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ODISSÉIA - Homero

odeio - cavalgamento
Quotei pra fazer uma piada besta. Mas fiquei muito abalada com a revelação, então, vou quotar, novamente, para comentar com seriedade.
odeio - cavalgamento, enjambement.
Como é possível? É uma das coisas mais lindas da poesia, e exerce um papel importante na articulação dos sons, versos e ritmo. Ok, parei. Fique com a piada que faria o Elring chorar, mesmo.
 
Odeio de morte, e o problema é justamente o que faz com o ritmo. Os versos ditam o ritmo, e eu acho impossível não quebrar esse ritmo quando você só consegue concluir um verso no outro.

Aliás, vamos discutir isso num tópico! Vou fazer.
(Tô com várias ideias de tópicos legais mas não consigo achar tempo :sad:)
 
Uai, eu não vi tanto cavalgamento aí não... Bem dentro do comum na poesia.
Agora tem que ver também algumas coisinhas:

1) dependendo do poeta épico, ele pode mesmo criar frases cujo sentido transcendem um único verso. Eu realmente não sei como é o grego do Homero, mas essa é por exemplo uma característica do Virgílio em relação aos autores épicos antes dele;
2) o Leo tá traduzindo um hexâmetro em dois decassílabos, de modo que um cavalgamento entre o primeiro verso e o segundo é relativamente esperado pois os dois eram, na origem, um só
 
Leonardo Antunes já concluiu a tradução da Ilíada e agora se aventura na da Odisseia.
Hoje postou uns versos lá no FB para nos atualizar:

Odisseia, Canto V, vv. 151-158

Encontrou-o sentado nas areias
à beira-mar. As lágrimas jamais
cessavam de escorrer dos olhos dele.
Perdia o doce tempo de existência
chorando pela volta para casa,
pois já não tinha gosto pela ninfa.
Sim, as noites de fato ele passava
ao lado dela, por necessidade,
dentro de sua côncava caverna
(quem não queria junto a quem queria),
mas de dia ficava ali sentado
sobre os rochedos ou pelas areias,
devastando seu próprio coração
com lágrimas sentidas e gemidos,
vertendo lágrimas enquanto olhava
algum ponto distante no alto-mar.
[...]

Então aguardem que logo mais teremos uma nova tradução da dupla homérica no mercado brasileiro.
 
O Leonardo Antunes ontem postou mais uns versos da sua Odisseia.
Canto VIII, 523–531:

Tal como uma mulher que se debruça
chorando pelo esposo muito amado,
que diante dos muros da cidade
e das hostes guerreiras desabou
tentando defender os próprios filhos
e o povo contra o dia da desgraça,
e no momento em que ela o vê morrer,
exalando seus últimos suspiros,
enlaça os braços ao redor do corpo
entre gritos agudos, mas guerreiros
logo chegam por trás e lhe golpeiam
ombros e costas com as suas hastas
e carregam-na para a servidão,
a fim de trabalhar e de sofrer,
enquanto as suas faces se desmancham
na mais triste de todas as tristezas —
assim também Odisseu derramava
lágrimas tristes desde as sobrancelhas.
 
Depois ele tem que traduzir a Pós-Homérica, de Quinto de Esmirna, um escritor grego que, muitos séculos depois, continuou a Ilíada do exato ponto em que Homero parou e termina de contar a Guerra de Tróia. Dizem que é um poema bem interessante!

Se bem que aquela história, né? Pimenta no dos outros é refresco :lol:
Depois dessa Odisseia o Leo tem que entrar com um pedido de aposentadoria no INSS, isso sim!
 
Depois ele tem que traduzir a Pós-Homérica, de Quinto de Esmirna, um escritor grego que, muitos séculos depois, continuou a Ilíada do exato ponto em que Homero parou e termina de contar a Guerra de Tróia. Dizem que é um poema bem interessante!
O Rafael Brunhara parece que gosta desse aí e tinha planos de traduzir.
Já o Bruce de Rose afirma que o poema é uma chatice.
Fico só observando... 👀
 

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