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[L] [Melkor, o inimigo da luz] [Grilhões]

Melkor- o inimigo da luz

Senhor de todas as coisas
[Melkor, o inimigo da luz] [Grilhões]

Esta é minha primeira fábula do meu conjunto de fábulas (Fábulas de Never Ever). Não vou criar só um tópico porque não sei se vou fazer mais que uma nem sei como vai funcionar. =)

Além do mais, elas não tem ligação entre si.

Lá vai essa. Ficou profunda ^^

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Lá no topo da colina de Grans, onde o cipestre cresce mais ávido, viveu um ferreiro de nome Gul. Ele outrora teve duas mulheres, seis filhos e um cachorro. Mas eles tinham desaparecido havia tanto tempo e ele já tinha tido tanto desgosto por parte deles que a todos dizia que sempre fora sozinho.


A primeira mulher com quem se casou foi Hortênsia e nos primeiros anos de casamento foram muito felizes. Tiveram dois filhos, dois lindos meninos gêmeos, e compraram um cachorro ao qual deram o nome de Osso.


Então Gul casou-se também com Vitória e com ela teve quatro outros filhos, três meninas e um menino. Os nomes dos gêmeos eram Arie e Phill enquanto o nome dos filhos do segundo casamento eram, respectivamente, Thethis, Emily e Humbert.


E viveu a grande família por muitos anos, em harmonia. Hortênsia e Vitória revezando-se na cama e na cozinha, as crianças crescendo sem saber de quem exatamente eram filhos e Gul na sua oficina, de onde vinha o inebriante som do martelo castigando o ferro.


Mas um dia Arie e Phill começaram a dividir o mesmo leito e descobriram que podiam completar-se sozinhos. Ambos se afastaram dos outros irmãos e pouco a pouco foram sumindo do coração de todos, até que foram parcialmente esquecidos. Tethis suicidou-se de amor por Arie.


Um dia tanto Hortênsia quanto Vitória descobriram que, enquanto não estavam na cama de Gul, podiam estar na cama de Humbert e saciar-se com a semente que era do pai.


Um dia Emily tomou o lugar das duas mulheres no coração de Gul e casou-se com o próprio pai, impondo mais uma divisão de leito que Vitória e Hortênsia não conseguiram engolir.


Cansado de tudo, Osso, o cachorro vira-lata, assassinou as três mulheres de Gul, Emily e Humbert. Porque ele tinha ciúmes de seu dono. Esqueceu-se apenas dos gêmeos, mas eles também haviam se esquecido de que existiam e haviam se perdido dentro de si mesmos.


Infelizmente, Vitória havia tomado veneno alguns instantes antes de ser atacada – porque havia meses que queria sumir – e Osso morreu envenenado. E Gul ficou sozinho, naquela casa de madeira de onde as lembranças boas simplesmente remontavam a um passado que de tão remoto era supranostálgico. No passado distante onde se passa esta fábula, Gul já é um velho lobo solitário.


E Gul queria vingança. Ele construiu, com seu martelo e sua mão, já cheia de calos, um grilhão mágico cujos ingredientes nem mesmo ele saberia dizer com precisão. Um pouco de asa de morcego, pela maldade; um pouco de galhos de eucalipto, pela força; um pouco de pêlo de aranha, pelo tom imperativo e, como não poderia faltar, pó de asa de fada, para ativar toda a mágica.


Quando o metal esfriou-se, ele entoou:

Não amarás teu filho, não amarás tua mãe;
Não amarás teu irmão, não amarás alguém que seja como ti;
Não amarás teu próprio pai, em hipótese alguma. Nem tu amarás tua filha;
Não amarás tanto a ti mesmo a ponto de matar-se sozinho;
Não tratarás o animal como um semelhante: ele existe para servir-te.



Após isto, quebrou os grilhões com sua própria força e os empurrou goela abaixo dos porcos que criava os pedaços que conseguiu recuperar. Os porcos foram vendidos, sua carne consumida e o grilhão ingerido.


As pessoas morreram, seus corpos apodreceram, se uniram em parte com a terra e em parte foram levados pelos abutres. E os abutres espalharam cada parte do grilhão mágico por todo o continente, de forma que um dia, quando Gul soube que havia chegado o momento, ele clamou, aos céus:


É esta a verdade!


Verdade tornou-se tudo que ele havia dito. Todos que haviam sido aprisionados pelos grilhões do ferreiro estavam presos às suas leis. E passaram-se dez vezes cem vezes dois anos e, mesmo Gul já morto, as suas leis ainda imperam no mundo.


Quem é capaz, porém, de fugir a qualquer uma das frases que ele entoou naquele dia chuvoso, não tem mais paz. Porque sabe que está preso, seus braços acorrentados, e enquanto for assim não pode ser feliz.


Porque Gul entoou uma frase, em silêncio, que dizia:


A este grilhão, não vais querer romper.


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Eu adorei esse texto.Realmente,Diogo,você se supera a cada obra.

Espero os outros editado para manter o mistério sobre a quantidade. :twisted:
 
Então Gul casou-se também com Vitória e com ela teve quatro outros filhos, três meninas e um menino. Os nomes dos gêmeos eram Arie e Phill enquanto o nome dos filhos do segundo casamento eram, respectivamente, Thethis, Emily e Humbert.

Tem um erro aí.
Não tá faltando uma menina?

.
.
.
Fora isso achei um ótimo texto, realmente muito criativo, estou ancioso pelos prócimos. :mrgreen:
 
Puxa! Muito bom esse seu texto! Muito bom mesmo!

Melkor disse:
É um erro irônico proposital, mas obrigado pelo toque. =)

E obrigado pela atenção também, valeu! ^^

Erro irônico proposital? Como assim??? XD
 
Na verdade essa menina que falta é a terceira esposa citada quando o cachorro mata todo mundo... Ela era uma elfa perdida, como se pode entender analizando melhor o texto. É uma alusão a Tolkien! ^^



...



8O




Tá. É mentira deslavada, eu esqueci de um mesmo. Mas já tinha visto! =)

^^
 
Voce inventa umas mentiras tão complexas que às vezesm,eu acredito.lembra daquela de " a Priscila me contou"?
Eu quase acreditei.Se vc tivesse falado "a Letícia"......
 

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