É o último livro escrito pela atriz que havia publicado antes outros livros, de ficção e autobiográficos (ou uma mistura de ambos como em Postcards from the Edge que virou filme com Meryl Streep).
Sim, nesse livro ela conta do caso rápido que teve com Harrison Ford durante as gravações do primeiro filme da série Star Wars (Episódio IV - Uma Nova Esperança) e nem foi isso que eu achei mais bacana no livro, mas sim a maneira irônica e crua com que narra sua infância, adolescência e início de carreira.
As coisas foram bem difíceis pra ela, mesmo levando em conta o fato de ter sido filha de dois ícones hollywoodianos (ou talvez por isso mesmo) não só no início da carreira como pela vida toda.
Uma atriz e escritora inteligente e com humor refinado tentando sobreviver com a cara da Princesa Leia Organa. E não, ela não ficou milionária interpretando a Leia.
O capítulo em que ela meio que se desculpa por participar das convenções (e ser paga para dar autógrafos e tirar fotos) é de partir o coração. Pelo menos eu me senti assim.
Porque nós, os fãs, temos uma ideia romântica desses personagens que inevitavelmente acaba "vazando" pros atores que os interpretam, só que a coisa toda não é bem assim.
Muita gente entende. Muita gente não entende (e nem quer entender) e desses surgem os revoltados com o ator ou atriz que não correspondeu aos seus ideais.
Lamento dizer apenas que achei a metade muito chata (em que ela transcreve seu diário da época das filmagens de SW e sua paixão pelo Harrison Ford) com muita encheção de linguiça de adolescente, eu queria mais detalhes sobre as filmagens dos três episódios, mas não dá pra saber, talvez ela estivesse pensando em escrever outros livros.
Mas é delicioso ler sobre seus testes pra o filme, suas primeiras impressões sobre George Lucas, alguns detalhes sobre as filmagens em Londres, de como todos ficaram de cara com o sucesso inesperado do filme.
Enfim, um livro pra ser lido por fãs e não fãs, porque Carrie Fisher era muito foda, viu?
Uma pena que se foi tão cedo.
