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Copa 2018 A derrocada de Mario Götze

Fúria da cidade

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Eram oito minutos do segundo tempo da prorrogação quando Mario Götze mudou a história da Copa do Mundo de 2014. Até então um candidato a grande estrela futura de uma Alemanha que prima pelo talento, o meia-atacante dominou com categoria e finalizou com precisão para dar a vitória aos germânicos na final contra a Argentina, em um lotado Maracanã. Quatro anos depois, apenas lembranças: o jogador está fora do grupo de 27 pré-convocados para o Mundial da Rússia.

Mario Götze não correspondeu à expectativa depositada sobre ele desde o surgimento aos 18 anos no Borussia Dortmund. Desde o fim da Copa do Mundo de 2014, quando se esperava que o meia-atacante assumisse, enfim, um papel de protagonista na Alemanha, seguidas lesões, uma doença metabólica e a própria decadência técnica tiraram-no do grupo de principais atletas do país.

O talentoso jogador começou a viver um auge antes mesmo de entrar aos 43min do segundo tempo da final da Copa do Mundo e dar o título à Alemanha na prorrogação. Na Liga dos Campeões de 2013, o então jovem de 21 anos foi o comandante do vice-campeonato do Borussia Dortmund e se valorizou.

O Bayern derrotou o adversário local na final e ainda levou o meia-atacante para a equipe, mas não contava com a queda inesperada do projeto de craque. Götze sofreu com uma grave lesão e perdeu espaço no competitivo elenco bávaro, mas seguia com a confiança de Joachim Löw.
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Doença e lesões atrapalharam a carreira de Mario Gotze Imagem: Andrew Couldridge Crédito/REUTERS

Mesmo sem se firmar como referência, Götze acumulava bons números (30 gols entre 2013 e 2015). No fim de 2015, entretanto, uma lesão grave no músculo adutor da coxa afastou o meia-atacante por três meses. O desempenho no Bayern caiu de maneira evidente. Foram apenas 10 partidas em 2016, número suficiente para Löw leva-lo para a Euro, mas insuficiente para mantê-lo no maior time do país.
A esperança de Götze era recuperar o ritmo no clube responsável por revelá-lo para o futebol europeu. De volta, o meia-atacante encarou uma situação rara e novamente ficou um longo tempo afastado. Em fevereiro do ano passado, o autor do gol do título alemão foi diagnosticado com uma doença que o obrigou a abandonar os gramados por tempo indeterminado.
Götze sofreu de miopatia metabólica, uma doença muscular responsável por enfraquecer os membros do corpo. O problema clínico, que pode ser genético ou adquirido, gerava dores e dificultava o herói da Copa de 2014 de realizar atividades simples como se levantar da cadeira e subir escadas. Foram mais de três meses de tratamento e meia temporada perdida.
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Götze com a taça da Copa do Mundo: herói está fora da disputa em 2018 Imagem: Shaun Botterill/FIFA/FIFA via Getty Images
A partir da doença metabólica, o talentoso jogador jamais readquiriu a forma física. Fora os números tímidos – neste ano, 32 jogos e apenas dois gols -, Götze constantemente sofreu com problemas clínicos. De pequenas lesões a uma ruptura parcial dos ligamentos do tornozelo direito, o eterno herói do tetra alemão acumulou mais de dois meses parado.

Os recorrentes problemas médicos tiraram a confiança da comissão técnica da seleção alemã. No ano passado, Löw usou Götze em duas oportunidades, mas os 45 minutos jogados na soma dos duelos contra Itália e França não convenceram o treinador. Na busca pelo penta, a Alemanha não terá o talismã do tetra.

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Não há como negar que será uma ausência melancólica. Com um potencial pra jogar elo menos mais duas copas depois de 2014 é triste ver a carreira desmoronar dessa forma.
 
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Mario Götze: o herói da Copa do Mundo relegado ao ostracismo

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Herói do título de 2014, Mario Götze vai sendo deixado de lado por Joachim Löw na seleção alemã e por Lucien Favre no Borussia Dortmund Imagem: Dylan Martinez/Reuters

Após gol decisivo no Maracanã na Copa de 2014, carreira de Götze foi truncada por infortúnios. Agora, ele precisa afastar maldição que pairou sobre os outros três artilheiros cujos gols deram título mundial à Alemanha.

Festejado como herói nacional em 2014, graças ao seu gol na final da Copa do Mundo contra a Argentina, Mario Götze vai sendo deixado de lado por Joachim Löw na seleção alemã e por Lucien Favre no Borussia Dortmund - por esse clube, na atual temporada da Bundesliga, o jogador atuou ao todo por apenas 26 minutos, sendo 12 contra o Augsburg e 14 contra o Frankfurt.

Como explicar a queda do herói do Maracanã ao melancólico papel de reserva de luxo no clube aurinegro em apenas cinco anos?

Eram decorridos 88 minutos da final no templo do futebol mundial quando Mario Götze entrou em campo no lugar de Miroslav Klose. Pouco antes, ainda à beira do campo, Löw lhe havia dito ao pé do ouvido: "Mostre ao mundo que você é melhor do que Messi."

Quase meia hora mais tarde e faltando apenas sete minutos para o fim do confronto, Götze fez o gol da sua vida, o gol que iria determinar o desenrolar de sua carreira daí em diante. Foi uma obra de arte. Na corrida em alta velocidade, amorteceu magistralmente no peito uma bola cruzada por Schürrle, para emendar de voleio com pé esquerdo. Era o gol do maior triunfo que um jogador de futebol pode almejar - o gol do título de campeão mundial.

Consumava-se o momento fugaz de glória de um jovem de apenas 22 anos. Cercado pelos companheiros eufóricos, Götze parecia estar distante, em outra dimensão, transcendendo o espaço físico do Maracanã. Talvez já estivesse imaginando naquele instante o que aquele gol significaria para o seu futuro. Bênção ou maldição?

O destino não foi benevolente para nenhum dos três artilheiros alemães que, antes de Mario Götze, marcaram os gols decisivos numa Copa do Mundo.

Helmut Rahn, autor do gol da vitória frente à Hungria em 1954, encerrou sua carreira em 1965 e fracassou como homem de negócios. Incompreensivelmente não se interessou em colaborar com a produção do filme O milagre de Berna, no qual ele é a figura central. Passou a viver recluso. Vez ou outra era visto no boteco Friesenstube em Essen, sua cidade natal, onde morreu em 2003, dois dias antes do seu aniversário.

Gerd Müller, por sua vez, marcou o gol do título contra a Holanda em 1974 e pendurou as chuteiras em 1982. Longe do futebol, se tornou alcoólatra e, por intervenção direta de Uli Hoeness e Franz Beckenbauer, foi internado numa clínica de recuperação em 1991. Um ano depois, Müller foi contratado pelo Bayern para exercer a função de técnico assistente do time de amadores. Em 2015, o clube comunicou oficialmente que o maior artilheiro da história da Bundesliga foi acometido da doença de Alzheimer e que, a partir de então, estaria sob cuidados médicos.

Andreas Brehme converteu o pênalti contra a Argentina em 1990. Era o terceiro título mundial da Alemanha. Seus dias como jogador acabaram em 1998 no seu clube de origem, o Kaiserslautern. Depois tentou se firmar como treinador e dirigente, mas sem sucesso. Enfrentou sérias dificuldades financeiras. Atualmente exerce uma função representativa no Bayern de Munique.

Mario Götze, depois da Copa do Mundo, voltou para o Bayern e lá tentou cair nas graças de Pep Guardiola. Esperanças vãs. No sistema do técnico catalão não havia lugar para o jovem atacante que, mais uma vez, teve que se conformar com o banco de reservas.

Frustrado com a indiferença de Guardiola, Götze treinava exaustivamente além da conta para poder mostrar à comissão técnica seu excelente condicionamento físico, tentando provar dessa forma que tinha condições para entrar no time a qualquer momento.

Chegou a um ponto em que quanto mais treinava, pior ficava, tanto técnica quanto fisicamente. Já eram os primeiros sinais da misteriosa doença que o acometia, mas que não foi diagnosticada na época pelo departamento médico do Bayern.

Em 2016, Götze voltou ao Borussia Dortmund, quando finalmente se descobriu que o jogador sofria de miopatia muscular resultante de um distúrbio no seu metabolismo. Estavam explicados os altos e baixos do seu inconstante rendimento.

Recuperado, voltou à sua melhor forma e, especialmente na temporada passada, mostrou tanto empenho que não restou alternativa ao técnico a não ser colocá-lo no time para jogar. Foi um dos jogadores mais estáveis do elenco aurinegro durante a campanha 2018/19.

Acontece que, com as recentes contratações de Julian Brandt e Thorgan Hazard, diminuíram consideravelmente as chances de Mario Götze voltar ao time titular. O seu contrato vence em junho do próximo ano, quando estará disponível no mercado sem custar nada.

Terá apenas 28 anos e tempo suficiente para recomeçar sua carreira truncada por infortúnios desde o golaço do Maracanã. E, quem sabe, poderá afastar para bem longe a sina da maldição que pairou sobre seus três antecessores, cujos gols deram o título de campeã mundial à Alemanha, mas, a partir daí, a melancolia tomou conta do outono de suas vidas.
 

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