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A Foice e o Martelo: Gnose Cainita e Nacional-Bolchevismo

  • Criador do tópico Paganus
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Paganus

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Quando estudamos as bases ideológicas do Nacional-Socialismo iremos encontrar diversas influencias ocultistas no mesmo. Essas influencias foram expostas por diversos pesquisadores e até hoje existem grupos ocultistas de influencia Nacional-Socialista. Não é tão divulgado no entanto, as influencias ocultistas dentro dos movimentos Marxistas, talvez devido a natureza materialista das idéias de Karl Marx. Podemos observar que houve sim, uma colaboração entre diversos ocultistas e marxistas, no qual focaremos aqui na formação do Bolchevismo, sua ligação com o Gnosticismo e mais tarde iremos traçar paralelos entre as bases metafísicas do Nacional-Bolchevismo e a Gnose Cainita.

Gnósticos e heréticos na revolução bolchevique

As ligações do Bolchevismo com o Gnosticismo foram expostas no artigo "As raízes ocultas da revolução Russa", onde vemos algumas das contribuições de ocultistas ao desenvolvimento do Bolchevismo na Rússia. Para os gnósticos cristãos, o Deus do velho testamento não é o mesmo "Pai desconhecido", o verdadeiro Deus. Na verdade ele é o Demiurgo, que criou o mundo material para nos manter em cativeiro. Dessa forma o gnosticismo cristão se formou em comunidades que viam as coisas materiais como frutos ilusórios do Jardim do Éden do Demiurgo e buscavam o compartilhar de suas posses. O gnóstico (homem de conhecimento) deveria buscar o despertar da sua condição de cativeiro e aspirar à libertação do julgo do Demiurgo.

Os ensinamentos gnósticos chegaram à Rússia logo nos primeiros séculos do cristianismo, deixando sua influencia nas comunidades monásticas da Igreja Ortodoxa Russa. Durante esses primeiros séculos, missionários Essênios e Maniqueístas vieram a Rússia e mais tarde durante o século treze, foi a vez dos Bogomils expandir as doutrinas gnósticas na Rússia. Essas idéias gnósticas junto as idéias heréticas de dissidentes da Igreja Ortodoxa tais como os "Velhos Crentes", se consolidariam na grande massa popular insatisfeita com a decadência das instituições religiosas e políticas de seu tempo, para formar as bases metafísicas da revolução de 1917.

Metafísica do Nacional-Bolchevismo e seus paralelos com a Gnose Cainita

Os bolcheviques foram hábeis em se utilizar dessa insatisfação popular em uma estratégia de roupagem milenarista unindo idéias marxistas, gnósticas e heréticas, que eram publicados em periódicos e distribuídos ao publico. Com isso era dada a sensação que a terra prometida que estava por vir, a Nova Jerusalém, seria consolidada efetivamente na Era do Espírito Santo trazida pela praxis marxista, que trazia uma proposta concreta de mudança social em sua antítese a instituições religiosas e políticas vigentes, desacreditadas pela população.

Nas palavras de Aleksandr Dugin, em seu texto "Metafísica do Nacional-Bolchevismo", o Nacional-Bolchevismo herdou essa base metafísica bolchevique, considerando o aspecto econômico do comunismo, uma prática teúrgica e mágica, visando a transformação social. Dessa forma, o lado espiritual/idealístico do tradicionalismo russo, não é deixado de fora e sim sintetizado junto ao plano social/materialista em um sistema que contempla ambos.

Para Dugin, uma vez que as instituições tradicionais conservadoras (políticas e religiosas) decaem, ganham importância as práticas iniciáticas ligadas ao "caminho da mão esquerda". Isso foi particularmente explorado por Evola em seu "O Yoga do Poder" onde ele examina o caminho da mão esquerda ou Vama Marga, tal como é utilizado na escola tântrica Kaula. Dugin afirma que "a lição de Evola para o nacional-bolcheviques é enfatizar os elementos diretamente ligados às doutrinas da "mão esquerda", à realização espiritual traumática na esperança concreta de transformação e revolução dos usos e costumes que perderam toda justificativa de ordem sagrada."

Dessa maneira, só nos resta agora complementar essa linha de pensamento utilizando de ensinamentos gnósticos da mão esquerda, em especial a Gnose Cainita, que tal como o Nacional-Bolchevismo possui o martelo e a foice como símbolos, de sua corrente opositora ou esquerdista.

O "Pai desconhecido" do gnosticismo cristão é chamado de Samael nas vertentes gnósticas da mão esquerda. Ele se torna o pai secreto (secret-ion/secreção) de Caim ao possuir Adão e lançar sua semente de veneno no ventre de Eva, possuída por Lilith. Dessa forma surge Caim e mais tarde a linhagem de sangue bruxo.

No caso da Gnose Cainita aliada ao Nacional-Bolchevismo, o Socialismo ateísta de Karl Marx daria lugar a luta gnóstica contra o Demiurgo, esse sendo o arquétipo ideal do opressor que visa explorar a humanidade. Na luta de classes, Caim assassina Abel, o filho predileto do Demiurgo, que como o Demiurgo vivia da exploração, pastoreando as ovelhas, um símbolo da doutrinação cristã que é perpetuado até os dias atuais pelos pastores de diversas Igrejas. Com o assassinato de Abel pela foice ou o martelo, há um fim a essa exploração.

Significado do martelo e da foice na Gnose Cainita

No artigo "As raízes ocultas da revolução Russa" é dito que os ocultistas russos viam os Bolcheviques trabalhando de forma inconsciente para a missão cósmica da Rússia, realizando sua transformação/transmutação através do martelo e da foice, símbolos alquímicos e da metalurgia. A alquimia visa chegar um estado refinado após expulsar os elementos impuros, consumidos no fogo purificador. Na metalurgia, isso ocorre com o ferreiro buscando aperfeiçoar seu produto através do fogo e das marretadas de seu martelo. Isso representa o conflito necessário para se alcançar uma forma mais elevada de vida.

A metalurgia é a arte de Tubal-Caim, descendente de Caim. Robert Cochrane afirma que em antigos covens, martelos eram deixados no altar em honra a Tubal-Caim. Michael Ford escreve que Tubal-Caim ao bater com seu martelo, no aço aquecido pela chama vermelha da fornalha negra, revelava o sábio interno e as fagulhas vermelhas se espalhavam pelo ar, dedicado a Azazyl. Ford explica que a fornalha é o espírito - nosso Ser, o martelo - a arte de Samael e o fogo é aquele da união de Samael e Lilith. Nesse ultimo aspecto vemos aí a alquimia sexual, conhecida como alquimia proibida na Tradição Sinistra e maithuna no Vama Marga. Podemos ainda pensar no fogo vermelho como o dragão vermelho, associado à Lilith. Já a fornalha negra pode-se pensar como o dragão negro, associado à Samael. Da união dos dois surge Caim, o protótipo do novo homem, livre das opressões do demiurgo.

No culto de Qain Falxifer, a marca de Caim, a maldição lançada sobre sua fronte, aparece na forma de um ponto esmeralda Venusiano, a serpente negra e a foice vermelha. A foice representa a colheita dos frutos do trabalho espiritual e o portador da foice, Qayin Falxifer. Essa ação que é o trabalho que gera esses frutos é o que se chama karma (ação) nas tradições tântricas e védicas. De tal forma a foice também é o símbolo de Saturno, como aquele que vêem trazer a colheita dos frutos das ações que foram plantadas anteriormente.

A foice é o que destrói as limitações das ilusões impostas pelo Demiurgo. Com ela o homem de sabedoria poderá tanto usar seu poder em rituais de destruição aos que se opõem em seu caminho, como poderá usar em fúria contra o apego que restringe o seu espírito desperto. Isso se refere aos rituais de sacrifício das limitações do ego, cujo sangue torna a foice vermelha e rega as sementes do espírito. Dessa forma separamos o transitório/mundano de nossa essência espiritual acausal. Esse é o mesmo principio da liberação (moksha) exposto em diversos upanishads védicos, em que não nos identificamos mais com nosso falso ego/ahamkara (Abel) e sim com nossa essencia/atma (Caim).

Como instrumento de trabalho, para os Bolcheviques o martelo representava a classe dos trabalhadores operários, unida a classe dos agricultores, representado pela foice. Caim usava a foice em seu trabalho de colheita de ervas, que são usadas em trabalhos de feitiçaria prática. A foice é usado para colher ervas mais delicadas, enquanto que uma faca é usada para as partes mais duras das plantas. Esses mistérios são trabalhados no "Negro no Verde", como é chamado esse trabalho mágicko com as ervas no culto de Falxifer.

As ervas utilizadas nesse trabalho são utilizadas com a essência negra, que foram obtidas apartir de quando elas foram regadas com o sangue derramado de Abel. Dessa forma Caim semeou a Árvore da Morte que surge em contraposição a Árvore da Vida. Com o sacrifício realizado, ele abriu o portal (nexion) pelo qual a luz negra pode se manifestar na terra (Malkuth), entrando em contato com seu equivalente na Árvore da Morte, sua mãe Lilith, que bebe o sangue de Abel, dessa maneira aceitando a oferenda.

Ainda em relação ao uso das ervas, Caim torna-se o Mestre da Ars Veneficium (Arte do Veneno), sendo também conhecido como o Senhor da Foice Envenenada (Qayin Qatsiyr). O uso do veneno não serve só para matar alguém, mas também pode trazer fortes efeitos psicoativos tais como as plantas usadas nos ungüentos da bruxas (Unguentum Sabbati), que geralmente possuem um alto grau de toxicidade. Lembre-se que o nome do pai de Caim, Samael significa "Veneno de Deus" e que foi através de sua semente de veneno lançada no ventre de Eva possuída por Lilith, que Caim foi concebido!

A revolução

Os bolcheviques estavam preocupados em fazer uma revolução social no Império Russo. Já os adeptos da Gnose Cainita estão interessados em fazer uma revolução interior, cortando a cabeça do déspota Abel e seu Demiurgo com a foice sangrenta de Caim. Uma síntese desses dois aspectos (material/espiritual) poderão ser reunidos através do paradigma do Nacional-Bolchevismo e propagados afim de trazer liberação em ambos os aspectos. Um cuidado deve ser tomado apenas, para que em sua luta contra a tirania dos déspotas atuais, seu coração não fique duro e de tanto meditar no abismo de defeitos deles, você acabe se tornando como eles. Não tenha tanta sede pelo poder, pois ele já reside dentro de você na forma da chama negra. Tenha sim, o desejo de se libertar e aos demais, das mazelas desse mundo através de mudanças no seu dia-a-dia, utilizando-se de ações diretas que comecem com você mesmo em sua disciplina diária.

Fontes:
Occult Roots of the Russian Revolution.
DUGUIN, Alexandr. Metafísica do Nacional-Bolchevismo.
N.A.A. 218. Liber Falxifer I e II.
JACKSON, Nigel. Masks of Misrule.
FORD, Michael. Beggining Luciferian Magick.
SCHULKE, Daniel A. VENEFICIUM: Magic, Witchcraft, and the Poison Path.

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