TorUgo
a.k.a. Tortoruguito...
Terminei há poucos dias um livro e não tinha mais nada para ler, voltei a pegar o Contos Inacabados para ler uma parte que me lembrasse menos bem e decidi reler a Chegada de Tuor a Gondolin.
Antes de expor o assunto do tópico queria referir um facto curioso e engraçado: na contra-capa do livro que eu tenho (emprestado) tem o seguinte "resumo":
Eu ri muito do ridículo das palavras que salientei. Infelizmente, só "Belerind" é aceitável como erro de tipografia.
Bem, entrando no assunto propriamente dito do tópico, queria discutir convosco as interpretações possíveis de um excerto que encontrei no Contos Inacabados. Comentarei o excerto fragmentado:
Já aqui queria salientar o uso da palavra "destino" pelo Vala, visto que a existência ou não de destino é algo muito discutido por este fórum. Nesta fala podemos constatar que pelo menos na Terra Média (Beleriand, neste caso), os filhos da Terra (que eu imagino serem os Elfos, Homens e talvez os Anões) usavam/acreditavam na existência de um "destino", seja isso o que for...
É interessante que Ulmo diga que existem "fissuras" e "brechas" pois ele mostra também que o "destino" como os filhos da Terra o vêm não é infalível e irrevogável e que pode ser alterado se pequenos actos (creio ser essa a razão da utilização das palavras fissura e brecha) forem praticados. Pequenos actos estes, que criarão grandes consequências.
Ulmo coloca aqui uma expressão estranha, para mim. Ele diz que o seu papel é opor-se à vontade dos seus irmãos ajudando os Eldar e os Edain, e que foi para isso escolhido antes de Arda ser construída. Desta forma, mais uma vez afirma a existência de predestinação, e consequentemente, a existência do destino, mas não só, também afirma que Eru o escolheu para desempenhar aquele papel especifico e sendo assim, no mínimo podemos acreditar que Eru sabia realmente do que se passaria no futuro!
No excerto anterior, Ulmo demonstra o quão importante sempre foi para a história da Terra Média apesar do seu enfraquecimento progressivo devido às contaminações e ao esquecimento dos povos. O poder da maldição de Mandos é também lembrado e a ameaça constante aos Noldor relembrada a Tuor para ser transmitida a Turgon.
Além disso, Ulmo procede para uma previsão de que de Tuor virá a esperança e também diz num excerto pouco depois que Tuor será guiado pelo último marinheiro a procurar o Ocidente até ao nascimento da Estrela. Aqui eu imaginei que o nascimento da estrela fosse o nascimento de Ëarendil que se tornou uma estrela por causa do Silmarill que possuia no seu barco, mas o próprio Tuor partiu para o Ocidente. Sendo assim, estas palavras podem ter duas interpretações, ou o "nascimento da estrela" se refere ao nascimento de Ëarendil como o "marinheiro voador"
lol
ou então Tuor não alcançou o Ocidente! 
A pedido de um usuário que não vou nomear, aqui vai a citação que referi no parágrafo anterior!
Tá aí...
Aqui eu queria realçar a relação que ulmo mantinha com Ossë! Eu encontrei referências (uma, duas, três, quatro) a um período em que Ossë se aliou a Morgoth e achei curioso que o maia se tenha unido ao Inimigo. Mas Uinen trouxe-o de volta para a luz!
Outra coisa que achei estranha foi o facto de Ossë obedecer à maldição de Mandos mais do que ao seu próprio Valar "chefe"! Ou seja, apesar de Ulmo querer ajudar os Edain e os Eldar, Ossë contrariava-o e frustrava os seus planos! Mas afinal não era Ulmo o senhor dos mares e não conseguia ele ter controlo mais forte do que um simples Maia? Fiquei confuso!
Bem, era isso! Queria apenas mostrar as minhas reflexões sobre este excerto das falas de Ulmo a Tuor que achei deveras interessante! Espero comentários em resposta!
;D
p.s.: Adoro férias!
Antes de expor o assunto do tópico queria referir um facto curioso e engraçado: na contra-capa do livro que eu tenho (emprestado) tem o seguinte "resumo":
Contos Inacabados de Númenor e da Terra Média disse:é um conjunto de narrativas que vão dos tempos mais antigos da Terra Média até ao fim da Guerra do Anel, incluindo elementos como o relato vivo de Gandalf sobre o modo como enviou os duendes a Bag-End, a aparição de Ulmo, deus do mar, ante os olhos de Tuor na costa de Belerind, e uma descrição rigorosa da organização militar dos Cavaleiros de Rohan.
Eu ri muito do ridículo das palavras que salientei. Infelizmente, só "Belerind" é aceitável como erro de tipografia.
Bem, entrando no assunto propriamente dito do tópico, queria discutir convosco as interpretações possíveis de um excerto que encontrei no Contos Inacabados. Comentarei o excerto fragmentado:

Contos Inacabados de Númenor e da Terra Média disse:- Na armadura do destino (como os filhos da Terra lhe chamam) há sempre uma fissura, e nas paredes da maldição uma brecha, até ao cumprimento total, a que vós chamais o «fim».
Já aqui queria salientar o uso da palavra "destino" pelo Vala, visto que a existência ou não de destino é algo muito discutido por este fórum. Nesta fala podemos constatar que pelo menos na Terra Média (Beleriand, neste caso), os filhos da Terra (que eu imagino serem os Elfos, Homens e talvez os Anões) usavam/acreditavam na existência de um "destino", seja isso o que for...
É interessante que Ulmo diga que existem "fissuras" e "brechas" pois ele mostra também que o "destino" como os filhos da Terra o vêm não é infalível e irrevogável e que pode ser alterado se pequenos actos (creio ser essa a razão da utilização das palavras fissura e brecha) forem praticados. Pequenos actos estes, que criarão grandes consequências.
Contos Inacabados de Númenor e da Terra Média disse:Assim será enquanto eu durar, uma voz secreta que contradisse e uma luz onde a escuridão foi decretada. Por isso, embora nos dias dessa escuridão eu pareça opor-me à vontade dos meus irmãos, os senhores do Ocidente, esse é o meu papel entre eles, para o qual fui escolhido antes de ser feito o Mundo.
Ulmo coloca aqui uma expressão estranha, para mim. Ele diz que o seu papel é opor-se à vontade dos seus irmãos ajudando os Eldar e os Edain, e que foi para isso escolhido antes de Arda ser construída. Desta forma, mais uma vez afirma a existência de predestinação, e consequentemente, a existência do destino, mas não só, também afirma que Eru o escolheu para desempenhar aquele papel especifico e sendo assim, no mínimo podemos acreditar que Eru sabia realmente do que se passaria no futuro!
Contos Inacabados de Númenor e da Terra Média disse:Contudo, o destino é forte e a sombra do Inimigo aumenta; e eu estou diminuído, a tal ponto que na Terra Média me tornei não mais que um secreto murmúrio. As águas que correm para ocidente definham, as suas nascentes estão envenenadas e o meu poder retira-se da Terra, pois Elfos e Homens a mim se tornam cegos e surdos por causa do poder de Melkor. E agora a maldição de Mandos apressa-se para o seu cumprimento todas as obras dos Noldor perecerão e todas as esperanças que eles contruírem ruirão. Só a última esperança resta, a esperança que eles não procuraram e para a qual não se prepararam. Essa esperança está em ti, pois assim decidi.
No excerto anterior, Ulmo demonstra o quão importante sempre foi para a história da Terra Média apesar do seu enfraquecimento progressivo devido às contaminações e ao esquecimento dos povos. O poder da maldição de Mandos é também lembrado e a ameaça constante aos Noldor relembrada a Tuor para ser transmitida a Turgon.

Além disso, Ulmo procede para uma previsão de que de Tuor virá a esperança e também diz num excerto pouco depois que Tuor será guiado pelo último marinheiro a procurar o Ocidente até ao nascimento da Estrela. Aqui eu imaginei que o nascimento da estrela fosse o nascimento de Ëarendil que se tornou uma estrela por causa do Silmarill que possuia no seu barco, mas o próprio Tuor partiu para o Ocidente. Sendo assim, estas palavras podem ter duas interpretações, ou o "nascimento da estrela" se refere ao nascimento de Ëarendil como o "marinheiro voador"



A pedido de um usuário que não vou nomear, aqui vai a citação que referi no parágrafo anterior!

Contos Inacabados de Númenor e da Terra Média disse:- Se chegares até ele - respondeu Ulmo - , então as palavras subirão à tua mente e a tua boca falará como eu falaria. Fala e não temas! E daqui em diante faz como o teu coração e a tua coragem te mandarem. Segura bem o meu manto, pois assim estarás protegido. E mandar-te-ei alguém a salvo da ira de Ossë, e assim serás guiado: sim, o último marinheiro do último barco que demandar o Ocidente até ao nascimento da estrela. Agora volta para terra!
Tá aí...

Contos Inacabados de Númenor e da Terra Média disse:- Vai agora - disse Ulmo - , não queira o mar devorar-te! Pois Ossë obedece à vontade de Mandos e está enfurecido, pois é um servidor da maldição.
Aqui eu queria realçar a relação que ulmo mantinha com Ossë! Eu encontrei referências (uma, duas, três, quatro) a um período em que Ossë se aliou a Morgoth e achei curioso que o maia se tenha unido ao Inimigo. Mas Uinen trouxe-o de volta para a luz!

Outra coisa que achei estranha foi o facto de Ossë obedecer à maldição de Mandos mais do que ao seu próprio Valar "chefe"! Ou seja, apesar de Ulmo querer ajudar os Edain e os Eldar, Ossë contrariava-o e frustrava os seus planos! Mas afinal não era Ulmo o senhor dos mares e não conseguia ele ter controlo mais forte do que um simples Maia? Fiquei confuso!

Bem, era isso! Queria apenas mostrar as minhas reflexões sobre este excerto das falas de Ulmo a Tuor que achei deveras interessante! Espero comentários em resposta!

;D
p.s.: Adoro férias!

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