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Clube de Leitura 2º conto - A Bela e a Fera ou A Ferida Grande Demais (Clarice Lispector)

Melian

Período composto por insubordinação.
A enquete para a escolha do 2º conto já está encerrada. Com seis voto, venceu A Bela e a Fera ou A Ferida Grande Demais, de Clarice Lispector. O tópico de discussão do primeiro conto, O chamado de Cthulhu (H.P. Lovecraft ), continuará aberto e, quem ainda não comentou, poderá passar por lá para comentar a qualquer momento (eu farei isso, em um futuro não tão distante).

Mas, porém, contudo, entretanto, todavia, a partir de agora, nossa atenção ficará voltada para A Bela e a Fera. Temos uma semana para providenciarmos o conto. Eu li do livrinho homônimo, A Bela e a Fera, edição da Rocco, de 1999. Livro de contos da Clarice, e o conto que dá título ao livro é o que será discutido no clube. Há outras maneiras de se encontrar o conto? Há. Vocês falarão sobre elas aqui, no tópico? Depende. Se elas não violarem as leis (:lol:), sim; se violarem, não. Eu não preciso saber dos detalhes sórdidos de como vocês conseguiram ler o conto, só preciso que leiam, pessoas.

Sim, já podem começar a contextualizar. Falem sobre Clarice, sua obra, etc.
 
Ainda não consegui achar o conto.. :(

Mas achei essa entrevista que é interessante, pelo menos para as pessoas que assim como eu, não sabem quase nada da Clarice:

 
Última edição por um moderador:
Nenhum linkzinho??? Fucei a biblioteca do meu colégio e NADA, nem um livrinho da mulher. :osigh:
 
Finalmente lembrei do link e li o conto.
Achei fantástico. O modo como ela fez a crítica e a reflexão através de uma cena cotidiana pode até ser meio surreal (na boa, não faço ideia de quanto seja 500 cruzeiros em reais, mas parecia ser muito e ninguém NINGUEM em sã consciência daria isso tudo a um mendigo desconhecido). Achei interessante ela colocar no texto os pensamentos dos dois envolvidos - as várias impressões e mudanças de opinião, por exemplo, ela algumas vezes tem um pensamento mais afrontador e depois volta atrás.
Mostra bem como ela oscila de ideias e concepções e questiona até o valor de seu nascimento! Será que os endinheirados pensam nisso? Questionam sua existência e suas riquezas? Ou simplesmente não se dão ao trabalho por terem o que consideram ser tudo.
:clap:
 
Uma coisa que eu gosto, neste conto, é como Clarice brinca com os pronomes, os verbos. Nada em Clarice é por acaso. Por exemplo, o verbo POSSUIR aparece, muitas vezes, ao longo do conto. O pronome ELA é inserido entre aspas no texto. No início do conto, a personagem principal não é um sujeito, ela é uma coisa: "cinquenta milhões de unidades de gente linda". Quando ela se encontra com o tu, o mendigo, é que os questionamentos começam e, finalmente, há uma fissura que vai originar o EU.

Depois, comento melhor, estou morrendo de sono.
 
Cês votam no treco e não aparecem para discutir. MÁGOA PROFUNDA ETERNA!
 
Hum, que bacana! Nunca li esse conto dela(deve estar contido em A bela e a fera, né?), mas quando o fizer volto aqui :yep:
 
Então então, já deu pra achar o conto, né? Que a Cleolinda mostrou pra gente onde achar.

Respondendo à Lissa, tem gente que não tem noção do valor do dinheiro assim desse jeito que está retratado. Sei de uma história de um cara que, ao ser assaltado, perguntou pro assaltante "só tenho R$300,00 aqui, tudo bem?". Sim, 300 pratas como troquinho pra ir à padaria (a filhinha do sujeito, de 14 anos, ganhava isso de mesada semanal - isso uns bons 10 anos atrás).

Amei o conto. Confesso que tinha um certo "medo" da Clarice, nunca tinha me dado bem com o estilo de escrita dela. Tava só precisando de algo assim, que me libertasse desse "medo". Vou catar o "A Bela e a Fera" pra ler.

Sobre o conto em si... adorei essa crítica à cegueira sobre si e sobre o outro,sobre a vida em geral, possibilitada pelo dinheiro. Uma pessoa que não tem que batalhar por nada, vai precisar ver pra que? Vai se auto-enxergar por que? É só deixar os dias passarem...

Confesso que fiquei curiosa pra saber se essa pequena reflexão da "Bela" resultou em algo prático na vida dela... :lol:
 
Última edição:
A Cléo falou algo sobre não ter medo de postar aqui, ok, mas esse é justamente o foco do problema inicial, mas não por conta do tópico em si...

Vou falar uma coisa, assim, sem sorrisos maldosos, ok?
Eu tenho medo é da Clarice! ><

Achei ótimo ler o conto, a forma como escreve e vê o mundo a seu modo. Foi a primeira vez que li algo dela e foi tal o magnetismo que logo depois vasculhei o scielo atrás de artigos referentes a ela.
(Pois é, eu faço isso pra ter informações seguras, Google anda se convertendo ao lado Sith da força.)

E o que descobri?
Encontrei esse artigo "Clarice Lispector: um diálogo entre filosofia e literatura".

Agora tenho certeza... tenho medo de como ela entende as coisas...
Pra vocês entenderem uma minúscula parte dela, olhem essa declaração dela, logo abaixo:

"Outra coisa que não parece ser entendida pelos outros é quando me chamam de intelectual
e eu digo que não sou. ( ... ) Ser intelectual é usar sobretudo a inteligência, o
que eu não faço: uso é a intuição, o instinto.
( ... ) Literata também não sou porque não
tornei "fato de escrever livros 'uma profissão', ·nem uma 'carreira'. Escrevi-os só
quando espontaneamente me vieram, e só quando eu realmente quis"

Eu SÓ quero saber mais, quando puder e tiver tempo de saber MUITO mais...
Porque então vai valer muito a pena... A conta gotas eu não quero! :timido:
 

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