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O que você está lendo? [Leia o 1º post]

Estou terminando a coletânea de crônicas do Fernando Sabino, chamada "Deixa o Alfredo Falar".

O texto do Sabino é muito bom, leve e divertido. As crônicas foram escritas entre as décadas de 1960 e 70, retratam um país (basicamente Rio de Janeiro, mas ele fala de Minas também) bem diferente do atual, e é interessante ver como algumas coisas mudam muito, mas outras continuam as mesmas.

É muito bom como ele consegue ter um olhar meio debochado em cima de situações muito comuns e totalmente aleatórias.

E também terminando uma coletâneas de poemas de um poeta de Araxá, chamado Leonardo Araújo. O livro se chama "No Tapa". São duas partes: uma de poemas que seguem uma mesma estrutura e dão título a o livro. São situações, sentimentos, acontecimentos e qualquer outra coisa que o autor considera ser um tapa ou acontecer como um tapa.
A segunda parte são poemas livres e totalmente aleatórios.
Nada de mais. Apesar do cara ser premiado, achei os poemas bem fraquinhos.

Essa semana espero começar os Contos, do Voitaire.
 
Terminei ontem a leitura de Norte das Águas, do José Sarney.

Tava numa dúvida feroz sobre o que ler em seguida. Estava bastante dividido entre Um Dia Chegarei a Sagres, romance recém lançado da Nélida Piñon, e Os Tambores de São Luís, obra mais festejada de Josué Montello. Quase resolvendo no cara-ou-coroa. :dente:

Enquanto não me decidia, peguei na estante "As Horas Nuas", da Lygia Fagundes Telles. Li o primeiro parágrafo. Já era! Caí na arapuca do narrador lygiano. É esse! Agora vou até o fim.

"As Horas Nuas" era o único dos quatro romances que a Lygia escreveu que eu ainda não havia lido.
 
Última edição:
Ainda lendo "As Horas Nuas", da Lygia Fagundes Telles.

Mas, paralelamente, iniciei a leitura de "Fluxo-Floema" da Hilda Hilst. Primeiras impressões: Bruxa da Palavra.

O que ela faz no primeiro texto do livro - intitulado Fluxo e dedicado à amiga Lygia Fagundes Telles - é assombroso. É um fluxo de consciência muito doido e dá muito a sensação de estar lendo poesia ao invés de um texto em prosa. Há momentos em que você nem está entendendo a história, está completamente perdido no enredo da coisa, e simplesmente aceita estar perdido, porque o texto, o brincar com as palavras da autora, meio que te enfeitiça.

É curioso porque o texto se inicia com um diálogo que expressa um conflito entre um escritor e o seu editor. O escritor diz que precisa escrever, mas que só sabe escrever as coisas de dentro, que são coisas "complicadíssimas". O editor, que o narrador chama de cornudo, diz que essas coisas de dentro não interessam nada, que ele não tinha nada que fantasiar, que ele agora iria ficar riquinho e obedecer. E, algumas páginas adiante, a esposa do cornudo diz que é para o bem do narrador que eles lhe pediam que escrevesse "novelinhas amenas, novelinhas para ler no bonde, no carro, no avião, no módulo, na cápsula". E tudo o que vem nesse conto é tudo menos esses textos palatáveis que queria o editor. E aí meio que faz sentido a epígrafe ser um excerto do Beckett, porque tudo que se segue nesse texto parece mesmo um teatro do absurdo.
 
Última edição:
Se a Hildinha pudesse ler o que você escreveu, responderia com a clássica: fico besta quando me entendem!

O pior é que eu devo ter entendido, com sorte, uns 20% do texto - pensando o texto como uma totalidade, com as suas camadas, etc. :lol:
Mas me resignei e me deixei levar. E curti a experiência de leitura.
 
Estou com as seguintes leituras em andamento, em diferentes estágios:

A vênus das peles (Sacher-Masoch)
A civilização do espetáculo (Vargas Llosa)
Dois mundos, um herói (RezendeEvil) :rofl:

Isso é que é ter método pra escolher livros e saber valorizar o pouco tempo que nos cabe em vida.
 
Mas por que esse do RezendeEvil? :ahn?:
Porque no andar em cima do meu, onde trabalho, tem umas prateleirinhas com uns livros que o pessoal desova lá pra quem quiser pegar. É uma iniciativa da biblioteca da minha secretaria. Eu às vezes passo ali pra ver se tem algo que preste (nunca tem: pessoal só se desfaz daquilo que eles mesmos não leriam, sabe?) — e lá estava esse. Pra ir lendo durante a tarde de serviço, que não tinha muito o que fazer, peguei e comecei a ler mesmo.

É tosco, claro; mas é muito melhor que Draccon, por exemplo. Até as piadinhas que ele faz acho que funcionam bem melhor que o narrador engraçaralho dracconesco. Enfim. Terminei de ler ontem antes de dormir. Já já aparece no censo. :hihihi:
 
Última edição:
O que ela faz no primeiro texto do livro - intitulado Fluxo e dedicado à amiga Lygia Fagundes Telles - é assombroso. É um fluxo de consciência muito doido e dá muito a sensação de estar lendo poesia ao invés de um texto em prosa. Há momentos em que você nem está entendendo a história, está completamente perdido no enredo da coisa, e simplesmente aceita estar perdido, porque o texto, o brincar com as palavras da autora, meio que te enfeitiça.
Tive uma sensação parecida com a maioria dos contos da própria Lygia Fagundes Telles em O Seminário dos Ratos - que eu fiquei de comentar aqui mas senti dificuldade, justamente por isso: os textos dela têm bem essa coisa de nos levarem mais a um sentir do que a um processamento racional do enredo. É quase como se a gente não se desse conta das palavras, como se não existisse qualquer linguagem ou estrutura textual, e estivéssemos acessando diretamente os pensamentos do narrador, que não seguem uma ordem lógica, mas o que de algum modo não nos causa tanta estranheza, porque é assim mesmo que acontece com nossos próprios pensamentos... Foi uma experiência de leitura completamente diferente do que eu estava habituado, grato pela indicação, meu caro Mercúcio!
 
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Tive uma sensação parecida com a maioria dos contos da própria Lygia Fagundes Telles em O Seminário dos Ratos - que eu fiquei de comentar aqui mas senti dificuldade, justamente por isso: os textos dela têm bem essa coisa de nos levarem mais a um sentir do que a um processamento racional do enredo. É quase como se a gente não se desse conta das palavras, como se não existisse qualquer linguagem ou estrutura textual, e estivéssemos acessando diretamente os pensamentos do narrador, que não seguem uma ordem lógica, mas o que de algum modo não nos causa tanta estranheza, porque é assim mesmo que acontece com nossos próprios pensamentos... Foi uma experiência de leitura completamente diferente do que eu estava habituado, grato pela indicação, meu caro Mercúcio!

Opa... que bacana, @Eriadan !
Fico muito feliz que você tenha experienciado Lygia dessa forma. E o seu relato me lembra uma coisa que ela disse em mais de uma ocasião: que prefere ser amada que entendida.

Seminário dos Ratos não está tão fresco mais na minha memória - bem, alguns contos mais do que outros - mas acho que entendo o que você quer dizer. É ler o conto "Senhor Diretor" - presente nesse livro - pra entender quão fugidia é a consciência, como os pensamentos vão se encadeando de uma maneira que não é plenamente coerente, como a própria narradora se perde em seus próprios pensamentos e acaba traindo, em alguns momentos, a sua ambiguidade, né? E é isso que você falou. Nossas mentes são mesmo um tanto caóticas. E aí eu abro um parêntese: é por isso que às vezes escrever pode ser um exercício terapêutico, porque você se obriga a dar coerência a esse caos interno, a uma elaboração racional desse universo contraditório que temos dentro de nós, a construir sentido.
Quando você lê "As Meninas", da Lygia, em que ela faz uso dessa técnica de fluxo de consciência... é uma experiência muito doida, porque ela te joga dentro da cabeça de uma personagem completamente drogada (a Ana Clara). E o caos mental da personagem se traduz no caos textual. Então... é uma leitura desafiadora mesmo.

Em Seminário dos Ratos, você percebe que a maioria dos contos tem um quê de sobrenatural, de metafísico, numa construção muito próxima do onírico. É o recurso ao insólito, que cria espaços de ambiguidade, de penumbra, querendo apontar para o caráter instável da realidade. E essa é uma marca da Lygia: ela adora explorar essas zonas cinzentas onde os sentidos nem sempre são claros, esses espaços de indefinição, de ambiguidade - ou, como a narradora dela diz no livro cuja leitura recém concluí, "a graça está na meia-luz".
Acho que os meus contos preferidos em Seminário dos Ratos são "A mão no ombro", "Noturno Amarelo" e "Senhor Diretor".

Mas o que comentei sobre a Hilda - e repito que são impressões bastante iniciais, já que só li o primeiro texto até agora - é bastante diferente do que experienciei com a Lygia. Achei o texto da Hilda mais difícil de entender, mais difícil de sondar. Embora em um livro como "Seminário dos Ratos" haja esse flerte com o insólito, ele aparece de maneira mais "terrena", digamos assim, convergindo de alguma maneira para o real. O texto da Hilda flerta com o absurdo de uma maneira diferente, quase tangenciando uma espécie de viagem alucinógena guiado por uma poética que te fascina, mesmo que você não esteja entendendo quase nada. :lol:
 
Eu estava pensando naquele tópico O que você planeja ler em 2021? - tópico para as listinhas/metas literárias de ano novo. e deu vontade de tentar me organizar para realmente cumprir, pelo menos, duas das metas que listei lá. Uma delas é reler A Divina Comédia, de Dante Alighieri (edição integralmente traduzida, anotada e comentada por Cristiano Martins - MELHOR EDIÇÃO!) A outra é reler todos os romances do Machado de Assis, na ordem em que foram publicados.

Mas, como sou uma pessoa realista (e isso não é um trocadilho com Machado), preciso encerrar as leituras em andamento antes de iniciar novas leituras. Foi aí que me assustei. Tem muita coisa que eu comecei a ler e não terminei. Uma delas, vou desconsiderar. Comecei a ler A vegetariana, de Han Kang, no ano passado. Mas faz tanto tempo que abandonei a leitura, que acho melhor deixar para ler o livro, desde o início, em outro momento. O livro é muito bom, mesmo, e eu só deixei de lado porque comecei a ler mil coisas ao mesmo tempo.

Vamos, agora, aos livros que estou lendo (a maioria, estou lendo desde o ano passado):

Pretérito Imperfeito - B. Kucinski.

O livro é excelente. Narra a história de uma criança, desde a adoção, até a vida adulta. Na verdade, a narrativa se concentra em como algo que começou sob a égide do amor acabou em sofrimento e destroços. Segundo o kindle, li 21% do livro.

Torto arado - Itamar Vieira Junior.

Eu estava louca para ler Torto arado, porque a crítica estava, majoritariamente, favorável ao livro. Criei tópico no fórum, enchi a paciência de todo mundo para ler o livro comigo, e acabou que só li 4%. :oops: Eu vou retomar a leitura, gente. O livro me ganhou nas primeiras linhas.

Berta Isla - Javier Marías.

Como li apenas 1%, posso fazer como farei com A vegetariana, que considerarei como leitura não começada e, por isso, quando for ler, começo do início, novamente?

The new me - Halle Buttler

Esse é um dos livros que eu realmente não vou me apressar para terminar de ler. Explico: tô tentando ler em Inglês, porque, se eu nunca começar a tentar, nunca conseguirei, né? Meu Inglês é um lixo. Estudei em escola pública, nunca fiz curso, etc.

Só sei o suficiente para lecionar para o sexto ano. Mas eu adoro aprender, e quero melhorar meu Inglês (Fiz Letras-Português, caso vocês não saibam. Mas, porém, contudo, entretanto, todavia, em 2018-2019 fiz segunda licenciatura, on-line, porque consegui uma promoção; ou seja, NÃO APRENDI PORRA NENHUMA, mas tá valendo. Sou boa em me virar para aprender, sempre precisei ser).

Interessei-me por The new me quando conversava com a @Ana Lovejoy (fiquei uns cinco minutos tentando marcar Anica hahahahaha) sobre Meu ano de descanso e relaxamento. Na ocasião, ela comentou que aquele livro é ainda mais pesado do que este. Como eu ainda estava trabalhando, acabei comprando o livro para kindle, para tentar ler em Inglês. Com muito sofrimento, li 10%, mas, como faz tempo que a leitura tá parada, vou ter de ler desde o início, o que será bom. Mas, como eu disse, esse livro eu posso, e devo, ler com calma, porque a ideia é treinar a leitura em Inglês.

Sol da meia-noite - Stephenie Meyer

Como vocês sabem, eu sou uma crepusculete nutella (ainda nem vi os filmes, só li os quatro livros): só virei fã em janeiro do ano passado, quando li os livros para pagar a promessa que fiz para o Cruzeiro ir para a série B.

Fiquei empolgada quando lançaram o livrinho narrado pelo Edward e, como eu ainda não era desempregada, comprei para kindle. hahahaha Li 38%, e parei, porque fui começando outras leituras. Esse é o livrinho que eu tenho de deixar para aqueles dias em que eu quero ler para descansar o cérebro de um dia intenso de revisão de tcc, por exemplo. EU NÃO DESISTI DE VOCÊ, EDWARD, ESPERE POR MIM!

Eleanor & Park - Rainbow Rowell

Cês lembram que, no ano passado, acabei reativando o tópico do livro? Pois é, toda aquela conversa me deu vontade de reler essa história fofa. (Eu não tenho salvação, gente hahahaha). Aí comecei a reler, mas parei, em 3%. Esse, eu vou continuar a ler, porque tenho um fraco pelos livrinhos da Rainbow Rowell.

Essa gente - Chico Buarque

O livro estava ótimo. Li até a página 56, e, pelo andar da carruagem, vai se tornar um dos meus queridinhos do Chico, perdendo apenas para Leite Derramado, que é o meu romance preferido do Chico Buarque.

Um sopro de vida - Clarice Lispector

Tem tudo para se tornar o meu romance preferido da Clarice. Parei a leitura porque é aquela história: a gente nunca sabe se lê Clarice ou se Clarice nos lê. E, quando Clarice nos lê, é pesado. Precisei me distanciar, um pouco, da Ângela e do Autor. Estou na página 80.

Villette - Charlotte Brontë

Mais um livro que eu chamei todo mundo para ler comigo e, depois, acabei estacionando a leitura. MAS JÁ VOLTEI, GENTE. E estou cada vez mais encantada com as estratégias narrativas do livro. (Bom, não tem como eu colocar a página por motivos de: era novembro, o contrato se encerraria em dezembro, e eu não tinha como fazer conta. Cês já sabem o que aconteceu depois. Quando voltar a trabalhar, quero comprar o livro, porque Charlottinha é amor). Estou no sétimo capítulo.

Flores para Algernon - Daniel Keyes

Eu amo o Charlie e irei protegê-lo! Tô no início da leitura (p. 45), mas aquela coisa que a boa literatura tem está lá, sabe? Eu tô amando, mesmo.

Olhando, agora, o tanto de livro que tenho de terminar de ler, acho que não terei como reler A Divina Comédia e os romances do Machado ainda neste ano. Eu não vou terminar de ler isso tudo até o meio do ano, porque, provavelmente, vou intercalar livros de poesia, entre uma leitura e outra. Sempre faço isso. Às vezes, paro todas as leituras para ler um cadinho de poesia. :rofl:
 
Eu até hoje não consegui adquirir a capacidade de ler mais de um livro ao mesmo tempo, portanto continuo lendo Villette.
Ainda não decidi o que vou ler depois, pq tem tanto livro que eu quero ler...
Eu já tinha decidido que ia ler o Flores para Algernon, já que o pessoal falou muito bem, mas agora vendo a @Melian falando sobre ler livros em inglês e eu lembrei que tenho a série da Boudica em inglês e que estava a fim de ler. Mas semana passada também comecei a conversar com a minha irmã sobre A Hora das Bruxas e me deu vontade de reler esses também e agora estou numa indecisão.
Isso que ainda estou na metade do livro que estou lendo.
 

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