"Inclui-se, nesse dom de liberdade, que os filhos dos homens permaneçam vivos por um curto intervalo no mundo, não sendo presos a ele, e partam logo, para onde, os elfos não sabem. Ao passo que os elfos ficam até o final dos tempos, e seu amor pela Terra e por todo o mundo é mais exclusivo e intenso por esse motivo e, com o passar dos anos, cada vez mais cheio de tristezas. Pois os elfos não morrem enquanto o mundo não morrer, a menos que sejam assassinados ou que definhem de dor (e a essas duas mortes aparentes eles estão sujeitos); nem a idade reduz sua força, a menos que estejam fartos de dez mil séculos; e, ao morrer, eles são reunidos na morada de Mandos, em Valinor, de onde podem depois retornar. Já os filhos dos homens morrem de verdade, e deixam o mundo, motivo pelo qual são chamados Hóspedes ou Forasteiros. A morte é seu destino, o dom de Ilúvatar, que, com o passar do tempo, até os Poderes hão de invejar."
Esse trecho está no Silmarillion. E acho que esclarece muita coisa. Para Eru os elfos eram a expressão mais sublime da beleza que ele podia criar, daí a sua permanência no decorrer dos tempos. São imagem e semelhança dele mesmo. Enquanto os humanos representam a faceta inquieta, insatisfeita, que sempre vai ansiar por mais e que tem o DOM, vejam o nome dado, da morte.
Acho que Tolkien amava a beleza em todas suas formas e parte dele queria que isso permanecesse, dai os elfos, e a perspectiva de viver infinitamente e contemplar tudo que se passasse no mundo.
Mas parte dele sabia com as perdas que tinha sofrido durante sua própria vida, que viver pra sempre, quando os mais caros lhe são tirados, não é fácil. Que essa imortalidade posse se tornar solitária e enfadonha. Dai os homens e seu dom da mortalidade.
Acho que o professor estava no mesmo embate que todos nós...indeciso sobre o que seria melhor...