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Faculdade para Negros

Deriel disse:
A meu ver não é lá muito justo alguém treinado competir com alguém que não pôde ("não pôde" e não "não quis") ser treinado. O privilégio, racismo e segregação já existe, só não está escrito no papel em forma de lei.
Sim, a segregação já existe, mas ao invés de se minimizar o problema criando cotas você só contribui para aumentar e alimentar esta segregação.

A melhor maneira seria aumentar a qualidade do ensino público. O pior crime foi terem baixado a média com o intuíto de diminuir o número de pessoas sem escolaridade. Mas de que adianta?

Onde estudei a média sempre foi 7, ou seja eu precisava saber no mínimo 70% de tudo que estudei para passar. Ontem fiquei sabendo que existe uma escola aqui na minha cidade onde a média é 3. 8O

Como pode ser justo eu estudar para entrar numa faculdade e talvez perder uma vaga, que teoricamente seria para alguém mais qualificado, para alguém que tem uma educação muito inferior a minha simplesmente pelo fato de existir uma cota?

O sistema de cotas não minimiza nada, muito pelo contrário só incute na cabeça de quem tem direito que ele não é capaz de conseguir uma vaga por esforço próprio. Digo isto porque quando foi criado o sistema diversas pessoas disseram (mesmo sendo negras e pardas) que são contra este sistema. Este tipo de cota só incentiva a acomodação.

O sistema de ensino brasileiro ao invés de evoluir só regride... :roll:

E só para constar... A população brasileira não deveria fazer segregação do tipo negro e branco, porque segundo pesquisas o povo brasileiro é mestiço. Praticamente todos nós temos um pouquinho de sangue, negro, índio, europeu...
 
è muito confortávelm dizer "somos todos mestiços", mas é só andar na rua que fica claro que não somos, os "mais negros" (melhorou assim?) sofrem muitos problemas com a cor, não adianta negar com o "todos somos mestiços iguais".

Claro que o sistema de cotas não resolve tudo por si, mas é uma maneira bastante rápida de em meros 4 anos ampliar enormemente o número de "mais negros" com alta escolarização o que consequentemente aumenta a qualidade de vida e o nivel de emprego, transformando em uma melhora genérica, visível e rápida para uma camada marginalizada da população que se tornaria cada vez menos marginalizada.

Quanto todos os "menos negros" e "os mais negros" tivessem possibilidades iguais de atingir alto grau de escolarização, logicamente o sistema de cotas se tornaria inútil. É o tipo de assistencialismo benéfico, pois através do auxilio possibilita que exista uma real melhoria da condição de vida não apenas da pessoa em ci, mas de todo o círculo social da mesma.
 
Eu concordo com o Deriel. O sistema de cotas pode não resolver o problema, mas não é por isso que devemos ignorar que ele existe.

Isso vai pelo menos amenizar o problema, até que se resolva.
 
Deriel disse:
è muito confortávelm dizer "somos todos mestiços", mas é só andar na rua que fica claro que não somos, os "mais negros" (melhorou assim?) sofrem muitos problemas com a cor, não adianta negar com o "todos somos mestiços iguais".
Como eu falei no meu post, foi "só para constar". Nada de relevante quanto a conceitos... Para mim indifere a maneira de se referir as pessoas.:wink:

Deriel disse:
Claro que o sistema de cotas não resolve tudo por si, mas é uma maneira bastante rápida de em meros 4 anos ampliar enormemente o número de "mais negros" com alta escolarização o que consequentemente aumenta a qualidade de vida e o nivel de emprego, transformando em uma melhora genérica, visível e rápida para uma camada marginalizada da população que se tornaria cada vez menos marginalizada.
Neste ponto eu discordo um pouco.
O que acontece é que o problema continuará existindo, e daqui a 10, 20, 30 anos será pior, pois não se está resolvendo o problema em si, mas "tentando", como você disse, diminuir a marginalização. O que na verdade não é garantia de sucesso.

Vejo todo dia na faculdade, quem fez supletivo por exemplo, que existem pessoas com muitas dificuldades para acompanhar a maioria da turma. E hoje se sabe que uma faculdade, por exemplo, não é garantia de emprego para ninguém futuramente, nem mesmo para ganhar um bom salário.

Vide todos concursos que surgem por aí. Existem pessoas formadas que lutam para conseguir vagas de gari, coveiro, carteiros, policiais... Concursos que não exigem curso superior e muitas vezes nem segundo grau.

Isso vai pelo menos amenizar o problema, até que se resolva.
Ameniza por quanto tempo? Quatro, cinco anos?
Não resolve e este é o problema. Seria melhor criarem cursos profissionalizantes, ou cursinhos públicos, com qualidade, para comunidade carente tentar chegar a uma faculdade como qualquer estudante que tem condições financeiras de pagar estudo particular.
 
Não concordo, Deriel.

Há menos negros por um simples motivo: eles precisam trabalhar para sustentar famílias. Todo mundo que precisa trabalhar acaba não tendo TEMPO para estudar. Pior que isso: os horários das faculdades também não ajudam, não é mesmo? (conciliar trabalho com estudo e tempo para dormir um pouquito...)

E proponho uma "solução" que não implique em "deus nos acuda" para o pessoal que for entrar (sim, porque você sabe que foi um deus nos acuda pra entender o que diabos os professores lá da faculdade tavam dizendo!!! e isso porque somos maioria branca/ups,meucasoéamarelo!!! privilegiada... ou seja, deixar entrar qualquer um apenas pela cor da pele, aumentaria a evasão que seria uma beleza!)

Fazer uma triagem de pessoas com capacidade de pelo menos entender que diabos aquele professor doido da faculdade tá falando. (triagem = prova de conhecimentos gerais FUVESTÃO extendido se preferir, onde tem de ter pelo menos 70% de acerto)

E daí fazer um sorteio desse pessoal qualificado.

E já ouvi muita gente reclamando que meu método não vai agraciar quem "estudou para caralho", etc., mas a curto prazo é a única forma que vejo de agraciar quem tem mérito (ou seja, sabe o básico necessário, mas não consegue alcançar os índices fudidos de enormes que as listas de corte fornecem).

Tornaria menos estressantes os vestibulares (sem neuras que teria de acertar tudo para conseguir vaga), e daria mais chance aos que sairam das escolas públicas (aqueles que nem sonhando vão conseguir nota de corte 98).

Tem um lado ruim? Tem... sempre vai ter pessoal que é gênio e que se não tiver sorte nunca vai entrar numa USP, UNICAMP, UFRJ da vida... Em compensação, o cara mediano com um pouquinho de sorte vai conseguir.

Isso vai também acabar com as discussões ridículas de gente que tá na cara que é branca, cujo tetravô foi negro, ou do cara que apenas registrou seu filho como sendo negro/pardo, mas tá na cara que é branco.

Se vai ter corrupção? Vai... mas até aí isso já acontece. Estou aumentando as chances, apenas isso.

E com aumento de chances, o mérito retorna.
 
Acho que sua idéia poderia ser aperfeiçoada com um único item, substituir o "sorteio" por uma espécie de entrevista. Como é feita em algumas faculdades dos Eua por exemplo. Desta forma seria mais fácil de "acertar" nos melhores alunos...

E complementando algo que você disse. A história de corromper o sistema de cotas é simples. Pois as cotas não são somente para negros, são para pardos também... Mas esta segunda classificação é confusa e pode ser facilmente burlada.

Como estava discutindo com você Deriel. Eu realmente não toquei antes na "raça" ou "cor da pele", porque o sistema de cotas não foi criado exclusivamente porque uma minoria branca tem chances, mas porque uma minoria com "condições monetárias" para pagar bons estudos consegue entrar nas faculdades através dos vestibulares...

Mas voltando ao que eu queria realmente dizer antes. Quando toquei no assunto lá em cima que o Brasil é um país de mestiços, falei isto porque é muito fácil para MUITAS pessoas burlarem o "pardo" na seleção. Quando foi feito o último censo no país existia a pesquisa Raça, onde existiam as opções: Negro, Branco e Pardo. A maioria da população brasileira se entitula parda, mesmo sendo negros ou brancos, muitos responderam a pesquisa como pardos, baseados nas suas raízes...

Este dado já mostra a ineficiência do sistema de cotas. Eu mesmo, por ser mais moreno do que meus irmãos poderia me utilizar desta condição física para me passar por pardo, mesmo que para muitos eu seja branco...
 
Entrevista? Mas aí volta o problema da COR, meu caro. :wink:

O fato dos vestibulares non terem nomes é pros caras que corrigem non verem a cor do carinha, se o cara é boa pinta, se é homem ou mulher, se tem lábia, etc.. Tudo impessoal, para evitar os tendencionismos e gorjetas.

Sem falar que se só com nota de corte, já temos um absurdo de batalhão pra segunda fase, imagina com nota 70/100 (estou considerando não questões teste, mas questões dissertativas já na primeira fase)... não dá pra entrevistar todo mundo.

Mantenho que é melhor sortear da cambada de gente que é apta para entrar na faculdade. Vai que a faculdade tem sorte e consegue tirar um ou outro gênio. :mrgreen:
 
A verdade é triste mesmo com as cotas, o acesso a um emprego vai continuar sendo dificil quantos medicos, advogados "mais negros" vcs já viram, mesmo com as cotas não havera garantia de emprego para essas pessoas, todos saberão que elas vierão de cotas e a discriminação continuará infelizmente.... :eek:
 
Primula disse:
Entrevista? Mas aí volta o problema da COR, meu caro. :wink:
Isso eu sei, só que na verdade quando eu havia pensado nisso eu tinha imaginado que esta entrevista seria feita através de uma banca e que esta banca tivesse uma cópia do histórico escolar ou coisa parecida... E que estas entrevistas fossem feitas ao longo do ano, antes do vestibular propriamente dito...

Claro que era só uma vaga idéia...

O fato dos vestibulares non terem nomes é pros caras que corrigem non verem a cor do carinha, se o cara é boa pinta, se é homem ou mulher, se tem lábia, etc.. Tudo impessoal, para evitar os tendencionismos e gorjetas.
Mas este tipo de fraude nem o vestibular consegue evitar, pois a pessoa presta, mas ele ou ela podem ser "colocados" para dentro através de pessoas influentes já de dentro.
 
Como disse, as fraudes já existem. Mas não é por opção dos professores que corrigem as provas, mas em instância maior. Estes só podem colocar alguns poucos "deficientes mentais", exatamente por serem uns poucos a terem poder de fazer isso.

As entrevistas só aumentariam o número de pessoas passíveis de serem subornadas. E foi onde eu me concentrei, OK? :wink:
 
É inútil e completamente inviável utilizar um sistema inspirado nos moldes americanos para tentar atenuar a desigualdade social e econômica do negro no Brasil. Não é criando um universo paralelo para os negros que iremos combater esse desnível.

O grande problema é que está se tentando criar um idéia de cultura e raça genuinamente negra no Brasil. Não existe cultura negra nem branca por aqui, é só estudar um pouco de História que se vê isso. Todos os costumes que nos envolvem estão carregados de influência européia, indígena e negra, não havendo uma separação entre eles. O máximo que acontece são algumas comunidades isoladas de brancos, negros e índios que conseguiram manter uma certa homogeneidade cultural, mas não se trata nem de longe da maioria.

A solução não é separar o negro e o branco na hora de entrar pra faculdade, muito menos tornar mais fácil o acesso das comunidades carentes à universidade. É a triste mania que existe no Brasil de se criarem leis assumindo que um erro existe, em vez de combatê-lo. O que precisa ser feito, e que ninguém se mobiliza pra fazer, é dar uma forte educação de base a todos, varrer esse país de cultura, para que a maioria se torne apta a ingressar em uma faculdade por mérito próprio, e não pelo "jeitinho".

Uma pessoa que não teve uma boa educação de base, seja ela rica ou pobre, não está apta a ingressar na faculdade de maneira alguma. Não vai conseguir absorver todo o conteúdo necessário e, se conseguir concluir o curso, tem grandes chances de não ser um profissional competente.

É claro que devem haver várias soluções, mas todas envolvem gastos, tempo e dedicação. Não é um problema que vai desaparecer da noite pro dia, nem quando começarem a combatê-lo da maneira correta. A decadência do ensino atual é conseqüência do desleixo não dos governantes de hoje em dia, mas de uma série de submissões do passado.

A minha faculdade, que é particular e uma das melhores do país, possui um grupo de alunos que vão voluntariamente nas favelas e dão aulas de reforço para quem precisa. Além disso, 45% dos estudantes possuem algum tipo de bolsa estudantil que atenua o alto preço da mensalidade e, nos casos mais críticos, o aluno recebe não só uma bolsa integral como ainda ganha também uma ajuda de custos. A filosofia de lá é a seguinte: quem tem mais, ajuda quem tem menos. Mas todos prestam vestibular igualmente.

Não acho que um aluno necessitado deva ficar sem faculdade não, longe disso. Mas é um absurdo não prepará-lo corretamente para ingressar na faculdade e depois querer que ele aprenda tudo em 4 anos!
 
Não acho que um aluno necessitado deva ficar sem faculdade não, longe disso. Mas é um absurdo não prepará-lo corretamente para ingressar na faculdade e depois querer que ele aprenda tudo em 4 anos!

É exatamente o que penso. Uma medida paternalista para com certos segmentos da sociedade que ignora o problema do ensino fundamental. Na prática é importar para as instituições de ensino superior, que já tem sérios problemas, todas as mazelas de má formação do incipiente ensino público fundamental. Não sei como é no resto do país, mas aqui no Rio apenas o Pedro II (algumas unidades) e os CAPS podem ser consideradas realmente "boas" escolas públicas.

No mais, há negros com nível de renda superior e brancos caucasianos em situação lamentosa. Eu não sou racista, mas na hora de montar um grupo de estudos na faculdade, na hora de escolher, certamente preteriria o aluno que entrou beneficiado pelas cotas, pois ele teria menos a contribuir com meu grupo em trabalhos que demandassem conhecimento acadêmico. Posso condenar?

E sim, é evidente que se eu fosse um contratante ia desconfiar de estagiários negros que viessem de universidades que beneficiam pessoas por cotas. Iria pairar, as vezes injustamente sobre eles, o estigma de que foram favorecidos, e não posso condenar um contratante que quer o melhor e não está disposto a fazer "a sua parte pelo social" nisso.

Tenho um amigo negro, que enfrentou as adversidades de uma formação em escolas sem estrutura e passou pra uma universidade pública, em um curso disputado. Ele, mais do que qualquer outro, merece o reconhecimento do mérito e a admiração de todos. Agora com um bando de idiotas entrando universidade adentro beneficiados por essa lei, ele poderá vir a ser confundido com um deles, pois é negro.

Onde quero chegar: Medidas como essa instigam racismo. Eu não sou racista e já ingressei duas vezes em universidades, em ambas tendo amigos dos mais variados credos e etnias. Mas se fosse preterido em uma dessas faculdades, mesmo com um excelente exame, por conta de um mané que fez uma prova ridícula mas tem mais melanina que eu, bom, eu certamente iria começar a ter pensamentos feios.

Onde quero chegar? A medida é uma válvula de escape pra um governo que tenta se esquivar da obrigação de melhorar o ensino fundamental. E não adianta negar o caráter racista da medida. Tanto que, na UERJ, onde a experiência se deu, o que se viu foram discrepâncias como curso onde uns débeis mentais entraram pra faculdade fazendo quatro pontos em 120 em Múltipla Escolha. Porque débeis mentais? Não, não é racismo e não estou me referindo a uma etnia quando coloco esse ponto de vista. É que 4 pontos em 120 é menos do que qualquer idiota teria chance de fazer se respondesse aleatóriamente, questão de estatística básica.

Conheço cursos de excelência onde, dos 35 inscritos, só 4 não eram beneficiados pelas cotas. Pra onde vai o nível das instituições? Uma boa pergunta, já que fico aqui pensando como alguém que mal sabe fazer contas de adição e subtração vai ser aprovado em diciplinas como cálculo, difíceis até pra craques em matemática, ou outras como sociologia, se mal sabem o básico de história.

Vou frizar mais uma vez, não é um depoimento racista. Até porque eu fico pensando quantas minorias não existem aqui no Brasil. Judeus, nisseis, muçulmanos, italianos (sim, muitos foram explorados também), poloneses, e mais uma infinidade de minorias outras espalhadas por esse país, isso pra não falar dos índios, os autóctones dessa terra e que foram pra lá de sacaneados muito antes do tráfico negreiro. Qual é o ponto então? Se cada minoria tiver uma cotinha de reparação histórica é melhor acabar com vestibular e fazer um sorteio probabilístico pra ver quem vai ter a sorte de entrar pra faculdade.

E a Reparação histórica? Tomem vergonha na cara e cobrem dos beneficiários da miséria em que vivemos... Batam a porta dos ingleses que levaram nosso ouro e dos portugueses que venderam os escravos e lucraram muito mais com isso do que nosso senhorio.

Pra mim os defensores do sistema de Cotas são, quase que em sua totalidade, ou políticos demagogos em busca de eleitorado ou pessoas que se beneficiarão diretamente com a medida. Ou seja, cambada de hipócritas.

Ufa, cansei.
 
Dá a nítida impressão que voicês não querem falar sob o ponto principal das cotas: por que é que existem tão poucos negros na universidade?

Exatamente!!!
Um dia eu estava presente no CEU (Congresso de Estudandes da Unesp), e no meio de tantos alunos surgiu a discução das cotas para negros, afim de chegar a uma conclusão sobre qual seria a opnião do corpo discente. Só que era interessante, pois naquele espaço só tinha um negro!!!
É fácil ser contra a proposta de cotas se já está numa faculdade...
e do jeito que anda, até parece que o Brasil já está livre dessa praga que é o preconceito racial.
De certa forma concordo sim com a política de cotas para negros, pois acho necessária, mas não da forma que está sendo apresentada.
Aliás, nos EUA já existem esse tipo de faculdade (só para negros), só que com uma diferença:
É que lá existe o que se chama de Dilema do Negro Intelectual Americano, onde essas faculdades terminam de isolar de vez a camada negra. Esses intelectuais negros não aceitam "prestar serviços" para outra pessoa que não tenha a mesma cor de pele dele, dessa forma existem médicos negros que só aceitam diagnosticar pessoas negras, o que é éticamente incoerente.
Retomando: na minha opnião a cota de negros é necessária sim, mas não da forma como está sendo proposta e praticada (se não vai ter muita gente que não é negra dizendo que é só para ter esse "privilégio".
Agora se alguém me perguntar sobre de que forma então, já adianto em responder que "estamos" (NUPE) discutindo sobre isso.
 
Eu acho q esse sistema de cotas é impraticavel partindo do princípio que, na realidade atual, é quase impossivel vc definir exatamente a raça de uma pessoa. A nao ser que prove ao contrário.

Como, entao, diminuir essa diferença de "negros" e "brancos"?
Investimentos. Saia justa para por fim a corrupcao.
O ensino público está entrege as moscas, é um Deus nos acuda. As universidades públicas brasileiras, com raríssimas excessões, estão SUCATEADAS.

Repito, isso tem nome: demagogia
 
A verdade é a seguinte os goveranantes, as elites querem um povo mais ignorante para eles melhor governarem, no Brasil ocorre o mesmo tipo de politica que ocorria na antiga Roma a politica "do Pão e do Circo", enquanto houver futebol, samba e chopp as pessoas vão se acomodar.
O sistema de cotas vai beneficia muitas pessoas mas esta baseada em principios errados não da para incentivar o racismo, concordo que pessoas de baixa-renda não conseguem se preparar devidamente para as faculdades, mas isso não as impede de cobrar mais do governo, ao invés disso as pessoas só resmungam e com o tempo vai se descobrir alguma especie de fraude nesse sistema.

Concordo com Ainulindalë para mim tudo isso cheira a demagogia
 
Eru disse:
A medida é uma válvula de escape pra um governo que tenta se esquivar da obrigação de melhorar o ensino fundamental. (...)Tanto que, na UERJ, onde a experiência se deu, o que se viu foram discrepâncias como curso onde uns débeis mentais entraram pra faculdade fazendo quatro pontos em 120 em Múltipla Escolha. Porque débeis mentais? Não, não é racismo e não estou me referindo a uma etnia quando coloco esse ponto de vista. É que 4 pontos em 120 é menos do que qualquer idiota teria chance de fazer se respondesse aleatóriamente, questão de estatística básica.

Conheço cursos de excelência onde, dos 35 inscritos, só 4 não eram beneficiados pelas cotas. Pra onde vai o nível das instituições? Uma boa pergunta, já que fico aqui pensando como alguém que mal sabe fazer contas de adição e subtração vai ser aprovado em diciplinas como cálculo, difíceis até pra craques em matemática, ou outras como sociologia, se mal sabem o básico de história.

(...)Até porque eu fico pensando quantas minorias não existem aqui no Brasil. Judeus, nisseis, muçulmanos, italianos, poloneses, e mais uma infinidade de minorias outras espalhadas por esse país, isso pra não falar dos índios, os autóctones dessa terra e que foram pra lá de sacaneados muito antes do tráfico negreiro. Qual é o ponto então? Se cada minoria tiver uma cotinha de reparação histórica é melhor acabar com vestibular e fazer um sorteio probabilístico pra ver quem vai ter a sorte de entrar pra faculdade.

UFA! Até que enfim alguém sem querer querendo está considerando o conceito de sorteio que propus :mrgreen:

Pra mim os defensores do sistema de Cotas são, quase que em sua totalidade, ou políticos demagogos em busca de eleitorado ou pessoas que se beneficiarão diretamente com a medida. Ou seja, cambada de hipócritas.

Ei, respira e recupera o fôlego! Tá bom demais esta discussão! :grinlove:

Realmente a discussão está sendo para colocar o pessoal lá dentro. Pouca gente tem se perguntado dos efeitos, se o pessoal vai conseguir ficar lá dentro, e em caso negativo se isso não vai deturpar a universidades tornando-as "mais fáceis" :think: (exatamente como aconteceu com o ensino público secundário e básico: a popularização da educação foi apenas em números mas não em conteúdo)

Os casos citados por Eru são os mais preocupantes. Esqueçam a qualidade dos profissionais que saírão de lá... isso implica em "baixar a qualidade da universidade", que a longo prazo é muito pior do que manter os pobres fora da universidade.

Mas eu concordo que é necessário que mais pobres ENTREM nas faculdades, senão teremos uma manutenção do sistema que já temos hoje: elites sempre por cima, pobres sempre por baixo.

Friso o "mais pobres", porque não quero dizer "todos os pobres". Pois todos, implicaria que todos teriam condições, e não tem.

Chuto que deve haver em torno de apenas 1% de pobres nas universidades. Se o objetivo é aumentar esse número, então com o sorteio dos capacitados acho que conseguiremos aumentar para 5% na sorte. É pouco? É... mas é um avanço enquanto mantemos a qualidade de ensino para todos (inclusive para os pobres).

E como disse, sorteando os capacitados, acabamos com esse terrorismo de 1o. lugar na FUVEST, "mais de não sei quantos alunos que entraram na FGV estudaram no CPV, etc". O estudo passa a ser algo menos aterrorrizante para todos, ainda mais que acabaria com os caça níqueis educacionais (cursinhos). Haveria uma necessidade do aluno ter bagagem, mas não de ser uma máquina de respostas.

E com isso, os pobres que nunca tiveram chance se animariam a fazer a prova de capacitação.... pois se forem capazes, as chances deles entrarem também aumentam via sorteio. Se antes eles desistiam antes mesmo de tentar o vestibular... às vezes antes mesmo de entrar na escola (e assim não estudavam), com a esperança aumentam os ânimos de se tornarem capacitados.

Ou seja, com o tempo, haveria um aumento no número de pessoas pobres capacitadas. E assim, a primeira estimativa de 5% pode facilmente dobrar ou triplicar em pouco tempo (10 anos).

Mas como disse, a minha idéia bate de frente com muitos lobbies, e mesmo com nossos próprios interesses. Queremos ter mais mérito e ter mais segurança que vamos entrar na faculdade, e um sorteio tiraria isso tudo.

Mas a curto prazo é uma forma de quebrar esse ciclo vicioso. Mesmo porque tou ouvindo essa de melhorar o ensino fundamental desde 1979 e nheca de pitibiriba... e com os salários sendo oferecidos, como condenar os melhores professores de ir para outros empregos? Por idealismo ninguém alimenta família. dinheiro não traz felicidade, mas pelo menos compra convenio médico, faz supermercado, compra livros... (R$ 1200 reais por 40 horas semanais? tá... em classe 20 horas, e as outras vinte preparando aula? só em sonho, né?)
 
Ahhh, fala sééério... isso é mais uma piada de pessoas que não tem mais o que fazer no governo...

É um absurdo eles quererem tratar o racismo com o próprio racismo... Criar faculdades para grupos especiais só vai aumentar as diferenças sociais e raciais, que nem deviam existir no Brasil... Fazer isso vai apenas fazer continuar um problema por muito mais tempo...

Por que não ajudar na educação como um TODO, para um dia as pessoas aprenderem a conviver com outros que não são iguais??? E isso não é só para os negros...
 
É fácil ser contra a proposta de cotas se já está numa faculdade...
e do jeito que anda, até parece que o Brasil já está livre dessa praga que é o preconceito racial.

O preconceito poderia passar a ser legitimado pelas condições de ingresso do aluno na universidade e a sua real chance de ser escolhido por exemplo pra um estágio. Se eu fosse contratante, daria preferência a um aluno que ingressou na instituição por mérito. Logo, mesmo que injustamente (caso o aluno tenha sido aprovado por mérito), irei preferir o aluno branco ao negro por ter menos chance de ter entrado de forma facilitada na universidade. Essa política me lembra aquela máxima do "café com leite" das brincadeiras de criança, nas quais o mais novinho, o mais fraco ou o caolho eram poupados das dificuldades nas brincadeiras. Fazer isso com os negros é condená-los a uma condição de inferioridade legitimada e institucionalizada. Negros com um mínimo de orgulho e cientes das suas capacidades (porque esses sim tem) reagem com desagravo a medida. Mas pros incapazes ela cai como uma luva, né?


Retomando: na minha opnião a cota de negros é necessária sim, mas não da forma como está sendo proposta e praticada (se não vai ter muita gente que não é negra dizendo que é só para ter esse "privilégio".
Agora se alguém me perguntar sobre de que forma então, já adianto em responder que "estamos" (NUPE) discutindo sobre isso.

Porque não discutem como melhorar o ensino fundamental, capacitando as pessoas sem condições de bancar uma escola privada a lutar por uma vaga na universidade de forma justa, e não por favor ou piedade da sociedade? Porque não pensar em tornar essas pessoas, ainda crianças, em potenciais bons profissionais do amanhã, ao invés de tentar fazer uma lambança com as já calejantes instituições públicas de ensino superior. Acreditem, os diretores das "UniverCidades", "Gamas Filhos", "Estácios de Sás" e afins estão muito felizes com a implantação das leis de cotas. Essa medida imediatista e paternalista não só não resolve o problema da falta de base do ensino público fundamental como pode vir a minar de vez os esforços pela manutenção de um ensino superior público de qualidade.

Resumindo:

Ainulindalë disse:
existe uma frase q diz o seguinte:

"não dê o peixe, mas ensine a pescar"
 
A gente discutiu esse assunto em sala de aula outro dia, deu a maior polêmica, e hoje tem um fórum de debate na Universidade sobre esse assunto(que aliás vale um certificado de 3 horas... interessante né? :lol:). É complicado ser a favor ou contra, porque ao mesmo tempo em que existem dados concretos de que o ingresso dos negros na universidade é ínfimo (foi colocada a argumentação, no dia da discussão, de que o fato de num haver nenhum negro na minha sala se devia um pouco à mínima quantidade de negros aqui na cidade, mas num adiantou muito), têm-se um ponto no qual eu bati muito: estabelecer cotas é legitimar a discriminação. Podem me apedrejar, mas eu sou a favor de cotas para alunos de escolas públicas - não por serem "burros", mas porque é fato sabido que o ensino de escolas particulares via de regra é bem melhor do que de escolas públicas, e o aluno que sai duma escola de periferia raramente vai ter condições de competir com o que fez positivo, ou o escambau. Aí acontece aquela velha história: as vagas de universidades públicas ficam com os filhinhos-de-papai que estudaram na particular a vida toda, e teriam condições de pagar uma facul particular tbm, e os egressos de escolas públicas que são reprovados no vestiba das federais e estaduais, são obrigados a apelar pras particulares, e em muitas delas (não todas) é aquela coisa: pagou, passou.

amanhã posto o que tiver sido discutido no fórum....
 

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