Meia Palavra
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O norte-americano Raymond Carver (1938-88) escreve seus contos da mesma maneira como alguém sofre um acidente de automóvel. Um momento banal, um caminho tomado milhões de vezes, torna-se absolutamente outra coisa: no interior de uma espiral, perde-se a noção de direção; o espaço se fragmenta em vidros trincados e ouvidos ensurdecidos pelas ondas de um impacto; a gravidade e a respiração ficam suspensas apenas por um momento, apenas para voltar com toda a força contra nossos ossos e nossos pulmões; uma tragédia fica suspensa no ar, uma tragédia que sabemos existir, sem que, no entanto, tenhamos consciência de sua extensão e sua natureza. E, como nas piores colisões, as vítimas, assim como os textos de Carver, não sobrevivem o suficiente para saber o que os atingiu. Não que acabem mortos, mas certamente todos os envolvidos terminam irremediavelmente danificados.
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