Al Dimeneira
Dungeon Master
A Cidadela sem Sol 2 - O Resgate - [ON]
PRÓLOGO
O grupo vinha caminhando pela estrada sob um sol quente de meio-dia, o vapor se desprendia do chão e distorcia a paisagem logo acima de uma grande laje de pedra que marcava o ponto mais alto da colina, dali pra frente seria só descida.
Eles pararam durante alguns segundos sobre a pedra para tomar água e apreciar a paisagem adiante, que era um tão familiar quanto estranha aos viajantes: Ali nas encostas da pequena cadeia de morros, onde se encontravam, as videiras plantadas em degraus desciam um após o outro até se encontrarem com os campos de trigo lá em baixo. A época do plantio já havia passado e agora os agricultores ocupavam seus dias fazendo preces para que a caísse na quantidade certa.
Os campos de trigo se estendiam como um manto sobre a planície por quilômetros até se chocarem contra uma estranha barreira que impedia sua progressão: A planície cinzenta. Muitos lavradores já tentaram cultivar ali, mas aquela terra era completamente estéril. Nem mesmo as chuvas da primavera ou o adubo jogado ali pareciam melhorar sua condição: Nada nasce ali, nem mesmo os cactos que podem ser facilmente encontrados em outros locais áridos.
Há quem diga que a planície é fruto da ira de um grande dragão vermelho que queimou uma grande cidade que outrora havia naquele lugar e amaldiçoou as cinzas de seus inimigos.
Os viajantes desviaram seu olhar da planície cinzenta pois ela não era seu objetivo, pelo menos por enquanto, e admiraram o promontório de Oakhurst, um amontoado com algumas dezenas de casas de madeira em torno de um pequeno palacete. Uma paliçada de troncos cercava completamente o lugar.
O grupo fez uma refeição leve e seguiu seu caminho, ao cair da noite entraram e Oakhurst e foram diréto ao palacete, ou "Gran Haus" como era chamado pelos camponeses. Lá foram recebidos por Kerowyn Hucrele, matriarca da família e senhora de todas as terras daquela planície. Ela ofereceu hospedagem e um jantar aos viajantes durante o qual explicou porque os chamou ali:
"- Há muitos anos um grupo de criaturas miseráveis habita uma fenda no centro da planície cinzenta, um local conhecido como "A cidadela sem sol". Essas criaturas são chamadas goblins pelos camponeses e , exceto pelo furto de uma ou outra galinha, nunca foram motivo de preocupação para nós."
"- Acontece que a uns dez anos atrás, uma dessas criaturas veio até Oakhurst em plena luz do dia. Ela trazia consigo uma maçã, a mais linda maçã que jamais havíamos visto. Segundo a criatura a maçã era mágica, uma única mordida no fruto trazia a cura para qualquer doença ou maldição e o goblin nos informou que estava disposto a vender o fruto pela melhor oferta."
"- A tal magia da maçã se provou verdadeira e foi muito disputada entre os moradores. Todos queriam uma daquelas maçãs, mas segundo o goblin a árvore só produzia um fruto por ano. Assim o goblin retornava a Oakhurst todos os anos no exato dia do solstício de verão trazendo consigo uma maçã encantada. Alguns moradores até tentaram plantar as sementes da maçã para criar outras árvores mágicas, mas algo inacreditável aconteceu em todas as tentativas: A semente brotava, a planta crescia até uns 50 cm e depois, simplesmente, desaparecia."
"- A visita do goblin se repetiu por dez anos seguidos até que no último ano ele desapareceu, mas não só ele: Todo o bando que habitava a planície cinzenta parece ter desaparecido. Não desaparecem mais galinhas, não há rastros na estrada velha, nunca mais se viu uma fogueira na entrada da fenda. Ao mesmo tempo em que os goblins sumiram, rastros estranhos foram vistos próximos à fenda, rastros de uma criatura que nenhum de nossos caçadores conseguiu identificar. Essa criatura atacou nosso gado, matou algumas vacas, e também um grande cão de guarda. Todos ficaram preocupados, mas o pior ainda estava por vir."
"- Minha filha Sharwyn é uma jovem maga muito corajosa. Ela se ofereceu para descobrir o que estava acontecendo na cidadela sem sol e organizou um grupo para ir até lá. Eram quatro pessoas: Ela, Sir. Bradford (capitão da milícia de Oakhurst), um ranger forasteiro chamado Karakas e Erky Timbers o clérigo local. Eles adentraram a cidadela e nunca mais voltaram."
A voz de Lady Kerowyn embargou e ela precisou de alguns instantes para tomar fôlego.
"- Preciso resgatar minha filha ou ao menos saber o que aconteceu naquele lugar maldito. Como eu já havia lhes informado por carta, estou disposta a pagar 4.000 peças de ouro para quem tiver a coragem de ir até lá e retornar ao menos com a informação sobre o destino de minha filha."
Ela mostrou um anel em seu próprio dedo com o emblema de um falcão.
"-Ela usava uma anel como esse em seu dedo. Tragam o anel e saberei que a informação é verdadeira."
A voz da senhora vacilou novamente, uma lágrima escorreu pela sua face.
"- Tragam minha filha sã e salva e lhes darei todo o ouro que existe em Oakhurst."
PRÓLOGO
O grupo vinha caminhando pela estrada sob um sol quente de meio-dia, o vapor se desprendia do chão e distorcia a paisagem logo acima de uma grande laje de pedra que marcava o ponto mais alto da colina, dali pra frente seria só descida.
Eles pararam durante alguns segundos sobre a pedra para tomar água e apreciar a paisagem adiante, que era um tão familiar quanto estranha aos viajantes: Ali nas encostas da pequena cadeia de morros, onde se encontravam, as videiras plantadas em degraus desciam um após o outro até se encontrarem com os campos de trigo lá em baixo. A época do plantio já havia passado e agora os agricultores ocupavam seus dias fazendo preces para que a caísse na quantidade certa.
Os campos de trigo se estendiam como um manto sobre a planície por quilômetros até se chocarem contra uma estranha barreira que impedia sua progressão: A planície cinzenta. Muitos lavradores já tentaram cultivar ali, mas aquela terra era completamente estéril. Nem mesmo as chuvas da primavera ou o adubo jogado ali pareciam melhorar sua condição: Nada nasce ali, nem mesmo os cactos que podem ser facilmente encontrados em outros locais áridos.
Há quem diga que a planície é fruto da ira de um grande dragão vermelho que queimou uma grande cidade que outrora havia naquele lugar e amaldiçoou as cinzas de seus inimigos.
Os viajantes desviaram seu olhar da planície cinzenta pois ela não era seu objetivo, pelo menos por enquanto, e admiraram o promontório de Oakhurst, um amontoado com algumas dezenas de casas de madeira em torno de um pequeno palacete. Uma paliçada de troncos cercava completamente o lugar.
O grupo fez uma refeição leve e seguiu seu caminho, ao cair da noite entraram e Oakhurst e foram diréto ao palacete, ou "Gran Haus" como era chamado pelos camponeses. Lá foram recebidos por Kerowyn Hucrele, matriarca da família e senhora de todas as terras daquela planície. Ela ofereceu hospedagem e um jantar aos viajantes durante o qual explicou porque os chamou ali:
"- Há muitos anos um grupo de criaturas miseráveis habita uma fenda no centro da planície cinzenta, um local conhecido como "A cidadela sem sol". Essas criaturas são chamadas goblins pelos camponeses e , exceto pelo furto de uma ou outra galinha, nunca foram motivo de preocupação para nós."
"- Acontece que a uns dez anos atrás, uma dessas criaturas veio até Oakhurst em plena luz do dia. Ela trazia consigo uma maçã, a mais linda maçã que jamais havíamos visto. Segundo a criatura a maçã era mágica, uma única mordida no fruto trazia a cura para qualquer doença ou maldição e o goblin nos informou que estava disposto a vender o fruto pela melhor oferta."
"- A tal magia da maçã se provou verdadeira e foi muito disputada entre os moradores. Todos queriam uma daquelas maçãs, mas segundo o goblin a árvore só produzia um fruto por ano. Assim o goblin retornava a Oakhurst todos os anos no exato dia do solstício de verão trazendo consigo uma maçã encantada. Alguns moradores até tentaram plantar as sementes da maçã para criar outras árvores mágicas, mas algo inacreditável aconteceu em todas as tentativas: A semente brotava, a planta crescia até uns 50 cm e depois, simplesmente, desaparecia."
"- A visita do goblin se repetiu por dez anos seguidos até que no último ano ele desapareceu, mas não só ele: Todo o bando que habitava a planície cinzenta parece ter desaparecido. Não desaparecem mais galinhas, não há rastros na estrada velha, nunca mais se viu uma fogueira na entrada da fenda. Ao mesmo tempo em que os goblins sumiram, rastros estranhos foram vistos próximos à fenda, rastros de uma criatura que nenhum de nossos caçadores conseguiu identificar. Essa criatura atacou nosso gado, matou algumas vacas, e também um grande cão de guarda. Todos ficaram preocupados, mas o pior ainda estava por vir."
"- Minha filha Sharwyn é uma jovem maga muito corajosa. Ela se ofereceu para descobrir o que estava acontecendo na cidadela sem sol e organizou um grupo para ir até lá. Eram quatro pessoas: Ela, Sir. Bradford (capitão da milícia de Oakhurst), um ranger forasteiro chamado Karakas e Erky Timbers o clérigo local. Eles adentraram a cidadela e nunca mais voltaram."
A voz de Lady Kerowyn embargou e ela precisou de alguns instantes para tomar fôlego.
"- Preciso resgatar minha filha ou ao menos saber o que aconteceu naquele lugar maldito. Como eu já havia lhes informado por carta, estou disposta a pagar 4.000 peças de ouro para quem tiver a coragem de ir até lá e retornar ao menos com a informação sobre o destino de minha filha."
Ela mostrou um anel em seu próprio dedo com o emblema de um falcão.
"-Ela usava uma anel como esse em seu dedo. Tragam o anel e saberei que a informação é verdadeira."
A voz da senhora vacilou novamente, uma lágrima escorreu pela sua face.
"- Tragam minha filha sã e salva e lhes darei todo o ouro que existe em Oakhurst."
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