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A maldição de Húrin e família

Edrahil

Usuário
Vamos colocar um fogo aqui na bagaça.

Nas listas de discussões, uma vez veio à tona os efeitos da maldição de Húrin e família, no sentido de que por mais que quisessem acertar, sempre tomariam a decisão errada.

Alguns defenderam que não, que as decisões de Túrin saiam erradas em virtude de seu temperamento orgulhoso, e que a maldição não tinha força o bastante para definir o futuro de uma pessoa.

Eu sempre achei que, embora o temperamento de Túrin fosse uma draga, ele buscava acertar, mas que as decisões saiam erradas em virtude da maldição imposta. Sim, ele teria culpa, mas seria muito pequena, já que em virtude da maldição, ele não tinha como mudar seu destino. Ou seja, a família estava cagada, e não tinha como mudar isso.

O que acham???
 
Caraca... cê conseguiu pegar um assunto bem interessante!! hehehehe

Eu acho que o Turin tinha sim um temperamento bem difícil, e que algumas coisas poderiam ter saído diferente se ele fosse um pouquinho mais "cuca fresca"!!

Mas no geral, o coitado tava realmente perdido!! Todas as articulações que Morgoth orquestrou para terminar em Turin desposando a própria irmã, nele matando o melhor amigo e aí por diante.... o coisa ruim realmente se superou nessa maldição hein... na moral!! Não é pra menos que na Dagor Bragolach é ele que vai desferir o golpe final em Morgoth!! Merecia mesmo!!
 
Acredito que a maldição acabava por ter um efeito muito mais "psicológico" (sobre o Húrin basicamente, durante seu aprisionamento) do que "mágico" sobre a família de Túrin.

Não creio que Morgoth tivesse poder para lançar uma "maldição" que realmente moldasse para pior o destino dessas pessoas, visto que cada uma delas era dotada do livre-arbítrio, qualidade fundamental que Eru deu aos seus Filhos e que ninguém mais podia fazê-lo, Vala ou Maia ou o que seja, tampouco modificá-la. Se a maldição realmente fosse isso tudo, ela estaria acabando com o lívre-arbítrio dos envolvidos - o que, como acabei de salientar, não era possível para nenhuma criatura que não Eru.

As tragédias da família de Húrin ocorreram basicamente devido ao temperamento de cada um de seus membros, ao "pavio curto" e à impulsividade que sempre vinha antes de qualquer consideração mais ponderada.

Esse "afobamento" todo era a marca registrada da família, visto desde o momento em que Húrin se lança sozinho feito louco na lendária batalha contra 70 Trolls.

Tal pai, tal filhos, fazer o que...
 
É verdade!! Mas eu ainda acho que o efeito não foi meramente psicológico!! Acho que Morgoth conseguiu sim, por assim dizer, adaptar os fatos que ocorreram ao redor deles para assim, devido às suas personalidades, ter o resultado que ele queria!!

Tipo, tirando a memória da irmã dele... claro que o "se apaixonar" foi coisa deles!! Mas foi de certa forma orquestrado pelo bicho feio!!

A morte de Beleg!! Tem o dedo do coisa ruim naquela escorregadinha da espada!! Mas novamente, claro que o fato do Turin ter prontamente pego a espada e matado o amigo foi feito dele!!

Então... sem tirar o livre arbítrio de ninguém, Morgoth conseguia manipular os fatos pra conseguir o resultado que queria!! E conseguiu coisa pra caramba!!
 
Ah, mas manipular os acontecimentos ao redor das pessoas não é a mesma coisa que manipular as pessoas. E é justamente aí que está a astúcia de Morgoth: do alto de sua maldade, perversidade, etc., ele elaborava as piores condições possíveis para que fossem apresentadas aos seus... "desafetos". Mas ainda assim eram condições externas, como o ataque a Nargothrond e toda e qualquer influência de Glaurung sobre os "alvos".

As situações eram apresentadas à família de Húrin de modo a parecerem as mais desesperadoras possíveis (algumas vezes realmente eram, outras se tornavam na própria cabeça deles) mas, na hora h, a decisão de que caminho tomar era sempre dos membros da família; e era justamente aí que geralmente eles pisavam na bola.

Essas condições desesperadoras podem em parte servir como desculpa para as decições tomadas (nervos abalados, essas coisas), mas ainda não muda o fato de que sempre havia o sinal da tal impulsividade nelas, coisa que inclusive é descrita no texto seguidamente (vide o comportamento do Túrin ao se recusar a voltar a Menegroth depois da morte de Saeros).

No frigir dos ovos, o que prevalecia era a própria natureza de Túrin e cia., o que certamente também era de conhecimento dos próprios membros da família, sendo assim mais um fator que os levava ao desespero, por não conseguirem modificar algo tão inerente às suas naturezas, e levava Morgoth ao júbilo total em sua vilania por ver que, no final, a família de Húrin destruía a si própria.
 
Última edição:
Gabriel disse:
Não creio que Morgoth tivesse poder para lançar uma "maldição" que realmente moldasse para pior o destino dessas pessoas, visto que cada uma delas era dotada do livre-arbítrio, qualidade fundamental que Eru deu aos seus Filhos e que ninguém mais podia fazê-lo, Vala ou Maia ou o que seja, tampouco modificá-la. Se a maldição realmente fosse isso tudo, ela estaria acabando com o lívre-arbítrio dos envolvidos - o que, como acabei de salientar, não era possível para nenhuma criatura que não Eru.
Concordo, mas e a Maldição de Mandos, de Fëanor, dos Mortos de Erech, etc?
O efeito não foi somente psicológico...
 
É isso aí!! Concordo plenamente!! :joy: E o povo ainda tem a petulância de dizer que Tolkien não se inspirou na Bíblia... :blah: Mais evidente que isso... só Ainulindalë!! :hanhan:
 
Seguem basicamente na mesma linha da de Morgoth, com exceção da de Erech, que realmente é mais complexa e que, pra resumir e não desvirtuar o tópico, não vejo como não ter um "dedo divino" ali.

Ou seja, todas as outras funcionam mais ou menos na base da "pressão psicológica", cujos resultados são produzidos pelas ações independentes dos indivíduos envolvidos, baseadas nos temperamentos destes, e não na "magia" da maldição em si. Como exemplo, o próprio Mandos, por ser um Vala como Morgoth, tampouco teria como interferir dessa forma nos destinos dos outros (fora no seu papel de guardião dos mortos, claro). E há ainda um "pequeno" fator a ser considerado, que é o fato de que o Silmarillion é uma história contada pelos Noldor e que, consequentemente, foram eles que chamaram o que quer que Mandos tenham dito de "maldição", meio que para justificar as burradas que fizeram posteriormente e tentar se eximir da culpa.
 
Última edição:
Hmmmm... :think:
Pensando bem... é verdade.
É como quando alguém diz pra uma criança que ela é burra. Ela vai crescer achando que é burra e não terá motivação para ser inteligente.
Entendi?
 
Gabriel, caríssimo, por favor me corrija aqui se eu estiver ficando doida!! Mas as maldições de Mandos não eram na realidade maldições, eram?? Não seriam algo mais no estilo de profecias vindas de Eru que ele simplesmente, por assim dizer, "repassava"?? Li algo assim em algum lugar e não me lembro onde.... :oops: ou eu posso ter simplesmente imaginado!!! hahahaha
 
Eu também tenho vaga lembrança de ter lido em algum lugar que Mandos era o Senhor do Destino...
 
Larissa - Aredhel disse:
Hmmmm...
Pensando bem... é verdade.
É como quando alguém diz pra uma criança que ela é burra. Ela vai crescer achando que é burra e não terá motivação para ser inteligente.
Entendi?

É basicamente isso, hehe. Isso tem ecos na mitologia grega também, com toda aquela questão de Fado, etc., a de "se conformar com o destino inevitável" (e os que tentavam ir contra ele acabavam quebrando a cara miseravelmente)...

Note que esse tipo de "maldição" é especialmente efetiva com os Noldor, visto que eram bem "sensíveis" a qualquer coisa que lhes era dita e que não estivessem de acordo com sua visão das coisas. Já achavam que o mundo inteiro estava contra eles, que eram injustiçados, que ninguém os entendia... quando na verdade era exatamente o oposto.

Uns frescos, como se pode ver, hehe.
 
Última edição:
Vanagristiel: mas foi exatamente isso que eu quis dizer. =]
O termo "maldição" é realmente forte quando aplicado a Mandos, e provavelmente foi criado pelos próprios Noldor, como eu disse antes. O que Mandos fazia mesmo era profetizar o que poderia acontecer caso eles seguissem este ou aquele caminho, e não determinar o caminho por si só.

Larissa: Mandos poderia ser o "Senhor do Destino" dos mortos (o que é algo totalmente diferente), mas não lembro se esse título é realmente usado. Quem se proclamava "Senhor dos Destinos de Arda" era Morgoth, de forma bem prepotente, claro.
 

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