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A Importância da Perspectiva

F

Fox

Visitante
Pra que ela serve?

E porque estou criando esse tópico?

Não, não é pra tirar dúvidas sobre isso. Não que aprender mais não seja bemvindo, mas meu objetivo é dissertar um pouco sobre a importância desse conceito geral da percepção visual que é ignorado as vezes por muitos, inclusive por profissionais que têm seus trabalhos publicados e divulgados.

Estou muito longe de ser um artista profissional, mas a perspectiva é algo que noto por prazer e hábito há anos. Então, com a ajuda do bom senso, ela foi se tornando forte conceito obrigatório pra mim, na execução e apreciação da arte visual. :kiss:

No tocante à apreciação, acho que bom senso e consciência são o básico e suficiente pra poder perceber e apreciar a perfeição da coisa toda.

Por exemplo, eu gosto muito quando usam o ângulo do foco (a "câmera" por onde se enxerga a pintura) "acoplados" a um possível ângulo de uma câmera de vigilância, que por causa disso, deixa a percepção dos personagens distorcida, exatamente devido ao ângulo.

(Foi mal pelo exemplo pouco sucinto, mas descrevia a cena imaginando-a, aí nem me liguei no que escrevia :grinlove: )

Outro bom exemplo, é quando o foco fica abaixo da base dos personagens, dando-lhes um ar de grandiosidade. Vocês sabem como é. Em HQ de super-heróis tem muito disso. Até mesmo o marqueteiro do Hitler (esqueci o nome do figura) usou esse tipo de ângulo de foco pra alguns posters propagandistas da SS na Segunda guerra.

Hoje em dia é meio brega esse tipo de ângulo, sim, mas eu gosto. :kiss:

Pelo que percebi com o tempo, o foco é bem importante pra perspectiva. Bem, sem ele não há perspectiva................. há?
:eek:

Pergunta séria mesmo. Fiquei na dúvida agora. :eh:

Bom, outro motivo pra eu criar esse tópico (além da sugestão do Ugluk) foi a erro massivo de percepção, com relação a uma foto da criatura cometido no forum de cinema, no tópico do Hulk.

Aqui vai a foto: http://www.sfgate.com/chronicle/pictures/2003/05/18/pk_hulk-movie_ho.jpg

E aqui vai o tópico, a partir da página onde a foto é postada: http://forum.valinor.com.br/viewtopic.php?t=1460&postdays=0&postorder=asc&start=340 :mrgreen:

Sério, vejam a foto e principalmente leiam o tópico, por favor!!!!!!! :lol:

Só pra dar um resumo do ocorrido, baseando-se na foto do gigante Esmeralda (e cometendo um erro grostesco de observação), o pessoal cismou que o Hulk estava mais gigante do que ele realmente é, simplesmente por a cabeça dele estava no nível do topo dos prédios.

E ignoraram inúmeros sinais de que o Hulk estava no primeiro plano da foto. :roll:

Essa falha na percepção na perspectiva me lembrou de como ela é importante, na coerência da maioria de praticamente todas as artes visuais (além de me arrancar umas boas risadas :lol: ).

Como eu disse no início, esotu longe de ser um artista profissional e por isso meu post inicial possivelmente está bastante imcompleto e até errôneo, em alguns aspectos.

Fico feliz se forem gentis o bastante se me corrigirem nos meus possíveis erros. :wink:

Tendo dito isso, espero que comentem sobre o que lhes agrada na perspectiva e também espero que os mais versados na arte comentem sobre outros aspectos desse conceito muito importante.

Beijim e até a próxima. :cheers:
 
Por exemplo, eu gosto muito quando usam o ângulo do foco (a "câmera" por onde se enxerga a pintura) "acoplados" a um possível ângulo de uma câmera de vigilância, que por causa disso, deixa a percepção dos personagens distorcida, exatamente devido ao ângulo.

A isso só começaram a prestar a devida atenção com o advento da reprodução fotográfica. As pinturas clássicas meio que desprezavam a questão do foco, e se retiam muito mais na representação imagética amparada por cânones de proporções e pontos de fuga para transmitir a idéia de distância. Há exceções, mas como o nome diz, exceções...


Outro bom exemplo, é quando o foco fica abaixo da base dos personagens, dando-lhes um ar de grandiosidade. Vocês sabem como é. Em HQ de super-heróis tem muito disso. Até mesmo o marqueteiro do Hitler (esqueci o nome do figura) usou esse tipo de ângulo de foco pra alguns posters propagandistas da SS na Segunda guerra.

Joseph Goebbels. Mas na verdade grande parte do crédito é de Leny Riethenstal, fotógrafa oficial do Terceiro Reich. A inspiração deles eram elementos da cultura clássica e, particularmente, do estado Romano. Afinal, nada mais imponente do que as gigantescas e imponentes estátuas romanas vistas de baixo para cima por pobres mortais...


Só fazendo umas considerações:

O foco é importante se a proposta for realmente a de conferir um grau de ultra-realismo a figura. Da Vinci esboçou com o sfumaccio um conceito primário de foco, que no entanto estava muito mais vinculado a idéia de diminuir linhas de contorno comuns as pinturas do quatrocento, para conferir maior grau de realismo a imagem. No entanto, em Da Vinci há já uma precupação nesse sentido. Com os impressionistas, já no século XIX essa preocupação se torna de fato mais explícita, e o foco pode aí ser entendido como nitidez literal do traço. Observem os jardins japoneses de Monet para entender o que digo. Alí, no primeiro plano é possível captar formas em meio as cores, ao fundo, tudo se dilui em um amontoado de formas das quais captamos apenas "impressões", como o próprio nome do movimento sugere. Outro impressionista que procura dar um ar fotográfico, com cortes de cena meio que cinematográficos, é Degas. Há quem diga que ele inspirou muitos dos primeiros cineastas com suas cenas tomadas de ângulos inusitados. E em Degas há uma preocupação com o foco, da mesma maneira que em Monet. A arte moderna abre um pouco mão disso na representação gráfica, exceptuando a fotografia, que tem, particularmente na Rússia, dos anos 10 e 20, fabulosos trabalhos de gente como Alexander Rodchenko e El Lissitzky ligados a fotocomposição com interferência plástica. Jogos de perspectiva e profundidade que inclusive serviram de referência ironicamente para os nazis anos depois. No mais, a arte abstrata que passou a se tornar um imperativo nos anos 10 meio que desviou a questão da arte para uma discussão menos representativa-figurativa para outra, mais introspectiva ou puramente plástica.

Cara, não sei se te ajudei aqui, mas qualquer coisa pode falar comigo por mp se quiser falar mais a respeito... :wink:
 
Belo truque, esse do Hulk, mas está claro que ele está no alto de uma ladeira. Vide a Kombi logo atrás :mrgreen: . É por enganos como esse que foi possível fazer Elyjah Wood parecer ter 1,20m de altura em LOTR :mrgreen: .

Mas mais do que perpectiva, acho que os jovens artistas de hoje corrompem mais as proporções, talvez pela falta de relações matemáticas.

É interessante observar que antes das preocupações com a realidade, os artistas deformavam as proporções de acordo com os conceitos de época. Na Idade Média, era comum pintar os santos maiores que as pessoas comuns, por exemplo.
 
Glorwendel disse:
Belo truque, esse do Hulk, mas está claro que ele está no alto de uma ladeira. Vide a Kombi logo atrás :mrgreen: . É por enganos como esse que foi possível fazer Elyjah Wood parecer ter 1,20m de altura em LOTR :mrgreen: .

Ah, com o Wood não é tão gritante assim o fato. :P

Foi mancada do povão mesmo. :lol:

Glógló disse:
Mas mais do que perpectiva, acho que os jovens artistas de hoje corrompem mais as proporções, talvez pela falta de relações matemáticas.

É só ver Rob Liefeld, desenhista de quadrinhos. :puke:

O problema dele, entre muitos, é a anatomia, o que não deixa de ser um conceito de proporção.

Gargarejo disse:
É interessante observar que antes das preocupações com a realidade, os artistas deformavam as proporções de acordo com os conceitos de época. Na Idade Média, era comum pintar os santos maiores que as pessoas comuns, por exemplo.

Hum... não vejo isso tanto como uma deformação, por mais que seja uma alteração que normalmente ultrapasse o real.

Afinal, proporção é a razão entre as partes de um único conjunto, não a razão entre vários conjuntos, não?
 
Raposinha disse:
Hum... não vejo isso tanto como uma deformação, por mais que seja uma alteração que normalmente ultrapasse o real.

Afinal, proporção é a razão entre as partes de um único conjunto, não a razão entre vários conjuntos, não?

Não exatamente. O desenho de uma pessoa deve estar proporcional em relação com o próprio corpo e também com o corpo de outras pessoas, além do ambiente. No caso dos santos gigantes, era a religião sobre a razão. Uma deformação em virtude de uma crença, mas que ainda sim se caracterizava como deformação (no tocante às formas reais).

Perspectiva, proporção e anatomia saem do cunho artístico e entram no científico. Como ciência, possuem regras e lógica, portanto não depende da interpretação pessoal de cada um.
 
os egipcios tb representavam os reis (q eram considerados deuses) maiores do que as outras pessoas.

as figuras tb eram representadas distorcidas (cabeça de perfil, ombros e peitoral visto de frente, etc) para salientar certas caracteristicas da pessoa.
 
Eles faziam da forma que mais apreciavam. Gostavam do rosto de perfil, mas os olhos de frente, assim como o tronco, e as pernas também de lado. Não havia preocupação em retratar a realidade, mas sim a forma idealizada da beleza.

:lily:
 
Glorwendel disse:
Eles faziam da forma que mais apreciavam. Gostavam do rosto de perfil, mas os olhos de frente, assim como o tronco, e as pernas também de lado. Não havia preocupação em retratar a realidade, mas sim a forma idealizada da beleza.

:lily:

será q era soh por q era como eles mais apreciavam, ou tb pela função q a arte tinha pra eles?

Acho q o modo de representar as pessoas tinha um certo significado além da busca pela beleza.
 
Tudo que conseguimos enxergar tem perspectiva. Pois é a maneira que conseguimos dar profundidade as coisas. Como nós não temos visão 3D o cérebro tenta dar a nossa visão uma noção de profundidade.
Também é bem legal observar os ângulos e as perspectivas de filmes como Matrix ou Spider Man onde a câmera esta posicionada em locais para parecer que os movimentos são muito difíceis. :wink:
 
Camila disse:
Tudo que conseguimos enxergar tem perspectiva. Pois é a maneira que conseguimos dar profundidade as coisas. Como nós não temos visão 3D o cérebro tenta dar a nossa visão uma noção de profundidade.

É claro que temos visão 3D. É justamente por isso que temos dois olhos ao invés de um só.

Aliás, não existe senso de profundidade no ser humano com apenas um olho. Tanto que quem fica caolho perde esse senso.
 

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