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A Hora da Estrela (Clarice Lispector)

Francis Drake disse:
Conversar com vc me torna uma pessoa tão culta... :? :D

:obiggraz:

Ok, 'xo falar um pouco sobre isso porque usei como explicação lá no tópico do 'Diários de Motocicleta' mas acredito que funcione melhor no que diz respeito a literatura (pelo menos dessa área eu entendo melhor e sei parar quando estiver falando merda, ihihihih)

Lembra daquela frase do Heráclito? Ele dizia algo mais ou menos assim:

"Tudo flui. Tudo está em movimento e nada dura para sempre. Por essa razão, não podemos entrar duas vezes no mesmo rio. Isto porque quando eu entrar pela segunda vez no rio, tanto eu quanto ele estaremos mudados."

Se você trocar 'rio' por 'livro', acho que você pega mais ou menos a idéia do que estou tentando dizer. A experiência de leitura de um livro é única, por depende do conhecimento de mundo de uma pessoa. E como conhecimento de mundo é algo que acumulamos simplesmente vivendo, significa que, assim que eu fechar 'A Hora da Estrela', se eu decidir ler de novo esse já será um novo livro para mim.

O 'estar preparado' não significa ser mais burro ou mais inteligente, nem significa ter ido para a faculdade estudar isso ou ter que ler porque a professora mandou. Como eu disse no post anterior, pode acontecer de você nunca 'estar preparado', porque vai depender do conhecimento de mundo que você acumulou.

De repente, por alguma razão, a química entre você e esse livro da Clarice Lispector não ficou equilibrada. Mas nessa reação, não importa só o que se aprende na escola, mas o que você vive. Para você ver, de repente depois de ler os posts da Litzhel e do Sujo aqui nesse tópico você já tenha uma nova visão do mundo. :wink:
 
"Tudo flui. Tudo está em movimento e nada dura para sempre. Por essa razão, não podemos entrar duas vezes no mesmo rio. Isto porque quando eu entrar pela segunda vez no rio, tanto eu quanto ele estaremos mudados."

Se você trocar 'rio' por 'livro', acho que você pega mais ou menos a idéia do que estou tentando dizer. A experiência de leitura de um livro é única, por depende do conhecimento de mundo de uma pessoa. E como conhecimento de mundo é algo que acumulamos simplesmente vivendo, significa que, assim que eu fechar 'A Hora da Estrela', se eu decidir ler de novo esse já será um novo livro para mim.

Falou tudo Ana! Comigo é bem assim mesmo, por isso sempre leio um livro mais de uma vez. O legal é ler o livro denovo depois de 1 ou 2 anos que você o leu pela última vez. Eu começo a reparar em coisas que não tinha percebido antes, além de que suas experiências de vida durante aquele tempo podem mudar totalmente sua visão sobre a história do livro.
 
Ana Lovejoy disse:
Lembra daquela frase do Heráclito? Ele dizia algo mais ou menos assim:

"Tudo flui. Tudo está em movimento e nada dura para sempre. Por essa razão, não podemos entrar duas vezes no mesmo rio. Isto porque quando eu entrar pela segunda vez no rio, tanto eu quanto ele estaremos mudados."
Não... mas to lendo agora... bem profundo heheheh :lol:

Ana Lovejoy disse:
Se você trocar 'rio' por 'livro', acho que você pega mais ou menos a idéia do que estou tentando dizer. A experiência de leitura de um livro é única, por depende do conhecimento de mundo de uma pessoa. E como conhecimento de mundo é algo que acumulamos simplesmente vivendo, significa que, assim que eu fechar 'A Hora da Estrela', se eu decidir ler de novo esse já será um novo livro para mim.
ou seja... toda vez q eu tentar ler um livro vai ser como a 1ª vez? ou a cada leitura vai ser uma experiência diferente?

Ana Lovejoy disse:
O 'estar preparado' não significa ser mais burro ou mais inteligente, nem significa ter ido para a faculdade estudar isso ou ter que ler porque a professora mandou. Como eu disse no post anterior, pode acontecer de você nunca 'estar preparado', porque vai depender do conhecimento de mundo que você acumulou.
hahahahah na vinha vida não se acumula nada além de dor e trizteza :(

Ana Lovejoy disse:
De repente, por alguma razão, a química entre você e esse livro da Clarice Lispector não ficou equilibrada. Mas nessa reação, não importa só o que se aprende na escola, mas o que você vive. Para você ver, de repente depois de ler os posts da Litzhel e do Sujo aqui nesse tópico você já tenha uma nova visão do mundo. :wink:
Vou ter q ler mesmo? Não dá pra explicar um resuminho?
 
Francis Drake disse:
ou seja... toda vez q eu tentar ler um livro vai ser como a 1ª vez? ou a cada leitura vai ser uma experiência diferente?

A cada leitura será uma experiência diferente.

Francis Drake disse:
Vou ter q ler mesmo? Não dá pra explicar um resuminho?

Já entendi qual é o fator que não deixa você gostar de Lispector. :)
 
Meu, o que falar sobre este livro? O meu já está tão surrado de tanto que eu o li e reli. Sempre gostei muito de entrar na história do livro e viajar, como se eu fosse o personagem principal, mas nunca consegui (explosão) fazê-lo com este livro.
O vazio que é Macabéa, a ausência do ser nos desespera, faz com que fiquemos angustiados ao ler o livro. A falta de opinião, pensamento..enfim do ser humano Macabéa torna o livro angustiante, porém muito bom de se ler!
Ao mesmo tempo que espanta a leitura e atrai com força igual ou maior, fazendo com que você fique preso ao livro, lendo e sofrendo (não como a personagem, mas sim pela personagem). Enfim, é Clarice Lispector! :amem:
 
Ana Lovejoy disse:
Francis Drake disse:
Vou ter q ler mesmo? Não dá pra explicar um resuminho?

Já entendi qual é o fator que não deixa você gostar de Lispector. :)
Exatamente... errada... tipo... eu não tenhu tanta preguiça pra ler um livro... mas se for um livro bobo, q não me chame a atenção, q não me de "fome" de leitura, eu realmente vou me entediar de tentar le-lo...
 
"Livro bobo"?

Você precisa tomar muito Toddynho para escrever um "parágrafo bobo" como qualquer um da Lispector. O fato é que você sente preguiça sim, e isso fica óbvio em qualquer post seu aqui no Literatura até o momento (vide o tópico do Machado, por exemplo).

Aparentemente qualquer livro que exija um mínimo de atenção ou um pouco mais de conhecimento de vocabulário são taxados por você de 'bobos', 'chatos', etc. Só por sua definição dessas obras já dá para entender qual é o problema.

Francis, as pessoas pensam que Literatura é coisa fácil porque aparentemente todo mundo lê. Mas ler é um exercício complicado, é quase como levantar peso: ou você adquire o hábito, ou vai sempre ser uma "tarefa", imposta por professores.

Anyway, há sempre a boa e velha desculpa de que gosto é gosto :wink:
 
"A Hora da Estrela" é um livro fantástico que te pega de um jeito, que poucos livros são capazes...

O começo meio desvinculado e ao mesmo tempo tão instigante quanto o resto da narrativa faz você mergulhar naquele mundo de sentimentos tecidos com palavras. Faz você sentir em si mesmo o sofrimento da personagem e querer pegá-la no colo, protegê-la de sua inocência quase imbecilidade e o choca com seu desfecho trágico, mesmo que anunciado...

Tenho que admitir que quase chorei no final... :cry: (Depois fiquei irado, mas isso é outra história... :twisted: )
 
Ana Lovejoy disse:
"Livro bobo"?
é assim q eu julgo os livros q não me chamam a atenção...

Ana Lovejoy disse:
Você precisa tomar muito Toddynho para escrever um "parágrafo bobo" como qualquer um da Lispector.
Serve Nescau... tipo... só pelo fato de eu ser criança vc acha (ou te mcerteza) q eu num posso escrever algo bom(se é isso oq vc acha dos textos da Claricie)?
Ana Lovejoy disse:
O fato é que você sente preguiça sim, e isso fica óbvio em qualquer post seu aqui no Literatura até o momento (vide o tópico do Machado, por exemplo).
Digo q não tenho! Moça... vc não tem noção do q é "o" Francis Drake... talvez aki no literatura eu possa ter passado essa img...

Ana Lovejoy disse:
Aparentemente qualquer livro que exija um mínimo de atenção ou um pouco mais de conhecimento de vocabulário são taxados por você de 'bobos', 'chatos', etc. Só por sua definição dessas obras já dá para entender qual é o problema.
E qual é então? Se eu não gosto são bobos mesmo... é assim q eu julgo

Ana Lovejoy disse:
Francis, as pessoas pensam que Literatura é coisa fácil porque aparentemente todo mundo lê. Mas ler é um exercício complicado, é quase como levantar peso: ou você adquire o hábito, ou vai sempre ser uma "tarefa", imposta por professores.
eu não...

Ana Lovejoy disse:
Anyway, há sempre a boa e velha desculpa de que gosto é gosto :wink:
deculpa para os tolos... :|
 
Senhor Francis Drake, queira por favor retomar o assunto do tópico.

Aliás, queira por favor parar de floodar neste subfórum de Literatura.

A direção agradece.

:)
 
Francis, sinto muito. Enquanto você continuar baseando suas críticas entre 'bobo' e 'chato', ou 'prende minha atenção', 'não prende minha atenção', fica óbvio que você precisa ler mais.

Por exemplo: eu não gosto dos outros trabalhos da Clarice Lispector. E não é porque eles 'não prendem minha atenção', ou são 'bobos', mas porque não consigo me acostumar com o fluxo de narrativa dela. Considero confuso, principalmente porque é *muito* introspectivo. Simplesmente não faz o meu gosto.

Em compensação, em 'A Hora da Estrela', parece que a Lispector deixa um pouco de lado as narrativas caóticas e parte para algo mais claro. Para mim, é nesse momento que ela acerta a mão. Ela consegue passar a agonia do narrador-personagem, que cria sua Macabéia e sabe que não existirá outro destino para ela que não o que vemos no final. Enfim, é um exercício literário fantástico, em alguns momentos até inovador.

...

Entendeu? Antes de entrar no blablabla de "você não conhece 'o' Francis Drake" ( :roll: ) você poderia contra-argumentar de forma...

... menos boba. :wink:

Sabe como é, o tópico é sobre 'A Hora da Estrela', e não sobre você. Se quiser falar sobre você, é só me mandar mp, não precisa dar trabalho para o Ka Bral, não, tá? :)
 
Em compensação, em 'A Hora da Estrela', parece que a Lispector deixa um pouco de lado as narrativas caóticas e parte para algo mais claro. Para mim, é nesse momento que ela acerta a mão. Ela consegue passar a agonia do narrador-personagem, que cria sua Macabéia e sabe que não existirá outro destino para ela que não o que vemos no final. Enfim, é um exercício literário fantástico, em alguns momentos até inovador.

Bom, eu não havia visto esse tópico... vou dar uma de tosco e admitir que não li as páginas anteriores...

Gosto do Livro... pegando o que a Lovejoy falou ali em cima... Lispector era adepta a uma corrente filosófica que coloca a análise da existência no seio de de suas proposições (não achei a palavra que queria), enfim, A hora da Estrela não foge do estilo introspectivo, sabe quando vc lê algo e nota que o cara tá dentro de sí mesmo, passando algo voltado a análise interior dos personagens. É de certa forma denso, mas sem dúvida algo que foge da ação externa.

Macabea não sabe o que faz nesse mundo.

Me lembra de leve o estilo Machadiano a história cheia de digressões...

Enfim.... muito tem a se falar sobre o lvro que tramita por vários trilhos. O que fica de mais profundo é o enigma da vida, o questionamento do mundo e o que esta na dedicatória do livro...

O que é banal consegue ser focado de forma psicológica muito bem trabalhada.

Outra cousa que alguem já deve ter comentado é a Epifania, o interior do personagem vai aparecendo e nos tocando. Não estão presentes na obra discursos eloquentes e nem 'dramalhões'.

Sei lá, tô com sono... não sei muito o que dizer pra justificar que acho o livro bom. Apenas leiam.
 
lordpas disse:
Lispector era adepta a uma corrente filosófica que coloca a análise da existência no seio de de suas proposições (não achei a palavra que queria), enfim, A hora da Estrela não foge do estilo introspectivo, sabe quando vc lê algo e nota que o cara tá dentro de sí mesmo, passando algo voltado a análise interior dos personagens. É de certa forma denso, mas sem dúvida algo que foge da ação externa.
Sim, interessante notar também que partindo de uma particularização (Macabéa), ela chega em algo geral, que seria a parcela da população que age como a Macabéa.
 
Eu li.

Eu li.

Ah.

Hmmm.

O Mundo.

Eu enxergo.

Ela enxergava.

Eu entendi o que ela disse.

Eu a entendo.

Parece-me que sim.

É.

Este é o Mundo.

Oh.

Ah.

:)
 
Desde a primeira página até o evento em questão, eu fiquei torcendo pra Macabéa morrer logo pra eu jogar o livro do lado e ir fazer coisa melhor da vida. Foi um alívio quando terminou...

Me desculpem, mas não consigo enxergar arte nenhuma nesse livro. Dizem que se um livro provocou uma emoção em você, ele não foi completamente inútil... Esse livro só provocou raiva em mim, a cada página virada aumentava minha vontade de jogá-lo pela janela. :?
 

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