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A eterna solidão do vampiro

Anica

Usuário
Gente, acho que fazia MUITO tempo que não batia os olhos em um texto falando de um livro que dessa TANTA vontade de sair correndo para conferir. Vou reproduzir aqui, é do Luiz Claudio Oliveira, publicado no blog Sobretudo.


[size=x-large]Nego Miranda fotografa a Curitiba de Dalton Trevisan[/size]

Mulherinhas de Curitiba, correi. Acaba de sair mais um livro de vampiro.

Amantes da cidade-modelo, correi. Acaba de sair um livro com fotos de Curitiba

Arquitetos, correi. Acaba de sair um livro com detalhes especiais de uma singular arquitetura curitibana.

Ah, mas não é nenhum livro da Stephany Meyer. Também não é um livro de cartões postais. Muito menos uma obra técnica sobre arquitetura, ou outro bom livro de Jaime Lerner. Mas é livro com texto de vampiro e fotos de locais especiais de Curitiba.

O nome do livro é "A eterna solidão do vampiro" e trata-se de uma interpretação (quase que escrevi imagética, imagine) em fotografias, de trechos da obra de Dalton Trevisan (sim, o vampiro de Curitiba, vá, não diga que não sabia).

A literatura transfigurada, reinterpretada, traduzida, transliterada em imagens. O fotógrafo é aquele que escreve com a luz, é o poeta da luz.

Qual é a Curitiba de Dalton Trevisan, ou melhor, da literatura de Dalton Trevisan? O fotógrafo Nego Miranda impôs-se o desafio de mostrá-la. Expôs esta urbe incerta que está presente na memorabilia dos personagens deste escritor que faz da cidade ela própria um personagem. Uma cidade sem tempo e sem espaço, mas com o dom da ubiquidade, que tudo sabe, vê e esconde. Um cidade que não é da fachada, mas a dos bastidores. Ao mesmo tempo íntima e distante. Difícil e dada. Despudorada senhora da casta elite exposta a Nelsinho e seu dentinho canino de ouro.

E o poeta da luz venceu o desafio. Fugiu do relato, desviou o oficialismo, driblou o cartão postal e ... criou. Eis uma Curitiba imprecisa, tremida, desfocada, escura e impiedosa. Eis uma Curitiba vazia, com seres solitários, que espia por detrás da cortina, pelo buraco da fechadura. Eis uma Curitiba que sussurra palavrões em ouvidos virgens, sem tirar o palito do canto dos dentes. Eis uma Curitiba onde em cada esquina "um Raskolnikov te saúda, a mão na machadinha sob o paletó". Eis a Curitiba, aquela que não é mais.

Nunca antes na história deste país (parece que já ouvi isso antes) vi casarem-se tão bem textos e imagens. Linguagens absolutamente diferentes. Um universo imaginário recriado pela fotografia. Mas engana-se quem pensar em uma ilustração. Não, as duas linguagens conversam e conservam-se, tão íntimas quanto independentes.

Como diz Letícia Magalhães, autora da apresentação e que selecionou os textos, a literatura de Dalton Trevisan aproxima-o de um pintor ipressionista, mas, acrescento eu, com o uso dos tons sombrios. Assim foi, para este trabalho, a fotografia de Nego Miranda. Desprendeu-se dos contornos, deu-nos um outro ângulo, um outro olhar. Por vezes, como se fôssemos o olho do Nelsinho ou da corruíra louca ou do próprio vampiro a espreitar sua presa que, também, somos nós.

Amantes de literatura, amantes de fotografia, amantes das artes e de Curitiba, correi. Acaba de sair um ótimo livro.

Achei mais sobre a exposição e o livro no Terra:

A Eterna Solidão do Vampiro - Fotografia

De 29/04 a 13/06 - Ter, Qua, Qui, Sex, Sab e Dom
Horário: de ter a sex, das 10h às 19h; sab e dom, das 10h às 16h
Gratuito

Casa Andrade Muricy
Al. Dr. Muricy, 915 - 3321-4798
Centro

O fotógrafo Nego Miranda se inspira na obra de O Vampiro de Curitiba, livro que deu o apelido ao autor Dalton Trevisan, para criar um inventário fotográfico do personagem. A pesquisa literário-iconográfica de Miranda busca retratar as sucessivas transformações passadas em Curitiba.

A Eterna Solidão do Vampiro conta com 30 imagens do fotógrafo, que também lança livro homônimo sobre o mesmo tema. Acostumado com trabalhos de foto documentarismo, Nego Miranda aborda características da cidade como a neblina e as manhãs frias para ilustrar os ambientes descritos por Trevisan em seus livros.

Nego Mirando é curitibano. Exibe suas fotografias desde a década de 1970 e tem trabalhos expostos no Brasil, Argentina, Cuba, França e Portugal.
 

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