Legolas Greenleaf disse:
Gildor disse:
Ow, vamos com calma. Não houve xingamento algum no post da Prímula. O "puxão de orelha" foi sutil, mais sutil do que se tivesse sido escrito por muita gente que anda por aqui.
Realmente, eu responderia com mais palavrões.
Você non muda, não é mesmo meu anjo? (non estou achando que ele é o Legolas do livro, hehehe... nem o Bloom... non fico babando por elfos por aí !!!!)
Obrigada também a Omykron e ao querido Gildor-minduim.
Bem, falando por mim: eu non xinguei ninguém
infelizmente a velha máxima sempre funciona "se a carapuça serviu..."
O que costumo atacar é o crime e não o criminoso. No caso o crime é ficar colocando a culpa na escola, dizendo que tudo que ensinam lá é inútil, e depois vou ver um monte de gente chorando pelos cantos da vida em sub-empregos. Também... não quiseram aprender as coisas úteis... O crime em questão é a preguiça e birrice... não que eu também não seja preguiçosa e birrenta de vez em quando...
Também não vi nenhum xingamento por parte da Prímula. Aliás, se vcs estudassem ao invés de ficar reclamando que a escola é inútil, já teriam aprendido interpretação de texto.
Tem um ótimo tópico no Literatura em que discutíamos isso.
E eu tb não concordo com parte do conteúdo da escola. Não por excesso, mas por falta dele.
Exatamente o ponto que eu queria chegar. Como disse, faço parte da vertente que não concorda com a escola massacrante imposta aos alunos. É um modelo arcaico, usado pelos nossos tatataravós (machado de assis) quando as salas de aula comportavam apenas meia dúzia de alunos... Hoje temos classes com 30 a 40 alunos!
Para fazer frente a esse processo massacrante, existem experiências pedagógicas interessantes. Um é método Montessori, onde o educador devia respeitar a evolução do aluno. (ler mais em
http://www.omb.org.br/)
Outra experiência que quase ruiu foi Summerhill. Esta instituição pregava que o aluno devia aprender conforme o que gostaria. Como a instituição formava alunos que aprendiam (não necessariamente com as matérias obrigatórias que o Reino Unido exigia das escolas), seus alunos ficavam "desajustados" ao mundo ao redor. Leia-se questionadores.
Uma coisa interessante de Summerhill (que eu estudei melhor que Montessori) é que apesar dos alunos serem livres para escolher o que queriam estudar, é que a criança gradativamente tomava consciência de conceitos como cidadania, respeito e democracia, na prática.
O regimento interno por exemplo. Todo ano, esse regulamento era votado. Em uma ocasião, os alunos decidiram que eles deviam ter o direito de dormir quando quisessem (Summerhill é internato). E no começo foi aquela baderna. Só que com o tempo, os próprios alunos sentiam-se incomodados com a "eterna festa". Afinal, tinham que dormir. E assim, foram os próprios alunos quem votaram de novo para que houvesse um horário limite onde podiam fazer barulho.
Outro ponto interessante é que a preguiça com o tempo era retirada do menu dos estudantes. Muito tempo sem fazer nada (nada de videogames!) e o aluno acaba ficando entediado e começa a procurar algo para se ocupar. Dessa forma, as vezes, matérias que consideram chatas podem tornar-se interessantes para eles.
Há limitantes para esse tipo de escola. Primeiro, porque implica no aluno morando na escola. Segundo, apesar do sistema internato, os pais são proibidos de simplesmente largar os filhos lá (parte da administração é composto por pais TAMBÉM, e é exigido que os pais estejam em todas as reuniões, senão o mesmo tem de retirar seu filho da instituição)
São condições que muita gente considerariam "abusivas", enquanto que eu consideraria "bom senso" (afinal o pai TEM de participar do processo educacional, e não deixar tudo nas mãos da escola!)
Sim, o aluno pode até não querer aprender raiz quadrada e pitágoras... mas o diferencial do aluno de Summerhill é que ele pode não saber, mas tem a confiança de sair procurando a resposta se precisar.
Summerhill (
http://www.summerhillschool.co.uk/)
O ruim dela é que só te prepara pro vestibular, e não pra outras coisas.
Exatamente. O aluno não aprende: vira papagaio, repetindo as informações fornecidas em sala de aula.
Acho que poucos podem entender a minha frustração... uma vez entrei em uma prova de mecânica quântica sem ter estudado, e tive de responder as coisas na base da dedução, partindo dos princípios básicos. (matéria do começo do semestre)
Tirei nota 8... pois deixei de aplicar as técnicas mais recentes que o professor deu em aula.
O ponto é que mesmo sem saber, eu pude DEDUZIR a resposta, com base nas informações fornecidas. O equivalente a DESCOBRIR a resposta.
Ao descobrir, a alegria é enorme. Claro fiquei aliviada que o professor considerou minhas respostas (mesmo não sendo da forma que ele queria), mas mais que o alívio foi mesmo a euforia de ter conseguido apesar de não ter "decorado"
Minto... eu decorei - coloquei de cor (de coração) as coisas na cabeça.
Minha frustração é que poucos conseguem fazer isso: descobrir, deduzir as respostas.
Como posso colocar isso.... deveria ter algum tempo na escola dedicado a ensinar as pessoas sobre a sociedade em que vivem, discutir fatos atuais (guerra, SARS, etc), ou alguma preparação melhor para o mercado de trabalho, para quem não for fazer faculdade.
Tem toda razão. Não é porque o cara vai ser lixeiro que ele não precisa saber como aprender outras coisas, se ele cansar de ser lixeiro.
Como eu disse, a diferença entre um carpinteiro de Summerhill e um comum, é que mesmo que aquele seja desafiado a responder algo que não sabe, ele saberá procurar a resposta. Se precisar mudar de profissão, ele tem capacidade de aprender.
Na verdade, lembrem-se de Harrison Ford: ele também foi carpinteiro.