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Notícias "A Bruxa", 'Satanistas' farão exibições gratuitas do longa.

Ou "A vila". Todo mundo achava que ia ser revolucionário... Blé... Até gostei do filme, mas ele não tem nada do que a propaganda da época jurava que ia ter. Lembro que no colégio o povo só falava desse filme, a espera era grande.

Na época, eu queria ver Colateral, mas meu amigo me convenceu a dar uma chance pr'A Vila... Olha, esses twists funcionaram nas duas primeiras vezes (O Sexto Sentido, Corpo Fechado), mas aí veio esse e putz, você já percebia que o Shyamalan tava ficando repetitivo e sem muita imaginação.
 
Na época, eu queria ver Colateral, mas meu amigo me convenceu a dar uma chance pr'A Vila... Olha, esses twists funcionaram nas duas primeiras vezes (O Sexto Sentido, Corpo Fechado), mas aí veio esse e putz, você já percebia que o Shyamalan tava ficando repetitivo e sem muita imaginação.

A única coisa que prestou em "A vila" foi a parodia que o "todo mundo em pânico" fez. A menina cega batendo em todo mundo com a bengala foi hilário.
 
Pow, chatiadão com o caso das sessões dubladas, Anica... Imagino que em outros lugares tbm tenha acontecido isso... Aqui abriu em pouquíssimas salas, mas pelo menos todas foram legendadas... O que é meio que essencial pra esse filme, o inglês e o sotaque de época são um ponto a mais pro filme parecer real...

Enfim, por ora só digo que: Superou demais minhas expectativas. Clássico instantâneo. E é isso mesmo que a Ana especulou, terror psicológico, beeeeem perturbador, principalmente se vc tiver um conhecimento ou background cristão (ou os dois). E um final que permite um sem número de interpretações, à luz de todo o ocorrido.
Independentemente de seus gostos ou da pre-noção de se vcs vão gostar ou não, recomendo muito que vejam no cinema pela atmosfera criada pela fotografia linda e imersiva e pela excelente trilha e trabalho sonoro!
 
Acabei de assistir.
Lixo.
Eu quase chorei de ódio. Sério. Esse filme é mais do que ofensivo, chega a ser ridículo.
Eu estava com uma baita expectativa, porque sou muito fã de filmes de terror, principalmente os sobrenaturais. Aí começaram a sair alguns reviews e foi batendo aquele medão de ser um filme que não ia me dar medo nenhum, porque eu já sabia exatamente o que eles iam abordar: pô, uma familia catolica fanatica, no seculo 17, uma floresta sombria, bebê que some.... NO ENTANTO, eu resolvi dar ao filme o beneficio da dúvida. Já que eles estavam prometendo tanto que não iam repetir os chavões dos filmes de terror atuais, como Invocação do Mal e cia, eu pensei que eles não iam fazer exatamente a mesma coisa.
Tá certo que não tem sustão, mas não tem terror psicológico também. Não tem angústia, não tem suor frio. Só em algumas poucas cenas, que eles cortam no momento crítico. E tem as mesma musiquinhas clássicas de filme de terror, altas e irritantes.

Tá, vamos começar: eu achei a trama bem boba, o bebê da familia some na floresta, aparentemente raptado. Depois a gente vê uma mulher velha, retorcida e caquética se banhando no sangue dele. AH VÁ, NÃO ME DIGA QUE É MAIS UMA HISTORIA DE BRUXA QUE MATA BEBÊS?!
SIM! E tem mais! Depois de se banhar no sangue do neném, ela aparece linda, bela e peituda pro irmão mais velho da familia e deixa ele possuído por uns 15 pazuzus.
E claro que a irmã mais velha, pré-adolescente começando a virar mulher, ia levar toda a culpa.
Ah, tem um bode preto que aparece do nada, fala com os gêmeos caçulas que o chamam de Rei e no final ainda mata a chifradas o pai da família, que é tipo o Bolsonaro do século 17.
Pra piorar todos esses clichês retardados que me dão vontade de socar umas caras, no final das contas a garota, DEPOIS DE PERDER A FUCKING FAMILIA INTEIRA E AINDA MATAR A MÃE, vai lá bater um papo com o bode-Satã, entra na floresta peladona e vê um monte de mulher vestida de céu que nem ela dançando e gritando o disco da xuxa ao contrário em volta de uma fogueira. O filme termina com todas elas levitando, e a mocinha rindo e se deliciando em como é bom matar umas criancinhas por ai. E o bodão la embaixo assistindo tudo.

Minha reação pra esse filme quando saí foi:

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Já vi algo que me deixou com um pé atrás e que você comentou no seu texto, @G.: apesar da ideia da graça divina, os puritanos tem um pé no calvinismo, e a doutrina da predestinação é algo muito forte pra quem acredita nela. Quando um dado sobrenatural se apresenta para eles, é aí que a coisa fica intensa porque é a única visão e percepção de mundo que eles têm, e correr o risco de confrontar o mal sem saber se você está debaixo dessa graça é o verdadeiro terror pra eles.
 
Sim, verdade, bem lembrado, eles realmente se perturbam com comentários parecidos, ao modo deles, no filme. Tinha esquecido essa parte de quando estudei cultura norte americana (história entra pela minha cabeça e sai). Mas de qualquer maneira, mencionei sobre eles não reconhecerem a graça divina, o que não deixa de ser verdade. assim, não disse nada categórico sobre isso ou ao contrário (não quis entrar a fundo em minúcias da religiosidade deles, não foi meu propósito, iria desviar demais a atenção - o que não impede que o façamos aqui) então meio que da no mesmo :p
 
Última edição:
Mas de qualquer maneira, mencionei sobre eles não reconhecerem a graça divina, assim, não disse nada categórico sobre isso ou ao contrario, então meio que da no mesmo :p

É que soou como uma crítica religiosa per se na hora em que li, rs. Considerando o número de filmes que não fazem o mínimo de pesquisa ao lidar com religião - O Ritual, Stigmata, O Último Exorcismo, ou seja, a maioria dos filmes de exorcismo :lol: -, captar o mindset puritano é um trabalho elogiável quando seria mais fácil lançar um olhar anacrônico.
 
É que soou como uma crítica religiosa per se na hora em que li, rs. Considerando o número de filmes que não fazem o mínimo de pesquisa ao lidar com religião - O Ritual, Stigmata, O Último Exorcismo, ou seja, a maioria dos filmes de exorcismo :lol: -, captar o mindset puritano é um trabalho elogiável quando seria mais fácil lançar um olhar anacrônico.
Ah, sim. Não estava criticando o modo como a religiosidade foi apresentada. No filme por sinal, ele não parece imprimir julgamento em si, antes deixa as ações seguirem e vc que se vire com elas. E pesquisa parece que não foi o que faltou pra esse filme: How Robert Eggers used real historical accounts to create The Witch

Edit: e outra entrevista sobre o visual do filme: http://www.indiewire.com/article/creating-the-look-of-the-witch-20160302
 
Última edição:
Ah, sim. Não estava criticando o modo como a religiosidade foi apresentada. No filme por sinal, ele não parece imprimir julgamento em si, antes deixa as ações seguirem e vc que se vire com elas.

Religiosidade sem julgamento só a cristã, né. Porque o paganismo foi completamente deturpado. "Ai, mas é só folclore", arrã, conte-me mais como pagãos e bruxos sofrem preconceito por causa dessas babaquices que eles não cansam de propagar dizendo que é só folclore. Não faltou pesquisa pra retratar os fanáticos cristãos do início do século, mas ainda assim eles são retratados como famílias decentes e honradas. Enquanto as bruxas são o que sempre falaram delas: deceivers e assassinas de crianças. Sem falar na incessante associação com Satanismo. Se eu ganhasse um real pra cada vez que tenho que explicar que bruxaria não tem bulhufas a ver com Satã, Lúcifer, Diabo e etc etc etc, eu tava com uma BMW na garagem.
Ou seja, o filme é muito bem pesquisado pra difamar uma religião em prol de outra.
 
Religiosidade sem julgamento só a cristã, né. Porque o paganismo foi completamente deturpado. "Ai, mas é só folclore", arrã, conte-me mais como pagãos e bruxos sofrem preconceito por causa dessas babaquices que eles não cansam de propagar dizendo que é só folclore. Não faltou pesquisa pra retratar os fanáticos cristãos do início do século, mas ainda assim eles são retratados como famílias decentes e honradas. Enquanto as bruxas são o que sempre falaram delas: deceivers e assassinas de crianças. Sem falar na incessante associação com Satanismo. Se eu ganhasse um real pra cada vez que tenho que explicar que bruxaria não tem bulhufas a ver com Satã, Lúcifer, Diabo e etc etc etc, eu tava com uma BMW na garagem.
Ou seja, o filme é muito bem pesquisado pra difamar uma religião em prol de outra.
Não enxergo bem assim essa questão de como mostram as bruxas, Lissa. Independentemente de como são vistas hoje, na época ninguém sabia o que faziam e quem eram as bruxas. E dessa forma especulavam e como acontece com toda coisa desconhecida, imprimiam seus medos nelas. E certamente que quase sempre quem era chamad@ de brux@ nem o era de fato, mas era queimado assim mesmo...
Enfim, não vejo o filme como uma propaganda de difamação de uma religião (ou culto) contra uma apregoação de outra.
Ele trabalha em dois níveis distintos mas que estão juntos, e por isso talvez tenha criado tanta confusão. Se por um lado o filme se conta como uma historia fantasiosa, por outro o lado mais realista é o que permanece e se comunica conosco.

E talvez eu que deixei esse "ele" que vc citou muito elusivo, mas quis dizer que o filme não condena nenhum dos personagens, nem a protagonista nem a família, nem a bruxa. Embora eles (a família, pois não da pra saber muito da bruxa que pouco aparece) sejam tão (e mais) falhos quanto têm um que de o que vc chamou de decência. Vc pode dizer isso pela sua percepção (e a de cada um vai variar - tanto que vc achou a família decente e honrada onde eu, julgando-os, vejo o contrário) porque em nenhum momento o filme como que da aquela piscadela e diz, viu, eles são tão bonzinhos (ou o contrário).

Enfim, resumindo, a história como aparece na superfície condiz com o imaginário da época. Cavando mais profundamente do que visualizar o passo a passo do enredo, está um retrato bem amplo sobre a cegueira e paranoia do medo, sobre o medo do (e talvez rendição ao) amadurecimento, sobre toda tipo de fragilidade humana basicamente. isso vc vê quando dá um passo à frente da fabula, da historia, olhando para trás para vislumbrar seus contornos a partir dos quais se comunicará mensagens. Assim é que a Arte fala ;)
 
Estabelecendo que a narrativa é um conto folclórico da Nova Inglaterra, a indicação dos polos morais na história acaba pendendo para uma leitura dos próprios puritanos. O patriarca em si é um homem que caiu da graça de seus irmãos e que se vê diante da queda efetiva da graça divina ao confrontar o sobrenatural. Considerando a influência das narrativas das morality plays inglesas, é como se o filme reproduzisse uma lição para aqueles que se desviam da religião de então. Entra em cena o abjeto, a bruxa, que espelha outro abjeto: a expressão do feminino, retomando aquele enfoque sociológico que relaciona as acusações de feitiçaria ao medo da autonomia feminina em relação à sua vida sexual e à sua própria vida e à sua própria expressão religiosa - mesmo freiras místicas sofreram a supressão e violência que não chegava mesmo aos seus pares masculinos. A ideia do filme propõe uma abordagem do mindset local-temporal para o espectador contemporâneo, sendo que o choque entre as visões puritana e pagã ou telúrica reflete o mesmo choque de enxergar um ambiente opressor em termos de ambiente e relações de poder com o olhar mais liberal de hoje, apesar da manutenção de um certo conservadorismo retrógrado. A narrativa, assim, também é pontuada por essa relação de poder onde a destruição por uma entidade pagã/telúrica/cristã, dependendo da percepção dos tempos, é uma consequência da desobediência aos interditos sociais e religiosos. É como ler A Pequena Sereia, de Andersen, e balançar a cabeça com a cena de Deus apresentando a sereia à vida eterna: a arte moldada pela religião acabará privilegiando uma lição, e como qualquer vício autoral de um narrador literário, não deve ser compreendida como sendo confiável ou definitiva. O jogo proposto pelos criadores do filme, então, atravessa essa ideia da recriação artificial de uma conjuntura tida como verdadeira, como naquele tempo se acreditava pela força da religião. O espectador é convidado a reconhecer essa artificialidade e se impressionar com a força que todo esse worldbuilding um dia teve sobre grupos de pessoas.
 
Gostei de como o Gabriel do acabou de acabar se expressou sobre o filme e falou (não tão profundamente) sobre o contexto e ponto de vista e tal. É bem legal para vc ter uma ideia do que esperar quando for ver esse filme:

 
Acabei de assistir.
Caramba! Filme excelente. Conheço bem pouco sobre essas coisas, mas o misticismo, o simbolismo e o ocultismo presente no filme é bizarro. Muito bem retratado tanto o misticismo, quanto a fervorosidade doentia puritana dessa época. Gostei mesmo do filme.
 
Última edição:
Eu até estava pensando em assistir esse filme, mas meu receio era de que ele fosse exatamente como a Lissa confirmou em seu comentário. Agora nem quero saber de ver, não assisto nem que me paguem.
 
A Bruxa definitivamente é uma das gratas surpresas de 2015. Ambientação sensacional e interpretações bastante boas, sobretudo da jovem Anya Taylor-Joy (Thomasin) e da Kate Dickie (Katherine). Definitivamente não é um filme típico de horror como o grande público espera: vê-lo no cinema teve uma dimensão de decepção por conta das pessoas que não souberam se comportar ou tinham preguiça de tentar entender o filme. Entre risos a conversas, acho que pela primeira vez banquei o tiozão chato e chamei a atenção de algumas pessoas mais de uma vez. Mas fora isso, a experiência foi muito boa.

E o filme não é sobre difamar uma religião em prol de outra. Não é sobre difamar religião nenhuma. É sobre expor falhas e medos humanos, e como esses medos se associavam à religiosidade, em específico no caso de uma família puritana do século XVII. É preciso se deixar imergir no clima e contexto do filme pra tentar observar isso.

Desde o início o filme explora tais aspectos:

A família é expulsa da comunidade onde eles estão, por causa de uma trangressão à moral comum do local. Enquanto o pai "rouba" objetos da própria família (em nome do justo motivo de vendê-los para se sustentarem), ele deixa a filha levar a culpa pelo ato. A mãe acredita que o bebê foi levado como expiação por seus pecados. A filha mais velha atemoriza os irmãos mais novos. A própria família está em conflito interno, enquanto tenta encontrar em causas externas a explicação de tudo.

Mas não é só isso. O subtítulo do filme denuncia onde e como sua história se enquadra: "A New England Folktale". Isto é, ela se enquadra como um folclore, uma história repassada por tradições orais e/ou escritas (fábulas), onde as pessoas que as narram repassam suas visões de época e seu entendimento sobre os eventos, naturalmente fazendo a inserção de elementos sobrenaturais associados à cultura de então. E sim, naquele período era a norma associar eventos ruins à "bruxaria", condenar práticas pagãs, encontrar um diabo em todo problema. Nesse caso, retratar um drama familiar inserido num contexto de época através de uma abordagem de cunho folclórico é muito diferente de emitir julgamentos contemporâneos sobre o assunto ou de fazer apologia a certa visão de mundo. Achar o contrário é a mesma coisa que achar que um filme onde o(a) personagem principal comete suicídio no final é uma apologia ao suicídio, ignorando toda a história que foi contada, seu contexto, a evolução dos personagens, etc.
 

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