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Eu sempre acho que o Akira confunde os tópicos.

Ah não, eu não trabalho assim. Eu sou contra fazer carnaval em tópicos e postei a sério. Desde o começo levava em conta que o assunto do texto não merecia ser tratado como objeto de ciúmes (afinal carnaval é isso). Então, depois de eu ler o material o objetivo é bem simples e quem gostar diz que gostou e pode dar exemplos práticos aplicáveis de como seria útil na própria vida (evitando academicismos) e se pode falar de políticos (que foi o que fiz porque o material é interessante pra quem lê política).

Também ocorre que eu raramente posto para apenas satisfazer um único tipo de bom entendedor (eles são separados por motivações e eu por prioridades). Isso também é da vida, há quem cante para evitar más companhias, há quem escreva claro e alto para todos mas há também quem deseje testar para ver se quem vai ler realmente merece receber mensagem clara e simples. Minha última preocupação, na verdade, é a de bagunçar um tema que acho interessante.
 
O livro vermelho de Antônio Paim
ESCRITO POR ANTÔNIO ROBERTO BATISTA | 08 DEZEMBRO 2009
ARTIGOS - CULTURA

Depois de interrogar se o marxismo seria, afinal, um tipo de messianismo, a pergunta proposta é: pode, o marxismo, coexistir com outras correntes de pensamento? A prática política parece demonstrar, que onde o seu domínio partidário se implanta, faz-se mister eliminar toda a divergência.
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Acaba de surgir no meio especializado brasileiro uma obra pouco comum, gestada por longo período e que havia sido prevista, inicialmente, para lançamento no mercado livreiro português. Denomina-se "Marxismo e Descendência" e inaugura a Coleção História & Pensamento da Vide Editorial. Nasce da pena de um renomado professor de filosofia política, com trajetória intelectual capaz de tornar atraente e interessante um tema, em princípio, bastante difícil.

O Prof. Antonio Ferreira Paim conduziu suas mais recentes pesquisas, para o desenvolvimento do tema, durante longas permanências em Portugal, onde ministrava cursos sobre o pensamento político luso-brasileiro. O estilo, já conhecido de outras obras como, por exemplo, o clássico "A Querela do Estatismo", corresponde ao seu perfil de historiador das idéias, tornando a leitura muito mais palatável do que se mergulhasse apenas nos meandros teóricos, sem acompanhá-los com o relato dos fatos ilustrativos. Segundo revela em recente entrevista concedida, tratava-se de uma pendência que vinha de longa data, desde quando rompeu, com considerável risco pessoal, seu vínculo com o Partido Comunista, morando ainda na União Soviética e necessitando encontrar maneira de "sair" de lá, com mulher e filha, o que só foi possível graças à corajosa interferência de um diplomata brasileiro. Encontrava-se estudando na Universidade de Lemonosov, centro qualificado do pensamento marxista soviético onde, segundo revela com um misto de humor e melancolia, estava sendo preparado para ser um "bolchevique sem alma". Corria, então, o ano de 1958. Mas só agora, depois de uma longa jornada que o consagrou como pensador liberal e vigoroso defensor da democracia representativa, o Prof. Paim retorna ao tema para uma análise desapaixonada do marxismo como modelo de pensamento, em busca, com diz, de acertar suas contas, avaliando alguns porquês e incongruências do tema, inclusive a notória diversidade presente num pensamento supostamente rigoroso, "científico" e totalizante. Durante a entrevista feita, com a participação do Prof. Paulo Kramer, este destaca, reforçando a visão de Paim, que no Brasil como na Rússia o marxismo acaba por funcionar como um avatar do patrimonialismo.

O livro está dividido em três partes: Doutrina marxista do Estado; Doutrina marxista da Sociedade e Doutrina marxista do Pensamento.

Na primeira parte Paim estuda, primordialmente, a forma assumida pelo marxismo soviético, impregnado do patrimonialismo tradicional russo, radicalizando as piores facetas do czarismo e demonstra, cabalmente, que todo o arcabouço totalitário foi organizado minuciosamente pela batuta de Lênin e não, como muitas vezes se argumenta, por um desvio stalinista acidental e posterior. Surpreende verificar que o "camarada Stalin", sem prejuízo da sua atividade genocida, manteve produção teórica constante no sentido de explicitar diversos aspectos do ideário marxista. Seu interesse pela "lingüística" é sugestivo do formato e da trajetória que viria a marcar a produção intelectual de notórios seguidores até os dias de hoje.

Na segunda parte, centrada, principalmente, no exemplo francês, Paim discute a faceta cientificista do marxismo e como foi desenvolvida uma relação de simbiose com a cultura francesa. A formação e trajetória do Partido Comunista Francês, que chegou a ser o maior dessa natureza no Ocidente, é relatada com certo detalhe, inclusive a forma truculenta como se apossaram da máquina partidária socialista, enquanto na Alemanha resistiam com sucesso os Democratas Sociais. É curioso observar como um partido nacional de tamanha importância teve como marca fundamental a submissão absoluta aos ditames da potência soviética. Vale acompanhar, não apenas as tumultuadas relações de Marx com os seus próprios inspiradores (em especial o caso de Proudhon), como as relações complementares, no plano teórico, que a herança saint-simoniana e positivista, particularmente na sociologia, exerceram sobre a mentalidade intelectual francesa, suprindo a insuficiência marxista original. Paim se vale dos brilhantes estudos de Raymond Aron sobre o tema e se refere à crítica epistemológica de Karl Popper, ambas demolidoras das pretensões do marxismo como ciência, mas que ilustram bem a sua inserção na mentalidade cientificista. Duas curiosidades a nosso ver: a desmistificação do tão decantado episódio daComuna de Paris, que Paim já cita na apresentação do livro e demonstra nada ter a ver com o roteiro marxista da história, sendo uma mera revolta da Guarda Nacional; e uma interessante análise de como o marxismo passou a influenciar o ambiente intelectual francês e, conseqüentemente, de quem o assumiu como produto de consumo onde, possivelmente, se enquadrem muitos dos nossos mais pernósticos acadêmicos.

A terceira parte do livro, da Doutrina Marxista do Pensamento, apesar do título, mantém uma abordagem narrativa paralela à discussão conceitual, de leitura agradável, onde vamos identificando as origens de certos marcos, tanto do marxismo como proposta filosófica, como das adaptações sofridas em benefício de diversas conveniências político-revolucionárias. A trajetória percorrida por O Capital, como obra inacabada e ajustada, posteriormente, por Engels é apenas um dos relatos. A forma agressiva como a ortodoxia leninista se impôs, inclusive com o virulento e desrespeitoso ataque de Lênin a Karl Kaustky, até então reconhecido como grande expoente ocidental do marxismo é significativo da fusão inevitável da doutrina com um projeto totalitário. O padrão intolerante do debate já tinha antecedentes no próprio Marx. Em todas as circunstâncias que se viriam a apresentar, a eliminação de uma idéia e a eliminação do portador da idéia tornou-se, cada vez mais, uma marca central da doutrina aplicada. Paim relata e explica, nesse contexto, o nascimento do que se convencionou chamar "vulgata marxista".

É nessa terceira parte que o autor se estende, mais claramente, à denominada descendência pois, embora os descendentes imediatos já estejam presentes no caso soviético e francês, segue-se uma abordagem da variante italiana, inclusive a contribuição supervalorizada de Gramsci, uma análise das manifestações da Escola de Frankfurt, incluindo o caso tão especial quanto repulsivo do marcuseanismo, de funestas conseqüências e, acrescento eu, possível responsável pela paixão que os nossos marxistas locais devotam ao que Marx denominava de lumpem. O autor não aprofunda, mas localiza bem o encontro realizado, no espaço das variantes frankfurtianas, entre marxismo e freudianismo. Não se esquece do Brasil, onde tais influências se fizeram sentir fortemente, embora nem sempre nominadas. Põe em discussão, também, como bem ressalta durante a entrevista a que nos referimos, a tentativa de utilização "neutra" da análise marxista no desenvolvimento da tão comentada Teologia da Libertação. Esse é um ponto crucial da discussão: é possível o uso neutro do método marxista, quando o próprio Marx, assim como os positivistas, concebia a sua doutrina como algo que exigia aplicação integral à realidade, tanto na componente interpretativa quanto prescritiva?

Para cada uma das grandes partes em que se encontra dividida a obra, Paim extrai uma ou mais conclusões básicas e formula questões pendentes que mereceriam meditação. Para a primeira parte, Paim conclui que, na verdade, inexiste uma teoria do Estado no marxismo e cita o professor Norberto Bobbio, sentenciando que há apenas uma crítica ao chamado Estado burguês que cumpre destruir, mas não se avança numa proposta definida de Estado, sequer do modelo intermediário que precederia a sua extinção pela sociedade sem classes. Na segunda parte, rica no relato das tramas intelectuais e políticas, o questionamento proposto é mais simples: o marxismo esgota-se no cientificismo? Ao que Paim responde negativamente, dadas as pretensões muito mais amplas da doutrina, às suas raízes e diálogos com o idealismo alemão e com isso nos remete à terceira parte. O encerramento da terceira parte do livro e sua pergunta final é, por certo, a conclusão mais grave a que nos conduz a alentada obra. Depois de interrogar se o marxismo seria, afinal, um tipo de messianismo, a pergunta proposta é: pode, o marxismo, coexistir com outras correntes de pensamento? A prática política parece demonstrar, que onde o seu domínio partidário se implanta, faz-se mister eliminar toda a divergência.

Com essa obra, o Prof. Antonio Paim alcança cumprir plenamente a sua aspiração de ajustar, definitivamente, suas contas com a corrente de pensamento que empolgou tantos intelectuais nos anos da sua juventude. Como ele nos diz, após o primeiro choque causado nos militantes, através do famoso Relatório Kruchov, mesmo assim "uns largaram e outros não largaram". Para alguns de nós, o mais atraente do seu relato é justamente o retrato histórico que contém, ilustrando a forma como uma doutrina, transformada em ortodoxia de Estado e graças à sua contínua reinterpretação, gera tão renitentes resistências à democracia representativa e responde por tantas catástrofes econômicas, humanas e sociais.
O livro está à venda no site www.videeditorial.com.br.
Fonte: http://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/10573-o-livro-vermelho-de-antonio-paim.html

Marxismo e Descendência
Antonio Paim
Páginas596
IdiomaPortuguês
ISBN9788562910005
EditoraVide Editorial

SinopseMarxismo e Descendência
"Marxismo e Descendência" é uma obra destinada a preencher um espaço importante mas relativamente ignorado, no estudo e compreensão de uma das mais influentes correntes do pensamento contemporâneo. Independentemente do valor filosófico que se atribua ao pensamento marxista e às suas variadas derivações, é inegável a influência exercida tanto no meio intelectual, como na prática política, tanto no mundo das idéias como nos caminhos e descaminhos do poder.

Nesta obra, o autor analisa a questão gozando do privilégio de ter tido sua primeira formação acadêmica feita no núcleo mais qualificado do debate marxista. Isto lhe permitiu, depois de meio século de vida intelectual plena, na qual se dedicou ao estudo da Filosofia no seu sentido mais universal, fazer um balanço geral do marxismo e diversas formas de manifestação, procurando compreender como seu houve, tanto no meio acadêmico como na sua aplicação prática. As influências precursoras do marxismo são descritas, assim como as nuances que veio a tomar em decorrência inclusive dos diversos terrenos culturais em que agiu. Não se trata de uma obra que discute idéias filosóficas no éter, mas que procura explicitar, concomitantemente, a gênese dessas idéias e suas aplicações ao plano prático e histórico.

Ficha Técnica:
Número de Páginas: 596
Editora: Vide Editorial
Idioma: Português (Brasil)
ISBN: 978-85-62910-00-5
Dimensões: 14 x 21 x 3,5 cm
 
Encontro com um editor de direita
POR Bernardo Carvalho


O editor de direita me surpreende. Menos pelo que ele tem de direita do que pela peculiaridade de raciocínio. Ser de direita é um direito, como também o é ser de esquerda, preferir música sertaneja ao samba, detestar teatro ou ópera, gostar de tomar sorvete ou acreditar em Deus. Já a burrice é uma condição que ninguém escolhe e que pode acompanhar ou não todas as escolhas anteriores. Ninguém diz: “Neste ponto, tendo para a burrice”. Ninguém diz, embora devesse. Mas aí não seria mais burrice; seria inteligência. E nos pouparia do desgaste das discussões inúteis.

Encontro o editor de direita num café. No início, o burro sou eu. Devia ter olhado o catálogo da editora antes de aceitar tomar um café com o editor. Devia ter desconfiado. Menos pela tendência neocon do catálogo do que pela discrepância e pela excepcionalidade de umas poucas escolhas – na verdade, as melhores.

Só depois de ouvir o editor é que começo a suspeitar que a obra de um escritor genial tenha sido incluída no catálogo da editora pelos piores motivos – os mesmos que poderiam levar um leitor/editor de esquerda a rejeitar o mesmo autor, por preconceito, e que fazem com que esse autor genial tenha acabado ali e não em outro lugar. Pelo que ouço do editor de direita, só me resta pensar que o escritor genial entrou no catálogo da editora menos pela genialidade da obra do que pela reputação de reacionário – o que, radicalizando a mesma lógica, equivaleria a privilegiar o antissemitismo de Céline, em detrimento da sua excepcionalidade literária, como razão para publicá-lo.

Se é que há uma coerência entre a escolha do autor genial e o discurso do editor, o equívoco terá sido ainda maior, já que, examinado de perto, o autor genial nada tem de conservador. Defensor combativo da liberdade de pensamento, foi um espírito de contradição ambulante, avesso às autoridades hierárquicas e às academias, católico anticlerical, monarquista de esquerda, inimigo dos fascismos mas também do capitalismo americano, homem de excessos capaz de se expor, em busca da verdade e da integridade, com uma inteligência, uma sensibilidade e uma coragem raramente vistas.

Estamos no café, com um jornalista francês cujas simpatias políticas tendem para a direita republicana em seu país, mas que, ao contrário do editor de direita brasileiro, cultiva o bom senso e o gosto pelo diálogo inteligente. Estamos falando de árabes e judeus, quando o editor intercede a favor do clichê: “Aqui no Brasil, eles não brigam entre si. Entendem-se muito bem e até trabalham juntos”, ele diz. “Só porque não há motivo de disputa, como na Palestina”, eu respondo. “Bastaria haver um objeto comum de disputa para que se odiassem também aqui”, eu digo. E aproveito para expressar o meu horror pelo governo Netanyahu. O editor volta à carga com nova munição: “É igual ao nosso”. Nosso o quê? “Esse governo que está aí”, diz o editor de direita, com o rosto convulsionado. Demoro a entender. O governo brasileiro é igual ao de Netanyahu? Ocupamos o Paraguai? Estamos construindo assentamentos na Bolívia?, pergunto. “Ela é uma terrorista!”, responde o editor de direita, inflamado. Busco a cumplicidade do olhar do jornalista francês, que a esta altura já desviou os olhos e finge que não está acompanhando.

O editor prossegue: “É essa gente da USP que apoia os terroristas islâmicos!”. Como? “Isso mesmo. É o pessoal de esquerda que apoia os islamistas, esses esquerdistas da USP, que fazem os palestinos de vítima.”

Minha cabeça começa a dar voltas para acompanhar o raciocínio do editor de direita que compara Netanyahu a Dilma e associa a USP ao fundamentalismo islâmico. “A luta pela libertação da Palestina teve origem laica. Foi Israel que fomentou o Hamas contra a OLP”, tento argumentar com um pouco de história. “Foucault era amigo do Khomeini. Todo mundo sabe!”, rebate o editor de direita.

Foucault amigo do Khomeini? Continuo tentando argumentar: “Foucault cometeu o erro de tomar o partido da revolução islâmica, no início, contra o governo do Xá (o que não o impediu de continuar defendendo o direito à existência do Estado de Israel). Foi um erro, como todo mundo pode cometer. Mas ele não era amigo do Khomeini”, digo. “Não, não! Eram amigos, sim senhor!” E aí eu perco a cabeça: ”Que merda de má-fé é essa? Que porra de ignorância é essa?”. E me vejo reproduzindo tudo o que mais condeno, a histeria de uma ira inócua. Digo barbaridades. Perco a razão.

Acho que era Kant quem dizia que ninguém pensa sozinho. E o que acontece quando a burrice passa a imperar? Alguém dirá que a burrice sempre imperou. Prefiro achar que nem sempre. Até muito recentemente, muito da nossa burrice coletiva se mantinha circunscrita ao isolamento da esfera privada. Ou pelo menos ainda não tinha encontrado os canais públicos para alardear sua hegemonia.

Os projetos de esquerda faliram, o mundo está mais conservador e mais chato, mas o problema não é a direita ou a esquerda (e isso fica claro na minha conversa com o jornalista francês – e na minha simpatia por ele). O problema é a má-fé, a desonestidade intelectual e política, a virulência dos preconceitos contra (e no lugar de) um ideal desgastado de solidariedade. A burrice orgulhosa e individualista, que finalmente encontrou um canal de expressão e reprodução coletiva, de massa, nas novas tecnologias.

A expressão da burrice, essa cacofonia sem esforços, está enfim liberada para todos. Reproduzida e amplificada, ela opera num ritmo veloz de virulência, que desautoriza o tempo reflexivo e reduz as chances de sermos inteligentes juntos. Ela intoxica o diálogo, elimina sutilezas e contradições em nome de uma pasteurização grosseira, sustentada pelo oportunismo retórico de clichês, frases de efeito, sofismas e imposturas. É a naturalidade do senso comum contra o esforço do pensamento crítico. O encontro com o editor de direita não revela apenas que retrocedemos no nível das ideias (afinal de contas, trata-se de um editor), mas que agora, se quisermos continuar conversando, teremos que retroceder ainda mais, para explicar tudo de novo, uns aos outros, do zero.

ele não cita nome, mas meu palpite é que o editor é o amigue da record.
 
O autor genial me parece o Ariano Suassuna, mas o editor, é, tem toda a cara de ser o Carlos Andreazza. Faz sentido, já que Suassuna é editado pela José Olympio, da Record. Com essa aí, me pergunto se continuarão a editar Noam Chomsky ao lado de Olavo de Carvalho. :hihihi:
 
Mas que texto fraco. Serve só para falar mal de um sujeito (parece aquele tipo de relato afetado que uma senhora fofoqueira faz para outra, sobre os dizeres e fazeres de uma terceira), e depois ao final só para não ficar por isso mesmo disserta sobre a "burrice" - o que é um tanto pointless né, no fim só vai concordar com ele quem não é o que ele chama de burro, no fim é o como falar mal de um sujeito mas de vários. O assunto no fundo ainda são pessoas e não ideias, a natureza do conteúdo é do mesmo tipo que a fofoca que mencionei acima.
 
Última edição:
Sabe o que é pior? Tire as menções à direita e você ainda assim vai saber qual é o posicionamento ideológico do editor. A direita é diversa, mas o que sai da boca dele, considerando o dito texto, é muito raso, coisa de comunidade de Internet. :lol:
 
Isso é muito provavelmente um relato enviesado do cara, só falando com o tal editor para saber sobre seu posicionamento ideológico e o nível dos argumentos. É como o tipo de fofoca que mencionei no post anterior... repare que nesse tipo de fofoca a fofoqueira sempre encarna a si mesmo com frases bem-feitas, sensatas, calmas e ditas com naturalidade, e e o alvo da fofoca sempre é encarnado pela fofoqueira com voz e trejeitos caricatos, e frases simples e gritantemente tolas.
 
Mas o Carvalho não negou que o Foucault apoiou Khomeini - nesse mesmo livro, se não me engano, falam que o Fucô entendeu muito mal a Revolução Iraniana. Mas dizer que eram amigos? Aí é forçar a barra.
** Posts duplicados combinados **
PS: andam dizendo que não foi o Andreazza. :lol:
 
E eu lá disse alguma coisa sobre o que ele disse? :think:

Calma, cara. Só queria esclarecer isso, já que você citou o livro. :lol:
** Posts duplicados combinados **
eu achei que era o andreazza, quem é a outra opção?

Tava vendo a Cozer falando com o Jose Geraldo Couto e ela falou que não era ele, como todos suspeitavam. Tem gente dizendo que é um cara da Nova Fronteira, mas nem sabia que havia um "autor genial" naqueles termos por lá.
 
Já ouvi falarem do editor da É (Edson de Oliveira) também: dizem isso tomando como base o catálogo neoconservador e o escritor genial católico anticlerical e monarquista, que, no caso, seria o George Barnanos.
 
Mas o Carvalho não negou que o Foucault apoiou Khomeini - nesse mesmo livro, se não me engano, falam que o Fucô entendeu muito mal a Revolução Iraniana. Mas dizer que eram amigos? Aí é forçar a barra.
** Posts duplicados combinados **
PS: andam dizendo que não foi o Andreazza. :lol:
Mas o Foucault não apoiou o Khomeini, ele apoiou a revolução iraniana, que na época não se desenhava como uma revolução teocrática e não tinha no Khomeini sua principal imagem. Lembro de ter lido que tanto o Foucault quanto outros intelectuais europeus de esquerda apoiavam um outro líder revolucionário, que era de esquerda e pró estado laico e tal, mas que ele foi preso e depois exilado ou executado quando o Irã se transformou na teocracia moderna que é.

PS: É discutivel afirmar que o Foucault é um pensador da esquerda. Conheço muitos conservadores e mesmo socialistas que o consideram um pensador da direita.
 
Mas o Foucault não apoiou o Khomeini, ele apoiou a revolução iraniana, que na época não se desenhava como uma revolução teocrática e não tinha no Khomeini sua principal imagem.

Isso é, o próprio Foucault estava fascinado pela Revolução e, apesar de ter se encontrado por vezes com Khomeini, não era bem um apoio ao que aiatolá pretendia fazer - até porque, por esse mesmo livro que o @Calib citou, fica claro que o aiatolá não apresentou nenhum plano de governo claro para o filósofo francês. O fascínio dele foi o mesmo expresso pelo Ocidente liberal em vista da Primavera Árabe - levantes antiditatoriais que acabaram causando um vácuo no poder preenchido por forças extremistas.

PS: É discutivel afirmar que o Foucault é um pensador da esquerda. Conheço muitos conservadores e mesmo socialistas que o consideram um pensador da direita.

A própria visão de Foucault sobre a Revolução Iraniana era anti-marxista - para ele, a sociedade iraniana em geral tomou parte no processo, mas acho que ele deveria ter estudado mais o assunto. :lol: Tem gente que diz que ele não se coloca claramente nessas categorizações, o que é compreensível, visto seu apelo às subjetividades ser um instrumento tanto liberal quanto socialista.
 

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