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A imortalidade élfica

Só um fato curioso (não vi se alguem já comentou isso). Lendo a entrevista que Tolkien concedeu, em 1971, a BBC rádio 4, ele comenta que a imortalidade élfica era apenas provável que fosse de tal forma.

Gerrolt: Você pretendeu em O Senhor dos Anéis que certas raças deveriam encarnar certos princípios: a sabedoria de Elfos, a habilidade de Anões, a força dos Homens; e assim sucessivamente ?

Tolkien: Eu não pretendi isto, mas quando você tem estas pessoas em suas mãos você tem que os fazer diferentes. Bem claro que como sabemos no final das contas todos nós conseguimos que a humanidade desse certo, e é só o barro primordial que nós temos. Nós devemos tudo - ou pelo menos uma parte grande da raça humana - ao trabalho de diferentes pessoas com diferentes habilidades. Eu gostaria de ter uma capacidade mental maior para poder criar arte mais elevada, assim o tempo entre a concepção e a execução seria encurtado... porém nós deveríamos gostar mais de tempos mais longos onde poderíamos criar mais. É por isso que, de certo modo, os Elfos são imortais. Quando eu usei o conceito de imortalidade, eu não quis dizer que eles eram eternamente imortais, somente que eles são "provavelmente imortais" e que sua longevidade tem seu contato direto com a habitabilidade da terra. O Anões é claro são bastante óbvios - você não diria que em muitas formas eles o fazem lembrar dos judeus ? As palavras deles são obviamente semíticas, construídos para ser semíticas. Hobbits são pessoas inglesas rústicas feitas pequenas em tamanho porque reflete (em geral) o alcance pequeno da sua imaginação - não o alcance pequeno da coragem ou poder oculto.
 
A morte para os humanos é uam benção, pois afinal, os homens partem e nunca mais retornam para o mundo, ninguém sabe para onde vão. Mas, se fossemos elfos desejaríamos morrer, pois veríamos tudo que amamos morrer com o passar dos anos, veríamos o mundo mudar. Isso explica sua grande relação com o mundo, estão ligados a ele. Logo, isso também explica seu desejo de preservar, afinal, as Silmarillis poderíam indiretamente ser isso, uma forma de presevar a luz das árvores de valinor, sei que foram criadas por Fëanor, não com essas intenções.

Exatamente! Uma pena que os homens viam isso como um castigo, se eles soubessem que o melhor destino possivelmente era o deles...
 
Existe um tópico parecido http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=77093
e postei lá também, tema bem escolhido.
Alguns artigos tanto tolkienianos como estudos tratam os elfos como "imortais", pelo menos enquanto Arda (o Mundo), dure; eles não envelhecem nem adoecem e se forem mortalmente feridos ou sofrerem um grande desgosto, reencarnam nas Mansões de Mandos, em Valinor. Contudo, ao contrário dos homens, os elfos têm de permanecer em Arda até ao seu fim, não estando circunscritos à Terra Média, mas podendo, se tal desejarem, partir para Valinor, no extremo Oeste, um destino vedado aos mortais.
Então vale a pena pensar que existam os Elfos imortais de Arda e os de vida longa que escolhessem outros caminhos. Em um dos trechos já descritos na enciclopédia da Valinor consta que Desta forma Eru, o Único, que os nascidos na terra chamam de Ilúvatar, criou a mais bela e mais sábia das raças. Ilúvatar declarou que os elfos teriam e construiriam maiores belezas do que qualquer outra raça, que possuiriam as maiores felicidades e a maiores tristezas. Deveriam ser imortais mas não eternos, e deveriam viver tanto quanto a terra viveria. Nunca conheceriam doenças nem pestilências, mas seus corpos seriam como a terra, em substância, e poderiam ser destruídos. Poderiam ser mortos com fogo ou aço na guerra, ser assassinados ou mesmo morrer de uma grande tristeza.
A estatura dos elfos seria a mesma dos homens, que ainda estavam por ser criados, mas os elfos seriam mais fortes de espírito e de membros, e não ficariam mais fracos com a idade, mas sim mais sábios e belos.
Imortais que poderiam morrer, Tolkien não quis confundir, somente quis que seus leitores viajassem em pensamentos e tratassem o assunto como um ponto de questão, mas é isso, imortais em sua criação mas em Arda / Valinor e vida longa aos elfos que seguissem outros destinos. De acordo com as palavras de um artista plástico chamado August Malmström, pintor de algumas obras que reatratam os elfos como seres de luz, ele diz assim:
"São seres mitológicos magníficos, criaturas perfeitas e por isso são imortais."
 
Na carta nº 131, onde Tolkien explica sua obra tem algumas citações interessantes (a maioria de certa forma já foi dita aqui, mas acho que fica legal citar como uma fonte extra de confirmação) sobre a imortalidade dos elfos e o fardo que sentiram com o passar das Eras.

A primeira citação aparece logo em que ele está definindo o conceito de magia dizendo em certo ponto:

Os "elfos" são "imortais", pelo menos na medida deste mundo: e portanto ocupam-se mais dos pesares e fardos da imortalidade no tempo e na mudança do que da morte.

Um pouco adiante ele aborda o Silmarillion, deixando claro que a visão do livro é élfica e por isso o tema do Destino pós-morte humano não foi abordado de forma clara, mais mesmo assim, antes de terminar o parágrafo ele já deixa transparecer a reação dos elfos em relação aos homens mesmo na época em que passa o Silma.

São os Primogênitos, os Elfos, e os Seguidores, os Homens. O destino dos Elfos é serem imortais, amarem a beleza do mundo, levarem-no ao pleno florescimento com suas dádivas de delicadeza e perfeição, durarem enquanto ele durar, sem o deixarem jamais mesmo quando são "mortos", porém retornando - e no entanto, quando chegarem os Seguidores, ensinarem-nos e abrirem caminho para eles, "desvanecerem-se" enquanto os Seguidores crescem e absorvem a vida da qual ambos provêm. O Destino (ou a Dádiva) dos Homens é a mortalidade, a liberdade dos círculos do mundo. Como é élfico o ponto de vista de todo o ciclo, a mortalidade não é explicada em termos míticos: é um mistério de Deus do qual nada mais se sabe senão que "o que Deus destinou aos Homens está oculto": pesar e inveja dos Elfos imortais.


Durante a carta, Tolkien fala sobre os as "quedas" da raça (os seus erros), o primeiro seria o cometido pela linhagem de Fëanor e o segundo seria o que vai ser descrito no trecho a seguir.

uma espécie de segunda queda, ou pelo menos "erro", dos elfos. Essencialmente nada havia de errado em demorarem-se a despeito dos conselhos, ainda tristemente com as terras mortais de seus antigos feitos heróicos. Mas queriam ter o bolo sem precisarem comê-lo. Queriam a paz, a felicidade e a lembrança perfeita d'"O Ocidente", e ainda assim permanecer na terra comum, onde seu prestígio como o mais elevado dos povos, acima dos elfos selvagens, dos anões e dos homens, era maior do que na base da hierarquia de Valinor. Tornaram-se assim obcecados com "desvanecer-se", o modo pelo qual as mudanças do tempo (a lei do mundo sob o sol) eram percebidas por eles. Tornaram-se tristes, e sua arte (digamos) antiquária, e todos os seus esforços na verdade uma espécie de embalsamamento - apesar de também reterem o antigo motivo da sua espécie, o adorno da terra e a cura de suas feridas.

E, por fim, se aproveitando da fraqueza dos elfos, Saurom os manipula para forjar os anéis de poder.

Mas muitos dos elfos deram ouvidos a Sauron. Naquela época primitiva ele ainda era belo, e seus motivos e os dos elfos pareciam coincidir em parte: a cura das terras desoladas. Sauron encontrou o ponto fraco deles ao sugerir que, auxiliando-se entre si, poderiam tornar a Terra-média tão bela quanto Valinor. Era realmente um ataque velado aos deuses, uma incitação para tentar estabelecer um paraíso independente em separado. Gil-galad rechaçou todas essas abordagens, bem assim como Elrond. Mas em Eregion iniciou-se uma grande obra - e os elfos chegaram o mais perto possível de sucumbirem à "magia" e ao maquinário. Com a ajuda do saber de Sauron, fizeram Anéis de Poder ("poder" é uma palavra agourenta e sinistra em todos estes contos, exceto quando se aplica aos deuses).

O principal poder (de todos ao anéis igualmente) era a prevenção ou o retardamento da deterioração (isto é, da "mudança" vista como coisa lamentável), a preservação do que se deseja ou ama, ou de sua aparência - este é mais ou menos um motivo élfico. Mas também reforçavam os poderes naturais do possuidor - aproximando-se assim da "magia", um motivo facilmente corruptível ao mal, uma ânsia de dominação.

Fonte: Dúvendor
 
Não acredito que no caso dos elfos o Tolkien tenha pensado com essa profundidade (por ser órfão). Talvez ele só queria criar uma outra raça. Também temos que parar um pouco de tentar achar complexidade em tudo, ainda mais nas obras de SDA.
 
Não acredito que no caso dos elfos o Tolkien tenha pensado com essa profundidade (por ser órfão). Talvez ele só queria criar uma outra raça. Também temos que parar um pouco de tentar achar complexidade em tudo, ainda mais nas obras de SDA.

Concordo plenamente...


Mas será que Tolkien, se estivesse vivo não ficaria satisfeito com tanta repercussão, dúvidas e questionamentos sobre suas obras? Se fosse comigo eu iria adorar tantas perguntas, tantas dúvidas, histórias com qualidade e profundidade geram isso...entrar a fundo na história e viajar nos pensamentos...muito bom isso.
 
Complexo de Vira-lata foi ótimo ^^
Mas n se esqueçam das palavras de Iluvatar:
"Então, falou Ilúvatar e disse: - Poderosos são os Ainur, e o mais poderoso dentre eles é Melkor; mas, para que ele saiba, e saibam todos os Ainur, que eu sou Ilúvatar, essas melodias que vocês entoaram, irei mostrá-las para que vejam o que fizeram E tu, Melkor, verás que nenhum tema pode ser tocado sem ter em mim sua fonte mais remota, nem ninguém pode alterar a música contra a minha vontade. E aquele que tentar, provará não ser senão meu instrumento na invenção de coisas ainda mais fantásticas, que ele próprio nunca imaginou."
Então de certa forma, através de Melkor/Morgoth muitas coisas belas surgiram (pode parecer estranho), de uma certa forma, como dizia Labadal:
"Então pareceu a Sador que os olhos de Túrin não eram como os de uma criança, e pensou: — O pesar afia as mentes duras."

No fim, toda a tristeza em Arda que Morgoth causou, fez com que ela ficasse mais bela, seguindo as palavras de Ilúvatar, pode muito bem ser que o próprio Morgoth, pelo medo e pelas mentiras que instilou nos homens tenha feito com que esses realizassem grandes e maravilhosos feitos. O Dom de Iluvatar pros Homens foi pervertido por Melkor e isso em alguns casos fez com que os homens agissem e atingissem objetivos que os elfos em sua imortalidade não atingiriam, uma vez que aos elfos é facultado esperar e aos homens não.
E para finalizar corroborando o que eu disse, seguem as palavras de Húrim a Turgon:
"-Senhor – disse então Húrin a Turgon – não somos senão mortais e diferentes dos eldar. Eles podem suportar a passagem de muitos anos enquanto aguardam o combate com seus inimigos em algum futuro distante; para nós, porém, o tempo é curto; e nossa esperança e força logo definham. Além do mais, não descobrimos o caminho até Gondolin e de fato não sabemos ao certo onde fica essa cidade; pois fomos trazidos em meio ao pavor e ao espanto pelos altos caminhos do ar e, por felicidade, nossos olhos foram vendados Turgon então concedeu-lhes o pedido."
 
Última edição:
Só um fato curioso (não vi se alguem já comentou isso). Lendo a entrevista que Tolkien concedeu, em 1971, a BBC rádio 4, ele comenta que a imortalidade élfica era apenas provável que fosse de tal forma.

Gerrolt: Você pretendeu em O Senhor dos Anéis que certas raças deveriam encarnar certos princípios: a sabedoria de Elfos, a habilidade de Anões, a força dos Homens; e assim sucessivamente ?

Tolkien: Eu não pretendi isto, mas quando você tem estas pessoas em suas mãos você tem que os fazer diferentes. Bem claro que como sabemos no final das contas todos nós conseguimos que a humanidade desse certo, e é só o barro primordial que nós temos. Nós devemos tudo - ou pelo menos uma parte grande da raça humana - ao trabalho de diferentes pessoas com diferentes habilidades. Eu gostaria de ter uma capacidade mental maior para poder criar arte mais elevada, assim o tempo entre a concepção e a execução seria encurtado... porém nós deveríamos gostar mais de tempos mais longos onde poderíamos criar mais. É por isso que, de certo modo, os Elfos são imortais. Quando eu usei o conceito de imortalidade, eu não quis dizer que eles eram eternamente imortais, somente que eles são "provavelmente imortais" e que sua longevidade tem seu contato direto com a habitabilidade da terra. O Anões é claro são bastante óbvios - você não diria que em muitas formas eles o fazem lembrar dos judeus ? As palavras deles são obviamente semíticas, construídos para ser semíticas. Hobbits são pessoas inglesas rústicas feitas pequenas em tamanho porque reflete (em geral) o alcance pequeno da sua imaginação - não o alcance pequeno da coragem ou poder oculto.


Cara, hein :clap:
 
hum....acho que os humanos se fossem imortais e morresem apenas de 'morte matada' ou uma triteza muito grande, quase nao teria mais gente na Terra, por que hoje em dia tudo é motivo de drama, o pessoal faz mto draminha por qualquer coisa. Os elfos eram mais equilibrados,acho, então nao sofriam por tao pouco. Muitos deles podiam muito bem viver para sempre sem se sentir mal, não acho que isso seria um fardo para eles. Acho que viver para sempre pode ser bom, mas não se aqueles te você ama nao puderem estar por perto. Tanto é que Arwen decide ficar na TM, sua vida eterna de nada valeria sem Aragorn. Mas caso este pudesse passar o resto da eternidade com ela, certamente estes ficariam juntos até o fim do mundo.
 

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