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A Má Educação (La Mala Educación, 2004)

Tisf

Delivery Boy
La Mala Educación

Direção e Roteiro: Pedro Almodóvar

Com: Gael García Bernal, Daniel Giménez Cacho; Javier Cámara; Leonor Watling; Francisco Boira; Nacho Pérez

Estréia: 17 de Setembro no Brasil


Novo filme do Almodóvar, que pra mim é um dos melhores diretores ainda vivos. Ele volta a explorar os temas presentes em seus outros filmes como homossexualismo, etc.

É a história de Ignacio (Gael García Bernal), que quando criança, estudou num colégio interno católico, onde sofreu abuso sexual por parte do seu professor de literatura, o Padre Manolo (Daniel Giménez Cacho). O rapaz está apaixonado por Enrique (Fele Martínez), que é expulso do colégio e ambos só voltam a se ver anos mais tarde. Ignacio se torna um travesti e adota o nome de Zahara. É quando ele reencontra Enrique, o que traz à tona muitos segredos e descobertas.

O filme abriu o Festival du Film de Cannes hoje!

Eu tô muito ansioso!!!!!!

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Dizem que é ótimo, mas que não é OP.

O Tarantino já está soltando uns comentários por aí.
 
Eu li duas críticas do filme hoje, uma do Luiz Carlos Mertem, do Estadão e outra do Sérgio Dávila, da Folha.

LCM dizia que a primeira meia hora do filme faz-nos perguntar "Almodóvar é ou não é o melhor diretor da atualidade?", que parece ser o melhor filme dele; mas que a partir daí descamba totalmente e a pergunta que nos vem à cabeça agora é "O que aconteceu com Almodóvar?".

Já o Sérgio Dávila exaltou o filme até não poder mais, disse que ele contém uma crítica à Igreja Católica e seus entes desvirtuados, etc e tal.

Na realidade, o próprio Almodóvar admitiu: "Pra que eu iria querer arranjar briga com a Igreja Católica?" :roll:
 
"31/2"? 15,5? Wtf? :eek:

O Jaime Biaggio disse que é um filme bom, e nada mais. O pior da carreira do Almodóvar, que vinha fazendo cada filme melhor que o anterior.

Muitas divergências quanto ao filme, o que parece ser no mínimo interessante. :clap:
 
Eu vi e achei muito cool.

Ele me lembrou muito de "Ararat", do Atom Egoyan, mas ao contrário deste, "Má Educação" desvia dos problemas que a premissa (usada em ambos os filmes) poderia causar. Em outras palavras: ele convence.

Além disso, é engraçado e trágico. Dois elementos tão distintos, resultando em algo tão heterogêneo e ao mesmo tempo tão homogêneo. Isso porque, se você for analisar o filme, verá que ele é composto de momentos completamente diferentes; mas, em geral, é uma produção com identidade única. É como uma pessoa que pode ser melancólica e engraçada simultaneamente, mas ainda assim é a mesma pessoa. Tudo tem harmonia, e uma coisa parece sempre completar a outra.

E o Gael García atua tão bem que, IMO, ele merece um Oscar, no mínimo. :clap:
 
Acabei de ver e gostei, é bom, mas não tenho total opinião formada.

Talvez tenha spoilers; não específicos, no entanto.

Eu primeiro vou concordar com o tal Luiz Carlos Mertem: com certeza o filme começa muito bem, excelente, mas de repente - quando começam algumas revelações - ele escorrega, e se perde um pouco entre harmonizar as histórias distintas e manter o que tinha feito no início até a metade.

Mas, aí eu volto a pensar na segunda metade, e acho interessante como ele vai tratando dos personagens à medida que nós - e eles - vamos descobrindo a verdadeira história e assim o Almodóvar nos faz voltar ao passado toda hora, prendendo nossa atenção e tal; do passado que pouco se mostra, mas muito se sabe (ok, tosca essa frase, assim como as várias "referências" à "novela mexicana" (droga, esqueci o termo agora, mas é o que o Almodóvar adora, blablalbla)).

Na realidade, o próprio Almodóvar admitiu: "Pra que eu iria querer arranjar briga com a Igreja Católica?"

Pf, o objetivo nem era esse de criticar. Era tudo pra falar da palavra que cobre a tela no final do filme: pasión.

E o Gael García atua tão bem que, IMO, ele merece um Oscar, no mínimo.

Com certeza. :clap:
 
O que vou escrever aqui deve ser lido apenas para quem viu o filme, senão não vai entender. E pode ter spolers também, naturalmente.

Strider disse:
Eu primeiro vou concordar com o tal Luiz Carlos Mertem: com certeza o filme começa muito bem, excelente, mas de repente - quando começam algumas revelações - ele escorrega, e se perde um pouco entre harmonizar as histórias distintas e manter o que tinha feito no início até a metade.
Para mim, ele não escorrega. Na verdade, ele chega a ver o chão molhado, mas decide andar com cuidado e atravessa com sucesso. (metáfora tosca essa, hein?)

O perigo de ter usado a mesma jogada de "Ararat" (onde os personagens também estão filmando um filme), como eu citei no post acima, é que as coisas poderiam ter se tornado muito sem graça. O fato de nós sabermos que algumas coisas não passam de uma linguagem metalingüística, isto é, um filme dentro de um filme, poderia enfraquecer o envolvimento, uma vez que ficaria claro que tais coisas não estavam acontecendo com os personagens de fato. Soariam artificiais e, principalmente, nós não conseguiríamos nos preocupar com o que aconteceria em seguida.

A saída mais sensata, nesse caso, seria focalizar nos personagens reais e não no filme que eles estão filmando; ou melhor ainda, enfatizar como a produção do longa está interferindo na vida dos protagonistas e/ou fazendo com que revejam seus conceitos e atos. É uma pena que "Ararat" não tenha feito isso, mas "Má Educação" não comete esse erro.

Pelo contrário, o mais inteligente foi o roteiro fazer com que nós não saibamos que o que estamos vendo na verdade não é real! Com exceção de toda aquela passagem em que Ignacio/Zahara "rencontra" Enrique (durante o show, daí paga boquete pra ele, etc), que nós sabemos que não está acontecendo (pois antes é dito que a história "A Viagem" retrata uma parte fictícia da vida dos dois protagonistas, que é quando eles estão adultos - o que nos leva à conclusão que a tal passagem não aconteceu de verdade, e se trata na verdade de uma 'visualização' de "A Viagem"), todas aquelas cenas mostrando a infância deles soa para a gente como flashbacks. Nós pensamos que são reais, por isso convencem.

Ah, e ainda que tenha a tal parte que nós sabemos que não está acontecendo, esta funciona porque ela é carismática em si. Não está ali burocraticamente, apenas para mostrar o que o Padre está lendo ou para explicar melhor as coisas. Não, ela também é engraçada; tem diálogos que poderiam ser facilmente descartados, mas estão lá, porque fazem a gente se envolver mais com a história.

Mais tarde nós ficamos sabendo que o que estávamos vendo era, na verdade, um filme que está sendo rodado por Enrique. E isso poderia ter acabado com "Má Educação", deixando a gente com a mesma impressão que sentiríamos se assistíssimos um filme com a resolução 'era-tudo-um-sonho'; mas isso não acontece porque: a) o 'filme dentro do filme' tem uma corrêspondência com a vida real dos personagens e, portanto, serviu para enriquecê-los, além de afetá-los (a cena de Juan chorando após o diretor gritar 'Corta!' é inesquecível) e acarretar a outros acontecimentos (o verdadeiro padre dá as caras por causa da produção do longa); b) porque o foco deixa de ser o 'filme dentro do filme' e passa a se preocupar mais ainda com o mundo real: Padre Manolo começa a contar a verdadeira história e, sim, nós estamos vendo flashbacks, finalmente.

Uma vez que tudo isso funciona, as revelações funcionam também. Você não se surpreendeu quando Enrique descobre que Ignacio está morto, e que o cara que se diz ser Ignacio é o irmão dele? Que o Padre Manolo é um ator interpretando o verdadeiro, que dá as caras mais tarde? Que a morte de Ignacio foi planejada por Juan e pelo Padre?

Nossa, e o final foi tão foda. Meu coração deu um pulo quando Enrique abre a carta e se depara com as palavras confusas. 8O

Ah, outra coisa que chamou minha atenção foi a caráter atribuido ao Padre. Sim, corrupção de menores daquele jeito nunca será algo decente; mas ele não é retratado apenas como uma pessoa fdp. Acima de tudo, ele tem sentimentos. Ele realmente se apaixona pelo garoto. Fiquei com um nó na garganta na cena que Ignacio, criança, canta a nova canção e deixa Manolo com os olhos molhados.

Sem contar com alguns diálogos fodônicos:

"Não há testemunhas."
"Deus."
"Sim, mas Deus está do nosso lado."

Uma conversa engraça e triste ao mesmo tempo. Aliás, essas características paradoxais presentes ao longo do filme parecem fazer mais sentido a cada momento que eu paro para pensar. Realmente brilhante.
 
Alguém estava lá naquelas filas intermináveis enfrente ao Odeon? As pessoas chegavam rindo de espanto com o tamanho da fila pra entrar! E então a solução era procurar alguém conhecido, mas como de costume nessas horas ninguém aparece..
 
Gostei. esperava algho ótimo, e me deparei apenas com um interessante muito bom, mas aí é culpa minha e da minha expectativa. Pra mim o destque é o Gael. ele é sem dúvida um dos atores mais competentes dessa nova geração, e certamente ainda fará sucesso por bastante tempo.
 
Hum... eu entendi o filme errado então?

Porque eu entendi os 'flashbacks' da infância deles realmente como sendo lembranças dos dois,e não como cenas do filme dentro do filme.

E Ris, é "A Visita" :P
 
Isso. :lol:

Não podem ser lembranças deles porque o Padre aparece nessas "lembranças", e mais tarde é revelado que o não é o Padre de verdade, mas sim um ator, o que nos leva a conclusão que tudo aquilo não era flashback, mas um filme.

Mas funciona como flashback porque aquelas coisas realmente aconteceram. Na verdade você pode encarar do jeito que quiser; se quiser, até como uma "mesclagem" de realidade e ficção, se for pra levar a coisa a um patamar bizarro logo. :P

Anyway, não que isso importe muito.
 
Realmente as cenas ocorridas quando eles eram crianças eram as do filme, porém, todas elas eram fatos "verídicos", apenas as cenas deles adultos eram ficticias.
Mas na minha concepção as cenas consideradas ficticias, não passavam de uma analogia da verdade, tendo em vista que Ignacio realmente tentou extorquir o padre Manolo.

- "Eu não tenho mais fé.
Não acredito em Deus,
portanto, não acredito no inferno
Não acreditando no inferno não tenho mais medo, e por isso eu sou capaz de tudo !!"

Enfim... gostei bastante do filme... realmente não é nenhuma "OP", mas é muito interessante.

4/5
 
Pô o Ristow e seus posts :lol:

Muita gente reclamou da mudança que o filme tem ao longo da projeção. Parece que ele tá seguindo um caminho e de repente fica contra-mão e é obrigado a ir em outra direção. Mas ao contrário dos que reclamaram, eu não compartilho da mesma opinião. Achei que o filme consegue te prender e acima de tudo te surpreender. Há cenas um pouco fortes ( dos garotos no cinema, por exemplo ), mas bem... é o Almodóv... oops, o Enrique filmando :lol:

E sim, o final com a carta é super comovente. :grinlove:
 
Eu ainda acho que as vezes o Almodovar passa dos limites, apesar de achar ele um cineasta filho da puta de foda... ele insiste em esnfregar na nossa cara o homossexualismo. Tipo.. ta ja sabemos q ele da a bunda.. ok ok... pode parar de mostrar... Ok, se fosse um homem e um mulher seria normal? Claro, mas assim mesmo não tem desgasnte de cenas assim...


Mas sobre o filme, eu achei muito foda... tem um narrativa muito interessante em um lance atemporal, q o espectador so descobre no final, claro.. q é muito genial. Fora q acho q esse é um dos filmes do Almodovar q tem um das melhores direção de arte... a começar pela sequencia de abertura.

Enfim... ele mandou bem pacas. Mas podia deixar quieto esse lance de "Gosto de dar a bunda e vcs vão ter que me engulir". De resto, ele pode continuar com temas polemicos... Fala com ela por exemplo, é polemico e interessante... sem ele bater na mesma tecla.

Não é resguardo meu não. Filmes que tratam de homossexualidade geralmente ficam foda por causa da quebra de paradigmas, mas o Almodovar ja quebrou tanto.. q se tirarmos as cenas fortes de sexo homosseual dos filems deles, ai sim ele quebra um paradigma.
 
É, ele colocou coisas dispensáveis, como a tomada da bunda do Gael na tela inteira. :tsc:
 

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