[Amaris][Maldições]
Olá, sou nova por aqui...esse texto, escrevi há uns dois meses. Depois que um amigo me pediu para falar sobre RPG. Eu ia usar este texto como introdução ao sistema de "Vampiro"...acabei não falando do sistema e ficou somente o texto. Espero que gostem!
Maldições
Não sei como em digna consciência, amam a minha raça.
As verdades são encobertas pelo fascínio. E a eles, somente os poderes importam. E sem verdades, nascem mitos.
E neles, temos caninos exagerados. Sugamos sangue. Lendas. Acho que os mitos transplantam a verdade em metáforas e hipérboles. O sangue tem valor na literatura, de energia vital, mas não é o sangue que nos importa, é a energia. Não sugamos sangue, drenamos energia. E para isso, não temos dentes exagerados, mas mãos que captam. E quando antes, acham tal coisa majestosa, digo primeiro – parasitas. É o que somos. Sem os outros, morremos. Mortos-vivos, somos nós.
Mas lendas, somos fortes. Na verdade, somos fracos. A força provém da quantidade de energia acumulada. Mas acumular energia é muito difícil e de efeito instantâneo. Acho que nossa força vem da sabedoria, das habilidades acumuladas ao longo do tempo. Porque um bom espadachim não é o mais forte, mas é aquele que treinou mais, por mais tempo. E tempo não existe para nós.
Imortais, somos sim. Coisa que a ciência não consegue explicar – até hoje. Mas parece que a energia vital renova nosso corpo – ah, comemos sim, igual a vocês. Porém, a lenda de roubar crianças, tem seu fundo de verdade – quanto mais jovem é o portador da energia – maior é o poder de renovação. Os velhos, da raça, são os que parasitam somente velhos, mas se quiserem rejuvenescer, basta trocar a “dieta”. E então, contra-lenda, podemos envelhecer, rejuvenescer ou permanecer parados no tempo.
Quanto à luz do sol, ela não nos mata instantaneamente. Porém, somos sensíveis a ela, assim como alguém de vocês, muito branco, também seria. A luminosidade queima nossos frágeis olhos. Mas, o que mais nos prejudica é o poder que o sol tem de sugar a nossa energia vital que roubamos daqueles aos quais o sol doa energia. Mesmo assim, ainda podemos andar de dia embora que por muito tempo.
Se quiser nos matar, não use estacas, alho, água benta e símbolos sagrados.
Somente nós desmistificamos clichês como “o amor dura para sempre” porque na verdade, o tempo é muito mais poderoso do que o amor e a única fagulha remanescente fica parada na memória. E depois de centenas de anos as lembranças são esquecidas. O que foi importante há anos é perdido no tempo como um grão de areia soprado pelo vento.
Acho que existimos desde o primórdio da humanidade. E pelo o que conta nossos mitos, nossa função é proteger e guiar os seres-humanos. O que me parece um tanto lógico, já que se eles morrerem, nós morremos. Somos os guardiões da humanidade, uma relação de amor-ódio bem desenvolvida ao longo de milhares de anos. O Criador fez quem à sua imagem e semelhança? À nós ou aos humanos?
Mas com certeza Ele deixou que a escuridão encobrisse certas verdades e nos deixou embriagados em alguns mistérios. Ninguém sabe como alguém se torna um de nós. Acontece de tempos em tempos, sem padrões ou porquês. E talvez seja por isso que nossa quase-vida não seja tão vazia. Não podemos viver no passado porque ele é longo demais, no futuro porque ele é certo demais, mas o presente pode trazer algumas surpresas. Afinal, o amanhã sempre vai chegar e o ontem vai ser esquecido quando o amanhã passar. Somente o hoje não pode ser esquecido ontem.
É o hoje que me faz sentir real.
Carolina Bustamante(Amaris)
Olá, sou nova por aqui...esse texto, escrevi há uns dois meses. Depois que um amigo me pediu para falar sobre RPG. Eu ia usar este texto como introdução ao sistema de "Vampiro"...acabei não falando do sistema e ficou somente o texto. Espero que gostem!
Maldições
Não sei como em digna consciência, amam a minha raça.
As verdades são encobertas pelo fascínio. E a eles, somente os poderes importam. E sem verdades, nascem mitos.
E neles, temos caninos exagerados. Sugamos sangue. Lendas. Acho que os mitos transplantam a verdade em metáforas e hipérboles. O sangue tem valor na literatura, de energia vital, mas não é o sangue que nos importa, é a energia. Não sugamos sangue, drenamos energia. E para isso, não temos dentes exagerados, mas mãos que captam. E quando antes, acham tal coisa majestosa, digo primeiro – parasitas. É o que somos. Sem os outros, morremos. Mortos-vivos, somos nós.
Mas lendas, somos fortes. Na verdade, somos fracos. A força provém da quantidade de energia acumulada. Mas acumular energia é muito difícil e de efeito instantâneo. Acho que nossa força vem da sabedoria, das habilidades acumuladas ao longo do tempo. Porque um bom espadachim não é o mais forte, mas é aquele que treinou mais, por mais tempo. E tempo não existe para nós.
Imortais, somos sim. Coisa que a ciência não consegue explicar – até hoje. Mas parece que a energia vital renova nosso corpo – ah, comemos sim, igual a vocês. Porém, a lenda de roubar crianças, tem seu fundo de verdade – quanto mais jovem é o portador da energia – maior é o poder de renovação. Os velhos, da raça, são os que parasitam somente velhos, mas se quiserem rejuvenescer, basta trocar a “dieta”. E então, contra-lenda, podemos envelhecer, rejuvenescer ou permanecer parados no tempo.
Quanto à luz do sol, ela não nos mata instantaneamente. Porém, somos sensíveis a ela, assim como alguém de vocês, muito branco, também seria. A luminosidade queima nossos frágeis olhos. Mas, o que mais nos prejudica é o poder que o sol tem de sugar a nossa energia vital que roubamos daqueles aos quais o sol doa energia. Mesmo assim, ainda podemos andar de dia embora que por muito tempo.
Se quiser nos matar, não use estacas, alho, água benta e símbolos sagrados.
Somente nós desmistificamos clichês como “o amor dura para sempre” porque na verdade, o tempo é muito mais poderoso do que o amor e a única fagulha remanescente fica parada na memória. E depois de centenas de anos as lembranças são esquecidas. O que foi importante há anos é perdido no tempo como um grão de areia soprado pelo vento.
Acho que existimos desde o primórdio da humanidade. E pelo o que conta nossos mitos, nossa função é proteger e guiar os seres-humanos. O que me parece um tanto lógico, já que se eles morrerem, nós morremos. Somos os guardiões da humanidade, uma relação de amor-ódio bem desenvolvida ao longo de milhares de anos. O Criador fez quem à sua imagem e semelhança? À nós ou aos humanos?
Mas com certeza Ele deixou que a escuridão encobrisse certas verdades e nos deixou embriagados em alguns mistérios. Ninguém sabe como alguém se torna um de nós. Acontece de tempos em tempos, sem padrões ou porquês. E talvez seja por isso que nossa quase-vida não seja tão vazia. Não podemos viver no passado porque ele é longo demais, no futuro porque ele é certo demais, mas o presente pode trazer algumas surpresas. Afinal, o amanhã sempre vai chegar e o ontem vai ser esquecido quando o amanhã passar. Somente o hoje não pode ser esquecido ontem.
É o hoje que me faz sentir real.
Carolina Bustamante(Amaris)