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[L] ATENÇÃO, ESCRITOR: As Seis Sagradas Qualidades da Escrita

Ka Bral o Negro

Tchokwe Pós-Moderno
Elaborei esse tópico de modo auxiliar o maior número possível dos pretendentes a escritor que freqüentam este Clube, constantemente engolfados em suas dúvidas e defeitos de escrita.

Atentem, portanto, para as Seis Qualidades Essenciais da Escrita:

1) CORREÇÃO
Um escritor que não respeita a língua com certeza está trilhando um péssimo caminho; a não ser que sua intenção seja construir um texto propositalmente vulgar, preste atenção especial para a correção gramatical. Um escritor que não ama a própria língua corre sério risco de ser considerado um escritor medíocre. Pense: um pianista profissional executaria deliberadamente uma sonata cheia de erros técnicos?

2) CONCISÃO
Podemos defini-la como o dispêndio mínimo de esforço com o máximo efeito de expressão. Um texto possui mais força quando se usa o menor número possível de palavras para expressar aspectos, fatos ou opiniões. Obviamente, o excesso de concisão redunda em obscuridade e desarmonia.

3) CLAREZA
É importantíssimo atentar para uma transmissão mais compreensível de suas idéias. Um texto pouco claro e/ou excessivamente metafórico torna-se chato e imensamente desagradável. Busque demonstrar uma maior exatidão naquilo que deseja apresentar.

4) HARMONIA
É comum que escritores amadores (ou mesmo profissionais) pequem pela desarmonia. Textos possuem melodia, a qual deve (ou pelo menos deveria ser) cuidadosamente trabalhada. Não pensem que somente narrativas em forma de poema possuem música; uma prosa desarmônica é enfadonha, irritante e tola. Não conseguirá sequer ler bem todo aquele que não for capaz de perceber os ritmos entre os períodos. Procure desenvolver sua sensibilidade, e note como o texto clama por um ritmo mais harmônico.

5) ORIGINALIDADE
Outra qualidade perigosa, da qual se perdem muitos dos autores comuns. Costuma-se dizer que tantas expressões foram criadas que hoje é impossível ser original; saiba, pois, que tal inverdade denota preguiça e carência de brilhantismo. Evite ao máximo os clichês (seja de idéias, seja de expressões); busque novas imagens, ou renove as antigas. Além disso, um texto desprovido de inversões que realcem os termos torna-se monótono, e, portanto, pobre.

6) VIGOR
Transmita suas idéias e concepções com mais incisão e energia, de modo excitar e prender a atenção do leitor; note, contudo, que é facílimo apelar para descrições excessivamente grandiosas e solenes, o que apenas aborrece ainda mais o leitor.


Respectivamente opostos às Seis Qualidade Essenciais, há os Seis Defeitos: impureza, prolixidade, obscuridade, desarmonia, banalidade e frouxidão.


Percebam que é ruim desejar adquirir, imediatamente, as Seis Qualidades; é mais fácil e construtivo evitar, desde já, os Seis Defeitos.

Se for do interesse dos usuários, posso aprofundar o estudo das Seis Qualidades, detalhando uma por uma.
 
Se for do interesse dos usuários, posso aprofundar o estudo das Seis Qualidades, detalhando uma por uma.

Vc acabou de virar meu professor de Literatura :obiggraz: !!! Vamos lá tio Ka Bral, pode começar a detalhar as Seis Qualidades...
 
Eu me interesso. Gostaria de ler mais sobre essas Seis Qualidades, seria legal vc escrever mais sobre elas ^-^
 
HUhuhuhuh, legal!
Seria de grande ajuda se você detalhasse mais as regras, pq entendê-las é mais fácil do que conseguir segui-las.
 
Re: ATENÇÃO, ESCRITOR: As Seis Sagradas Qualidades da Escrit

Ka Bral o Negro disse:
Se for do interesse dos usuários, posso aprofundar o estudo das Seis Qualidades, detalhando uma por uma.

Claro que é do nosso interesse :D Do meu pelo menos :P
As tuas ideias são muito interessante e é curioso que, inconscientemente, eu tento pô-las em prática (nem sempre com os melhores resultados claro :? ).

Fico à espera de mais ;)
 
Eu vou comentar estas "regras" aqui, embora não acredite muito nelas - nem em regra nenhuma quanto à expressão artística. Mas a despeito de toda a liberdade de expressão, a gente tem que colocar alguns limites sim. Vejamos:

1) Correção : im-pres-cin-dí-vel. Ninguém jamais vai ser escritor se continuar a escrever " pretencioso" com C ou dizer " tu vai" . Porém mesmo os mais leigos na língua não devem desistir por conta disto - os revisores são pagos prá isto
(embora o mérito caia Rauros abaixo, né...)

2) Concisão: Terreno perigoso! No intuito de ser moderno e cair no " dizer o máximo com o mínimo" ( mal propagado pela corrida da informação, que entre outra coisas acabou com a riqueza da linguagem) corre-se o risco de ser exíguo demais. Dêm asas à imaginação, e depois cortem se for preciso! O minimalismo na literatura pode ser tão cruel quanto a objetividade na poesia...

3) Clareza: Depende. Se eu estiver escrevendo um texto filosófico, vai ser muito difícil uma clareza imediata, porque tudo vai passar por uma conceituação própria.
Então, mais que se fazer entender, é preciso primeiro entender a si próprio. E nem sempre o que nos vai à cabeça é exatamente aquilo que colocamos no papel. Não se torturem: deixem seus leitores quebrarem um pouco a cabeça também...

4) Harmonia: Ahhhh .. eu amo isto! Amo ler um texto que me conduz, que me coloca como que em uma sinfonia, sem a gente nem perceber! Triste é o escritor que muda de estilo a cada parágrafo, e nos deixa como que no meio de uma miscelânea sem sentido. Acreditem, o cuidado com cada palavra é fundamental num texto. É muito diferente dizer " se aproximou" ou " chegou perto". Tem que haver coerência nisto, por todo o texto.

5) Originalidade: Sim, é quase impossível ser original hoje. Quase tudo que tinha para ser dito, já foi dito. E isto desde a Idade Média ... :lol: Potanto, ser original não é exatamente criar o novo ( mesmo porque não há nada de novo sob o sol) e sim DIZER o antigo de forma diferente. Ou mesmo de forma igual - mas com um certo toque pessoal, crítico e ... anh ... moderno ( odeio esta palavra).

6) Vigor: " Prender a atenção do leitor" é o maior clichê literário que eu conheço. As livrarias estão povoadas de livros que " prendem a atenção" e não têm mérito artístico algum ... são livros mal escritos, com mau portugues, má adaptação, má tradução, e que só sobrevivem por conta da boa idéia vigorosa ( e um excelente marketing, aliado à pobreza cultural vigente).
A questão da descrição é polêmica: antigamente, bom era quem sabia descrever
(vide Wilde!! Que "descritor" esplêndido!). Chegavam mesmo a dizer que excesso de diálogos era disfarce de quem não sabia escrever. Hoje isto é mais flexível- ou pelo menos deveria ser. A força de um diálogo é tão importante como a prolixidade de uma descrição. Mas ambos são importantíssimos, dependendo do contexto. Mais uma vez: flexibilidade, dependendo do teor da obra.

Bom, prá terminar, eu fiquei devendo ao KaBral um texto sobre " regras literárias" que eu tenho aqui num livro de oficina. Mas eu terei que digitar ele inteiro, logo pode demorar alguns dias. Mas ele chega, eu prometo: é interessante e muito divertido!
 
Falta mais uma coisa nesta lista:IMAGINATION, pois muitos escrevem bem, nas nem todos sabem descrever ambientes, objetos, pessoas e etc. Eu imagino e acho que todos aqui gostam de pegar um livro, ler e se transportar para o lugar que esta lendo usando a imaginaçao, e eu tenho pego muitos livros assim, sem sal nem açucar que nem tenho vontade de ler, por isso acho que devemos usar nossa imaginaçao ao maximo e ao mesmo tempo descreve-la bem.(desculpe a falta de acentos, meu teclado esta sem configuraçao). :D
 
A melhor forma q conheço de atingir essas 6 "metas" é lendo.
E ter senso crítico. 8O
 

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