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Música Barroca

Spartaco

Anton Bruckner - 200 anos do nascimento
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A música barroca é aquela correlacionada com a época cultural homônima na Europa, que vai desde o início do século XVII até 1750, quando ocorre a morte do compositor Johann Sebastian Bach.

As principais características comuns da música do período barroco são:

1) Bipolaridade das massas sonoras (soli e tutti);

2) A polifonia tonal atinge grande complexidade ao reincorporar estruturas polifônicas antigas, como a Fuga (contraponto), as linhas melódicas independentes, onde cada instrumento tem sua melodia, formando uma trama intrincada de sons, mas como uma unidade precisa;

3) A presença obrigatória do baixo contínuo; este é executado, geralmente, por um ou mais instrumentos graves (cello, viola da gamba, fagote) e um instrumento harmônico para improvisar acordes (órgão, alaúde);

4) O gosto por contrastes (forte e piano), ao contrário da uniformidade de texturas e timbres de costume na Renascença;

5) O surgimento de novas formas vocais como a ópera, o oratório e a cantata, e instrumentais como os concertos, as sonatas e suítes.

Entre os compositores desse período podemos destacar Claudio Monteverdi, Antonio Vivaldi, Johann Sebastian Bach, Georg Friedrich Händel, Alessandro e Domenico Scarlatti, Georg Philipp Telemann, Jean-Baptiste Lully e Arcangelo Corelli.
 
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Antonio Vivaldi


Le quattro stagioni

As Quatro Estações
, na verdade, são os primeiros quatro concertos de uma série de 12, publicados em Amsterdã em 1725, como Opus 8, e sob o título Il Cimento dell’Armonia e dell’Invenzione, em italiano, A Disputa da Harmonia e da Invenção. Com este título, Vivaldi queria apresentar obras inovadoras e experimentais em diversos aspectos, contrapondo a sua criatividade (a “invenção”) com o tradicionalismo da escrita musical (a “harmonia”). Todos os concertos do Opus 8, incluindo As Quatro Estações, foram escritos para violino solo, cordas e baixo contínuo.

Não se sabe o que surgiu primeiro, se a música ou os sonetos. O fato é que, desde que As Quatro Estações de Antonio Vivaldi surgiram, os concertos vêm acompanhados dos quatro sonetos que tem como objetivo descrever muito bem a música e cada uma das estações. Ei-los:

La Primavera (A Primavera)

Giunt’è la Primavera e festosetti
La salutan gl’augei con lieto canto,
E i fonti allo spirar de’Zeffiretti
Con dolce mormorio scorrono intanto:


Chegada é a Primavera e festejando
A saúdam os pássaros com alegre canto,
E as fontes ao expirar dos Zéfiros
Com doce murmúrio correm entanto:

Vengon’ coprendo l’aer di nero amanto
E lampi, e tuoni ad annuntiarla eletti
Indi tacendo questi, gl’augelletti;
Tornan’ di nuovo al lor canoro incanto.


Vem [um temporal] cobrindo o ar com negro manto
E relâmpagos e trovões eleitos a anunciá-la
Logo que eles se calam, os passarinhos
Tornam de novo ao sonoro encanto.

E quindi sul fiorito ameno prato
Al caro mormorio di fronde e piante
Dorme’l caprar col fido can’ à lato.


Então sobre o florido e ameno prado,
Ao caro murmúrio das folhas e plantas
Dorme o pastor com fiel cão ao lado.


Di pastoral zampogna al suon festante
Danzan ninfe e pastor nel tetto amato
Di primavera all’apparir brillante.


Da pastoral gaita de foles ao som festejante,
Dançam ninfas e pastores sob o abrigo amado
Da primavera surgindo brilhante.


L’Estate (O Verão)

Sotto dura staggion dal sole accesa
Langue l’uom, langue ‘l gregge, ed arde il pino;
Scioglie il cucco la voce, e tosto intesa
Canta la tortorella e ‘l gardelino.


Sob a dura estação de sol aceso
Definha homem, definha rebanho e arde o pinho;
Solta o cuco a voz, e logo com ele
Canta a rolinha e o pintassilgo.


Zèfiro dolce spira, ma contesa
Muove Borea improviso al suo vicino;
E piange il pastorel, perche sospesa
Teme fiera borasca, e ‘l suo destino;


Zéfiro doce expira mas, desafiado,
Surge Bóreas de repente ao seu lado;
E chora o pastor, porque decerto
Teme feroz tempestade e seu destino.

Toglie alle membre lasse il suo riposo
Il timore de’ Lampi, e tuoni fieri
E de mosche, e mosconi il stuol furioso.


Rouba dos membros cansados o seu repouso,
O temor dos relâmpagos e trovões ferozes
E de moscas e moscões o zumzum furioso.

Ah, che purtroppo i suoi timor son veri!
Tuona e fulmina il ciel e grandioso:
Tronca il capo alle spiche e a’ grani alteri.


Ah, que pena, seus temores eram verdadeiros!

Troveja e fulmina o céu e majestoso
Quebra o topo das espigas e danifica os grãos.


L’Autunno (O Outono)

Celebra il vilanel con balli e canti
Del felice raccolto il bel piacere
E del liquor di Bacco accesi tanti
Finiscono col sonno il lor godere.


Celebra o camponês com danças e cantos
Da feliz colheita o belo prazer
E pelo licor de Baco um tanto aceso
Termina com sono a sua diversão.

Fà ch’ogn’uno tralasci e balli e canti
L’aria che temperata dà piacere,
E la staggion ch’invita tanti e tanti
D’ un dolcissimo sonno al bel godere.


Faz cada um renunciar danças e cantos
O clima moderado que é prazeroso,
E a estação que convida tantos e tantos
De um dulcíssimo sono a desfrutar.

I cacciator alla nov’alba a caccia
Con corni, schioppi, e canni escono fuore
Fugge la belva, e seguono la traccia;


O caçador na alvorada sai à caça
Com trompas, espingardas e cães
Foge a fera, e seguem-lhe o rastro;

Già sbigottita, e lassa al gran rumore
De’Schioppi e canni, ferita minaccia
Languida di fuggir, ma oppressa muore.

Já apavorada, e cansada do grande rumor
De espingardas e cães, ferida ameaça
Debilitada de fugir, mas oprimida morre.

L’Inverno (O Inverno)

Agghiacciato tremar tra nevi algenti
Al severo spirar d’orrido vento,
Correr battendo i piedi ogni momento;
E pel soverchio gel batter i denti;


Tremer congelado em meio a neve fria
Ao rigoroso expirar do horrível vento,
correr batendo os pés a todo momento;
E pelo excessivo frio bater os dentes;


Passar al foco i dì quieti e contenti
Mentre la pioggio fuor bagna ben cento
Caminar sopra il ghiaccio, e a passo lento
Per timor di cader girsene intenti;

Passar os dias calmos e felizes ao fogo
Enquanto a chuva lá fora molha a tudo
Caminhar sobre o gelo, e devagar
Por temor de cair nesse intento;


Gir forte sdruzziolar, cader a terra
Di nuovo ir sopra ‘l giaccio e correr forte
Sin ch’il giaccio si rompe, e si disserra;

Andar rápido e escorregar, cair no chão
De novo andar sobre o gelo e correr rápido
Sem que o gelo se rompa e se dissolva;

Sentir uscir dalle ferrate porte
Scirocco, Borea, e tutti i venti in guerra
Quest’è ‘l verno, ma tal, che gioia apporte.

Ouvir sair das fechadas portas
Siroco, Bóreas e todos os ventos em guerra
Este é o inverno, mas tal que alegria traz.
 

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