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[L] [Litzhel] [Estrada Errante]

Litzhel

Delirium
[Litzhel] [Estrada Errante]

Estrada Errante

É mais um dia qualquer. Mais uma chuva fina, mais um vento leve e um sol que mais tarde virá a aparecer. Ana caminha pela rua em direção ao nada, apenas aprecia a bela manhã de inverno que começa. Fumando seu cigarro, pode sentir a brisa fria penetrar seu rosto. Seus passos são lentos e a medida que seus cabelos deslizam em meio ao vento, a sua mão é dirigida ao rosto, para ajeitar os fios soltos.
Ana não tem marcas de desgosto em seu coração , mas sente um enorme vazio dentro de si.. E o porque, nem mesmo ela sabe.
As aves começam a refugiar-se atras de seu próprio ego e tristeza. E a medida que Ana caminha , seu rosto desmancha-se em meio a todas as figuras mórbidas que aparecem em sua volta. Agora não caminha mais com tranqüilidade, seus passos tem desconfiança e incerteza, e o chão parece tremer com o hálito quente da escuridão que nasce. O céu agora não é de um azul purpuro, mas de um cinza sem vida.
Ana não entende, porque o caminho fica tão triste e tão sujo quanto mais caminha. Porque as coisas em vez de se tornarem belas, se tornam mais mesquinhas, desagradáveis e enfadonhas? Porque seus pensamentos agora geram uma náusea crescente em volta de si mesmos?
Ela começa a correr em busca de um raio solar, pois agora tudo se transforma em um escuro pertinente, e Ana quase não enxerga seus próprios pés. Corre cega em direção a alguma salvação, alguma ajuda.
Ó Ana, se você não tivesse deixado passar despercebido, um lindo caminho de flores que se fez, no momento de distração em que alimentas-te sua própria morte.
Mas nada ela pode fazer, cansada e amargurada, Ana cai ajoelhada ao chão, leva as mãos em direção ao seu rosto, e chora. Chora pelos caminhos perdidos, chora por não poder voltar atras, e chora pela linda manhã que tinha visto havia poucos minutos.
Ana está sozinha, sozinha por sua própria perspicácia, por sua própria vontade, por sua própria culpa.
A única maneira agora, é fechar os olhos e esperar a morte chegar, asfixiada nas suas lembranças, sufocada pelos erros do passado, ou mesmo queimada pela chama maligna da culpa.
Ana...perdeu a si mesma, no instante em que abdicou da verdade.
Ana.. é o fim.

_______________________________

Só queria dizer que não estou fazendo um tipo de "estorinha".. talvez vocês percebam que os textos tem mais ou menos, o mesmo "ponto" importante.
Mas, talvez esses textos só sejam entendidos por eu mesma, ou talvez por aquelas pessoas que realmente me conhecem, até mais do que eu mesma sei. ^^
 
muito bom o teto. Está de parabéns. Creio eu que entendi parte do raciocínioo. mas devo resalatar a beleza de seu texto. a descrição da cena foi muito bme feita.
 
Excelente história. Só espero que ela não tenha morrido aí, porque a visão dela pode lhe gerar mais benefícios do que danos, se ela parar pra pensar nisso tudo de forma serena.

E aí ótimas histórias sairão disso. Como essa aqui. 8-)
 
Adorei. O mundo e a vida são cruéis mesmo :?
Só acho que poderia ter sido mais desenvolvido, o texto, e a história... mas ficou muito bom...

Vc sempre usa "Ana" nas suas histórias? :mrgreen:
 
Laurelin Vox disse:
Adorei. O mundo e a vida são cruéis mesmo :?
Só acho que poderia ter sido mais desenvolvido, o texto, e a história... mas ficou muito bom...

Vc sempre usa "Ana" nas suas histórias? :mrgreen:

É como eu disse antes, poucas pessoas vão entender... o porque dessas "estórias"... Elas são curtas porque é realmente isso que eu gosto nelas.

Como disse o V pra mim, no outro texto, Ana só ta ali pra morrer, nesse nao sai do mesmo objetivo...
Alguns amigos já entendaram um pouco o porque, isso deve ser meio estranho mesmo hehe ^^

Ah.. sim, eu uso Ana, porque é a mesma pessoa ;)
 
podem ser varias anas na mesma cidade, que possuem os mesmos problemas, ou talvez, a mesma. eh dificil observar...
ou pode ser apenas o fantasma da ana, passeando dps de morrer, e ver que realmente a morte dela foi algo egoista
 
Omykron disse:
podem ser varias anas na mesma cidade, que possuem os mesmos problemas, ou talvez, a mesma. eh dificil observar...
ou pode ser apenas o fantasma da ana, passeando dps de morrer, e ver que realmente a morte dela foi algo egoista

E bem isso que eu queria que o pessoal fizesse, que tentasse entender o porque dos textos.. o porque da Ana.. :roll:

Acho que quando eu ver que nao tem mais nada pra escrever, eu dou uma explicada aqui
 
Seus textos são bem reflexivos e descritivos. Eu muitas vezes escrevo assim. Vc faz textos de outros tipos?
 
Sapiens disse:
Seus textos são bem reflexivos e descritivos. Eu muitas vezes escrevo assim. Vc faz textos de outros tipos?

Fiz algun poucos textos, mas não acho necessário posta-los aqui, porque aqueles pensamentos que eu coloquei, já foram "reciclados" digamos assim. ;)
 
8O

Uau.
Parabéns mais uma vez.

Com a mesma maestria com a qual você narrou um só momento em Morte Egoísta, conseguiu sintetizar um sentimento tão contínuo e complexo quanto o de Ana em poucas palavras. Orgulhe-se desta capacidade, pois ela é de poucos, até mesmo entre os poetas. E uma poesia é mais este texto que você nos mostra. Este texto que causa um impacto tão profundo no leitor que é impossível não ficar com um estado de espírito mais sério, ou pelo menos assim eu me senti.
Imploro que poste seus textos com mais frequencia aqui no CdE, Litz. Este clube só enriquece com sua contribuição.
 

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