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Notícias 500 belos e tensos dias para a Copa do Mundo na Rússia

Fúria da cidade

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Escultura no gelo russo mostra: faltam 500 dias para a Copa do Mundo

"Noites Brancas" é um dos mais belos textos de Fiodor Dostoiévski. No livro, o genial autor descreve o fenômeno das noites claras em São Petersburgo através do amor e da força da juventude. Conta que "era uma noite maravilhosa, uma dessas noites que apenas são possíveis quando somos jovens". Conduz o leitor a procurar o infinito ao descrever o céu "tão cheio de estrelas, tão luminoso", mas rapidamente o devolve ao mundo material com o questionamento de "que quem erguesse os olhos para ele se veria forçado a perguntar a si mesmo: será possível que sob um céu assim possam viver homens irritados e caprichosos?"

O próprio Dostoiévski finaliza ao revelar que "a própria pergunta é pueril, muito pueril".
No mundo da literatura, Fiodor Dostoiévski, Aleksandr Púchkin, Leon Tolstói, Nikolai Gogol, Anton Tchekhov, entre outros escritores russos, forneceram à humanidade algumas das maiores obras já escritas. Com o céu de São Petersburgo, mas sem a mesma arte dos gênios citados, talvez com a apreensão de algumas obras, a Rússia quer organizar daqui 500 dias, entre 14 de junho e 15 de julho de 2018, uma Copa do Mundo impactante.

Tudo isso com o país ainda enfrentando grave recessão, barreiras econômicas internacionais e em situação de guerra na Síria e na Ucrânia. Mesmo assim, o Governo estipulou no orçamento federal para o triênio 2017-19 investimentos de 156.4 bilhões de rublos (8.2 bilhões de reais) no Mundial.

É bem verdade que o cronograma de entrega de estádios e outras obras de infra-estrutura está bem adiantado, mas alguns escândalos já marcaram a Copa de 2018 na Rússia, apesar de Vitaliy Mutko, Todo Poderoso do esporte russo, negar qualquer problema.

"Um relatório foi preparado sobre a Copa do Mundo e eu apresentei com detalhes. Tinha todos detalhes operacionais, desde a Copa das Confederações, a apresentação do mascote, o lançamento do programa de voluntários e um documento sobre a infra-estrutura. Estádios, hotéis, aeroportos, tudo foi considerado em detalhes. Nenhuma questão ficou pendente. Acredito que esse seja o primeiro campeonato preparado pela Fifa de maneira calma e sem problemas", afirmou recentemente à agência Tass.

ESPN
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Todos os palcos da Copa do Mundo de 2018

Mutko é presidente do Comitê Local da Copa, máximo mandatário da Federação Russa de Futebol, ex-Ministro dos Esportes e atualmente vice-primeiro Ministro, cargo criado especialmente para ele em outubro do ano passado.

Entre 17 de junho e 2 de julho deste ano a Rússia receberá a Copa das Confederações. São Petersburgo, Moscou, Sochi e Kazan sediarão as partidas, e justamente a nova casa do Zenit tem sido o motivo de preocupação do Comitê Local, a ponto do presidente nacional, Vladimir Putin, classificar o atraso como "uma triste história".

Mas o cronograma dos estádios não está sendo cumprido? Está, com exceção de São Petersburgo.
Às margens do Rio Neva, na ilha de Krestrovsky, o novo estádio terá capacidade para 68.134 torcedores e está em obras há incríveis dez anos. O orçamento já superou R$ 2.3 bilhões e no ano passado o governo demitiu em julho a empreiteira Transstroy, responvável pela construção e acusada também de desvios de verbas públicas.

Apesar das negativas públicas dos dirigentes de temor com o prazo para a Copa das Confederações, a situação gerou muita preocupação na Fifa. Entre os cidadãos russos, o caso é tratado como uma vergonha nacional exposta para o mundo todo. Ao menos nos outros estádios a história é mais tranquila.
"Os novos estádios são realmente muito modernos, bonitos, grandes . Ainda não tive oportunidade de jogar em todos, mas nos que eu joguei a atmosfera foi algo impressionante", relata o meia Giuliano, destaque do Zenit e presente em todas convocações do técnico Tite para as eliminatórias. "Há uma movimentação bastante grande nas ruas, correções de asfalto, novas construções de pontes para facilitar o acesso, novo estádio ficando pronto. São muitos detalhes ainda para ajustar, mas São Petersburgo já vive a Copa do Mundo", completa.


Divulgação
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Hernani, recém contratado pelo Zenit, ao lado do já ídolo Giuliano

Em Sochi, o Estádio Olímpico Fisht foi totalmente reformado após receber os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de inverno em 2014. Terá capacidade para 47.659 torcedores e custo total estimado em 1.24 bilhão de reais, com a reforma de 184 milhões feita especificamente para as duas próximas competições. Em dezembro do ano passado foi entregue com um brasileiro em campo. Júlio Baptista participou da cerimônia ao lado do ex-jogador e treinador Valeriy Karpin. "A ideia principal é mostrar a ele que aqui na Rússia temos bons estádios e bom tempo", explicou na época Karpin. A cidade é um balneário turístico e destino de milhares de russos no verão.

Outras arenas optaram, diante do cenário de crise econômica global e nacional desde o anúncio em 2007 da Rússia como sede da Copa, por reduzir a capacidade. Foram os casos de Kaliningrado e Ecaterimburgo. A primeira, localizada no exclave russo de mesmo nome entre a Lituânia e a Polônia, banhado pelo Mar Báltico, desistiu de 45 mil pessoas para seu Estádio Central e se contentou com 35 mil, mesma marca de Ecaterimburgo.

A capital russa já tem a Otkrytiye Arena, do Spartak Moscou, pronta e finalizada, além do Luzhniki, palco da final e que passa por uma gigantesca reforma, similar a que passou o Maracanã. Volvogrado demoliu o antigo Estádio Central e construiu um novo. Samara, Saransk, Rostov-na-Donu e Nizhny Novgorod partizam do zero.

"Por enquanto, a impressão é a melhor possível. Toda a infraestrutura para o atleta está instalada no mais alto nível. Vestiário de primeiríssimo mundo e gramado de altíssima qualidade. Em alguns estádios é possível reparar pequenas obras externas que visam melhorar a estrutura em torno deles. Falando exclusivamente sobre o nosso estádio (Otkrytie Arena), ele tem uma maravilhosa infra que oferece diversos serviços aos usuários", completa a análise o zagueiro Maurício, formado na base do Palmeiras e atualmente no Spartak Moscou.

Em janeiro, no evento em Zurique, na Suíça, quando foi definida a nova Copa para 48 seleções, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, comentou a situação dos estádio russos. "Sobre a Copa do Mundo, tudo está em execução e recebemos as garantias necessárias que os prazos serão cumpridos e tudo estará entregue até o final do ano", declarou aos jornalistas. "O trabalho segue o cronograma em relação aos estádios. Há ainda muito trabalho a ser feito e algumas datas serem definidas em determinados estádios", completou.

Enquanto isso, o povo russo vai percebendo a aproximação do grande evento. Os principais aeroportos do país já estão decorados com a temática da Copa das Confederações; Um site, inclusive, foi criado para passar mais informações sobre tudo que está por vir para russos e estrangeiros: www.welcome2018.com.

Divulgação
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Maurício está emprestado pela Lazio ao Spartak Moscou



"Em Moscou você não observa muitas obras porque a cidade já se mostra bastante preparada. As ruas e sinalizações são ótimas, por exemplo. O transporte público tem aspecto de novo e passa bastante credibilidade. Em nosso retorno para a intertemporada, fizemos novos exames de rotina e fomos a diferentes hospitais, todos eles muito organizados, limpos e completos. Sem exceção, se mostraram prontos para receber a demanda de um grande evento como a Copa do Mundo", relata Maurício, residente da capital russa.

Um ponto de medição utilizado pelo Governo é o número de inscritos para o programa de voluntariado. Foram mais de 170 mil pedidos para apenas 5 mil vagas na Copa das Confederações e 15 mil para o Mundial. Quinze instituições de ensino espalhadas pelas 11 cidades da Copa farão o processo de seleção final.

Ao tratar o público local, entra uma questão importante e delicada: o racismo na Rússia. São inúmeros casos nos últimos anos envolvendo atletas das mais variadas nacionalidades nos mais diversos locais do país. Inclusive muitos brasileiros passaram por isso, como o lateral Roberto Carlos, na época jogador do Anzhi Makhachkala, e Hulk, ex-ídolo do Zenit.

Trata-se de um problema cultural. As gerações mais antigas e a população do interior encara o racismo como algo natural. Não querem pessoas de outra cor por perto ou jogando em seus times de futebol, e quando ocorrem manifestações nos estádios são tratadas apenas como provocação.

"Eu estou há pouco mais de seis meses no país, não vi nenhum tipo de movimentação racial, seja na rua ou campo, mas claro que é uma situação complicada. O que posso dizer é que torço pra que continue da maneira como está e que o povo russo consiga fazer um grande espetáculo com esse evento mundial", explica Giuliano.

"Esse problema existe sim, e precisamos olhar com atenção a esse tema em qualquer lugar do Mundo. Isso precisa acabar! Aqui na Rússia, há um trabalho em conscientizar os torcedores. Na Copa do Mundo também haverá mobilizações para respeitar a honra do País. Os russos querem fazer um grande evento e isso vem também por parte da população. Então, acredito que o racismo não será um problema para o Mundial", analisa Maurício.

São Petersburgo, por exemplo, espera a visita de 5 mil torcedores do Brasil, de acordo com o Comitê para Turismo da cidade. A circulação de pessoas entre as cidades será facilitada com o "Passaporte do Torcedor", ou "Fan ID" em inglês.

Esse documento substitui o visto e garante o transporte público gratutito. Além disso, não será permitida a entrada nos estádio apenas com o ingresso, e sim com o Passaporte do Torcedor também. Esse cartão personalizado tem dados pessoais como nome, foto, número do passaporte original e contatos. Tem como grande objetivo fornecer total idenfiticação para o Governo e a polícia de todas pessoas que adquirirão entradas para os jogos - e uma forma de evitar e combater o hooliganismo, problema enorme na Euro 2016 com a torcida russa na França.

Em Moscou, São Petersburgo, Kazan e Sochi já há centros de registro e entrega do documento (via Correios também é possível), por causa da Copa das Confederações onde o processo será o mesmo. Importante ressaltar que, para conseguir esse Passaporte do Torcedor, é necessário primeiro adquirir ao menos um ingresso.

Há ainda uma grave crise esportiva na Rússia, o maior escândalo de doping já enfrentado por uma nação olímpica. A cada mês, novas denúncias surgem e nomes importantes do país são envolvidos.

O atletismo ficou fora das Olimpíadas no ano passado, e Yelena Isinbayeva se tornou pivô dessa história ao protestar fortemente contra a decisão do COI e, posteriormente, ser escolhida pelo Governo para integrar o Comitê Antidoping do país. Ela também se tornou embaixadora da Copa, assim como outros atletas de variadas modalidades, como o ídolo da NHL Alex Ovechkin, jogador do Washington Capitals.

Imediatamente a Rússia negou todas acusações, mas conforme o tempo passou e as evidências trazidas pela Agência Mundial Antidoping (WADA) surgiam, as negativas perderam intensidade. Segundo documento liberado em dezembro de 2016, mais de 1000 atletas de 30 esportes, incluindo o futebol, se beneficiaram do esquema patrocinado pelo Governo, o que levou o nome de Vitaliy Mutko às manchetes. Mesmo assim, o poder do dirigente apenas aumentou.

Por fim, em campo, a seleção russa está totalmente perdida. Após as participações muito ruins na Copa de 2014 e na Euro de 2016, com Fabio Capello e Leonid Slutsky como treinadores, respectivamente, a Federação optou pelo veterano Stanislav Cherchesov como comandante.

O ex-ídolo do Spartak Moscou na época de jogador e atleta da seleção soviética e russa comandou diversos times russos na carreira como técnico. Sem grande sucesso. Só que na temporada 2015-16, à frente do Legia Varsóvia, foi campeão polonês e da Copa da Polônia, se credenciando para suceder Slutsky.

Tem em mãos uma seleção apenas mediana, carente de talento individual. Alan Dzagoev jamais explodiu como se imaginava, Aleksandr Kokorin é a maior esperança hoje em dia e nomes como Andrei Arshavin, Roman Pavlyuchenko e Pavel Pogrebnyak fazem parte do passado recente com Guus Hiddink à frente.

Com o treinador holandês, a Rússia foi a grande sensação da Euro de 2008. Ele foi um crítico ferrenho do modo de pensar a carreira que têm os atletas russos. Como recebem grandes salários no próprio país, se acomodam e não desejam transferências internacionais. Hiddink pressionou os atletas a saírem dessa zona de conforto e elevou o nível do time. Todo trabalho foi jogado fora nos últimos anos.

Divulgação
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Guilherme pode aparecer na lista da Rússia para a Copa


Há boa possibilidade de vermos dois brasileiros defendendo a Росси́я (acostume-se com o alfabeto cirílico...): os naturalizados Mário Fernandes, ex-Grêmio, lateral do CSKA Moscou, e o goleiro Guilherme, desde 2007 no Lokomotiv Moscou.

Enfim, a expectativa para a Copa do Mundo de 2018 é alta. E tensa ao mesmo tempo.

Fonte

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O custo do de São Petesburgo tá bem alto . Mais de 2 bilhões.

Mas sempre lembrando que lá estádio e gramado tem que ser altamente resistentes as variações climáticas por causa do inverno bem mais rigoroso.
 

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