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Como ler um livro?

O leitor não se ater apenas à leitura de "entretenimento", é fundamental para o aprofundamento, para a construção do senso crítico é necessário que a leitura exija mais do leitor, o que é difícil se nos atermos apenas a leitura leves. Como bem disse o Lucas a leitura é uma experiência muito rica para que nos fixemos em um único tipo.

Ressucitando esse tópico interessante, eu adoro livros-pipoca, que vc lê num dia, mas também adoro obras complexas, e as leio devagarinho, saboreando, para extrair o máximo de aprendizado (de conteúdo e de estilo)... Como futuro escritor, tenho que fazer isso, ao mesmo tempo entender a literatura atual e tentar não fazer muito feio em relação aos clássicos :sim:


A propósito, não sei nesse fórum, vocês se incomodam da gente ressuscitar tópicos?
 
Rahmati, vou te ensinar uma coisa mas vc tem que jurar que não vai contar pra ninguém que fui que te ensinei: na dúvida, não pergunte, faça. Se for errado, alguém com certeza vai te avisar depois. Mas aí já tá feito. XD
 
Eu compartilho dessa crença em leituras diferentes para ambientes diferentes, tanto que costumo ler dois ou três livros ao mesmo tempo =p

Em casa sempre deixo para ler alguma literatura mais densa como Dostoiévski e Shakespeare, e na rua leio coisas mais tranquilas como Bernard Cornwell, Dan Brown (apesar dos exageros, mentiras, sensacionalismos e afins, gostava da leitura dos livros dele) ou algum livro de conto

Livros técnicos como obras de filosofia, história e sociologia costumo ler em casa também, ou se na rua, quando posso ficar embaixo de alguma árvore na faculdade tranquilamente, em ambientes que eu sei que ficarei sem ter alguém para me interromper ou algo para me distrair por pelo menos 20 minutos.
Já livros técnicos jurídicos eu leio em biblioteca, não tem jeito, a leitura é muito mais complicada e requer sublinhados, escritas, consultas à dicionários e legislações. Não sei como tem gente que tenta ler um manual de direito civil sentado na cama =p
 
Eu compartilho dessa crença em leituras diferentes para ambientes diferentes, tanto que costumo ler dois ou três livros ao mesmo tempo =p

Em casa sempre deixo para ler alguma literatura mais densa como Dostoiévski e Shakespeare, e na rua leio coisas mais tranquilas como Bernard Cornwell, Dan Brown (apesar dos exageros, mentiras, sensacionalismos e afins, gostava da leitura dos livros dele) ou algum livro de conto

tbm sou um pouco assim:sim:
livros só com uma boa história eu prefiro ler em um onibus por exemplo... e os mais cabeças, em casa, de preferencia sentado no sofa -deitado não gosto muito, acaba dando sono:tedio:
 
Todas as vezes que fui ler Crime e Castigo no ônibus ou quando chegava cedo na faculdade e ficava uns 40 minutos na sala esperando, eu me arrependia. Esses livros que as vezes te exige uma concentração contínua, mais densos em que cada parágrafo ou diálogo diz pelo menos 3 coisas ao mesmo tempo, livros que fazem você refletir, não dá para você ficar se distraindo com gente chegando, celular tocando, pessoas sendo educadas e falando com você xD

Acho que o único livro de literatura mais denso que eu lia de boa na rua era As Intermitências da Morte, Saramago consegue ser denso com uma poética incrível sem ser massante e obscuro.

Ah sim, recentemente me aventurei em levar contos do Tchekóv para ler em fila de banco, mesmo com tanta coisa acontecendo e me incomodando com olhares curiosos sobre o que eu lia, consegui entender bastante da leitura além do texto da história em si, é outro escritor que sabe falar muito com poucas palavras
 
Nunca esqueço quando li "Um certo capitão Rodrigo" do Érico Veríssimo pela primeira vez numa casa bem antiga estilo colonial. Deu uma atmosfera tão boa, que ao relê-lo em outros lugares a experiência nem de longe foi a mesma.
 
Antes de fazer este post, olhei todas as mensagens do tópico para ter a certeza de que não havia comentado nada aqui (sim, há outros jeitos de descobrir isso, mas o tópico tem poucas páginas, foi tranquilo), porque eu tenho certeza de que minha opinião sobre o assunto teria mudado bastante. Eu não sou a mesma leitora que era há dez anos. E não falo isso quanto ao fato de eu já ter amadurecido como leitora, de ter aumentado a quantidade de livros lidos, enfim. Os meus hábitos de leitura mudaram muito porque eu, como ser humano, mudei (e nem estou falando do ponto de vista de eu ter evoluído como pessoa, não, muito pelo contrário). Vou explicar melhor a partir da citação abaixo:

Estive participando de uma discussão literária entre vários blogs, em torno de um livro meio modernista, de leitura um tanto complicada. A certa altura, um dos participantes escreveu: “É um bom livro, um livro importante, mas não é o tipo de livro que escolho quando me enrosco no sofá, numa noite tranquila, com uma xícara de chá”. A imagem corresponde às circunstâncias ideais de leitura: um local aconchegante, um tempo prolongado, sem interrupções, uma bebida leve ou algum lanche miúdo para ficar “beliscando”...

Há algum tempo, eu consideraria as circunstâncias ideais de leitura mencionadas como verdades talhadas em pedra. Agora, ao ler isso, minha reação foi a seguinte: QUE HORROR! COMER ENQUANTO LÊ? AS PÁGINAS FICARÃO MARCADAS, ENGORDURADAS! E SE EU DERRUBAR CAFÉ NO MEU LIVRO? SOCORRO! (Não fiquem velhos!)

Outra coisa: houve uma época em que a única coisa que eu precisava para ler era ter um livro nas mãos. Eu poderia estar em qualquer lugar, com qualquer quantidade de barulho (eu sempre tive facilidade para dispersar, mas quando estava envolvida num livro, bloqueava qualquer barulho, era impressionante!) que conseguia ler tranquilamente, fosse o livro de difícil leitura ou não. Nada conseguia me tirar daquele universo. Hoje, com as responsabilidades e os problemas que a idade me trouxe, eu peno para conseguir me concentrar. Pego o livro, abro a página, e já começo: EU TENHO MIL PROVAS PARA CORRIGIR, TENHO DE LANÇAR CHAMADA, TENHO DE FAZER O PROJETO DA FEIRA DE CULTURA! Aí eu volto para a leitura, e não sei mais o que eu estava lendo antes. Aí eu me lembro de outras coisas que tenho de resolver (EU TENHO DE COMPRAR OS REMÉDIOS DO MEU PAI! NOSSA, AMANHÃ É A CONSULTA DA MINHA MÃE, PRECISO TROCAR O HORÁRIO NO TRABALHO! MEU DEUS DO CÉU! A CONTA DE LUZ VEIO MUITO CARA, COMO EU VOU PAGAR ISSO?), e corro para pegar um café, aí fico um tempo longe do livro porque eu sou muito desastrada e, como vocês já leram ali em cima, eu sou neurótica e acho que vou derrubar o café no livro.

(cada livro nos remete a um universo seletivo, a um cardápio cultural único e irrepetível).
Tenho certeza de que a analogia é interessante, mas isso me deu uma fome dos diabos! (Esfomeada: pô, não pode repetir merenda? Se eu gosto dum livro, vou querer devorá-lo por inúmeras vezes. Aliás, isso não mudou: AMO reler meus livros preferidos. Releio O Silmarillion todos os anos, por exemplo).

A segunda leitura é para rir, emocionar-se, excitar-se, assustar-se, participar daquela narrativa com a voluntária suspensão da descrença.
Eu entendi o que o Bráulio Tavares quis dizer, mas eu achei meio complicado porque tanto na literatura que se baseia no intelecto - teatro de Brecht - quando na que se baseia na emoção, conforme Stanislavski, há o pacto ficcional. Podemos dizer que a suspensão da descrença se torna mais visível conforme o propósito e as estratégias de escrita utilizadas pelo autor, mas literatura é pacto (Guimarães Rosa, em Grande Sertão, deixou isso bem claro, ou não, no meio do redemoinho de palavras).

Não é para me gabar, mas eu acho que sou o Leitor Completo. Porque eu não apenas sou capaz de ambas as leituras, como salto de uma para outra sem precisar sequer apertar um botão ou dar um Alt+Tab.

Eu também gosto tanto dos livros "emocionais" quanto dos "intelectuais". Por exemplo: consigo fazer a transição entre um livro clássico e um YA sem o menor problema. Tenho 32 anos e ainda tenho a mesma paixão de outrora pela literatura de detetive (é só não ler uma obra fechada esperando um campo para interpretações de obra aberta, né?), assim como Machado de Assis continua sendo o meu escritor preferido. O que mudou é que tanto para um tipo de literatura quanto para o outro, eu tenho mais dificuldade para me concentrar. Eu tenho menos tempo para fazer o "ritual" de leitura, porque as burocracias do dia a dia acabam me soterrando.
 
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