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A cultura pop revolucionando o meio acadêmico

Siker

Artista Comercial / Projetista Gráfico
As universidades estão sendo invadidas por zumbis, games, cantoras pop e desenhos animados. Calma, ainda não se trata de um apocalipse!

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“Não existem fatos, apenas interpretações”. Se você não entendeu o que Nietzsche quis dizer, talvez uma frase de Bart Simpson explique melhor: “eu não fiz. Ninguém me viu fazer. Então você não pode provar nada”. Explicar a filosofia por meio do episódio de um dos desenhos mais queridos do mundo foi a ideia da Universidade de Berkeley, na Califórnia, ao montar um curso chamado “Os Simpsons e a Filosofia”.

E não é apenas a família de Homer que está presente no meio acadêmico. A cultura pop e os games estão invadindo as salas de aula e revolucionando o ensino tradicional. O objetivo é proporcionar um melhor entendimento sobre essa geração que vive bombardeada por informações e tecnologia. “Hoje possuímos com mais facilidade a internet, o YouTube, as redes sociais, blogs e as TVs por assinatura. Como negar todo esse cenário no processo educacional? O professor, hoje, deve ser midiático, estar em constante atualização e sempre que puder experimentar os mais variados ambientes virtuais, até porque, é neste universo que provavelmente seus alunos já estarão presentes há mais tempo”, explica Pablo Laranjeiras, especialista em Novas Tecnologias Educativas e Mestre em Comunicação e Culturas Midiáticas.

Foi pensando nessas mudanças na mídia e entretenimento que a Universidade de Baltimore desenvolveu o curso “Gêneros Midiáticos: Zumbis”. O criador da matéria e entusiasta do universo dos mortos vivos, Arnold Blumberg, explicou ao Washington Post que se baseou na onda de zumbis para elaborar o programa das aulas. O curso analisa 16 filmes sobre o tema, desde o clássico de 1932 O Zumbi Branco até Zumbilândia, lançado em 2009. “Nós estudamos como evoluiu o personagem do zumbi com o passar dos anos e como isso reflete na nossa cultura”, afirma Blumberg. Ele ainda explica que antes de se tornarem conscientes e artísticos, os filmes que traziam os zumbis com personagens centrais retratavam os grandes medos da sociedade em cada época.

E não são apenas as séries e os filmes que proporcionam o aprendizado. Os jogos também têm sido utilizados tanto no cotidiano das aulas, como em atividades extracurriculares. Segundo Pablo Laranjeiras, os jogos podem ser selecionados a partir do contexto e da temática da aula. Ele explica que o ato de jogar faz com que os estudantes desenvolvam um conhecimento prévio sobre o conteúdo histórico daquele game e abre espaço para que sejam inseridas diversas esferas do saber: Matemática, Geografia, Literatura, Sociologia, Filosofia e etc.

“O jogo é uma maneira de emular situações reais ou fictícias, permitindo ao homem fazer descobertas, desenvolver sua criatividade, ir ao encontro do eu e do outro. Através dos jogos, o individuo aprende a agir, a questionar, desenvolve o raciocínio lógico, cognição, concentração e a autoconfiança. Sempre utilizo jogos diferentes, dependendo do contexto e da temática da aula. Se quero focar em um jogo com conteúdo histórico, eu pesquiso e levo aos alunos um jogo com essas características”, explica o professor.

Para Pablo, os games se diferenciam das outras formas de entretenimento como o cinema, o teatro, ou um livro, porque proporcionam um nível maior de imersão. O jogo é formado por regras, recompensas, delimitações de espaços e práticas que simulam comportamentos. Nele, o jogador deve tomar decisões que influenciam todo o desenvolvimento da narrativa. “Nos videogames, as linguagens computacionais permitem a criação segura dos ambientes e a da simulação de comportamentos. Nesse contexto, os jogos digitais são uma forma de experiência fictícia que mais aproxima o usuário a uma experiência de saltar entre prédios, dirigir um veículo em alta velocidade, ou até mesmo salvar o mundo das ameaças do mal”, completa.

Um exemplo de como esse conhecimento foi bem aplicado está na Universidade de Berkeley e na Universidade da Flórida, onde os alunos podem desvendar a arte da competitividade a partir de Starcraft. Os cursos são voltados para pessoas que administram negócios, fábricas e hospitais e precisam usar habilidades diferentes para lidar com os desafios da carreira.

Os pré-requisitos para cursar a matéria incluem um conhecimento prévio do jogo, cálculo e equações diferenciais. Além disso, é exigida a leitura de A arte da guerra, de Sun Tzu. Segundo o programa dos cursos, os estudantes desenvolvem habilidades a partir da teoria do jogo, como pensamento crítico e decisões rápidas.

“Ao sintetizar o game com um programa de MBA, o estudante ganha experiência na atividade que ele irá exercer”, afirma Nate Poling, responsável pela inclusão do curso na Universidade da Flórida.

Rihanna no Instagram

Iniciativas como essas são bem-vindas pelos universitários, que passam a explorar objetos de estudo fora do padrão acadêmico. Hedilberto Pessoa, aluno de Comunicação Social da Universidade Federal da Paraíba, escreveu um artigo analisando a conta do Instagram da cantora Rihanna. Estranho? Nada disso. “O ponto de partida do meu projeto é mostrar que esse espaço de performance da Rihanna, onde ela 'se mostra' ao mundo, é um dos caminhos que os fãs buscam para 'tocar' seu ídolo. Esse sentimento de aproximação dos fãs, além de essencial para o sucesso da artista, é envolvido por uma série de subjetividades, onde as pessoas que estão do outro lado da tela acabam buscando inspiração e apropriações imaginárias na vida de seu objeto de culto”, explica o jovem.

Hedilberto faz parte do Grupo de Pesquisa em Mídia, Entretenimento e Cultura Pop (Grupop), da Universidade Federal da Paraíba. Para o estudante, as atividades desenvolvidas no grupo são o caminho para entender como a cultura contemporânea pode impactar as diversas esferas da sociedade. “Não apenas o universo pop que movimenta milhões pelo mundo, mas também as práticas culturais 'invisíveis', aquelas que são ricas e amplamente vividas nas sociedades periféricas, mas que a grande massa não tem aproximação. Mergulhar nesse universo é essencial para entender como funciona a lógica da cultura pop, que vai além da simples música saindo das caixas de som”, afirma o estudante.

Coordenador do Grupop, o professor Thiago Soares acredita que o ensino tradicional deve caminhar junto a essas novas plataformas. “Séries, artistas e novelas falam sobre valores, nos ensinam a ser homens e mulheres bem sucedidos. É preciso enfrentar a pedagogia na mídia e os modelos de comportamento disseminados por ela”, indica.

Durante muitos anos, as salas de aula mantiveram um padrão: professor, quadro e aluno. Mas a internet veio para obrigá-los a mudar. A informação está nas mãos do estudante, e as instituições precisam acompanhar esse ritmo. As universidades precisam formar profissionais que tenham um conhecimento diversificado, que saibam como aplicar essa cultura no cotidiano do mercado trabalho. A tendência é transformar o meio acadêmico em um lugar atrativo e que estimule a criatividade.

Outros Cursos

Case 1 | O Centre College, no Estado do Kentucky, oferece aulas de "mitologia e ficção científica", baseadas em filmes e livros como O Senhor dos Anéis e Matrix. A ideia é mostrar outras formas de se estudar mitologia sem necessariamente falar na Grécia ou na Roma Antiga.

Case 2 | O curso é de Física, mas o meio para o estudo são as histórias de super-heróis. Esse é uma das disciplinas oferecidas na Universidade da Califórnia Irvine, que mistura física e ciência com os personagens Homem-Aranha, Super-Homem e Mulher-Maravilha.

Case 3 | Na Irlanda do Norte, na Universidade de Belfast, é usada a psicologia do treinamento dos guerreiros Jedi, da série Guerra nas Estrelas, para melhorar a capacidade de comunicação e desenvolvimento pessoal dos alunos. O nome da disciplina é "Sinta a Força: Como Treinar no Estilo Jedi".

Case 4 | A série Jornada nas Estrelas também tem uma disciplina específica e serve para estudar religião. Ela acontece no Muhlenberg College (EUA) e o foco é comparar as características das seitas alienígenas abordadas na série com as religiões do mundo atual.

fonte
 
eu sei que desse tipo de coisa sai muita bobagem também, mas eu acho extremamente válido (mais do que isso, necessário) trazer a cultura pop para os estudos acadêmicos. para estudar o nosso momento enquanto ele está aqui, não só quando é história e tem mais de 100 anos.

foda é que tem universidade grande com um monte de professor de cabeça miúda que ainda é reflexivo sobre esse tipo de coisa. uma amiga minha tinha um projeto foda sobre rei lear e o filme ran, foi bater na porta de uma professora para pedir orientação e a professora descartou dizendo que não tinha nada a ver com letras. wut?
 

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