DiegoMP
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Na época do cursinho tive um professor de literatura muito bom, ainda que ele respeitasse aquela progressão por escolas literárias e a análise das obras por região ele sempre conseguia achar um espaço nas aulas para inserir o nome de um ou outro autor fora daquele circuito e instigar o interesse pela leitura da obra. Isso já tem mais de 10 anos, mas lembro sempre dele perguntando se alguém na turma conhecia ou já havia lido Campos de Carvalho, em geral a resposta era sempre que não, no que ele emendava um “Vocês não sabem o que estão perdendo”. Foi dessa maneira aí que eu fiquei sabendo da existência do autor, comprei os livros uns tempos atrás (os 4 principais) que foram relançados pela Autêntica e só agora fui conferir A lua vem da Ásia.
Se eu não estiver falando groselha o autor se insere dentro do ‘movimento de surrealismo’ brasileiro, lá pela década de 40 foi publicado o Lua, ele já havia publicado outras coisas antes, mas o que chega mais fácil pra gente nos dias de hoje são as 4 novelas principais que são: o vaca de nariz sutil, a lua vem da Asia, o púcaro búlgaro e a chuva imóvel.
No Lua vem da Asia a gente acompanha os relatos do Adilson, que após muitos nomes hoje prefere ser chamado de Astrogildo, que até então vivia às margens do Sena, sendo que nunca pisou em Paris. Essa ligeira apresentação dá um pouco o tom do livro. O livro é dividido em duas partes, sendo a primeira a vida sexual dos perus e a segunda denominada cosmogonia. Nessa primeira parte a gente acompanha na maior parte do tempo a vida do Astrogildo, em capítulos curtos e com uma apresentação de títulos totalmente aleatórias, dentro de um hotel, de grades altas, onde todos os funcionários usam branco, mulheres e homens ficam separados por setores e há um toque de recolher. Junto dele nesse local há várias celebridades peculiares.
É um livro bastante diferente do que em geral era produzido naquela época aqui no Brasil. Tanto em estrutura como temática. O autor vai aos poucos deixando a gente perceber do que se trata a realidade do protagonista, mas isso sempre a partir dos relatos dele, de forma que a gente acaba meio dividido entre essa aparente sensatez e loucura. No sentido que, olhando de fora é o mais puro suco de loucura, mas dentro da cabeça do personagem há alguma espécie de lógica, ainda que o mesmo tenha matado seu professor de lógica alegando legítima defesa. Em partes me lembrou o Cândido, do Voltaire com os relatos rápidos em cada capítulo e sempre desafiando os limites da realidade, em outros momentos a agilidade geográfica vira quase um Macunaíma, pra jogar mais um maluco no caldo, certos trechos podiam facilmente ter saído de um livro do Pynchon.
Enfim, é um livro bem gostoso, principalmente se a gente for cogitar que usando esse mote da loucura várias capítulos a partir de algum episódio pitoresco assumem quase um tom de ensaio dado a maneira do personagem de encarar como a realidade se apresenta a ele.
Se eu não estiver falando groselha o autor se insere dentro do ‘movimento de surrealismo’ brasileiro, lá pela década de 40 foi publicado o Lua, ele já havia publicado outras coisas antes, mas o que chega mais fácil pra gente nos dias de hoje são as 4 novelas principais que são: o vaca de nariz sutil, a lua vem da Asia, o púcaro búlgaro e a chuva imóvel.
No Lua vem da Asia a gente acompanha os relatos do Adilson, que após muitos nomes hoje prefere ser chamado de Astrogildo, que até então vivia às margens do Sena, sendo que nunca pisou em Paris. Essa ligeira apresentação dá um pouco o tom do livro. O livro é dividido em duas partes, sendo a primeira a vida sexual dos perus e a segunda denominada cosmogonia. Nessa primeira parte a gente acompanha na maior parte do tempo a vida do Astrogildo, em capítulos curtos e com uma apresentação de títulos totalmente aleatórias, dentro de um hotel, de grades altas, onde todos os funcionários usam branco, mulheres e homens ficam separados por setores e há um toque de recolher. Junto dele nesse local há várias celebridades peculiares.
É um livro bastante diferente do que em geral era produzido naquela época aqui no Brasil. Tanto em estrutura como temática. O autor vai aos poucos deixando a gente perceber do que se trata a realidade do protagonista, mas isso sempre a partir dos relatos dele, de forma que a gente acaba meio dividido entre essa aparente sensatez e loucura. No sentido que, olhando de fora é o mais puro suco de loucura, mas dentro da cabeça do personagem há alguma espécie de lógica, ainda que o mesmo tenha matado seu professor de lógica alegando legítima defesa. Em partes me lembrou o Cândido, do Voltaire com os relatos rápidos em cada capítulo e sempre desafiando os limites da realidade, em outros momentos a agilidade geográfica vira quase um Macunaíma, pra jogar mais um maluco no caldo, certos trechos podiam facilmente ter saído de um livro do Pynchon.
Enfim, é um livro bem gostoso, principalmente se a gente for cogitar que usando esse mote da loucura várias capítulos a partir de algum episódio pitoresco assumem quase um tom de ensaio dado a maneira do personagem de encarar como a realidade se apresenta a ele.