Eu vi no Uol... como o Morgoth disse ele tá aqui no Brasil:
O mexicano Edgar Vívar já estava no fim do colegial, mas precisava freqüentar as aulas de alguma matéria ligada à arte para completar seus créditos. Quando decidiu fazer teatro, ele nem imaginava que iria participar da série de TV mais famosa da América Latina.
Vívar ficou conhecido em mais de 40 países como o Sr. Barriga, o famoso cobrador de aluguéis da vila da série "Chaves". Ele também fazia o papel de seu filho Nhonho, uma criança gorducha e mimada.
Na quarta (10), Vívar chegou ao Brasil para divulgar os novos bonecos dos personagens da série. Na tarde desta quinta-feira (11), ele deu uma entrevista em que contou as histórias dos bastidores de "Chaves".
"Estou muito contente por estar no Brasil e feliz de receber o carinho dos fãs daqui", disse Vívar. O ator contou que toda a turma da série tinha planejado uma turnê por aqui em 1994. Mas Ramón Valdez, o Seu Madruga, ficou doente, e tiveram que cancelar a viagem. Acabaram desistindo da idéia, por causa da morte do ator Raul Chato Padilla, o Jaiminho.
Edgar lembrou como entrou para a série: "Em 1970, fui fazer o teste para um comercial em que o Chespirito (Roberto Gómez Bolaños, o Chaves) também trabalhava. Ele achou que eu levava jeito e me convidou para trabalhar com ele", conta. Vívar estreou no "Chaves" em 1972, como ator convidado. Começou como um simples cobrador de aluguel, mas acabou virando o dono da vila e ganhou até filho, o mimado Nhonho, também interpretado por ele.
E qual personagem Vívar gostava mais de fazer? "Não dá para escolher entre o Sr. Barriga e Nhonho. Eu amo os dois", justifica. E aproveita para lembrar o quanto era difícil filmar as cenas em que os dois contracenavam -e que eram feitas com um efeito rudimentar, chamado "cromakey". Mas pior ainda eram os tombos, banhos de farinha e baldes de água: "Precisávamos repetir estas cenas umas três, quatro vezes. E não é que acabavam usando a primeira gravação?", lembra.
Mas tudo era encarado de uma maneira positiva. Segundo Edgar, o elenco era como uma família: "Às vezes nos dávamos bem, às vezes mal. Mas conseguimos ficar juntos por 25 anos". Hoje, ele respeita, conhece e admira seus colegas. E se lembra emocionado de seu melhor amigo na época da série, Ramón Valdez, o Seu Madruga. Vívar se impressionava com o bom-humor do colega, que faleceu em 1988, por causa de um câncer de pulmão. "Ele estava no hospital, doente, mas fazia piadas e brincava o tempo todo".
Aliás, rir é o que recomenda o Sr. Barriga. Formado em medicina, profissão que exerceu por apenas dois anos, Edgar dá sua receita para os fãs: "O melhor remédio é a risoterapia".
Trajetórias
As séries de TV "Chaves" e "Chapolin" são sucesso em toda a América Latina. Elas começaram a ser produzidas em 1970 e duraram até 1995. No Brasil, "Chaves" e "Chapolin" foram exibidas pela primeira vez em 1984, no programa do Bozo, no SBT, e estão no ar até hoje.
Atualmente, Edgar Vívar faz parte da Associação Nacional de Intérpretes (ADNI), do México. Ele também é formado em medicina e possui um circo.
Curiosidades sobre a série "Chaves", por Edgar Vívar:
Foram feitos mais de 1.000 episódios da série;
"Chaves" deve entrar para o Livro Guinness dos Recordes como a única série a conseguir o 1º lugar da audiência em todos os países em que foi exibida;
Nos EUA, foi lançado um DVD com os melhores episódios de Chaves;
Há um projeto de fazer uma animação em 3D (tipo "Toy Story") baseada no seriado "Chaves". A animação possibilitaria recriar os personagens dos atores já falecidos;
O ator Carlos Villagrán, que interpretava o Kiko, namorou a atriz Florinda Corcuera Vidialpango (a Dona Florinda), antes de Roberto Gómez Bolaños (o Chaves) se casar com ela;
Durante as filmagens dos episódios que se passam em Acapulco, os atores não tiveram folga para aproveitar a praia: "Trabalhamos todos os dias, durante duas semanas", contou Edgar Vívar. O episódio foi feito para promover um hotel do mesmo grupo da Televisa, produtora da série.