>Motivos da Guerra de Bush
>09/03/2003
>Said Barbosa Dib, professor de História
>
>Artigo publicado no site Cidadania Urgente
>
http://www.cidadaniaurgente.com.br
>Mantido pelo Instituto Século XXI
>Av. Mauá, 2011 conj. 1304 - Porto Alegre/RS
>Fone/fax: (51)3219.1998
>
>
>"Não são justas as análises simplificadoras e ingênuas
>da mídia que colocam
>o presidente George W. Bush como um monstro ou um
>energúmeno sanguinário.
>Mesmo que seu intelecto não seja dos mais geniais, ele
>não é,
>definitivamente, um camarada mau nem bobo. Pelo
>contrário, é um cidadão
>patriota que está tentando salvar os EUA da bancarrota,
>impedir a queda do
>Império sob seu comando. Digo isto porque, ao contrário
>do q
ue se fala, o
>governo norte-americano está totalmente desesperado com
>a ruína iminente
>da
>sua economia. Segundo W. Clark, do jornal "Indy Time", o
>temor do
>Federal Reserve (Banco Central americano) é de que a
>Organização dos
>Países Exportadores de Petróleo (Opep), nas suas
>transações internacionais,
>abandone o padrão dólar e adote definitivamente o euro.
>O Iraque fez
>essa mudança em novembro de 2000 - quando o euro valia
>cerca de US$ 0,80 -
>e escapou ileso da depreciação do dólar frente à moeda
>europeia (o dólar
>caiu 15% em relação ao euro em 2002).
>
>Esta informação, se analisada por aqueles que conhecem
>os problemas
>estruturais do sistema de Breton Woods e as atuais
>limitações energéticas
>dos norte-americanos, coloca em d
úvida a hegemonia do
>dólar no mundo e
>explica a razão pela qual a administração Bush quer,
>desesperadamente, um
>regime servil na história Mesopotâmia. Se o presidente
>norte-americano
>tiver
>sucesso, o Iraque voltará ao padrão dólar, não correndo
>o risco de servir
>de
>modelo alternativo para outros países dependentes como o
>Brasil.
>É por esta razão que o governo norte-americano, ao mesmo
>tempo, espera
>também vetar qualquer movimento mais vasto da Opep em
>direção ao euro.
>
>Por isso, essa informação é tratada quase como um
>segredo de Estado,
>pois governos dependentes como o nosso, que apostaram
>tudo no modelo
>neoliberal, iriam para o fundo do poço junto com seus
>chefes
>norte-americanos. Isso porque os países consumidores de
>petró
leo teriam
>de despejar dólares das reservas dos seus bancos
>centrais - atualmente
>submetidos ao FMI- e substitui-los por euros. O dólar
>entraria em crash
>com uma desvalorização da ordem de 20% a 40%e as
>conseqüências, em termos
>de colapso da divisas e inflação maciça, podem ser
>imaginadas. Pense-se em
>algo como a crise Argentina em escala planetária, por
>exemplo.
>
>Na verdade, o que permeia toda essa discussão é a
>chamada "crise dos
>combustíveis fósseis". O físico e pensador Batista Vidal
>lembra que "as
>reservas de petróleo estão extremamente concentradas em
>poucos pontos
>do planeta, pois o total descoberto no mundo está
>situado em vinte campos
>supergigantes". Assim, na ótica do Primeiro Mundo, se os
>atuais países
>em desenvolvimento realmente se desenvolve
ssem, o Mundo
>teria ou que
>descobrir meia dúzia de campos supergigantes ou o
>petróleo acabaria em 10
>ou 15
>anos.
>Por isso, o sistema de poder financeiro mundial,
>subjugado pelo padrão
>dólar, está completamente desacreditado, falido. Os
>bancos estão caindo
>aos pedaços em todos os países ditos desenvolvidos ,
>principalmente nos
>EstadosUnidos e Japão. Prevê-se um colapso a qualquer
>momento. Agora o que
>sustenta isso? Devido à ocupação militar no Oriente
>Médio - ampliada a
>partir da
>crise do petróleo da década de 70 -, mesmo com o déficit
>público
>monstruoso dos EUA, o dólar inflacionado compra
>artificialmente o petróleo,
>base
>de toda a economia americana e ocidental.
>Portanto, Sadam selou o seu destino quando, em fins de
>2000, decidiu
>mudar para
o euro. A partir daquele momento, uma outra
>Guerra do Golfo
>tornava-se um imperativo para Bush Jr.. Ou seja, o que
>está em jogo não
>é nem o caráter texano caricato de Bush, nem uma questão
>de segurança
>nacional norte-americana, mas a continuidade da falácia
>do dólar.
>
>
>
> -oO0Oo-
>
>
>Comentários de quem me mandou o artigo:
>E esta informação é censurada pela imprensa norte-
>americana e suas vassalas
>tupiniquins, bem como pela administração Bush, pois pode
>potencialmente
>reduzir a confiança dos investidores e dos consumidores,
>criar pressão
>política para formação de uma nova política energética
>que gradualmente
>nos afaste do petróleo do Oriente Médio e da órbita
>anglo-americana e
>fazer com qu
e projetos como o nosso Pró-Álcool mostrem
>sua força".
>
>PS: Por isto que a Alemanha, defensora ferrenha do Euro,
>é
>terminantemente contra a guerra e por isto que a
>Inglaterra, que não
>adotou o Euro em seu país é a favor da guerra.