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A conspiração mundial da KGB contra Olavo de Carvalho

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Paganus

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A conspiração mundial da KGB contra Olavo de Carvalho; ou: atirem meu 'masbaha' em um rio da Virgínia

por André Luiz dos Reis


Olavo dá mostras de desconhecimento da teoria geopolítica de Aleksandr Dugin, aquela que, em recente artigo publicado no Diário do Comércio, dá a entender que conhece ''há quinze anos''. Ao corrigi-lo, Tony Pedroza foi temporariamente bloqueado da página do filósofo.
Mês passado explodiu uma querela entre filósofo Olavo de Carvalho e os donos do blog Prometheo Liberto [1]. A pendenga se arrastou por diversos textos e semanas, abordando tópicos da vida intelectual, política e religiosa do escritor brasileiro. Acompanhei a maior parte da briga de longe, meio que desinteressado, embora atinasse para a repercussão crescente do causo, que chegou ao auge quando os autores da página jogaram no ventilador não só a participação do Olavo na tariqa de Schuon, fato propagandeado por ele mesmo, como também forneceram evidências de sua reversão ao Islã durante o período [2].
De minha parte, penso que o sujeito tem o direito de adentrar ou largar o Islã quando quiser, não há nada que o desabone ou ao seu pensamento só por causa disso. Mas Olavo não parece pensar assim; mostrando-se bastante incomodado com as revelações que vinham à tona, procurou negá-las a todo custo, incluindo na empreitada uma boa dose de cara de pau e distorção consciente de parágrafos de René Guénon e da língua inglesa [3]. Não deve ser fácil pra alguém que alimenta durante anos boa parte de seu séquito de seguidores com uma islamofobia filo-americana e neoconservadora ter de explicar que já se chamou Sidi Muhammad, uma dificuldade que só aumenta na medida em que o 'detalhe biográfico' é voluntariamente mantido em segredo anos a fio. Nesse ínterim, a página do Olavo no facebook aparentemente foi atacada por hackers por duas vezes, sendo temporariamente suspensa da rede [4].
A estratégia do Olavo para sair dessa bananosa não foi original: com ajuda de alunos, denunciou uma conspiração que teria por objetivo destruir sua reputação. A conspiração, segundo sua versão, teria partido de uma reação tardia de Aleksandr Dugin, líder do eurasianismo russo, e/ou de seus seguidores a uma suposta derrota em um debate ocorrido há dois anos com o filósofo brasileiro [5], que contribuiu muito para um maior conhecimento do trabalho e pensamento deste último entre conservadores estadunidenses e brasileiros. Dugin, com apoio do Estado Russo e da antiga KGB, almejaria adentrar o campo intelectual do Brasil; seu maior obstáculo, diante de uma classe média e acadêmica carente, seria o vigor do pensamento do filósofo, que deveria então ser eliminado do debate público [6]. A explicação do que vinha ocorrendo é tão neurótica que custa a crer que alguém poderia levá-la a sério por mais de meio segundo. Mas a seita olavética sempre surpreende em sua capacidade de se alienar.
Olavo escreveu um artigo em que descrevia uma história do desenvolvimento do eurasianismo no Brasil [7], com pitadas cômicas, como a afirmação de que as universidades brasileiras estariam bombando de ''duginistas'' [8]. A malícia se tornava ainda mais doentia quando, ao citar o debate ocorrido entre ambos, e publicado em livro, o brasileiro se referiu aos organizadores do dito cujo, Giuliano Morais e Ricardo Almeida, como ''duginistas em dúvidas''. Nenhum dos dois, evidentemente, participa ou participou de qualquer movimento ligado ao eurasianismo, ao nacional bolchevismo ou à 'Quarta Teoria Política'; pelo contrário, Ricardo Almeida é um aluno do Olavo e debatedor frequente nos círculos do filósofo brasileiro há anos. Giuliano Morais, por sua vez, já teceu críticas incisivas às ideias expostas por Dugin. Não foi a primeira vez que os dois sofreram acusações sem sentido e motivadas pela paranoia e vitimismo olavético. À época do debate eles também tiveram de enfrentar uma série de insinuações que, ao se mostrarem infundadas, tiveram por consequência um pedido público de desculpas do Olavo aos atingidos [9].
Paralelo a isso, um devoto da seita olavética, em uma caricatura estúpida de ''caça às bruxas'' que diz muito sobre boa parte do grupo que circunda o guru da Virgínia, criou uma lista com supostos partícipes da ''conspiração'' do Dugin. Alimentados pela paranoia do Olavo, as pessoas listadas passaram a ser chamadas de agentes da KGB, instrumentos conscientes ou inconscientes da futura hegemonia eurasiana na América do Sul. Um dos citados, o professor Dídimo Matos, pediu explicações do que estava acontecendo na própria página do Olavo de Carvalho. Bastou que lembrasse ao dito cujo o episódio de sua reversão ao Islã para que fosse bloqueado sem apelação.
Olavo vem temperando toda essa bazófia com reiteradas críticas à Igreja Ortodoxa, que, em postagem recente ele chamou de ''Igreja estatal russa'' [10]. Ainda nessa semana, tentou comparar as previsões do filósofo Soloviev -- que, deixemos claro, se converteu ao catolicismo-romano -- de que a Rússia passaria por um ''renascimento espiritual'' e cristianizaria o mundo, com as 'profecias de Fátima', que são interpretadas por ele de modo a significar que a Rússia espalharia o mal pelo Ocidente -- o que, claro, tornaria o eurasianismo e seus partidários em agentes não só da antiga KGB mas também do capeta [11]. Não é difícil imaginar o angélico papel que caberia ao Olavo nessa versão.

O episódio com Dídimo Matos mostra que todas estas atitudes maliciosas visam tão somente apelar as neuroses do conservadorismo direitista promovido pelo Olavo para jogar fumaça nos dados trazidos à tona no blog Prometheo Liberto, que desnudavam para qualquer pessoa razoável algumas das lealdades religiosas que o filósofo brasileiro possuiu em parte de sua vida. Olavo de Carvalho sabe muito bem que está mentindo sobre os fatos [12], pessoas, as obras e pensamento de Guénon e também sobre a Ortodoxia [13]. Muitos dos seguidores fanatizados que o cercam em veneração imbecilizada uivam em êxtase diante da erística do mestre, mas aqueles que possuem mais de dois neurônios são capazes de perceber facilmente o que está ocorrendo. Para estes, o Olavo expõe de modo cada vez mais nítido o seu modus operandi e destrói os últimos vestígios de respeitabilidade que ainda lhe restavam.
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[1] As postagens sobre o tema podem ser encontradas nas publicações de fevereiro e março: Prometheo Liberto
[2] Um exemplo: Agente Provocador Apanhado
[3] Só aí dei algum posicionamento público sobre os episódios, que até então não despertavam a minha atenção. Olavo fala sobre os significados possíveis do termo conversão neste capítulo: http://symbolos.com/098conversiones.htm . Em nenhum lugar o metafísico francês afirma que ''conversões'' são impossíveis, argumento usado pelo Olavo como forma de escapar às evidências elencadas por seus adversários. Guénon explica que a palavra pode ser usada para se referir a movimentos distintos: a) com um conteúdo realizativo, quando um sujeito 'converte seu coração a Deus', ou seja, reúne suas faculdades psíquicas até então fragmentadas e dispersas e integra-as com a faculdade noética, direcionando-a para as esferas superiores do ser, em um real retorno ao coração ou centro da pessoa humana; b) adoção por um indivíduo qualquer de uma outra tradição religiosa motivada por questões exotéricas, vinculadas ao proselitismo religioso e outras razões de ordem distintas da espiritualidade; c) adoção de uma outra tradição por um indivíduo que, por características próprias, ou por causa da mutilação da religião à qual pertencia, vê-se impedido de prosseguir em sua via iniciática e esotérica. Olavo afirmava que este último não seria propriamente uma conversão, mas isso não passa de jogo de palavras. Trata-se, evidentemente, da adoção integral de uma outra via espiritual, inclusive em seus aspectos religiosos, que serviriam de base para a realização. Por outro lado, quando foi divulgada uma correspondência entre Carvalho e Martin Lings, em que este último, figura importante na tariqa de Schuon, recomenda ao primeiro ''enter Islam'', Olavo buscou inocuamente discutir com o sentido óbvio da sugestão, depois da qual ele adotou um novo nome.
[4] Os autores do blog Prometheo Liberto acusaram o pensador brasileiro de apagar a própria página a fim de esconder as acusações que lhe eram feitas nela. Olavo de Carvalho caçoou da acusação, dizendo que para isso não era necessário apagar a página mas apenas os posts de seus adversários diretos. Fazia sentido. Mas a estratégia de construir uma ampla teoria da conspiração que envolveria não apenas debatedores de Facebook, mas intelectuais de porte internacional e até mesmo agências de inteligência de potências mundiais para explicar uma coisa irrelevante dessas dá o que pensar. Pelo menos fornece o motivo que faltava nas acusações de Carlos Velasco e torna mais crível uma suposta ação do filósofo brasileiro de derrubar a própria página.
[5] Temos uma situação realmente inusitada. Olavo descreve Dugin como partícipe de um poder de escala global. E, ao mesmo tempo, em plena crise ucraniana, o geopolítico russo e conselheiro de Vladimir Putin, que no discurso olavético possuiria toda a KGB atrás de si e de suas teorias, ainda encontraria tempo para remoer supostos ressentimentos e arquitetar uma operação visando, ó perfídia, derrubar no Facebook o perfil de um obscuro intelectual brasileiro cuja repercussão no mundo político é irrisória no próprio país.
[6] Olavo supervaloriza seu papel na elite intelectual e acadêmica brasileira, desnecessário dizer; mas o ponto interessante é o caráter paradoxal desta valorização com sua afirmação de que esta mesma elite está dominada por intelectuais orgânicas gramscianos. Se Dugin e os eurasianistas quisessem disputar espaço nas universidades, não teriam de se acotovelar, por certo, com os discípulos do Olavo.
[7] http://www.dcomercio.com.br/2014/03/11/o-duguinismo-no-brasil
[8] Recentemente, um grupo de estudantes brasileiros se cotizou para permitir a vinda de Dugin ao Brasil a fim de que ele realizasse palestras em três ou quatro universidades. O dinheiro partiu do próprio bolso de uma ou duas dezenas de interessados, parte deles sem vínculos com as universidades e sem maiores ligações com o pensamento eurasiano ou a 'Quarta Teoria Política' para além da pura investigação intelectual que este tema e outros do mundo contemporâneo e das ciências humanas e filosofia lhes proporcionam. Alguns deles, inclusive, expressaram publicamente críticas às exposições que Dugin realizou no país, causo de Rodolfo Souza, que explicou que o geopolítico russo possuía limites em sua compreensão de Heidegger. Tudo muito distante do cenário pintado de ''centenas de militantes duginianos'' nas Universidades brasileiras.
[9] Giuliano Morais divulgou um esclarecimento sobre o causo. Retoricamente, Olavo fingiu pedir desculpas para logo depois taxá-lo de instrumento inconsciente nas mãos da KGB. Segue o esclarecimento de Giuliano Morais publicado em sua página do Facebook e que traz críticas ao conteúdo do artigo publicado pelo Olavo do 'Diário do Comércio'. Evidentemente, estas críticas foram ignoradas pelo pensador brasileiro, dando mostras do que realmente o motiva nesta questão: ''Como minha pessoa está envolvida no último artigo do Olavo, e tendo eu sido caracterizado como "Duguinista em crise de dúvida" eu me vejo na obrigação de responder, pois é uma imagem incorreta da minha pessoa. Compartilhem por gentileza: O Olavo está claramente forjando a criação de uma "História do Duguinismo" onde tudo se encaixa intencionalmente dentro de um esquema coerente. No entanto, a "História do Duguinismo" do Brasil, pelo menos até a ocasião do debate, era algo meramente acidental e coincidente. Esse foi o contexto do debate. O instrumental da coisa foi a mera existência e convivência dos dois debatedores no mesmo espaço virtual e a disseminação livre de informação na rede. A oportunidade apareceu e a conexão foi feita. Pode ser que após o debate, e após a vinda do Dugin ao Brasil, a história tenha tomado outros rumos e as conexões tenham se estabelecido estruturalmente. No entanto, eu sei quem trouxe o Dugin ao Brasil ( Dídimo Matos ), sei o contexto, e sei dos mirrados grupos (pelo menos ainda) sem relevância política que o "seguem" e é notório que, além do fato de que mantenho relações cordiais com algumas pessoas envolvidas, não tenho relações ideológicas com nada disso.Ademais, EU PROMOVI o debate por minha iniciativa, não fui contactado por ninguém, não houve nenhum esquema, não houve intenção oculta, nunca recebi um centavo pelo debate (a não ser uma singular cópia do livro do debate e um exemplar do livro "A Filosofia e Seu Inverso" enviado, seis meses depois, com votos de gentileza e agradecimento por parte do Olavo). Nem eu nem o Ricardo estivemos sequer presentes nos tais eventos posteriores promovidos por ocasião dos Encontros Evolianos (esses sim, um marco fundamental e não citado da cronologia objetiva do "fenômeno" e que nenhuma relação teve com o debate). Não há estatísticas seguras (aliás, não há nenhuma) sobre o crescimento relevante do duguinismo do Brasil que indique que haja centenas de seguidores comprometidos (no máximo há gente estudiosa e alguns idealistas jovens), de forma que esse artigo do Olavo é feito tendo como base impressões, medos, chutes e suspeitas tiradas da internet. É um artigo com pretensões a apresentar objetivamente um tema, ou analisar uma cronologia de um fenômeno, sem no entanto ter nenhum rigor ou dado relevante.O Olavo SABE que não sou duguinista e nem o Ricardo é. Essas questões foram todas debatidas por e-mail. Inclusive ele pediu desculpas publicamente por ter declarado também publicamente que eu e o Ricardo Almeida tinhamos conspirado contra ele (Na ocasião inclusive errou por outro lado, dizendo que tanto eu e o Ricardo éramos, ao invés de duguinistas, "alunos" dele, o que não é fato tampouco, ao menos no meu caso).O único dado factual substancial do artigo, no sentido da constituição de um cronologia da presença do Dugin no Brasil, seria o debate em si, e esse dado não é retratado corretamente, mas de forma distorcida convenientemente. Um indivíduo se diz um pensador que é dócil aos fatos, que é um "contemplador amoroso" da objetividade e faz tudo o contrário. Pega os fatos e impõe sua coerência à força para que eles façam sentido.''
[10] A Igreja Ortodoxa nada tem a ver com a política e ideologia eurasiana, que, inclusive, sofre muitas críticas de parte do clero russo. Tampouco as ideias de ''renascimento espiritual'' russo se ligam, na Ortodoxia, à figura de Soloviev, mas a profecias de Starets e santos, muitas das quais se cumpriram [como a queda do Czarismo, a apostasia de boa parte dos hierarcas e o terror soviético]. Esse renascimento, por sua vez, não deve ser encarado da mesma forma que os estadunidenses vêem seus ''reavivamentos religiosos'', nem ligados à ideia de que há, na Rússia, um ''destino manifesto'' de civilizar os demais povos do mundo. A Ortodoxia, não custa lembrar, não é o puritanismo calvinista que está na base dos Estados Unidos da América, que leva a alguns intelectuais e políticos por ele influenciado a verem na Rússia uma competidora pelo título de ''nação mais abençoada do mundo''. Muitos esclarecimentos pertinentes sobre este tema foram realizados no Facebook por Rafael Daher, que argumenta contra aqueles que confundem a Igreja como ideologias e movimentos político partidários de viés nacionalista: ''1. Primeiro foi dito que o Czar seria substituído por um poder maligno, chamado de "chicote" por São João de Kronstadt. Isso se daria como um castigo ao povo russo, pelo seu abandono ao legado ortodoxo. 2. Depois chegaria a hora da tirania. São João de Kronstadt e outros falaram em milhares de mortos, destruição das igrejas, perseguição aos monges, infiltração de hereges nos mais altos cargos da Igreja. Conforme profetizou Santo Ambrósio de Optina: "Então, meu filho, quando você ver nas igrejas o deboche dos atos Divinos, dos ensinamentos dos Santos, e da ordem estabelecida por Deus, saiba que os hereges já estarão presentes. Também fiquem atentos por um tempo, pois eles esconderão suas más intenções, ou poderão deformar a fé divina secretamente, para que tenham sucesso em ludibriar e enganar os inexperientes.Eles irão perseguir os pastores e os servos de Deus, pois o demônio que estará dirigindo a heresia não terá força para destruir a ordem Divina. Como lobos em pele de cordeiro, serão reconhecidos por suas vanglórias, amor pela cobiça e poder. Todos eles serão traidores, causarão ódio e malícia em todos os lugares, o Senhor disse que eles podem ser facilmente reconhecidos pelos seus frutos. Os verdadeiros servos do Senhor são mansos, amam o irmão e obedecem a Igreja (ordem, tradições). Nesta época, monges sofrerão grande perseguições dos hereges, e a vida monástica será ridicularizada. As famílias monásticas serão empobrecidas, e o número de monges cairá. Os que permanecer sofrerão violência. Estes inimigos da vida monástica, que terão apenas a aparência de piedade, lutarão para levar os monges para o seu lado, prometendo-os proteção e coisas mundanas (conforto), mas ameaçarão com o exílio aqueles que não se submeter a eles. Com essas ameaças, os fracos de coração serão humilhados (atormentados). [...] Mas nestes dias, infeliz do monge que tiver posses e riquezas, e daquele que, pela salvação de seu conforto, concordar se submeter aos hereges. Acalmarão suas consciências dizendo: salvamos o Mosteiro, e o Senhor nos perdoará. Desafortunados e cegos, eles nem mesmo pensarão que por suas heresias os hereges entrarão no Mosteiro, e que ele não será mais um santo Mosteiro, mas de suas paredes a graça de Deus partirá para sempre." 3. Depois disso, ocorreria a restauração da Santa Rússia. Quando o povo se tornar digno novamente de um novo Czar, através da renovação espiritual da Rússia, os "cacos do navio" serão novamente reunidos, a Rússia voltará ao seu caminho. Mas este período será muito breve. A volta do Czar e o renascimento espiritual da Rússia marcarão o início da batalha contra o anticristo, que já estará na terra e conseguirá. novamente, destruir o governo czarista e derrubar não só a Igreja Russa como boa parte da Igreja no mundo. Os pais da Igreja interpretam "as estrelas caindo dos céus" como o fim do episcopado válido no mundo, quando o Cristianismo resistirá apenas mais uma geração de leigos e padres, chegando assim ao juízo final. Portanto: Enquanto a 1 e a 2 já ocorreram, a 3 ainda está no "aguardo" de sua confirmação. Ninguém, nem o mais piedoso do ortodoxo russo, é obrigado a acreditar no cumprimento total das profecias. Entretanto, como muita coisa dita já se confirmou, é prudente analisar essa questão e analisar que há grande chance disso ocorrer. Mas não confundam essa restauração da Rússia com questões geopolíticas e planos políticos do atual governo russo. O cenário atual não corresponde nem à Rússia profetizada, como também não é uma negação de que a profecia é impossível de ser realizada.'' E também: ''É muito injusto ver condenações à Igreja Ortodoxa Russa por sua relação tanto com o Governo Provisório como com a URSS. Se alguns bispos se venderam tanto à URSS como à Igreja Católica Romana (caso do Bispo Nikodim, que virou católico em segredo, nos braços de um papa), a Rússia foi também terra de muitos mártires e confessores contra o regime comunista. Santo André de Ufa, Santo Agatângelo de Yaroslav, São Serafim Chichagov, Metropolita Vladimir de Kiev e tantos outro hierarcas, monges, leigos e padres testemunharam contra o comunismo e o poder soviético. A Rússia nunca foi apenas o poder do Czar, a URSS ou Vladimir Putin. A Rússia é muito mais complexa do que isso e muito mais ampla. Imaginar a Rússia como uma terra prometida ou uma terra danada não é justo, é preciso antes de qualquer ideologia apoiar aquilo que é bom e condenar o que é errado. E se querem saber de uma coisa, em 1969 o Patriarcado de Moscou chegou a permitir a comunhão de católicos romanos em suas igrejas, num acordo secreto afirmado com o Vaticano. [...] Então, antes de qualquer acusação contra a Rússia como um todo, é necessário lembrar que o próprio Ocidente também financiou o poder soviético, com o Kaiser da Alemanha, com a aproximação católica após a tomada de poder pelos bolcheviques. Lembrem-se que, quando há poder em jogo, as profecias, a fé e as posições espirituais são relegadas, pois todo homem, ortodoxo, católico ou ateu, são fracos diante das tentações. Aquele que deseja analisar a questão segundo um ponto de vista espiritual, deve levar em conta as posições e exemplos dos homens espirituais. Quem leva em conta apenas o jogo de poder e joga o resto pela janela faz justamente o jogo daqueles que tentam destruir todo legado espiritual do mundo. E assim é desde quando o Cristianismo deixou as catacumbas e passou a construir a civilização cristã. Peguem o exemplo dos combates contra as heresias nascidos no Oriente e no Ocidente, como o arianismo, nestorianismo, iconoclasmo, césaro-papismo e etc: veremos sempre o poder atentando contra os mártires e confessores, mas pela história também vemos qual lado saiu vencedor. E quando digo vencedor não é na questão do Império e da civilização, mas da confissão da fé correta, esta sim que permanece acima da existência de qualquer Império, nação ou sé.''

[11] As aparições de Fátima são contestadas no próprio ambiente católico-romano. Desnecessário dizer que não fazem parte da fé ortodoxa. Há também vários detalhes escabrosos ligados a essas aparições e que retiram muito da credibilidade das dita cujas, ainda que de uma perspectiva católica-romana. Leiam os dados e documentos citados em: As Aparições de Betty Boop I e As Aparições de Betty Boop II .


[12] Seria necessário uma outra postagem para falar dos erros que o Olavo comete no seu retrato do eurasianismo e de seu impacto no Brasil, tal como constam do artigo publicado no jornal virtual. Fica aqui no entanto um episódio que mostra que o filósofo brasileiro não conhece tanto as teorias de Dugin como dá a entender para seus seguidores. Tony Pedroza teve de corrigir uma má avaliação e simplificação feita pelo brasileiro em cima de certos aspectos da geopolítica do russo, recebendo como resposta um bloqueio temporário. A imagem dando conta do ocorrido consta do corpo desta postagem.

[13] Aquela que é chamada hoje de ''Igreja estatal russa'' era vista, pelo Olavo, como um exemplo de resistência cristã ao comunismo, ainda maior do que o do próprio catolicismo-romano, tal como ele afirma na aula 10 de sua ''História Essencial da Filosofia'': ''[...]Esta maior flexibilidade [doutrinária] e o relativo isolamento com que a Igreja permaneceu do poder estatal permitiram que, muito mais tarde, a Igreja Oriental sobrevivesse melhor ao impacto do mundo moderno do que a Igreja Ocidental. Viajando pelo que sobrou do mundo comunista, você vê que aquele pessoal é muito mais religioso do que qualquer católico. Mas muito mais! Na Romênia eu estava, certa vez, jantando com quatro jornalistas, e era sexta feira. Eu nem lembrei que era sexta feira, pedi um bife. Elas disseram, 'não, nós não comemos carne às sextas feiras'. Vocês já viram jornalista preocupado com isso no Brasil? [risos] É impensável! Jornalista preocupado em não comer carne às sextas feiras não existe, são as pessoas mais indiferentes à religião que existem! Das quatro meninas, nenhuma comeu carne.'' Ouçam a partir de 1h e 13 minutos: em: Aula sobre Santo Agostinho

Fonte
 
Sobre o tópico, o tamanho do texto sobre o Olavo já demonstra uma espécie de amor mal resolvido, hein? Eu por exemplo não sou capaz de escrever três linhas sobre o Sakamoto ou a Marilena Chauí, como também sou incapaz de nutrir um sentimento muito grande de repulsa em relação a eles, afinal antes de desenvolver esse sentimento, desenvolvi um sentimento menor de puro desinteresse e dirigi minhas leituras para outras direções. O máximo que posso fazer é comentar artigos que li antes de me ver desinteressado, ou comentar um artigo que por ventura acabe lendo recomendado por alguém, mas seria impossível eu escrever um comentário sobre o pensamento ou a pessoa deles de forma geral. Nesse sentido espanta-me que muitos tenham tanto a dizer sobre o Olavo, ou o Constantino, ou o Azevedo, e ainda assim sentem tanta repulsa por eles, a ponto de não suportar nem a menção aos nomes e mostrarem-se chiliquentos quando alguém os cita.
 
Existe mais de um assunto dentro desse tema.

Considerando os textos do Olavo que li, especificamente a respeito do trabalho de órgãos de inteligência como a KGB, o foco tende a ser o modo de operar ao formar agentes que não saibam que são agentes, sem ligação direta ou formal com o regime russo e que para grupos tais como "CIA" ou "KGB" é o cenário ideal porque depende de ações discretas (subestimadas) ou secretas para obter sucesso (afinal, não serão responsabilizados e não é possível rastreá-los quando um "laranja" vai preso).

3. Laranja
Por Thais Helen Lopes Araujo (BA) em 08-04-2008
Indivíduo que entra na loja, olha, olha, olha, ocupa os vendedores, os faz perder a vez, e não compra nada.

-Hoje a loja não vendeu nada, só deu laranja.

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4. Laranja[/paste:font]
Por Reinaldo Barros (PA) em 15-04-2008
Pessoa que não cometeu um crime ou não praticou um determinado ato, mas encontra-se no local com todas as provas voltadas contra si, além desta pessoa alegar que foi o "laranja" da história.

Neste caso eu fui o laranja da situação.
Paulo afirma que foi o laranja no crime.

http://www.dicionarioinformal.com.br/laranja/

Dentro disso ele nota que atualmente os presidentes não utilizam apenas os serviços de uma agência oficial e podem se voltar para fortalecer outros setores de inteligência enquanto enfraquecem um órgão muito visado (por exemplo, a inteligência do exército soviético pode ter objetivos diferentes da inteligência da marinha enquanto ambas são manobradas pelo mesmo homem).

Nisso eu concordo plenamente com o Olavo (dos manipulados "úteis" no Brasil). Agora também é verdade que quando se fala em igrejas e instituições muito grandes existem as infiltrações políticas, dentre as quais o alinhamento local com o regime de situação de cada país e que pode afastar lideranças do fundamento bíblico original para conseguir acordos. Boa parte da crítica à igrejas de modo geral aponta nessa direção (na verdade igrejas porque todas sofrem da mesma vulnerabilidade).

Esses alinhamentos nem sempre aparecem de forma organizada, por exemplo, a cada ano para sincronizar vários órgãos com uma central são definidas agendas específicas para cada um dos contatos que são anotados em um livro único. Entretanto, as costuras da inteligência produzem muito mais material na forma oralizada (discurso falado) e até não verbal do que na forma escrita. De modo que nos textos dele os discursos de inteligência e contra-inteligência precisam ser identificados e combatidos (se necessário) também na forma vocalizada. Algo que falta no país para combater projetos ruins são espaços para debate organizado.

De maneira que nas ferramentas de ataque de inteligência o esculacho com palavrão, a piada ou a fala mansa podem ter dois intuitos e tanto insultar igualmente quanto cada uma delas pode ser também uma provocação sob medida com outro objetivo (e pessoalmente eu não gosto dessa ferramenta porque a pessoa corre risco de perder controle sobre o próprio isolamento). Mas definitivamente, as nuances de público e de interpretação nos textos dele não podem ser vistas de forma simplista.
 
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