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A Estrada (The Road, Cormac McCarthy)

Vi o filme "No Country for old man" e sinceramente me apaixonei pela história, agora tem esse... e agora que foi comentado nao sossego até ler, rssss.
 
Comecei a ler o livro, no começo me surpreendi com a forma que é escrito, esperava uma narrativa diferente. Estava gostando muito mas deixei de lado um pouco para ler o que eu já estava esperando a algum tempo. A história é meio deprimente e cheguei a sentir a tristeza dos personagens.
 
Zzeugma Em 01-11-2009 disse:
Alyninha disse:
Li algo, não lembro onde, sobre o lançamento de um filme baseado no livro.

Vai ter um filme sim. É com aquele ator Viggo Mortensen.

Sim, é um excelente livro. Li recentemente outro do Cormac, o Meridiano de Sangue, baseado em fatos históricos do Velho Oeste. Muito bom. Provavelmente o livro mais bonito e violento que já li.

Qual o melhor? Achei Meridiano melhor, mas penso que A Estrada é mais... reconfortante? Não sei se seria esta a palavra.

Gostaria de comentar este "Meridiano de Sangue" com alguém que tenha lido também "A Estrada" (como foi meu caso).

Abs

Diego Em 02-11-2009 disse:
Zzeugma, temos também aqui no Meia um tópico sobre Meridiano de Sangue, e a maioria da galera que já o leu, conheceu o Cormac através do "A Estrada".

Zzeugma Em 03-11-2009 disse:
Diego disse:
Zzeugma, temos também aqui no Meia um tópico sobre Meridiano de Sangue, e a maioria da galera que já o leu, conheceu o Cormac através do "A Estrada".

Obrigado, achei aqui: http://www.meiapalavra.com.br/showthread.php?tid=3889

Regente Em 15-11-2009 disse:
Esqueçam o último páragrafo do meu post anterior neste tópico. O romance é ótimo. Resenho-o aqui.

ricorde Em 16-11-2009 disse:
Acabei de ler "A Estrada". Juro para vocês que foi um dos melhores livros lidos por mim este ano. A tensão das primeiras páginas me levaram a imaginar como seria dificil terminar a leitura. A sensação no final é boa. Num mundo onde tudo foi destruído só nos resta caminhar (segundo entrevista do proprio escritor). Acredito que esta seja a nossa condição humana.

dex Em 21-11-2009 disse:
Já li The Road umas 4 vezes desde o ano passado. É realmente magnífico. O estilo do McCarthy muito me agrada. Ele consegue passar a imagem de um mundo completamente destruído sem ter que gastar centenas de linhas para isso.

Mais do que um livro sobre um mundo apocaliptico, é um livro sobre a força de vontade de um pai para salvar o seu filho.

São várias as situações marcantes. Cheguei até a sonhar com aquela parte do canibalismo.

Acho que esse ano, finalmente, a adaptação cinematográfica irá estrear de fato. É um tanto impossível não se tornar um bom filme.

Ah, quanto ao Meridiano Sangrento... fiquei com muita vonta de de le-lo depois dos comentários aqui. Já tem ele traduzido para o português nas lojas.

Luciano Altoé Em 22/12/2009 disse:
Terminei essa semana de ler "A Estrada". Assim como vários que postaram neste tópico, fiquei espantado com o mundo criado por MacCarthy. Sua visão cruel de um futuro estéril é impressionante e assustadora. Mas, talvez, ele não estivesse exatamente fazendo uma "visão do futuro", mas somente criando uma metáfora dos nossos dias, onde vagamos cegos por um mundo sem cor ou vida, repleto de um cinza fúnebre por todos os lados.

Ele, contudo, nos concede a resposta para esse estado ausente de sentimentos e calor. No livro, o amor é o único elo entre Pai e Filho; no amor eles se mantém unidos e vivos. Tudo em volta os impulsiona para a morte; não há futuro, não há qualquer motivo para persistir lutando naquele mundo moribundo, porém, o sentimento mútuo os faz continuar em uma estrada que não tem destino algum.

Sem dúvida alguma os diálogos do livro são o ápice de toda a história. Conversas secas, duras, ainda assim, com afeto. O Pai não nega a verdade (em grande parte das vezes) ao Filho, afinal, este já havia presenciado desgraças demais, era inútil tentar esconder o que estava em cada canto do caminho percorrido. Assim, as vezes as conversas entre eles podem parecer cruéis em demasia, porém, apenas são um reflexo de todo o mal presenciado por ambos.

O fato de MacCarthy não usar aspas ou comentários sobre as reações dos personagens a cada fala, aliado ao desenvolvimento do Filho e sua simbiose com o Pai, faz parecer que, no final do livro, ambos são apenas um. Filho e Pai começam a pensar e agir da mesma maneira, haja vista o cenário de desesperança que lhes é apresentado.

Sem dúvida alguma este livro entrará para minha lista dos melhores que li neste ano de 2009. Aliás, não entendo como não o tinha lido antes. É maravilhoso!

P.S.: publiquei uma pequena análise do livro em meu blog, a qual também pode ser conferida no anexo a esta mensagem. Quem estiver afim de discutir mais algum ponto sobre esta ótima obra, estou a disposição.

Zzeugma Em 22/12/09 disse:
Luciano Altoé disse:
Terminei essa semana de ler "A Estrada". Assim como vários que postaram neste tópico, fiquei espantado com o mundo criado por MacCarthy. Sua visão cruel de um futuro estéril é impressionante e assustadora. Mas, talvez, ele não estivesse exatamente fazendo uma "visão do futuro", mas somente criando uma metáfora dos nossos dias, onde vagamos cegos por um mundo sem cor ou vida, repleto de um cinza fúnebre por todos os lados.

Eu não excluo a alternativa de "metáfora", mas depois de ler "Meridiano de Sangue" do mesmo autor, tive a impressão de existir um lado "ecológico". As descrições da natureza em "Meridiano de Sangue" (Coisa de quem realmente andou pelos sertões lá dos EUA) oferecem um alívio diante da brutalidade de todo ser humano que aparece no livro, coisa que é reforçada ainda mais no início do último capítulo do livro...

Wilson Em 22/12/09 disse:
Luciano Altoé disse:
O fato de MacCarthy não usar aspas ou comentários sobre as reações dos personagens a cada fala, aliado ao desenvolvimento do Filho e sua simbiose com o Pai, faz parecer que, no final do livro, ambos são apenas um. Filho e Pai começam a pensar e agir da mesma maneira, haja vista o cenário de desesperança que lhes é apresentado.

Entendo seu ponto, mas vale lembrar também que a ausência de aspas é uma característica de todos os trabalhos do McCarthy. Ele não separa os diálogos do resto do texto.

Gigio Em 23/12/09 disse:
Zzeugma disse:
Luciano Altoé disse:
Mas, talvez, ele não estivesse exatamente fazendo uma "visão do futuro", mas somente criando uma metáfora dos nossos dias, onde vagamos cegos por um mundo sem cor ou vida, repleto de um cinza fúnebre por todos os lados.

Eu não excluo a alternativa de "metáfora", mas depois de ler "Meridiano de Sangue" do mesmo autor, tive a impressão de existir um lado "ecológico".

Também não querendo, claro, excluir outras leituras, minha impressão foi que essa história seria a expressão de um temor imediato, uma visão de uma realidade alternativa que se impõe por tudo que guarda de terrível, ao mesmo tempo que parece estar, de alguma forma, no limiar do possível. Assim, ela ficaria lado a lado com outros cenários distópicos célebres como "Admirável Mundo Novo", "Fahrenheit 451" e, especialmente, "1984". Não acho que os autores dessas obras de fato acreditassem que o futuro pudesse tomar esse rumo que imaginavam, mas a simples perspectiva que isso viesse a acontecer parecia tão ameaçadora que eles precisavam expressá- la de alguma maneira.

Luciano Altoé em 24/12/09 disse:
Zzeugma disse:
Luciano Altoé disse:
Terminei essa semana de ler "A Estrada". Assim como vários que postaram neste tópico, fiquei espantado com o mundo criado por MacCarthy. Sua visão cruel de um futuro estéril é impressionante e assustadora. Mas, talvez, ele não estivesse exatamente fazendo uma "visão do futuro", mas somente criando uma metáfora dos nossos dias, onde vagamos cegos por um mundo sem cor ou vida, repleto de um cinza fúnebre por todos os lados.

Eu não excluo a alternativa de "metáfora", mas depois de ler "Meridiano de Sangue" do mesmo autor, tive a impressão de existir um lado "ecológico". As descrições da natureza em "Meridiano de Sangue" (Coisa de quem realmente andou pelos sertões lá dos EUA) oferecem um alívio diante da brutalidade de todo ser humano que aparece no livro, coisa que é reforçada ainda mais no início do último capítulo do livro...

O interessante de "A Estrada" é que várias leituras podem ser feitas sobre a atmosfera criada no livro. Na minha opinião o autor realiza uma metáfora dos dias atuais e, principalmente, da maneira como o ser humano encara o seu próximo pela maneira como o mundo foi retratado pelo autor. O fato de todo o planeta aparentemente estar coberto de cinza (fato que acredito somente ocorreria na hipótese de uma hecatombe provocada por diversas erupções vulcânicas por todo o mundo) dificilmente representa um armagedom real.
Com base na descrição do mundo, entretanto, o autor também pode ter deixado para o leitor a construção desse futuro: um colapso nos recursos naturais, erupções vulcanicas ou mesmo uma 3ª Grande Guerra; depende de quem ler o livro.
Eu interpretei o cinza não como um evento de extinção da vida no planeta, mas uma representação da maneira estéril de como tratamos os outros. Vivemos em uma sociedade extremamente individualista, onde preocupamo-nos apenas em sobreviver, pouco importando o que acontecerá com o próximo. Basta que consigamos o necessário para nos manter de pé, caminhando. A única exceção encontrada no livro é exatamente a relação entre Pai e Filho, pois a vida de um dependia essencialmente da do outro.

o estrangeiro Em 27/12/09 disse:
esse livro é fantástico. nunca o mundo pos- apocaliptico foi descrito tão bem. o mccarthy é um gênio, basicamente.

clandestini Em 15/01/10 disse:
Faz uma semana que terminei de ler e ainda estou sentindo o efeito do livro. é realmente muito bom. E nossa, como chorei com aquele final, me destruiu. tão simples, tão naturl, tão óbvio, mas destruidor.
 
terminei de ler essa semana,achei otimo

no final do livro eu achei uma frase que foi dita pelo filho mas que parecia muito com o que o pai sempre falava, fiquei em duvida sobre quem de fato tinha dito. alguem mais percebeu algo assim? posso ter viajado

quanto a outro ponto. infelizmente vi o filme antes do livro
a imagem do filme q eu percebi eh que o menino seria cuidado por uma familia,e que na medida do possivel tudo daria certo para ele

mas lendo o livro eu achei meio esquisito a aproximacao do homem no final, fiquei em duvida das intencoes dele

Alguem me de uma luz..pq embora eu tenha fechado o livro a uns 3 dias isso ainda continua na minha cabeca

abracos
 
pode ter spoilers e talz.

eu também não acho que ficam claras as intenções da família que cuida do menino, rocinante. na verdade foi algo que me angustiou no final, mais até do que a morte do pai (ou até por causa da morte do pai). sobre a frase, você poderia colocar aqui? faz tanto tempo que li o livro que não lembro mais das frases como foram ditas =/
 
Bom, galera acabei de me cadastrar no forum, gostei bastante doque vi pelos tópicos por ai e pretendo participar.
Li "A estrada" no começo do ano passado, vi que iriam lançar o filme e gostei da capa do filme, pesquisando descobri que foi baseado em livro.
Então resolvi ler antes de assistir.Pra mim o livro tinha um clima bem angustiante,as passagens onde o homem e o garoto correm perigos são bem tensas. Eu gostei bastante da leitura e gostei do estilo de escrever do autor. Achei uma leitura bem rápida, talvez por eu ter entrado tanto na história. Comentei em outro fórum que frequento, onde tem um tópico sobre leitura e várias pessoas que leram acharam chato o livro e parado demais.
Mas eu gostei justamente por isso. O livro baseia-se bastante no relacionamento do pai e filho e não no ambiente apocalíptico em si. Mas o clima criado por Cormac é bem sufocante, como já foi citado aqui. É tudo quieto, tanto pela falta de pessoas vivas, quanto pelo silêncio dos vivos para não atrair os canibais.
Pra mim o livro é tem um clima bem pesado também, pelo fato de não ter esperança nenhuma. O pai sobrevive para poder cuidar do filho. E o filho sobrevive por que a vida dele sempre foi assim. Mas não tem perspectiva nenhuma de melhora. O pai só fala do Mar durante o livro , para dar uma esperança ao garoto.
Vou procurar futuramente outros livros do autor para ler.
 

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