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Clube de Leitura [1º livro] O Eterno Marido, de Dostoiévski

capítulo 10: no cemitério

eis o cap. + triste d todo o livro, o da morte d lisa.

lendo o comentário da clara e relendo o cap. lembrei-me do conselho da francine prose no livro p ler como 1 escritor: o escritor ñ pode ter dó d fazer os seus personagens sofrer; qto + os maltratar + os leitores se identificarão com eles e os amarão. dosto era perfeito neste aspecto. como imaginar 1 personagem como V..., querendo deixar p trás a sua vida d maldades após saber q tinha uma filha, em ter esperanças d ser 1 cara melhor por e para ela, ver tudo isso ir por água abaixo qdo a pequena morre? trágico mas ao mesmo tempo lindo!

teoria da conspiração: dq morreu lisa? ñ sei se seria só d tristeza ou pq páviel a maltratava nos últimos 3 meses. lembram-se q o dedinho dela empreteceu antes dela morrer? q ela ficou 10 dias acamada? poderíamos dizer q a tísica a atacara assim como a sua mãe. mas vou viajar na maionese e dizer q ela se suicidou. sim, provavelmente envenenada. os caps. anteriores falam d veneno. e falam tb q ela ficara impressionada com o enforcado e com as ameaças do pai. assim, sentindo-se rejeitada por quem considerava a última pessoa q amava no mundo, e pequena optou pelo caminho + fácil p ela. essa é a minha teoria.

e confirmando o velho clichê q depois da tempestade vem a calmaria: o sofrimento da perda da filha abalou os alicerce d V... mas ele ñ despirocou, ao contrário depois d 1 tempo introspectivo seu coração acalmou-se e acredito q neste ponto do livro ele se torna outra pessoa. é como diz a filosofia, o sofrimento aprimora o homem.

palavras velhas em uma tradução nova: incontinenti e imo.
 
capítulo 11: páviel pavlovitch se casa

  • aleksiéi ivânovitch vieltchâninov - [literalmente: grandioso, opulento], 38/39 anos, ex-amante d natália, solteiro, o protagonista do livro;
  • páviel pávlovitch trussótzki - [Nome inventado. De trus, medroso], 45 anos, viúvo, corno, era casado com natália;
  • natália vassílievna trussótzkaia - morreu aos 37 anos d tísica, esposa d páviel e ex-amante d vieltchâninov e d bagaútov;
  • lisa (apelido de elisabete ou ielisavieta) - menina d 8 anos, filha de natália e páviel, órfã d mãe;
  • stiepan mikháilovitch bagaútov - assumiu a amizade com páviel e natália assim q vieltchâninov mudou-se p petersburgo. tb está morando na capital, mas doente. outro ex-amante d natália;
  • aléksiei pávlovitch pogoriéltzev - 55 anos, conselheiro, amigo d vieltchâninov, casado com clávdia, com quem tem 8 filhos. moram em uma casa d campo em liesnói;
  • clávdia pietrovna pogoriéltzeva - 37 anos, morena, esposa d aléksiei, mãe d 8 filhos, ex-noiva e amiga d vieltchâninov;
  • mária sissóievna - diarista d páviel.
  • fiedossiéi pietrovitch zakhlébinin - conselheiro d estado, ex-colega d repartição d páviel, atuou no processo d vieltchâninov contra este, pai de 8 filhas e 1 filho, provável futuro sogro d páviel

páviel é 1 eterno marido mesmo. ainda em duplo luto já fez arranjos p se casar com uma colegial d 15 anos! safadenho. oq ñ consegui entender foi pq raios ele convidou V... p ir com ele visitar a família da noiva. os argumentos q usou p convencer V... foram espertos: o seu futuro sogro era o mesmo conselheiro q V... tentara em vão conversar 1 mês atrás sobre o seu processo. mas cá cos meus botões: se eu fosse corno convidaria o ex-amante da minha 1ª mulher p conhecer a 2ª por quais razões? será 1 teste p ver como páviel, V... ou a moça reagem? algo ñ cheira bem no reino da dinamarca...

palavras velhas em uma tradução nova: tasca.
 
Re: capítulo 11: páviel pavlovitch se casa

JLM...agora em maiúsculas !!!!!
Não posso falar muito agora, mas pra mim, Páviel pediu a companhia de Vieltch porque não tem "atitude", comportamento para se expressar bem. Não consegue ser simpático, mesmo que isso pudesse funcionar a favor do próprio.
Sabe no fundo que Vieltch sabe "seduzir", tem cultura e se sai bem em diferentes contextos......isso se vê em como foi acolhido e se integra no meio das moças, o danado é bem humorado, educado, cativa que conversa com ele.
Na verdade "mulher" adora homem bem humorado (afê, vcs sabem disso né?????), daí entendemos o "encanto" que Natália deve ter tido qdo o conheceu. O alvoroço das moças descreve um pouco a reação "feminina" que Vieltch desperta, e com certeza despertou em N.

E, ainda "comprar", com jóia, não funciona, principalmente se quem presenteia tem um buraco negro pros sentimentos.

Mais um ponto na estatística de audiência de V.....e numa faixa etária diferente.

Desculpem...ele deve mandar bem!!!! ha!ha!ha!
Mais comentários no próximo bloco.
Até mais.
 
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Re: capítulo 9: espectro

no cap 9 marido e amante passam a noite juntos. e q noite! só dosto mesmo p criar situações assim.

* como cospem esses russos! toda hora V... cospe p demonstrar desprezo a algo/alguém. se tivesse esse mesmo significado aqui no interior do interior d goiás, as coisas tavam lascadas, os velhinhos vivem cospindo o fumo dos cigarros d palha, kkkkkkkkk.

kkkkkkkkk.. Ecow!

* a conversa d páviel com V... sobre a relação d páviel x bagaútov, tto neste cap qto no anterior q falam d beber champanhe servem direitinho como carapuça na relação páviel x V... oq páviel faria se estivesse cara a cara com o amante da esposa, tomaria champanhe! exatamente oq estavam fazendo. V... dá a sugestão d páviel envenenar o copo do outro, qdo os 2 estão bebendo juntos! kkkk, mto bem elaborado, genial!

Uma coisa é clara: PP come muito bem pelas beiradas..
Ao mesmo tempo, é bastante misteriosa essa postura.. em vez de enfrentar o rival, NÃO, age de forma escorregadia, covarde até.

Das duas uma:
- ou o efeito da bebida anda devastador, deixando-o extremamente desequilibrado..
- ou PP aguarda o momento certo para dar o bote..
 
Re: capítulo 10: no cemitério

E finalmente PP bota as garras pra fora!
- "Lembra-se.. de um subtenente.. de artilharia? Aí tem o pai!"

dosto era perfeito neste aspecto. como imaginar 1 personagem como V..., querendo deixar p trás a sua vida d maldades após saber q tinha uma filha, em ter esperanças d ser 1 cara melhor por e para ela, ver tudo isso ir por água abaixo qdo a pequena morre? trágico mas ao mesmo tempo lindo!

Perfeito mesmo, deu nem tempo de curtir a pobre garota.. imaginei tantos reencontros, e Dostoi foi logo matando a coitada.
De qualquer forma, é sensacional q, em pouquíssimas páginas, o drama se torne tão sentido..

teoria da conspiração: dq morreu lisa? ñ sei se seria só d tristeza ou pq páviel a maltratava nos últimos 3 meses. lembram-se q o dedinho dela empreteceu antes dela morrer? q ela ficou 10 dias acamada? poderíamos dizer q a tísica a atacara assim como a sua mãe. mas vou viajar na maionese e dizer q ela se suicidou. sim, provavelmente envenenada. os caps. anteriores falam d veneno. e falam tb q ela ficara impressionada com o enforcado e com as ameaças do pai. assim, sentindo-se rejeitada por quem considerava a última pessoa q amava no mundo, e pequena optou pelo caminho + fácil p ela. essa é a minha teoria.

Envenenada pelo PP? Faz sentido, bem típico mesmo do perfil dele (acovardado e passional). Não duvido q fosse adepto do arsênico, muito comum na época.

Em todo caso, pode ter sido a tísica contraída pelos mesmos arredores da mãe - considerando o q podemos ler sobre a doença:

"Os sintomas incluem tosse prolongada com duração de mais de três semanas, dor no peito e hemoptise. Outros sintomas incluem febre, calafrios, suores noturnos, perda de apetite e de peso, e cansaço fácil. A palavra consunção (consumpção, em Portugal) surgiu porque os doentes pareciam ter sido "consumidos por dentro" pela doença."

Taí o pq de associarmos tamanha fraqueza e desgosto sentidos pela pobre menina. A coitada devia estar tísica!

e confirmando o velho clichê q depois da tempestade vem a calmaria: o sofrimento da perda da filha abalou os alicerce d V... mas ele ñ despirocou, ao contrário depois d 1 tempo introspectivo seu coração acalmou-se e acredito q neste ponto do livro ele se torna outra pessoa. é como diz a filosofia, o sofrimento aprimora o homem.

Vdd. Vai q ele toma gosto e adota alguma daquelas crianças lá do abrigo. Todo tempo é tempo de recomeçar! :drink:
 
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Re: capítulo 11: páviel pavlovitch se casa

páviel é 1 eterno marido mesmo. ainda em duplo luto já fez arranjos p se casar com uma colegial d 15 anos! safadenho. oq ñ consegui entender foi pq raios ele convidou V... p ir com ele visitar a família da noiva. os argumentos q usou p convencer V... foram espertos: o seu futuro sogro era o mesmo conselheiro q V... tentara em vão conversar 1 mês atrás sobre o seu processo. mas cá cos meus botões: se eu fosse corno convidaria o ex-amante da minha 1ª mulher p conhecer a 2ª por quais razões? será 1 teste p ver como páviel, V... ou a moça reagem? algo ñ cheira bem no reino da dinamarca...

Essa noiva de PP me fez lembrar Malvina, de Gabriela: "Ar de criatura selvagem, ousadia niilista".
O feminismo já atingia os lares bem antes do séc 20. Imagine a obra de Dostoi naquela época.. revolucionando a mulherada q lia escondida.
 
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capítulo 12: em casa dos zakhlébinin

  • aleksiéi ivânovitch vieltchâninov - [literalmente: grandioso, opulento], 38/39 anos, ex-amante d natália, solteiro, o protagonista do livro;
  • piotr kárlovitch - advogado de vieltchâninov;
  • páviel pávlovitch trussótzki - [Nome inventado. De trus, medroso], 45 anos, viúvo, corno, era casado com natália;
  • natália vassílievna trussótzkaia - morreu aos 37 anos d tísica, esposa d páviel e ex-amante d vieltchâninov e d bagaútov;
  • lisa (apelido de elisabete ou ielisavieta) - menina d 8 anos, filha de natália e páviel, órfã d mãe;
  • stiepan mikháilovitch bagaútov - assumiu a amizade com páviel e natália assim q vieltchâninov mudou-se p petersburgo. tb está morando na capital, mas doente. outro ex-amante d natália;
  • aléksiei pávlovitch pogoriéltzev - 55 anos, conselheiro, amigo d vieltchâninov, casado com clávdia, com quem tem 8 filhos. moram em uma casa d campo em liesnói;
  • clávdia pietrovna pogoriéltzeva - 37 anos, morena, esposa d aléksiei, mãe d 8 filhos, ex-noiva e amiga d vieltchâninov;
  • mária sissóievna - diarista d páviel;
  • fiedossiéi pietrovitch zakhlébinin - conselheiro d estado, ex-colega d repartição d páviel, atuou no processo d vieltchâninov contra este, pai de 8 filhas e 1 filho, provável futuro sogro d páviel;
  • madame zakhlébinina - esposa d fiedossiéi, mãe d 8 filhas e 1 filho, senhora d meia idade, 1 tto obesa e rude;
  • cátia ou catierina (ou iecatierina ou catarina) fiedossiéievna - filha + velha, d 24 anos, da família zakhlébinin, loira alta e corpulenta;
  • nádia ou nadiedja fiedossiéievna - [significa esperança] - a 6ª das 8 filhas, d 15 anos, ginasiana, q páviel pediu em noivado;
  • mária nikítischna - amiga d nádja, d 23 anos, morena desenvolta, brincalhona e inteligente, q odiava páviel;
  • nástia ou anastassia - moça ruivinha e sardenta amiga dos zakhlébinin q chamou a atenção d vieltchâninov;
  • priedpossilov - amigo do amor juvenil secreto d nádia.

até agora o cap. 12 é o + extenso do livro, + d 20 pgs. mas qta coisa acontece, hein.

ri d+ da descrição q dosto/V... faz d cátia, "gênio evidentemente doce, inativo, sonolento mesmo". a visita d V... foi a maneira dele se vingar d tudo oq páviel fizera ele sofrer até o momento. usou todo o sexy appeal da sua barba batendo até o peito, suas tiradas espirituosas e frases feitas p derreter coraçõeszitos juvenis, cantou, brincou, aliou-se às maldades q as garotas cometeram contra páviel e conseguiu deixá-lo furioso. o texto deixa claro q ele ñ estava interessado nem em cátia nem em nádia, só flertava e fazia a corte às duas p provocar ora páviel ora outra irmã. mas me pareceu uma quedinha meio q implícita pela ruivinha. ah, essas ruivas acabam com qq homem com sobrenome russo/polonês.... :ruiva:

amham, voltando ao texto notei nesse capítulo gde influência do francês na cultura russa daqueles tempos. maman, madame, mademoiselle, oq me levou a pensar longe o qto o francês influenciou/influencia outras culturas. notei a mesma influência no livro um jogador, tb do dosto, q li semanas atrás. o uso + recorrente da champanhe dq da vodca tb ressalta essa impressão.

páviel pensou q ganharia sabe-se lá oq levando V... junto e sifu. bem-feito. as moçoilas russas ñ são mostradas deslumbradas com riquezas como mtas q conheço hj em dia, ou como a amiga d lizzie bannet (d orgulho e preconceito) q se casa por conveniência mas sem amor. todas as provocações q as meninas fazem com páviel é justamente oq podem fazer p demonstrar a insatisfação com o pedido dele. acredito q esta passagem mostre o limiar em uma mudança nos costumes, o das mulheres aceitarem caladas os casamentos arranjados pelo pai e o delas mesmas escolherem os seus bem-amados. e q papelão páviel faz, kkkkk, :nana: as meninas 1º fazem pensar q ele se engasgou e formam fila p estapeá-lo, depois fazem a mãe dar outro lenço dizendo q ele precisa, depois o deixam plantado por 1 tempão com a cara no muro esperando ser chamado p brincadeira, depois o trancam no quartinho e o esquecem lá. e o bocó ñ percebe q está em menor nº. eu no lugar dele enfrentaria a fera nádia sozinha, só com os pais, as estatísticas poderiam ser 3 contra 1 p ele.

palavras velhas em uma tradução nova: cacete (adjetivo), chusma, imiscuir, álacre e furibundo.
 
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capítulo 13: de que lado pesa mais

o 1º round entre páviel e V... após o dia na casa dos zakhlébinin foi entre pesos-pena. mtas acusações veladas e poucas verdades ditas ou sopapos distribuídos. achei legal as contradições d V... sobre páviel: "é 1 palhaço e sua maldade ñ passa d estupidez... ñ posso deixar d odiá-lo ainda q ñ mereça". será q existem pessoas assim? são más pq são estúpidas? será q sou mau? serei estúpido por ñ saber se sou mau? qual maldade é pior, a originada da estupidez ou a consciente? enfim, são só perguntas retóricas. já sei a resposta a elas (ou penso q sei, hehe).

descobrimos q V... ñ estava sentindo-se completamente bem eqto no meio das moças. afinal, ainda lhe pesava 1 luto infantil recente e a recém passada raiva contra páviel. mas o bufão parece q sempre quer se fazer odiar. e ainda admite q queria testar a novinha na presença d outro homem, hehehe, V... só ñ a arrebatou pq ñ quis. mas páviel tb admite q admirava V... durante o ano q passou com ele e a esposa, deixando implícito q continuou a admirá-lo mesmo depois q soube q era amante da esposa. é possível isso, arnaldo? pode alguém admirar tto outra pessoa ao ponto d perdoar-lhe ofensas graves q ele cometa contra si?

a impressão desde o começo do livro é a d 1 jogo entre V... - q tenta forçar páviel a abrir o jogo, a ser claro e jogar logo na cara do outro q sabe q ele foi amante da esposa - e páviel - q prefere fazer joguinhos d palavras veladas, dúbias, como q para torturar a consciência do outro.

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Envenenada pelo PP? Faz sentido, bem típico mesmo do perfil dele (acovardado e passional). Não duvido q fosse adepto do arsênico, muito comum na época.

na verdade, minha teoria ñ seria q el foi envenenada por páviel mas por ela mesma.

Vdd. Vai q ele toma gosto e adota alguma daquelas crianças lá do abrigo. Todo tempo é tempo de recomeçar! :drink:

q abrigo?
 
O trágico ocorreu. Lisa falece e leva com ela as esperanças de Vielhtchaninov de se recuperar, se redimir de sua vida mesquinha e apequenadora, ele perde a paternidade e sangra interiormente. Em meio ao luto ele sente também imenso ódio de Paviel, que é compreensível e compartilhado pelo leitor. Eu pelo menos me enchi de ódio. A que tipo de brutalização, física e psicológica, aquele monstro submeteu a pobre criança para que ela viesse a sofrer assim? E pior: sofrer pelo orgulho ferido de ter de viver em uma casa estranha, lidar com uma situação completamente nova. E o amor ferido, amor pelo pai que tanto amara até ele começar a desprezá-la e então, abandoná-la. Difícil não se compadecer dela, sofrer com essa morte e ligá-la mais a sofrimentos nervosos que à doença propriamente.

Surpreendente também saber que a defunta Natália deixou suas mazelas e pecados tão disponíveis, visíveis, confessados para o marido. Isso o tortura, o torna alguém pateticamente frágil, débil, sem auto-controle e mentalmente perturbado, descontrolado. E dado à bebida. Essas coisas acabam criando um clima de piedade em torno dele, só desfeito pelo falecimento da pobre Lisa.

Vielhtchaninov sofre com a perda da menina e o que ela representava pra ele, mas tem esse vazio preenchido pelo ódio contra Paviel Pavlovitch. Em meio a esse ódio e a uma paranoia de querer entender o que de fato o bêbado estúpido deseja de verdade após ir tratar com ele sobre a morte da filha, nosso heroi começa a juntar as peças do quebra-cabeças que é o marido. O monstro tenta reparar a morte da filha (embora não pareça senti-la sinceramente) pelo pagamento do enterro e de liturgias pela alma da pobre criança. O funeral passa e as relações entre o amante e o marido se embaraçam, o primeiro tenta se livrar e esquecer do segundo e de sua admiração, já antes atestada e demonstrada, e o segundo demonstra uma clara ambiguidade no relacionamento com o outro, ora o idolatrando e lembrando com saudade dos tempos de T..., ora falando em 'acertar contas'.

Aliás o mais característico da relação entre os dois é essa ambiguidade de sentimentos e disposições de um para com o outro e para com as mesmas situações. O amante demonstra ocasionalmente piedade pelo marido, se compadece dele, mas frequentemente sente um grande ódio pelas suas atitudes, modos e por toda sua figura. Fala em 'maldade estúpida', indicando que os sentimentos humanos são mesmo complexos, é possível ser mal por uma falha natural do caráter, por ser uma alma moralmente deficiente, ou pelo sofrimento, mas também pela ignorância, pela burrice. Falhas intelectuais e espirituais acabam levando as pessoas a decaírem moralmente pela unidade que existe no espírito humano: o intelecto é tão difuso, caótico, frágil quanto é o coração. Já o marido é outra ambiguidade ambulante: respeita o amante, tem saudades dele, de seus tempos antigos, sente falta de sua cultura, erudição, de suas transformações causadas por esse grande espírito, sente amizade apesar das óbvias discrepâncias de espírito, ele o admira, o idolatra pelo seu espírito e conhecimento, o venera. Mas ao mesmo tem algo oculto, que ele nunca revela, mas sabemos que está ali, ardiloso, venenoso, e que só é visível na ambiguidade entre os seus bons sentimentos e a forma atrapalhada, disforme, desengonçada com que expressa esses mesmos sentimentos. Percebe-se uma mágoa que nem o próprio Paviel tem consciência, um ódio, um ódio respeitoso, cheio de admiração, mas ódio, ódio nascido de um orgulho fraco, quase-inexistente, que uma grande ofensa vem acordar. Talvez por ser um orgulho tão tíbio é que o ódio nascido é igualmente débil, a ponto do próprio ofendido odiar sem se dar conta, ou disfarçando até pra si mesmo que nada há nele além de 'bons sentimentos'.

O amante enxerga em toda sua figura essa ambiguidade que ele vê com asco, deseja dele se afastar, no entanto, tem um certo fascínio por esse homem e até pelo asco (!) que ele lhe proporciona. Ele não percebe o que é esse fascínio, essa ligação, senão posteriormente, que é quando descobre toda a ambiguidade do marido. Desconfia que Paviel sabe, e teme por isso, teme por si mesmo e por algo maior.

Depois comento sobre a casa dos Zakhlébinini.
 
O amante enxerga em toda sua figura essa ambiguidade que ele vê com asco, deseja dele se afastar, no entanto, tem um certo fascínio por esse homem e até pelo asco (!) que ele lhe proporciona. Ele não percebe o que é esse fascínio, essa ligação, senão posteriormente, que é quando descobre toda a ambiguidade do marido. Desconfia que Paviel sabe, e teme por isso, teme por si mesmo e por algo maior.

será q o fato d V... se autodenominar hipocondríaco no começo do livro e páviel se assemelhar mto a uma doença ñ explicam essa relação amor-ódio?
 
será q o fato d V... se autodenominar hipocondríaco no começo do livro e páviel se assemelhar mto a uma doença ñ explicam essa relação amor-ódio?

Talvez. Talvez seja metafísico demais pro Dostô mas faz sentido, o amante é como um ser desgastado pela excitação contínua de impulsos eróticos e desejos românticos da juventude, e o Paviel, um homem doente pela repressão desses mesmos instintos por uma natural falta de vigor, de saúde moral.
 
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capítulo 14: sáchenka e nádienka

  • aleksiéi ivânovitch vieltchâninov - [literalmente: grandioso, opulento], 38/39 anos, ex-amante d natália, solteiro, o protagonista do livro;
  • piotr kárlovitch - advogado de vieltchâninov;
  • páviel pávlovitch trussótzki - [Nome inventado. De trus, medroso], 45 anos, viúvo, corno, era casado com natália;
  • natália vassílievna trussótzkaia - morreu aos 37 anos d tísica, esposa d páviel e ex-amante d vieltchâninov e d bagaútov;
  • lisa (apelido de elisabete ou ielisavieta) - menina d 8 anos, filha de natália e páviel, órfã d mãe;
  • stiepan mikháilovitch bagaútov - assumiu a amizade com páviel e natália assim q vieltchâninov mudou-se p petersburgo. tb está morando na capital, mas doente. outro ex-amante d natália;
  • aléksiei pávlovitch pogoriéltzev - 55 anos, conselheiro, amigo d vieltchâninov, casado com clávdia, com quem tem 8 filhos. moram em uma casa d campo em liesnói;
  • clávdia pietrovna pogoriéltzeva - 37 anos, morena, esposa d aléksiei, mãe d 8 filhos, ex-noiva e amiga d vieltchâninov;
  • mária sissóievna - diarista d páviel;
  • fiedossiéi pietrovitch zakhlébinin - conselheiro d estado, ex-colega d repartição d páviel, atuou no processo d vieltchâninov contra este, pai de 8 filhas e 1 filho, provável futuro sogro d páviel;
  • madame zakhlébinina - esposa d fiedossiéi, mãe d 8 filhas e 1 filho, senhora d meia idade, 1 tto obesa e rude;
  • cátia ou catierina (ou iecatierina ou catarina) fiedossiéievna - filha + velha, d 24 anos, da família zakhlébinin, loira alta e corpulenta;
  • nádia ou nádienka (apelidos) ou nadiedja fiedossiéievna - [significa esperança] - a 6ª das 8 filhas, d 15 anos, ginasiana, q páviel pediu em noivado;
  • mária nikítischna - amiga d nádja, d 23 anos, morena desenvolta, brincalhona e inteligente, q odiava páviel;
  • nástia ou anastassia - moça ruivinha e sardenta amiga dos zakhlébinin q chamou a atenção d vieltchâninov;
  • priedpossilov - amigo do amor juvenil secreto d nádia, aleksandr;
  • sáchenka (apelido) ou aleksandr lobov - jovem d 19 anos, amigo d priedpossilov e amor juvenil de nadiedja.

sujeitinho petulante esse namoradinho da nádia hein? ñ respeita os seus interlocutores mas exige q estes o respeitem! eu quase torci p V... dar uns safanões no moleque, ou voltar à casa d nádia p tomar ela dos 2. capacidade ele teria p isso, hehehe. interessante q V... mesmo ñ gostando d páviel o defende com argumentos, e por isso passa a ser atacado por lobov. enfim, sabemos agora q nádia tem 1 motivo forte p ñ gostar do compromisso com páviel, ela já está :beijao: com outro. 15 anos apaixonada por 19 anos.

tenho certeza dq a antipatia seja + por causa do jeitão do páviel dq pela diferença d idade. ñ só naquela época essas diferenças eram bem aceitas com hj tb. eu q o diga, pois só ñ namoro sério com mocinhas d 15-17 pq ñ quero, mas a procura é gde. e minha barba-sexy-appeal ñ chega a 1/3 da do V.... :wookie:

aliás, me pareceu q a disputa entre argumentos ocorreu + entre V... e o jovem dq entre páviel e ele. é 1 corno manso mesmo antes d casar, esse páviel!

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off-topic:

só p lembrar, estamos na última semana deste 1º clube da leitura do valinor e ñ sei se haverá 1 segundo. das 14 pessoas q votaram no livro (*Ceinwyn*, Ainurian, AnaLu Nogueira, Cantona, Dthemis, Éomer, fcm, Gorthol, JLM, lavoura, Lynoka, Nihal, Paganus, Spartaco), acredito q nem 50% participaram. e isso sem contar nos outros 10 q votaram nos 2 livros concorrentes e pq perderam sumiram. se isso ocorreu já com 1 livro relativamente fácil como o eterno marido, quem dirá com 1 ulysses como o povo estava pensando.

mesmo assim, ficarei d olho, mas ñ serei eu a agitar a galera p a continuidade do clube. detalhe: eu sempre participo dos clubes, mesmo q o livro q indiquei ñ ganhe na votação.
 
Última edição:
capítulo 15: ajustaram-se as contas

+ uma noite em q marido e amante dormem no mesmo quarto. desta vez ñ por vontade d V..., mas por causa da chuva. bem q imaginei já no cap. anterior q ela traria algo +. e novamente V... tem o mesmo sonho d antes, ou melhor, a continuidade deste. talvez seja consequência dos seus delírios febris. aliás, dosto deixa bem claro q o problema d V... são os nervos.

o sonho em si dá p ser relacionado em mtos aspectos com a estória narrada. mas 1 deles q me chamou a atenção foi o do despertar. no 1º sonho V... acorda ouvindo a campainha da sua porta e ñ sabe se ela tocara na vida real ou no sonho. como logo em seguida páviel é visto pela janela do outro lado da rua dá p imaginar q ele pode ter tocado ela sim. mas no 2º sonho V... tb ouve a campainha, desta vez com páviel dentro do quarto. seria o sentido-aranha o alertando do perigo? podem os nossos sentidos inconscientemente nos alertar sobre coisas q acontecem à nossa volta e ñ percebemos? acho q isso dá uma boa tese. como sei q dosto fará uma análise psicológica detalhada no próximo cap., vou comentar + nele.

outro aspecto legal do cap. é páviel cuidar d V... doente p logo em seguida tentar matá-lo. praticamente fez = à historieta d ciúmes q narrou anteriormente. pesquisei sobre samovar e gostei das imagens da peça doméstica d origem russa. chique no úrtimo. enfim, nada + natural q uma despedida dramática entre 2 personagens tão opostos e mesmo assim tão próximos.
 
capítulo 16: análise

uau, q aprofundamento psicológico sobre os protagonistas acontece aqui. na análise chega-se a confundir se quem fala é o narrador ou V...

são levantadas algumas teorias interessantes:
  • páviel ama pelo ódio V... tto q a sua ida a são petersbungo foi p se confrontar com ele e ñ por causa das outras desculpas. páviel admirou V... por 9 anos até como 1 modelo a ser imitado ou observado, até receber o choque dq V... era ex-amante d sua esposa e pai d sua filha. acho ñ compreender plenamente oq seria amar alguém pelo ódio q sente por ele. terei q refletir + sobre isso.
  • páviel ñ planejou matar V... mas desejava isso inconsciente, como na anedota do padrinho d casamento q contou. aliás, creio q nem páviel sabia conscientemente oq queria. estava sufocado, magoado até, e queria desabafar, seja confrontando V... ou se embriagando ou maltratando lisa. é como V... o analisou, era 1 palhaço q cometia maldades por ser estúpido.

por fim, encerra-se o capítulo revelando q páviel desistiu do noivado com nádia e como soube q V... era amante d natália e pai d lisa. duas soluções fáceis p a trama, mas totalmente encaixáveis com a personalidade d páviel e com a conclusão do livro. aliás, se olharmos os comentários no início do clube contra V... e como os leitores passaram a se identificar com ele em sua evolução como ser humano, posso até afirmar q o romance se encaixaria naquela vertente dos 'romances d formação', ñ d adolescentes, mas d homens maduros.
 
capítulo 17: o eterno marido

é claro q p um romance tão cômico o cap. 16 ñ poderia ser o final d tudo. por isso, V... e páviel voltam a encontrar-se 2 anos depois. páviel agora casado com uma 9inha "bem bonitinha", filha do reverendíssimo em odessa, olimpiáda siemiônovna, uma versão caricata da finada natália, mas q manda no marido bundão mesmo assim. aliás, V... assume o papel q páviel tivera durante o livro todo, o d atormentar o outro, e mesmo seus pensamentos são mordazes, como "ñ falta nada" ao se referir ao oficial-sobrinho-bêbado como q o julgando o novo amante da nova esposa. aliás, o próprio mítienka dá a entender isso ao dizer sobre páviel "ele fica procurando... amantes embaixo da cama... qdo ñ é preciso".

V... julga-se curado d sua hipocondria, adquiriu uma sobriedade financeira pragmática, tem várias opções d mulheres com quem gastar o seu tempo, mas continua cavalheiro ao ponto d defender senhoras em apuros e rir-se mesmo d idiotas q antes tentaram matar-lhe. se olharmos os comentários no começo do clube sobre V... veremos a qtd d opiniões negativas sobre ele, principalmente das mulheres, hehehe, mas ele evolui com o livro. sofre, adoece, luta e por fim vira alguém melhor. é 1 dos personagens + bem elaborados q já tive o prazer d encontrar. certamente, lerei o eterno marido novamente, desta vez na edição da l&pm, p comparações d traduções.

e como despedida d final do 1º clube, agradeço a companhia d quem me aturou nestas 4 semanas e dos q contribuiram com suas impressões pessoais e debates sobre essa maravilhosa peça. eu ainda anseio ver filme ou peça teatral deste livro, e creio q iria rir mto com os pulinhos d páviel, :D
 
JLM, você está de parabéns por esse resumão que você fez da obra de Dostoiévski. Captou bem a idéia do escritor.

Abraço.
 
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Re: capítulo 17: o eterno marido

e como despedida d final do 1º clube, agradeço a companhia d quem me aturou nestas 4 semanas e dos q contribuiram com suas impressões pessoais e debates sobre essa maravilhosa peça. eu ainda anseio ver filme ou peça teatral deste livro, e creio q iria rir mto com os pulinhos d páviel, :D

olha só oq encontrei na minha pesquisa final, a peça foi encenada no brasil em 1964 na saudosa tv tupi... dava até gosto d ver tv naqueles dias.

http://www.imdb.com/title/tt2516674/
 
Última edição:
Sobre a festa em casa dos Zakhlébinini eu vi um Vielhtchaninov mais renovado. Antes quase não conseguia imaginar aquele hipocondríaco como um amante sedutor, mas agora isso ficou mais crível. Ele dominou toda a situação, encantou todas as moças, inclusive a noiva de Paviel, e mesmo pode 'pescar' certas tramoias das moças. O amante foi muito competente, e ainda mais sabendo depois que tudo foi mais uma encenação. Que presença de espírito! Enquanto Paviel se comportou como um verdadeiro palhaço, totalmente inseguro e dado a patetices de todo tipo. Toda a questão do presente ilustra bem até que ponto se opunham as pretensões dele e os sonhos de sua noiva, e como na verdade, toda a situação doméstica em que estavam envolvidos era ultrapassado, desgastado. E nisso somente Paviel se fiava, em vez de apenas ser um complemento.

Posteriormente vemos esse drama do noivado, essa questão puramente social desenvolvida com o inesperado do amor de Nádia. E paralelo a isso, outros detalhes interessantes são o fato de Paviel ter convidado Vielhtchaninov para essa visita por motivos tão espúrios: seu imenso respeito pela sua figura, erudição e trato social. E com seu ódio guardado na algibeira? É um canalha mesmo, típico burguês, burguês até nos sentimentos. Vemos o jovem exigir seus direitos e os exige não se baseando em honra, a moldes românticos e anacrônicos mas faz pior: se fia em procedimentos pecuniários dos mais indignos. Mas é estranho. O que é digno, honroso? Trata o casamento como um idílio romântico ou como um contrato social? O século XIX era muito hipócrita com relação a isso como é a nossa época, por ser uma época de transição, quando os bons sentimentos vivem conflituosamente com os bons negócio. Paviel acha indigno tanto quanto acharia se o jovem o desafiasse para um duelo. Contradições da modernidade.

E temos a tentativa de assassinato. Foi muito confuso pra mim, muito caótico como se deu tudo. É como o JLM disse: Paviel não tinha consciência de que queria matar o rival, o traidor, ele o odiava e se o tolerava, se o ainda admirava, era porque sempre o admirou e invejava e era covarde demais para até mesmo assumir o próprio ódio para si mesmo. Medo dos maus sentimentos, fraqueza por externá-los. E ele tenta, logo após tomar conta de Vielhtchaninov, tenta matá-lo. É significativo que ele tenha tentado fazê-lo logo após cuidar do amante. Muito significativo, quase uma parábola. Demonstra a dualidade do seu coração, seu amor-ódio, sua vingança-caridade, ele externa seus bons sentimentos em boas ações assim como externa instintivamente a vontade de executar sua vingança, nascida do ódio inconsciente. Muito loucamente, Dostô mostra que conhece a alma humana e suas contradições como poucos.

Concluindo, temos as conclusões do amante sobre o marido, sobre suas ambiguidades, sua vontade de matá-lo, seu ódio, tudo isso como única razão pra sua vinda a São Petersburgo. Traição pela mulher, Lisa, a rebenta da traição. Em toda a suca covardia e mesquinhez, sua fraqueza em se assumir como inimigo do amante, quiçá doS amantes, Paviel vai se tornando cada vez mais perturbado, estouvado, desagradável, um palhaço! O amante só consegue ter uma certa pena dele, além do asco habitual e lamentar a si mesmo pela situação estúpida em que se colocara.

O último capítulo eu já não gostei. Não gostei da transformação que se operou no amante, eu esperava algo menos cômico, acho. Mas a verdade é que isso mostra bem como valem e dura pouco certas 'regenerações', como o mundo parece mesmo povoado de mediocridades que retornam. Isso se constata em Vielhtchaninov, em Paviel, na nova esposa de Paviel, nas relações do amante com as mulheres, tudo parece retornar. 'Um cão retorna ao seu próprio vômito'. É um final que não achei cômico, só na forma, no fundo é meio trágico, patético. Mas ainda assim o livro foi fantástico pelas descrições e dissecações psicológicas, sempre magistrais em Dostoievski. Maravilhoso! :clap:
 
J, não fique bravo dizendo que está saindo a francesa.
Seu direcionamento, organização, capacidade de síntese revelaram-se brilhantes desde o início.
É claro que pra esta condução seria necessário um "teacher" experiente. E vc foi.
Vc arrasou, agradeço e digo que aproveitei e aprendi muito com vc, com os participantes e com a obra em si.
Aprendi até com suas abreviações malucas!!!!!
Obrigada ... espero reencontrá-lo em outro fórum.
Não desanima não, vc é muito legal!!!!!:abraco:
Bj
AnaLú
 
  • Amei
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