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Frankenstein (idem, Mary Shelley)

Snaga

Usuário não-confiável!!!
Não acreditei que ainda não tinha um tópico sobre Frankenstein aqui.
Se já tem, me perdoem, porque fiz várias pesquisas e não achei.

Mary Shalley realmente escreveu uma obra prima! A história é magnífica!
Acho que nenhum dos livros que li retrata tão bem a indiferença humana e a nossa mania de dar mais valor às aparências do que aos sentimentos, carater e virtudes.

[O que tem pra frente não são bem spoilers, mas por via das dúvidas, resolvi colocar entre as tags, só pra prevenir os desavisados]

Eu imaginava descobrir uma história de suspense e aventura, onde um monstro estaria a solta para destruir e matar. No entanto descobri um mundo onde nós humanos somos totalmente repugnantes e no qual o único ser que realmente tem algum valor é o monstro excluído por todos.

Tive pena da criatura do seu despertar até o seu fim (se é que ele realmente teve um fim). E ódio do Victor desde o momento em que fugiu de casa! E do Felix também!

Aliás, por falar em Felix, essa foi uma das passagens que mais me deixaram tensos: o momento em que a Criatura foi expulsa da casa de De Lacey e Felix. Já tava na cara desde o início, quando o Monstro começou a vigiar a casa de De Lacey, vendo-os como sua própria família e amigos, que ele seria expulso a pedradas de lá. Porém a cada momento da narrativa, eu ainda tinha esperança e torcia pra que ele fosse aceito ali!!!

Realmente é uma história triste e que me fez pensar muito!

Alguém mais já leu?! O que achou?!
 
Re: Frankenstein (Mary Shelley)

Sabe que você descreveu exatamente o que senti quando li, snaguito? Inclusive a minha expectativa inicial foi igual à sua.

Eu realmente amo esse livro, dá vontade de reler várias e várias vezes.

Foi a partir dele que comecei a ler com mais afinco livros de mistério, terror e etcs do século XIX, que quanto mais leio mais quero ler ^^
 
Re: Frankenstein (Mary Shelley)

Eu nunca li esse livro...
Nossa parece ser muito bom, mesmo!!!!!!
Necessito le-lo, agora, é que ja to lendo uns livros......Mas vou ter que ler!!!!!!!!!

bjsuusususuu
 
Re: Frankenstein (Mary Shelley)

Foi a partir dele que comecei a ler com mais afinco livros de mistério, terror e etcs do século XIX, que quanto mais leio mais quero ler ^^
Realmente, literatura inglesa (ou Européia em geral) do secs. XVIII e XIX é facinante. Eu adoro aquele ar londrino dos dias antigos! Pena que Frankenstein não se passa em Londres.

Eu comecei lendo Sherlock, li tudo dele. Agora li O Médico e o Monstro e Frankenstein. Meu próximo passo vai ser Drácula.

Mais pra frente penso em ler Tarzan, As Minas do Rei Salomão e todas as aventuras do visionário senhor Julio Verne. Mas isso só quando conseguir todos esses livros, ou seja, daqui uns anos ainda! :mrgreen:

Sem contar Dummas que tanto me fascina, mas nunca consegui nada mais dele além d'Os Três Mosqueteiros.
 
Re: Frankenstein (Mary Shelley)

Eu comecei lendo Sherlock, li tudo dele. Agora li O Médico e o Monstro e Frankenstein. Meu próximo passo vai ser Drácula.

Cara, eu não curti Drácula.
Não sei se foi a versão traduzida que eu comprei nas bancas por uma pechincha (R$10,00), mas o livro me deu um baita sono. Quase não andava. Páginas enormes com letras pequenas, as vezes eu ficava horas pra ler poucas páginas. Aí desisti antes da página 50:lol:
Um dia vou até tentar de novo, mas quando eu peguei pra ler ele, há uns 3 ou 4 anos, não gostei muito não.
 
Re: Frankenstein (Mary Shelley)

É isso aí Snaga! Tá todo literatura!

É isso mesmo, eu também tenho uma lista de livros a serem adquiridos com o tempo! E deve ser assim, senão você nunca compra!

Ótima história! Frankstein está vivo dentros dos esgotos de muitos corações!
 
Re: Frankenstein (Mary Shelley)

Frankenstein é uma autêntica obra-prima da literatura universal, e uma das três grandes obras-primas da literatura de horror - as outras são O Médico e O Monstro e Drácula. E, na minha opinião, indubitavelmente o melhor livro dos três. Há dois aspectos intrigantes e extremamente atuais na obra; o caráter tecnocientífico - e como que profético - e o social. Ambos incutem inúmeros questionamentos.

No aspecto tecnocientífico, Frankenstein nos previne do perigo não tão oculto da utilização irresponsável e amoral da ciência. Tendo em mente a época em que a obra foi escrita, num período de grande efervescência científica, com novos experimentos sendo realizados (a ênfase racional na empiria), teses formuladas e invenções criadas, Mary Shelley atenta para os lapsos relacionados à ciência e à tecnologia, capazes de trazer consequências desastrosas. É uma trama de perenidade extraordinária, posto que vivemos na era da globalização e da agilidade dos avanços científicos de natureza medicinal, bélica, energética e tecnológica no âmbito geral. Frankenstein retrata a aberração criada pelo cientista amoral e ambicioso, que aspira vencer a morte e as leis da natureza (embora há um certo cunho moralista/religioso na abordagem de Mary Shelley, visto que o homem é exibido como um ser que, ao se opor à natureza e ao "divino", é intensamente castigado). Nos remete principalmente aos perigos de natureza ética e biológica da clonagem e da cultura de células-tronco, além das armas biológicas propriamente ditas.

No âmbito social, o monstro do dr. Frankenstein é a personificação - e possivelmente crença por parte de Shelley - de uma famosa e amplamente debatida tese do filosófo Rousseau, a do "bom selvagem". Ele pregava a idéia de que o homem nasce "puro", mas é corrompido pela sociedade viciosa, violenta e materialista. Se não fosse criado no seio dessa sociedade, como na selva por animais, continuaria impoluto. O monstro realmente, ao receber a primeira centelha de vida, é um ser puro e "bom", além de ignorante em relação ao convívio social. É-lhe imputado maus tratos e rejeição, mesmo beneficiando pessoas (a rejeição é uma reação devido à aparência horrenda do monstro; a visão verdadeira de que o homem geralmente julga os indivíduos apenas pelo seu exterior e segrega diferenças); dessa forma, revolta-se e corrompe-se, transmuta-se num ser violento e mesquinho. A atualidade está na discussão eterna sobre a essência da natureza humana, além das causas e motivações da violência.
 
Re: Frankenstein (Mary Shelley)

Mary Shelley foi uma gênia.
Cercada por outros gênios [Percy Shelley, Lord Byron...] e por um ambiente propício ao desenvolvimento de seus potenciais.
Filha de pai e mãe contestadores, revolucionários.

Para quem gosta de relatos de viagem, recomendo "History of a six weeks tour..." parceria do Sr. e Sra. Shelley.
Texto bem feito, com pitadas de humor e descrições daquelas que te levam para dentro do livro.
 
Re: Frankenstein (Mary Shelley)

Eu gostei quando eu li, e já faz bastante tempo!!!
Senti muita pena do monstro e tbm pena do Vitor Frankenstein, por ele ser tão mesquinho e por ter tido um fim horrível!!
Gosto muito de Literatura inglesa tbm!!!:obiggraz:
 
Re: Frankenstein (Mary Shelley)

Como vários já disseram aí o livro é muito muito bom. Uma obra prima da Literatura Inglesa, recomendo pra quem não tiver lido. O livro me fez perceber o há nas pessoas além das aparências, essa critica miserável do ser humano de julgar pelo exterior.Engraçado tbm que percebi no livro é como que o ser humano usa o outro, e depois qd não necessita mais o deixa a mercer. O criador voltou as costas pra sua própria criatura.
O livro tem mais detalhes a ser comentado, eu já li faz uns dois anos, mas fica aí minha contribuição.
 
Homem-deus: Frankenstein faz 200 anos
Hammer Film/Photofest
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Victor Frankenstein e sua criação, o Frankestein


A origem do livro é quase que legendária. Numa noite tempestuosa de verão, em junho de 1816, Shelley, seu marido e intelectual Percy Bysshe Shelley, e seu amigo e grande poeta, Lord Byron, estavam numa mansão às margens do Lago Genebra, na Suíça, chocados com a força da natureza. Para passar o tempo, pensaram numa competição: venceria quem escrevesse a história mais macabra.

A morte parecia perseguir a jovem Mary Shelley. Em março de 1815, perdeu sua filha apenas algumas semanas após o parto. A perda do bebê traumatizou Mary profundamente, que sofria com visões do bebê morto. Num sonho, viu sua filha morta ser ressuscitada, após ser massageada vigorosamente em frente ao fogo da lareira. No romance "Frankenstein", a massagem é substituída por correntes elétricas passando pelo corpo.

Shelley sabia dos experimentos de Luigi Galvani e Alessandro Volta, explorando a conexão entre a eletricidade e a contração muscular. Usando a ciência de ponta de sua época, construiu um conto caucionário, que explora os perigos da relação entre a ciência e o poder.

(O leitor interessado pode consultar meu livro "Criação Imperfeita ", no qual, nos capítulos 37 e 38, conto essa história em detalhes.)

A ciência pode ir longe demais na busca pelo conhecimento?

Eis o que Shelley escreveu no prefácio da terceira edição de sua obra, publicada em outubro de 1831: "Vi o pálido estudante das artes insólitas ajoelhado perante a coisa que havia criado. Vi o fantasma hediondo deitado e, após a ação de algum engenho poderoso, mostrar sinais de vida, movendo-se com dificuldade, semivivo. Minha história tem que aterrorizar o leitor, pois é supremamente terrível o efeito de qualquer atividade humana que tente zombar do grandioso mecanismo do Criador. O sucesso apavoraria o artista, que abandonaria sua criação medonha, esperando que, sozinha, a pequena centelha de vida que lhe dera se apagaria".

O cientista foi longe demais em sua invenção, "zombando" do poder divino ao tentar recriar a vida: o homem tentando ser deus. Ao escrever a obra, Shelley parece buscar por uma espécie de cura, meditando sobre a morte da filha, abandonando a esperança de tê-la de volta em seus braços através de alguma intervenção científica.

A mensagem é clara: a morte tem que ser aceita como sendo final; a criatura ressuscitada não é humana, flutuando entre o viver e o não-viver, poderosa como um deus, mas profundamente solitária, abandonada pelo seu criador. (E não é esta a condição humana?)

Avançando 200 anos, a ciência de ponta da nossa época combina a eletricidade, a tecnologia digital e a genética. Muito mudou desde Galvani e Volta. Mas não a esperança de muitos de que a ciência poderá driblar a morte, criando uma espécie de imortalidade, indo além da fragilidade do corpo.

Os trans-humanistas –pessoas que buscam criar um ciborgue, um híbrido entre o humano e as tecnologias digitais– acreditam que isso ocorrerá em breve. Possivelmente, através da clonagem genética, ou numa transferência da informação que existe em seu cérebro –capturada no arranjo de seus neurônios e de suas conexões sinápticas– para uma máquina capaz de "reacendê-la", por assim dizer, tornando você, a sua essência, uma espécie de criatura digital que poderá passar de máquina em máquina como um programa de computador: a versão digital da ressurreição!

O inventor e autor Ray Kurzweil prevê a chegada da "singularidade" –o dia em que máquinas inteligentes sobrepujarão os humanos– em torno de 2040. Para tal, extrapola o crescimento da tecnologia, em particular, a capacidade de processamento de dados em computadores, concluindo que, em breve, computadores poderão simular o cérebro humano. Com isso, Kurzweil prevê a emergência de uma consciência digital.

Obviamente, esse tipo de extrapolação é bem superficial, dado que não podemos prever o avanço da tecnologia como se fosse uma lei da natureza. Também não temos a menor ideia do que significa transferir a informação de um cérebro humano para uma máquina, ou se esse tipo de operação faz sentido. Pouco sabemos da consciência humana.

Ainda bem. Mary Shelley escreveu sobre os perigos de estender a ciência a domínios donde temos pouco, ou nenhum, controle. Victor Frankenstein arrependeu-se do que criou, e o livro termina tragicamente.

A pesquisa científica é irreversível. Ideias não podem ser apagadas por completo, mesmo quando têm consequências éticas terríveis. Alguém, ou algum grupo, irá explorá-las para seu próprio benefício. Assim é a natureza humana.

Talvez o melhor modo de celebrar o bicentenário de "Frankenstein" seja a criação de uma organização internacional com a missão de criar salvaguardas para esse tipo de pesquisa, incluindo a modificação intencional do genoma humano.

Por exemplo, a nova tecnologia conhecida como Crispr, capaz de editar o genoma afetando a ação de genes específicos. Como muitas inovações científicas, essa tecnologia tem enorme potencial, tanto para o bem (na cura de doenças genéticas) como para o mal (na criação de animais e mesmo semi-humanos com características diversas.) Ao nível mais extremo, em princípio é até mesmo capaz de modificar a espécie humana como um todo, a vingança final de Frankenstein.

Juntamente com a possibilidade e a ameaça da inteligência artificial, não é à toa que a obra de Mary Shelley continua sendo tão influente. Todos deviam lê-la e assimilar suas lições. Lembre-se do que aconteceu com Prometeu.
 
O minicerérebro do Dr. Frankenstein
Claudio Angelo
12 de Junho de 2018 às 22:00

“Quando eu descobri um poder tão maravilhoso nas minhas mãos, hesitei por muito tempo a respeito da maneira como eu haveria de empregá-lo (...) no início, tive dúvida sobre se deveria tentar criar um ser parecido comigo mesmo ou um de organização mais simples.”

Há 200 anos, o jovem Victor Frankenstein, no seu leito de morte num navio no Ártico, recordava-se dos passos que havia dado desde que descobrira o segredo da vida, na cidade austríaca de Ingolstadt, até a decisão de criar um ser “de estatura gigantesca” que acabaria por arruiná-lo. A história do cientista obsessivo e do monstro homicida de sua criação foi publicada em 1818 por uma adolescente inglesa, Mary Shelley, que a concebera dois anos antes, num verão chuvoso num castelo na Suíça. Desde então, Frankenstein ou o Prometeu moderno é invocado toda vez que alguém acha que um avanço da ciência pode dar ruim.

Nas fanfics e no cinema, Victor tem sido retratado como o proverbial cientista louco: ambicioso, antiético e com sede de poder. Na “vida real”, porém, Frankenstein era um humanista curioso, maravilhado com as revelações da natureza e disposto a sujar as mãos para resolver um problema concreto – no caso, a morte – em benefício de toda a raça humana. Seu único problema, argumentaria um cínico, foi não ter arrumado uma maneira eficiente de descartar o resultado de um experimento excessivamente bem-sucedido.

Laboratórios de biomedicina ao redor do mundo hoje enfrentam um dilema muito parecido com o de Frankenstein: eles estão cada vez mais próximos de criar seres com capacidades semelhantes às humanas. E não há nenhum protocolo universal hoje sobre como lidar com isso.

Esses seres de “organização mais simples”, como diria Frankenstein, são minicérebros, ou “organoides”. Trata-se de pequenas estruturas tridimensionais parecidas com um cérebro, cultivadas a partir de neurônios humanos. Eles vêm sendo produzidos para modelar condições humanas complexas, como autismo, Alzheimer e mal de Parkinson. Para entender a gênese dessas doenças, não basta trabalhar com um punhado de neurônios numa placa de cultura ou com camundongos. É preciso saber como vários genes interagem em várias partes do cérebro. O ideal seria poder estudar cérebros vivos fora do corpo. A segunda melhor coisa é um organoide.

Um minicérebro é criado a partir de células-tronco, que recebem estímulos químicos para se transformar em células cerebrais de vários tipos, que podem se organizar sozinhas em estruturas parecidas com algumas regiões do sistema nervoso central. Criadores de minicérebros, assim como Victor Frankenstein, também buscam resolver problemas concretos em benefício da humanidade: tratar doenças degenerativas hoje incuráveis ou outros problemas que podem limitar a vida de uma pessoa.

Como o experimento de Ingostaldt, porém, a perspectiva de que a engenharia de tecidos seja excessivamente bem-sucedida é muito real. Dificilmente um monstro gigante pulará da bancada disposto a massacrar meio mundo caso não ganhe uma companheira (spoiler num livro de 200 anos pode, né?). Mas pode ser que alguém crie num futuro próximo um organoide que não goste de ficar sozinho.

“À medida que sucedâneos do cérebro ficam maiores e mais sofisticados, a possibilidade de que alguns deles venham a ter capacidades análogas à senciência humana fica menos remota”, escreveu um grupo internacional de 17 cientistas num comentário na revista Nature em abril deste ano. “Tais capacidades poderiam incluir sentir (em algum grau) prazer, dor ou estresse; poder armazenar e recuperar memórias; ou talvez até mesmo alguma percepção de agência ou consciência do eu.” Os pesquisadores, liderados por Nita Farahany (Universidade Duke) e Henry Greely (Universidade Stanford), apontam a urgência de desenvolver procedimentos éticos para lidar com tecido cerebral humano.

Se tudo isso parece ficção científica, considere um exemplo dado por um dos missivistas, a neurocientista Paola Arlotta, da Universidade Harvard: ela registrou atividade neural após acender uma luz sobre uma área de um organoide na qual células de retina haviam se formado juntamente com neurônios. Um estímulo externo produziu uma resposta do minicérebro.

Outra possibilidade arrepiante é a produção de “quimeras”, nas quais animais de laboratório como ratos ou macacos recebam células-tronco humanas para produzir órgãos humanos. “A produção de um coração humano num porco é admissível, por exemplo, mas não a produção de um cérebro a partir de células humanas?”, questionam os cientistas.

Muitas das questões éticas suscitadas pela evolução da pesquisa com minicérebros já precisam ser atacadas hoje nos experimentos com animais. Ninguém aceita mais, por exemplo, submeter chimpanzés a experimentos nos quais não seria ético usar seres humanos. O grau de autoconsciência e de consciência do outro (a chamada “teoria da mente”) dos roedores até onde se sabe é limitado o bastante para dar aos cientistas um passe livre para fazer o que bem entenderem com esses bichos. No fim dos experimentos, eles são descartados como lixo biológico.

Mas o que fazer com um minicérebro depois de um experimento? Descartar um organoide semiconsciente seria o equivalente a um assassinato? Roedores quiméricos com células humanas e alta capacidade cognitiva deveriam ser mortos ou aposentados com condições especiais, como chimpanzés? É possível falar em direitos de propriedade sobre um organoide desses? Ele precisaria ter um “tutor” ou alguém que tomasse decisões em seu nome? Por fim, qual passa a ser a definição de “morte” e quais são as capacidades mentais mínimas que um organoide deve ter para ser objeto de cuidados éticos?

O grupo de Farahany e Greely põe as perguntas incômodas na mesa preventivamente, sabendo que a ciência avança mais depressa do que os controles sociais. Se Victor Frankenstein tivesse tomado esses cuidados, talvez tivesse podido desfrutar uma velhice feliz em sua mansão no pé dos Alpes.

***
Claudio Angelo nasceu em Salvador, em 1975. Foi editor de ciência do jornalFolha de S.Paulo de 2004 a 2010 e colaborou em publicações como Nature, Scientific American e Época. Foi bolsista Knight de jornalismo científico no MIT, nos Estados Unidos. Lançou, em 2016, pela Companhia das Letras o livro A espiral da morte, sobre os efeitos do aquecimento global, ganhador do Prêmio Jabuti na categoria Ciências da Natureza, Meio Ambiente e Matemática.

Fonte: http://www.blogdacompanhia.com.br/conteudos/visualizar/O-minicererebro-do-Dr-Frankenstein
 
Ainda não li o livro, mas a versão original em inglês está disponível em domínio público (já as traduções são direito das editoras, portanto não deve ter em domínio público em português). Alguém aqui já leu o livro e sabe se vale a pena?
 
Ainda não li o livro, mas a versão original em inglês está disponível em domínio público (já as traduções são direito das editoras, portanto não deve ter em domínio público em português). Alguém aqui já leu o livro e sabe se vale a pena?

Vale muito a pena. Uma das melhores leituras que já fiz.
 
Acabei adiando bastante minha leitura de Frankenstein (vários outros livros entraram na frente) mas há alguns dias comecei a ler e terminei ontem. Achei muito bem escrito! O Dr. Victor Frankenstein acabou se tornando um personagem muito mais profundo do que eu esperava.
 

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