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A "Marcha da Família" 2014

Bloqueado, é? Aiai, como são frescos esses confrades.

Meu amigo Rodolfoo comenta no facebook:

"Não me importa o que você esteja defendendo, seja passeata gay, seja marcha pela família. Marchas e passeatas são coisas de shudras."

Falando sério agora, só mesmo os integralistas e conservadores mais imbecis, idiotizados, consumidos pelas baixões internéticas e intelectuais mais baixas podem sequer conceber a participação em uma passeata dessas. Não só as condições históricas e sociais, mesmo espirituais, são muito diferentes daquelas de 64, como qualquer elogio exaltante demais da ditadura tem de ser eliminado como mera estupidez.

A ditadura, simplesmente, foi um golpe de milicos, alguns com boas intenções, para limpar o país dos perigos reais da revolução comunista e de problemas estruturais, porém, sem terem de arcar com o peso institucional e operacional da democracia que dificulta, inviabiliza mesmo, ações contundentes, estruturais, de médio e longo prazo. Mas falhou. Falhou doutrinariamente pela falta de princípios anti-democráticos verdadeiramente substanciais, em vez de se venderem aos interesses hegemônicos ianques e se ancorarem em uma filosofia moral conservadora. Falhou economicamente, não conseguiu realizar as reformas de base que prometera, falhou na condução da luta contra a corrupção, falhou na criação de um Estado verdadeiramente conservador, falhou na política econômicas e nas políticas públicas, falhou na saúde e na educação.

Acima de tudo, a maior falha foi ideológica: faz-se um golpe, toma-se o poder e não conseguem mudar na da estrutura do país, não destruíram as oligarquias, antes as substituíram por outras, novas, nada fizeram pela nacionalização dos recursos nacionais, não combateram os vermes das desigualdades sociais mais gritantes, não impediram a invasão do capital estrangeiro, não realizaram nada.

Em outras palavras, fizeram de tudo para que a democracia, quando viesse, fosse ocupada pela raça mais demente e apaixonada de esquerdistas burgueses, internacionalistas, trotskistas, e progressistas de diversos matizes e cores. Abriram o caminho para a dissolução das ideologias exatamente pela perseguição exacerbada a uma esquerda viril e combativa que não compreendiam ao mesmo tempo que abriam as pernas pros EUA.

Patético.

Quem se diz conservador e pior, tradicionalista, e defende o regime militar é um néscio irrecuperável, um rematado imbecil, acéfalo, ignorante, alimentado pelas piores paixões e ideologias de mestres de botequim.

É uma ofensa à Terceira Via, ao grande Mussolini, ao ínclito e santo Corneliu Codreanu, aos irmãos Strasser, a todos os comprometidos com a revolução conservadora se verem hispotasiados nessa bazófia burguesa.

Patético.
 
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Grimnir
 
Bom, para não dizer que não falei de fardas, mando a entrevista uma voz (até certo ponto) favorável à atuação dos militares e que achei extremamente ponderada, embora não concorde com muitas das visões e das justificativas dele:

Entrevista - Célio Borja
 
Li a entrevista. Coincidentemente, esses dias ouvi um pronunciamento do Bolsonaro. É o mesmo discurso, com diferença no tom: o Sr. Célio Borja é mais polido.

Primeiro, a tese de que a esquerda planejava um golpe há muito foi superada pela historiografia. Havia, realmente, um movimento de princípios progressistas: a Liga Camponesa, de Francisco Julião; o processo de alfabetização, que com Paulo Freire se buscava a tomada de consciência já no bê-a-bâ; a atuação do ISEB; os CPCs da Une; e varias outras manifestações sócio culturais de viés esquerdista. Daí, dizer que a esquerda queria tomar o poder, cabe um abismo; afirmar que o governo ameaçava as instituições representativas, que se iria fechar o Congresso e o cacete a quatro, é uma manobra mental esquizofrênica. Vamos lembrar que Jango estava na mira antes mesmo de assumir - o que só foi feito devido a campanha de Brizola. Essa paranoia - pois foi isso, uma conveniente e orquestrada paranoia -, insuflada pelo ar da Guerra Fria e pela vitória da Revolução Cubana, foi que serviu de desculpa para o Golpe Civil-Militar, todo ele amparado pela mídia. Nada original, visto que Getúlio fez o mesmo: a criação do inimigo interno foi/é fundamental para justificar regimes de exceção.

Mais dois pontos: primeiro, os milicos não iam desocupar a cadeira tão cedo. Antes de entrarem nos tanques, eles sabiam disso. Não foi uma decisão construída no decorrer da situação. A Escola Superior de Guerra não nos deixa mentir: ali se elaborava um projeto de Brasil, com a participação de ilustres empresários e latifundiários; segundo, Castello Branco foi tão democrático que investiu pesado nos sistemas de vigilância e repressão.

E dizer que não houve ditadura, pois essa não atendeu aos termos jurídicos que a qualificam como tal, é nos chamar de burros. Legislativo e Judiciário "independentes" só reforçam o desespero que a DITADURA brasileira sempre teve em se vender como legal e democrática (sem se importar com a contradição dos termos). O Stanislaw, atento a essa maquiagem, satirizou a "independência" dos poderes, baseado em notícias que colheu aqui e ali:

“ (...) Era dos mais democratizadores o caso criado pelo Coronel Comandante do Batalhão de Carros de Combate, sediado em Valença (RJ), que cerceou Barra do Piraí com 800 soldados e exigiu que a Câmara de Vereadores local elegesse os membros da mesa conforme listinha que entregou ao presidente da Assembleia. Dizem que foi a eleição “democrática” mais rápida que já houve.”

“(...) Em Tenente Portela (RS) um policial chamado Neider Madruga, prendeu toda a Câmara de Vereadores porque o candidato da sua curriola não foi eleito na renovação da mesa diretora. Mesmo com o “habeas-corpus” aos vereadores, dado pelo juiz local, o Madruga levou todos em cana para Porto Alegre, preferindo fazer democracia com as próprias mãos.”


Por fim, essa interpretação propícia da Lei da Anistia é vergonhosa. O Brasil descumpre, inclusive, tratados internacionais de direitos humanos, onde figura sua assinatura. O Estado não pode se auto absolver e os crimes de lesa humanidade devem ser punidos. A insegurança, no caso, reside no fato de existirem entes que pairam acima das leis.

Pela vontade do Sr. Célio Borja, que é porta voz de muitos, a história deve seguir seu curso: escrita pelos vencedores.

Mas foi bom, @ExtraTerrestre, trazer essa visão fardada. O malabarismo do discurso deixa ainda mais evidente a cagada que durou 21 anos. E que continua fedendo.
 
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