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A antiga Arda era redonda?

Essa questão é bem explicada em silmarillion.
Arda era plana, e só fora tornada redonda quando os Valar invocaram Eru pelo fato de
os Numenoreanos quebrarem a proibição do oeste aos homens.

Algumas pessoas se confundem pelo fato de nas primeiras paginas, o autor citar que logo após a
Ainnundalle, eru concede a visão de uma arda redonda aos ainu.

Isso se da pelo fato de a visão mostrar apenas o desfecho da música criada pelos Ainu,
Todo o trabalho ainda deveria ser feito, os próprios valar que decidiram por selar seu poder em arda,
quando desceram perceberam que tudo estava muito diferente da visão que tinham tido.
 
Essa questão é bem explicada em silmarillion.
Arda era plana, e só fora tornada redonda quando os Valar invocaram Eru pelo fato de
os Numenoreanos quebrarem a proibição do oeste aos homens.

Algumas pessoas se confundem pelo fato de nas primeiras paginas, o autor citar que logo após a
Ainnundalle, eru concede a visão de uma arda redonda aos ainu.

Isso se da pelo fato de a visão mostrar apenas o desfecho da música criada pelos Ainu,
Todo o trabalho ainda deveria ser feito, os próprios valar que decidiram por selar seu poder em arda,
quando desceram perceberam que tudo estava muito diferente da visão que tinham tido.

O trecho que você citou, "da visão dos Ainur", seria esse:
Entretanto, quando eles entraram no Vazio, Ilúvatar lhes disse: - Contemplem sua Música! - E lhes mostrou uma visão, dando-lhes uma imagem onde antes havia somente o som. E eles viram um novo Mundo tomar-se visível aos seus olhos; e ele formava um globo no meio do Vazio, e se mantinha ali, mas não pertencia ao Vazio, e enquanto contemplavam perplexos, esse Mundo começou a desenrolar sua história, e a eles parecia que o Mundo tinha vida e crescia

Tenho a impressão que o termo/denominação "Mundo" com o "M" maiúsculo venha a se tratar do Universo com seus vastos espaços, estrelas incontáveis, etc. Sim, existe (na minha opinião) uma distinção com o termo "mundo" com o "m" minúsculo que se refere à Arda/Planeta Terra. É só pegar o contexto presente no próprio Silma e algumas definições em cartas do próprio Tolkien, vide a carta 297 - "Rascunhos para uma carta para o 'Sr.Rang':

(...)
Os Valar deram ouvidos à súplica de Earendil em nome de Elfos e Homens (ambos seus parentes) e enviaram um grande exército em auxílio deles. Morgoth foi
derrotado e removido do Mundo (o universo físico).

Bem como a carta 212 - "Rascunho de uma continuação da carta acima (não enviado)":

Esses eram os Valar e seus servidores menores. São aqueles que se “enamoraram” pela visão e sem dúvida foram aqueles que desempenharam a parte mais “subcriativa” (ou, como poderíamos dizer, “artística”) na Música. * Por conseguinte os Elfos chamavam o Mundo, o Universo, de Eä — É.

E em meio a todos os esplendores do Mundo, seus vastos palácios e espaços e seus círculos de fogo, Ilúvatar escolheu um local para habitarem nas Profundezas do Tempo e no meio das estrelas incontáveis. E essa morada poderia parecer insignificante para quem leve em conta apenas a majestade dos Ainur, e não sua terrível perspicácia; e considere toda a área de Arda como o alicerce de uma coluna e a erga até que o cone do seu topo seja mais aguçado que uma agulha; ou contemple somente a vastidão incomensurável do Mundo, que os Ainur ainda estão moldando, não a precisão detalhada com que moldam todas as coisas que ali existem.

Então, aqueles dos Ainur que assim desejaram, levantaram-se e entraram no Mundo no início dos Tempos; e foi sua missão realizar esse Mundo e, com seus esforços, concretizar a visão que haviam tido. Foi longa sua labuta nas regiões de Eä, que são vastas para além do alcance de elfos e homens, até que, no momento previsto, foi criada Arda, o Reino da Terra. Eles então vestiram os trajes da Terra, desceram até ela e a habitaram.

Ademais:

Já os outros Ainur contemplaram essa habitação instalada nos vastos espaços do Universo, que os elfos chamam de Arda, a Terra;

Porém, enquanto as Eras se aproximavam da hora estabelecida por Ilúvatar para a chegada dos Primogênitos, a Terra-média jazia numa penumbra sob as estrelas que Varda havia criado nos tempos remotos da sua labuta em Eä.

Tolkien fala de vastos espaços como se falasse do Universo, imenso além do alcance do pensamento. De círculos de fogo como se fossem estrelas/galáxias e ao mesmo tempo fala de uma Morada nas Profundezas do Tempo "que poderia parecer insignificante para quem leve em conta apenas a majestade dos Ainur, e não sua terrível perspicácia". Ademais, a cronologia parecer ser a seguinte:

1) Existe a Canção dos Ainur - um exercício de vários "reality warpers" para definiren os alicerces que regerão a realidade física, ou seja, cada Ainur exerceu seu poder de "Criação de Conceitos": https://powerlisting.fandom.com/wiki/Concept_Creation - e geraram as leis que regem o universo: a) Fogo, Gelo, entropia = Melkor; b) Luz, estrelas, Gravidade = Varda; c) substância bruta planetária, arte de mãos/mentes = Aulë; d) Vida Primeva = Yavanna, etc.

2) Ocorre a visão desse tal "Globo no meio do vazio". Eu acho que este globo é o Universo como "se fosse uma nuvem com um coração vivo de chamas; e souberam que não era apenas uma visão, mas que Ilúvatar havia criado algo novo: Eä, o Mundo que É." Talvez essa fosse a representação do Universo caótico primordial ou a entrada/acesso do mesmo, uma visão do tempo/espaço numa região que não dispunha sequer do conceito tempo (a Timeless Hall de Ilúvatar).

3) Os ainur adentram o "Mundo", e começam ordenar este caos primordial:

Mas quando os Valar entraram em Eä, a princípio ficaram assustados e desnorteados, pois era como se nada ainda estivesse feito daquilo que haviam contemplado na Visão; tudo estava a ponto de começar, ainda sem forma, e a escuridão era total. Pois a Grande Música não havia sido senão a expansão e o florescer do pensamento nas Mansões Eternas, sendo a Visão apenas um prenúncio; mas agora eles haviam entrado no início dos Tempos, e perceberam que o Mundo havia sido apenas prefigurado e prenunciado; e que eles deveriam concretizá-la

Mais uma vez fala-se de espaços imensos, inexplorados, eras incontáveis, esquecidas, até que veio surgir a hora e o lugar da Terra Primordial "Cheia de Energia" - o mundo:

ola.jpg


Assim teve início sua enorme labuta em espaços imensos e inexplorados, e em eras incontáveis e esquecidas, até que nas Profundezas do Tempo e no meio das vastas mansões de Eä, veio a surgir à hora e o lugar em que foi criada a habitação dos Filhos de Ilúvatar. E, nessa obra, a parte principal coube a Manwë, Aulë e Ulmo; mas Melkor também estava ali desde o início e interferia em tudo o que era feito, transformando-o, se conseguisse, de modo que satisfizesse seus próprios desejos e objetivos; e ele acendia enormes fogueiras. E assim, quando a Terra ainda era jovem e repleta de energia, Melkor a cobiçou e disse aos outros Valar: - Este será o meu reino; e eu o designo como meu!

4) Melkor é expulso após a primeira batalha e parte para "outras regiões, e lá fez o que quis; mas não tirou do seu coração o desejo pelo Reino de Arda". O resto é história. Mas essa ideia de outras regiões contradiz a noção de que o Universo de Tolkien seja apenas um planeta num mar de estrelas. Um globo Miltoniano igual ao Paraíso Perdido. Tanto quê, a noção tardia do legendarium é de que haviam outros planetas com outras formas de vida, com outros Ainur, outras histórias que nunca chegaram aos ouvidos dos elfos de Arda.

O motivo de Tolkien usar a palavra "Mundo" para designar o Universo deve de partir da tradição cristã medieval/início da era moderna. Só lembrando que na época de Galileu Galilei o universo era chamado de...Mundo, veja só esse trecho da carta de abjuração pós julgamento:

Eu, Galileu Galilei, filho do finado Vincenzio Galilei de Florença, com setenta anos de idade, vindo pessoalmente ao julgamento e me ajoelhando diante de vós Eminentíssimos e Reverendíssimos Cardeais, Inquisidores Gerais da República Cristã Universal, contra a corrupção herética, tendo diante de meus olhos os Santos Evangelhos, que toco com minhas própria mãos, juro que sempre acreditei, e, com o auxílio de Deus, acreditarei no futuro, em tudo a que a Santa Igreja Católica e Apostólica de Roma sustenta, ensina e pratica.

Mas como fui aconselhado, por este Ofício, a abandonar totalmente a falsa opinião que sustenta que o Sol é o centro do Mundo e que é imóvel, e proibido de sustentar, defender ou ensinar a falsa doutrina de qualquer modo; e porque depois de saber que tal doutrina era repugnante diante das Sagradas Escrituras, escrevi e imprimi um livro, no qual trato da mesma e condenada doutrina, e acrescendo razões de grande força em apoio da mesma, sem chegar a nenhuma solução, tendo sido portanto suspeito de grave heresia; ou seja porque mantive e acreditei na opinião que diz que o Sol é o centro do mundo e está imóvel, e que a Terra não é o centro e se move, desejo retirar esta suspeição da mente de vossas Eminências e de qualquer Católico Cristão, que com razão era feita a meu respeito, e por isso, de coração e com verdadeira fé, abjuro, amaldiçoo e detesto os ditos erros e heresias e de uma maneira geral todo erro ou conceito contrário `a dita Santa Igreja; e juro não mais no futuro dizer ou asseverar qualquer coisa verbalmente ou por escrito que possa levantar suspeita semelhante sobre minha pessoa; mas que, se souber da existência de algum herege ou alguém suspeito de heresia, o denunciarei a este Santo Ofício, ou ao Inquisidor do lugar onde me encontrar.

Juro ainda mais e prometo que satisfarei totalmente e observarei as penitências que me forem ou me sejam ditadas pelo Santo Ofício. Mas se acontecer que eu viole qualquer de minhas promessas, juramentos, e protestos (que Deus me defenda!) sujeito-me a todos os castigos que forem decretados e promulgados pelos cânones sagrados e outras determinações particulares e gerais contra crimes deste tipo. Assim, que Deus me ajude, bem como os Santos Evangelhos, os quais toco com as mãos, e eu, o acima chamado Galileu Galilei, abjuro, juro, prometo e me curvo como declarei; e em testemunho do mesmo, com minhas próprias mãos subscrevi a presente abjuração, que recitei palavra por palavra.”
 
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