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2666 (Roberto Bolaño)

Paula Germano disse:
Eu estou nessa parte...e me sinto um pouco cansada...rss
Mas gostei muito das 03 primeiras - é claro que quando comecei a segunda parte, estava morrendo de saudades do Pelletier e seus amigos - adorei a primeira parte, grifei vários trechos. Mas depois das loucuras de Lola e do livro no varal me encantei totalmente por Amalfitano. Tb gostei do Fate, e gostei dele, como se fosse uma pessoa normal e bacana que a gente encontra por aí.
Vamos ver se sobrevivo aos crimes, já que tantas morreram...

OBS: Acho que nunca tinha lido um livro em que as pessoas sonhassem tanto...

Não desista. É forte, é desumano, mas a recompensa é boa demais. Você vai aprender a amar as pontas soltas.

É, realmente o livro também poderia se chamar de Os sonhadores

Valentina disse:
Ver este tópico atualizado me faz pensar que preciso retomar a leitura de 2666, mas o problema é que não vejo possibilidade de fazer isso antes de março. Tenho MUITA leitura do mestrado acumulada (tenho de escrever quatro artigos também). E preciso estudar para dois concursos públicos. Ou seja...

Uma das coisas que eu gosto na escrita do Bolaño, é algo de que muitos dos meus amigos que leram/estão lendo 2666 tem reclamado: a linguagem 'suja'. O povo censurando o estilo de escrita é triste, viu. Eita puritanismo bobo!

Triste mesmo. Todo mundo fala assim e reclama de ler assim. Fora que eu não acho que ele tenha a escrita tão suja.
 
Pessoal, apesar dos comentários estou gostando bastante da parte dos crimes.

Acho que por ser fã dos filmes do Tarantino e das HQ's do Frank Miller o tom sombrio e violento dessa parte me chamou bastante a atenção. Outra coisa que é bem interessante é que apesar das mortes serem bem parecidas o autor sempre nos envolve com algumas histórias pregressas das mulheres assassinadas o que dá um tom de jornalismo investigativo à esse parte do livro, não acham?

E quanto à linguagem,comentada aí em cima, taxada de sórdida, obscena, suja, não acho que seja desproposital e tampouco tão forte assim. Apenas é mais um elemento para compor o cenário hostil, sobretudo de Santa Teresa, proposto pelo autor.

Já estou na metade! ;)
 
O ano de 2010 foi o ano de Roberto Bolaño no Brasil. Apesar de ter alguns livros já lançados em território tupiniquim, dentre eles Estrela Distante, Noturno do Chile, Os Detetives Selvagens, Putas Assassinas, Amuleto, foi em 2010 que chegou às livrarias, lançado pela Companhia das Letras e com tradução de Eduardo Brandão, 2666 – considerado por muitos a obra máxima do chileno.

Reza a lenda que Bolaño queria que esse exemplar fosse dividido em cinco livros para poder garantir o sustento de seus filhos. No entanto, a família não respeitou tal desejo e lançou como um livro só. Seguindo o caminho contrário do que já foi publicado aqui no site (pela Anica e pelo Tuca), resolvi fazer a resenha como um todo – de um livro de cinco capítulos gigantescos: A Parte dos Críticos, A Parte de Amalfitano, A Parte de Fate, A Parte dos Crimes e A Parte de Archimboldi.

Continue lendo...
 
Terminei essa semana...nem acredito..., mas foi muito bom.
A última parte, sem dúvida, foi a que eu mais gostei, tanto por ela em si, que traz personagens interassantíssimos e traz ainda uma visão muito humanizada da 2ª GM, uma visão dos soldados alemães, que não se preocupavam com idelologias nazistas, mas tão somente em sobreviver ou desertar (há inclusive um momento que para mim foi muito poético, quando Hans se refugia na casa abandonada de Ansky e encontra seu caderno e ao lê-lo sente-se virtualmente muito próximo do rapaz, se preocupando sinceramente com ele), quanto pelo fato de que ela faz vc gostar do livro todo. Ainda bem que não desisti nos crimes - que é um campo magnético que atrai todas as outras partes para si, e é como diz Bolaño - "neles se esconde o segredo do mundo"
Passei o livro todo tentando entender o título e ele acaba sem explicação, mas na nota à primeira edição há uma pista: sobre um ano e um cemitério.


Algumas das partes que tomei nota:
Uma conversa entre poucos, em que todos se ouvem, refletem e ninguém grita, costuma ser mais produtiva, e no pior dos casos, mais descontraída que um diálogo maciço, que corre o risco permanente de se transformar em um comício ou, pela necessária brevidade das intervenções, numa sucessão de palavras de ordem tão prontamente formuladas quanto desaparecidas.

Pois toda virtude, salvo na brevidade do reconhecimento, carece de esplendor e vive numa caverna escura rodeada por outros habitantes, alguns muito perigosos.

É bem sabido que a história, que é uma puta simples, não tem momentos determinantes mas é uma proliferação de instantes, de brevidades que competem entre si em monstruosidade.

Não havia tempo para delicadezas...apesar de Lotte desconfiar de que era precisamente aquele o tempo das delicadezas, dos detalhes, das atenções sensíveis.

Eu me introduzo nos sonhos deles, eu me introduzo em seus pensamentos mais vergonhosos, estou em cada tremor, em cada espasmo das suas almas, eu me meto em seus corações, esquadrinho suas ideias mais primárias, escruto seus impulsos irracionais, suas emoções inexprimíveis, durmo em seus pulmões durante o verão e em seus músculos durante o inverno, e faço tudo isso sem o menor esforço, sem pretendê-lo, sem pedi-lo nem procurá-lo, sem coerção alguma, impelido tão só pela devoção e pelo amor.

Será que Jesus Cristo, que aparentemente tudo sabia, soube que a terra era redonda e que no leste viviam os chineses... e a oeste os povos primitivos da América? E respondeu a si mesmo que não, se bem que, claro, ter uma ideia do mundo, de certa maneira, é coisa fácil, todo o mundo tem, geralmente uma ideia circunscrita à sua aldeia, limitada ao torrão, às coisas tangíveis e medíocres que cada um tem diante dos olhos, e essa ideia do mundo, mesquinha, limitada, cheia de sebo familiar, costuma sobreviver e adquirir, com o passar do tempo, autoridade e eloquência.


E para terminar:
Parafraseando algo que está escrito na página 666:
2666, juro pelos astecas que nunca vou te esquecer.
 

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