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A mosca

ricardo campos

Debochado!
In Memoriam
“Não, não é conto. Sou apenas um sujeito que escuta algumas vezes, que outras não escuta, e vai passando” (do conto “Flor, telefone, moça”) Carlos Drummond de Andrade.



A mosca pousou na borda do copo. Talvez quisesse adoçar um pouco seu voo solitário. Aquele domingo passava lentamente, e até então, apenas os insetos insignificantes quebravam a lenta rotina matinal. Uma mosca pode ir e vir, voar e sonhar, mas nunca beber exageradamente um gole de café servido numa xícara sem alças.
Sei que as baratas, invejam as moscas, porque essas meninas varejeiras podem voar à longas distâncias sem serem importunadas pelas lambidas de uma sandália assassina. Apenas mãos hábeis conseguem pegar uma mosca em pleno voo.
Algumas fazem workshop na lixeira aberta, outras, preferem a solidão e um café morno ou frio. Nasceram para viver fortes emoções e aventurar todas as horas de sua breve vida.
A mosca sequer foi convidada para o almoço, mas espera assim mesmo, dentro da cozinha. Deve estar se lamentando por não poder comer umas migalhas de pão — não sobrou nada. Enfim, as moscas, estão aí, servindo-se de um banquete de aromas e sabores, e nem precisa ser tão refinado; apenas farto.


Fim


Ricardo Campos
Não é caçador de moscas, e muito menos, controlador de voo no aeroporto de Confins...
 
As formigas já conseguiram seu filme. E fizeram sua revolução. Os ratos conseguiram fazer seu filme. Muitos protagonistas animados. Até as baratas também conseguiram seu papel de heroínas nas telas.

E a mosca? Só me lembro de um monstro dos anos 80.
 
Abaixo um trecho do conto de Katherine Mansfield chamado “A Mosca”, retirado do livro “Para ler como um escritor”, da crítica literária Francine Prose:

O chefe pegou uma caneta, tirou a mosca do tinteiro e jogou-a num pedaço de mata-borrão. Por uma fração de segundos ela ficou imóvel na mancha escura que se espalhava à sua volta. Depois as patas dianteiras agitaram-se, firmaram-se, e, erguendo seu corpinho encharcado, ela deu início à imensa tarefa de limpar a tinta de suas asas. Por cima e por baixo, por cima e por baixo, uma pata passava ao longo de uma asa como a pedra de afiar passa por cima e por baixo da foice. Depois houve uma pausa, quando a mosca, parecendo ficar nas pontas dos pés, tentou abrir primeiro uma asa e depois a outra. Finalmente conseguiu e, sentando-se, começou, como um minúsculo gato, a limpar a cara. Agora era possível imaginar que as patinhas dianteiras esfregavam-se ligeiramente uma contra a outra, alegres. O horrível perigo fora superado; ela escapara; estava pronta para a vida novamente.
 
Legal =D

“Homem que pega moscas com pauzinhos pode fazer qualquer coisa”
Mestre Myagi
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