veja como é hoje e como ficará a composição partidária da Câmara dos Deputados a partir de 1o de fevereiro, data de início da nova legislatura.

Partido – Número atual de deputados – Total de eleitos

PT – 88 – 70
PMDB – 71 – 66
PSDB – 44 – 55
PP – 40 – 37
PSD – 45 – 38
PR – 32 – 34
PSB – 24 – 34
PTB – 18 – 26
DEM – 28 – 22
PRB – 10 – 20
PDT – 18 – 19
SD – 22 – 15
PSC – 12 – 12
Pros – 20 – 11
PPS – 6 – 10
PCdoB – 15 – 9
PV – 8 – 8
PSOL – 3 – 5
PHS – nenhum – 4
PEN – 1 – 3
PMN – 3 – 3
PTN – nenhum – 3
PRP – 2 – 2
PTC – nenhum – 2
PSDC – nenhum – 2
PRTB – nenhum – 1
PSL – nenhum – 1
PTdoB – 3 – 1

fonte

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PT apanhou nessa eleiçao, e os tucanos recuperaram uma força que vinham perdendo há 8 anos.
 
Pois é tá todo mundo preocupado só com a eleição majoritária, mas essa nova composição dará mais trabalho pra Dilma caso se reeleja já que perdeu cadeiras importantes e de quebra vai ter negociar com mais 6 novos partidos.
 
O ideal seria o PT cair pra 44 e o PMDB pra 30. Mas só de terem tido uma redução significativa já foi bom.
Só quero ver o que esse pessoal eleito pela Marina e pelo Eduardo Campos vai fazer. Eles tão com uma presença relevante, e podem ter um papel importante.
 
Levantamento mostra aumento de militares, religiosos, ruralistas e outros segmentos moderados

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Brasília. Apesar das manifestações de junho de 2013 – carregadas com o simbolismo de um movimento popular por renovação política e avanço nos direitos sociais – o resultado das eleições do último domingo revelou uma guinada em outra direção. Parlamentares conservadores se consolidaram como maioria na eleição da Câmara, de acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).

O aumento de militares, religiosos, ruralistas e outros segmentos mais identificados com o conservadorismo refletem, segundo o diretor do Diap, Antônio Augusto Queiroz, esse novo status. “O novo Congresso é, seguramente, o mais conservador do período pós-1964”, afirma. “As pessoas não sabem o que fazem as instituições, e se você não tem esse domínio, é trágico”, avalia.

Ele acredita que a tensão criada pelo debate de pautas como a legalização do casamento gay e a descriminalização do aborto deve se acirrar no Congresso, agora com menos influência de mediadores tradicionais, que não conseguiram de reeleger. “No caso da Câmara, muitos dos parlamentares que cuidavam da articulação (para evitar tensões) não estarão na próxima legislatura. Algo como 40% da “elite” do Congresso não estará na próxima legislatura, seja porque não conseguiu se reeleger ou disputou outros cargos. Houve uma guinada muito grande na direção do conservadorismo”, diz Queiroz.

O levantamento do Diap mostra que o número de deputados ligados a causas sociais caiu, drasticamente, embora os números totais ainda estejam sendo calculados. A proporção da frente sindical também foi reduzida quase à metade: de 83 para 46 parlamentares. Junto com a redução desses grupos, o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a descriminalização das drogas – temas que permearam os debates no primeiro turno da disputa presidencial – têm poucas chances de serem abordados pelo Congresso eleito, que tomará posse em fevereiro de 2015.

“Posso afirmar com segurança que houve retrocesso em relação a essas pautas. Se no atual Congresso houve dificuldade para que elas prosperassem, no próximo isso será muito mais ampliado. Houve uma redução de quem defendia essa pauta no Parlamento e praticamente dobrou (o número de) quem é contra”, explica o diretor.

Parte consistente do conservadorismo, segundo Queiroz, virá da bancada evangélica. Ele estima que o número de religiosos desta corrente deve crescer em relação aos 70 deputados eleitos em 2010. “A bancada evangélica vai ficar um pouquinho maior, mas com uma diferença: nomes de maior peso dentro das igrejas para melhor coordenar e articular os interesses desse segmento junto ao Congresso”, diz. Entre essas lideranças, o Diap já identificou 40 bispos e pastores.

Fonte: http://www.otempo.com.br/capa/política/congresso-mais-conservador-1.928082
 
Inicialmente, eu tinha me animado com o fato do PSOL ter conseguido levar mais dois deputados para a Câmara.
No entanto, pelo que estou vendo, o novo deputado do PSOL pelo RJ está causando um grande desconforto entre os quadros do partido e a militância.
O Cabo Daciolo foi uma das lideranças da greve dos bombeiros em 2011, que confrontou o Governo Cabral.
Bom, eu não sabia muita coisa... mas estava animado com a perspectiva de ter um militar identificado à esquerda e às bandeiras do partido na Câmara. Até que, pra entornar o mingau, vi o seguinte comentário do Milton Temer:

"Lamentavelmente, ele é mais um produto das idas e vindas de Janira. A outrora combativa cabeça de esquerda, hoje é uma militante pentecostal, no que se alinha com o cabo bombeiro. Paradoxalmente, o PSTU vem louvar sua eleição, colmo afirmação de vitória na "luta de classes". Ouvi isso da voz de Cyro Garcia - sobre o qual ninguém tem dúvidas quanto aos princípios progressistas que defende - em entrevista no Faixa Livre. Minha posição não é desprezar e dar por perdido o mandato de Daciolo. Mas, sim,. confiar no peso político da nova bancada do PSOL para fazer com que em sua prática prevaleça um lado positivo de sua ação social corajosa, e não sua visão exclusivamente corporativa e religiosa. Se não der, que sirva de lição para novas filiações."

Fui averiguar mais de perto. Realmente, não achei nem um traço no discurso do cara que me permita dizer: isso é Psol. Discurso corporativista vazio, entre louvores e mais louvores à la Teologia da Prosperidade. Do tipo "Deus vai fazer um milagre na minha vida! Deus vai me abençoar e me dar o que quero" = no caso, o cargo de Governador do estado do Rio de Janeiro. É sério. Ele disse isso com todas as letras em uma entrevista esdrúxula que saiu por esses dias com o título "O Psol de Cristo".
Além disso, há registros de que ele disse estar no PSOL pela Janira e não pelo partido. Na página do cara no facebook é possível ver a desconfiança da militância que cobra posicionamentos. As notícias estamparam que foi uma surpresa para o PSOL - mas, do que estou percebendo, o partido tomou isso como uma má surpresa. Esperavam que a votação expressiva de Chico Alencar e Jean Wyllys ajudasse a eleger um Renato Cinco... e não o Cabo Daciolo.

Bom... é esperar pra ver como se dará o entrosamento dele com a bancada do PSOL. Mas as contradições estão colocadas...
 
O Congresso não ficou pior. Apenas está mais parecido com o Brasil

Foi interessante ver as reações do day after eleitoral. Vi colegas passando por uma genuína depressão profunda ao constatarem a eleição de um Congresso com perfil mais conservador que a atual legislatura.

Alguns culparam as Jornadas de Junho, FHC, Lula, o Papa Francisco, a falta de água crônica em São Paulo, o alinhamento dos planetas, o Pikachu e o Manoel Carlos pelo ocorrido.

Os mais desesperados, que procuravam uma razão, esqueceram, contudo, de algo bem simples: o Brasil é conservador. Nada mais racional, portanto, que o Congresso Nacional traduza essa condição.

Mas, então, por que só agora isso? Bem, alguns chutes educados:

1) Os movimentos sociais e organizações da sociedade civil de caráter mais progressista sempre empurraram o Congresso Nacional para que ele fosse menos conservador do que a população do país.

Em outras palavras, a força da mobilização e da organização desses grupos na política nacional conseguia fazer com que esse descompasso acontecesse.

Boa parte desse pessoal, contudo, conta ou contava com relações com o Partido dos Trabalhadores e, na minha opinião, enfraqueceram ao fazer parte de sua base de apoio por várias razões – do “menos pior'' ao “cargo amigo''.

Além disso, houve um afastamento dos militantes tradicionais desses movimentos sociais ou mesmo de partidos políticos com o distanciamento do governo federal com pautas tradicionais da esquerda.

A militante lá no Largo do Campo Limpo que fazia campanha nas eleições de 2002 era uma moradora do bairro, participante de um movimento por moradia. No último domingo, foi substituída por uma pessoa contratada pelo partido no poder para distribuir santinho.

2) Há um intenso desgaste com a atuação média de representantes sindicais que estavam no Parlamento, independentemente de partido. Não é que o motor capital-trabalho tenha deixado de empurrar a História, muito pelo contrário. Mas parte das pessoas que clamam para si a autoridade de falar pelos trabalhadores há muito só falam por interesses corporativistas (na melhor das hipóteses) ou por si mesmas, na maioria das vezes. Muitos deles nem participaram de ações importantes, como a aprovação da PEC do Trabalho Escravo ou a campanha contra a ampliação da terceirização legal. Enfim, quem disse que sindicalista é obrigatoriamente progressista precisa de um chazinho calmante.

3) As narrativas da violência urbana, que já existiam, circularam com mais força graças não apenas às redes sociais, mas também a determinadas pessoas que se dizem jornalistas mas, na verdade, espalham o ódio e o terror na TV (lembrando, é claro, que a mídia pode funcionar como partido político). A situação da segurança pública é ruim mas, acredite: não raro, a espiral do vale-tudo pela audiência do jornalismo faz ela parecer o rascunho do mapa do inferno.

Há soluções mais efetivas do que a redução da maioridade penal (usada para atacar a “causa'' do problema quando, na verdade, nem resvala na “consequência''). Contudo, mandar a criançada para o xilindró é um discurso facilmente deglutível – tanto que pesquisas mostram 93% da população a favor dele. Usar e abusar desse discurso, bem como o da repressão policial, ajudou a elevar o número de pessoas eleitas que surfaram no medo da população, aumentando a Bancada da Bala.

4) O número de parlamentares evangélicos cresceu porque tinha que crescer mesmo. Havia uma subrepresentação desses grupos, organizados em uma série de igrejas com pontos de vista diferentes. Eles não formam um movimento coeso como a Frente Parlamentar da Agropecuária (que cresceu junto com a força econômica do agronegócio no país). Pelo contrário: há gente que se detesta de ódio mortal entre eles. E, ao contrário do que pregam críticos inconsequentes, nem todos são reacionários.

5) Por fim, há uma desmotivação muito grande com a democracia representativa tradicional. Se consideramos brancos, nulos e a abstenção, o “Ninguém'' ficou em segundo colocado no primeiro turno da eleição presidencial.

Isso vale tanto para jovens que estão cheios de gás para “mudar o mundo'' quanto para militantes, ativistas e figuras proeminentes da esquerda brasileira. Pessoas que, em outras épocas, aceitariam candidatar-se ao Parlamento para serem puxadoras de votos. Hoje, muitas querem distância. Tem medo de pegar tétano se chegarem muito perto.

A democracia, vale lembrar, não é um regime em que a vontade da maioria passa feito um rolo compressor, mas em que essa vontade é efetivada desde que respeite a dignidade das minorias. E, a trancos e barrancos, fomos conseguindo avançar em muitas pautas, apesar de tantos retrocessos.

Mas esse descompasso entre o “Brasil real'' e o “Brasil no parlamento'' parece ter se reduzido nesta eleição por conta desses elementos que elenquei e de uma série de outros que ainda teremos que analisar.

Há boas pessoas que fazem um bom trabalho, independente do partido, sejam elas conservadoras ou progressistas. Pessoas que estão no parlamento e honram a função que exercem e outras disputando pela primeira vez, cheias de ideias. Algumas foram eleitas e reeleitas, outras ficaram de fora. Faz parte do jogo.

Meu receio é que a maioria queira agir como maioria idiota, passando por cima das (poucas) conquistas obtidas a duras pequenas para preservar as minorias. Para isso, será mais do que nunca a participação da população e de organizações e movimentos sociais. Ou seja, talvez um efeito colateral de tudo isso seja, por necessidade, fortalecer a atuação sociedade civil.

Como já disse aqui, de certa forma, o Congresso é o reflexo da população no que diz respeito à visão de mundo e ação diante desse mundo. Talvez não daquilo que ela gostaria de ser, mas daquilo que ela efetivamente é.

Enfim, com o resultado dessas eleições, não é que o Congresso ficou pior. Ele apenas está mais parecido com o Brasil.
 
Sei lá, teve uma parcela razoável numa pesquisa aí que se mostrou favorável ao casamento gay. Acho que falta articulação dos grupos interessados. Teve algum deputado eleito em SP que defende os interesses dos gays? Não é possível que no Sul nenhum candidato mais progressista (não falei gay, reparem) tenha se eleito.
 

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