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Ilíada (Homero)

Hmnnn, não fazia ideia dessa historia do pomo da discórdia. E não, até agora não contaram nada disso por flashback. Só se fizeram alguma referência bem de leve e eu atropelei por ignorância mesmo.
Curti bastante, dá uma boa esclarecida nas motivações e também na divisão de lados de cada deus. E gostei também do que o Tilion falou, faz sentido não estar tudo esmiuçado lá partindo do princípio que o básico a plateia já tinha noção.

Ih, indo um pouco mais pra trás nos mitos, vamos voltar ao Prometeu Cadeeiro (a.k.a. Acorrentado). Prometeu tinha passado a perna em Zeus e fora preso a uma rocha, onde uma ave lhe comia o fígado todo dia, e à noite ele regenerava (ser imortal é um fardo... eterno rsrs). Prometeu tinha o dom da clarividência e conhecia um segredo fundamental sobre o futuro de Zeus. Só depois de muito trololó ele resolve revelar a Zeus o segredo em troca da liberdade. O segredo era: que se Zeus desposasse a ninfa Tétis, o filho dessa união seria mais forte que ele e o destronaria. Daí que o Zeus refreia seu ímpeto garanhão e resolve pôr a Tétis para se casar com um simples mortal, o Peleu. E dessa união nasce Aquiles. Daí também que Aquiles meio que se ressente em alguns momentos de ter nascido bem mais fraco do que poderia rsrs apesar de ser sobre-humano em muitos aspectos. Foi durante o casamento de Peleu e Tétis que a Discórdia jogou o pomo de ouro e tocou o foda-se. E daí o resto é o que se sabe. Enfim, o ciclo troiano tem vários tentáculos, tipo sidequests, que tornam a coisa toda muito mais rica. :grinlove:


E o conhecimento prévio da audiência sobre os temas era um fato. E necessário para o efeito da ironia trágica. É como imaginar um peça baseada na Bíblia sendo executada para uma audiência de alguns séculos atrás, quando todas as pessoas letradas conheciam de cor e salteado as Escrituras. Hoje já não funcionaria de igual maneira.
 
Última edição por um moderador:
Prometeu eu nunca li, mas já sabia o básico do básico por conhecimento popular mesmo. Quanto eu terminar a Ilíada vou começar a correr atrás de uns textos de apoio, mas ontem mesmo eu estava passando os olhos no Vol.1 do Junito Brandão, dando uma olhada nas árvores genealógicas e tentando me habituar com algumas linhagens e, acho, que foi lá que acabei lendo essa parte do Prometeu, na verdade eu estava buscando mais informações sobre o pomo de ouro e acabei caindo nessa parte aí. Por lá vi uma versão um pouco diferente, era basicamente isso aí, mas a Tétis era disputada por Zeus e Poseidon, daí diante da profecia de Prometeu que na verdade valia para ambos os deuses, Zeus se apressou em casá-la com Peleu. Em seguida tem o rolo da Tétis ficar sempre fugindo e o Quíron mandar o Peleu agarrar ela forte até que ela desista e se case com ele.

Dei uma olhadinha aqui agora e parece que existe ambas as versões, então tá tudo certo. :)

E sim, coisa linda isso, para além da estrutura, história, legado e etc, ainda tem esse plus de ficar montando uns quebra-cabeças nas entrelinhas com o que não é mencionado explicitamente. Tô bem in love, confesso. :grinlove:

Hoje também comprei O mundo de Homero, do Pierre Vidal Naquet, mas peguei meio no escuro mesmo, não sei se presta.
 
Você fala canalha pelo lance com o Cavalo de Troia?
Não. Esse lance astuto faz parte das características do herói, tanto quanto a coragem faz parte de Aquiles. Ulisses era um velhaco de língua ligeira, mas meu comentário foi pelo assassinato do pequeno Astíanax, filho de Heitor. Há uma versão na qual Andrômaca trocou o seu filho por um outro menino.
No fim das contas dá no mesmo, Ulisses matou uma criança.
 
Não está na Ilíada do Homero, mas é mencionada em outros lugares, como no Saque de Troia e n'As Troianas, do Eurípides.

Pra mim nenhum texto é mais apócrifo do que outro, a não ser que tu considere a versão do Homero a "oficial". São todas versões da mesma história, e ninguém sabe qual foi a primeira. A do Homero é apenas a mais bem preservada, o que garantiu a sua popularidade ao longo dos séculos.
 
O cara respondeu depois de três anos! :lol:
** Posts duplicados combinados **
Mas isso está na Ilíada Ilíada ou em textos apócrifos, já que o livro termina antes da destruição de Troia?
Teve uma pergunta (em outro fórum) que eu demorei 4 anos para responder. O material está fora da Ilíada, como o Tilion mencionou.
 
Última edição:
Pra mim nenhum texto é mais apócrifo do que outro, a não ser que tu considere a versão do Homero a "oficial". São todas versões da mesma história, e ninguém sabe qual foi a primeira. A do Homero é apenas a mais bem preservada, o que garantiu a sua popularidade ao longo dos séculos.

De fato, acho que eu coloquei "apócrifo" aí de forma gratuita.
 
Venho ressuscitar este tópico, tendo em vista que está saindo pela Editora 34 nova tradução da Ilíada feita pelo respeitado tradutor Trajano Vieira.

Será que vale a pena conhecer esta mais recente tradução?
 
Venho ressuscitar este tópico, tendo em vista que está saindo pela Editora 34 nova tradução da Ilíada feita pelo respeitado tradutor Trajano Vieira.

Será que vale a pena conhecer esta mais recente tradução?
Eu tô esperando a tradução de Leonardo Antunes que o @Béla van Tesma comentou e postou alguns pedaços e eu gostei bastante. Como é estilo dessa tradução de Trajano Vieira? Preza mais pela fluidez ou pela estética?
 
Eu tô esperando a tradução de Leonardo Antunes que o @Béla van Tesma comentou e postou alguns pedaços e eu gostei bastante. Como é estilo dessa tradução de Trajano Vieira? Preza mais pela fluidez ou pela estética?

Até onde eu sei, a tradução é metrificada, buscando recriar a excelência do original, com seus símiles e invenções vocabulares. Trata-se de uma edição bilíngue e que traz uma série de aparatos, como um índice onomástico completo, um posfácio do tradutor, excertos da crítica, e o célebre ensaio de Simone Weil, "A Ilíada ou o poema da força".

Para mais detalhes, indico o Instagram do tradutor, onde ele comenta vários trechos de sua versão para o grande poema de Homero.
 
O Trajano é meio que pupilo do Haroldo de Campos. A tradução dele é em versos de doze sílabas e com algumas liberdades de criar neologismos ou fazer umas maluquices lá bem próprias dele (em alguns pontos se assemelha ao Christian Werner, que eu também não recomendo a leigos rs). Se o Eriadan não curtiu o Odorico Mendes, o Trajano vai ser menos enigmático nos versos mas bem mais complicado que uma tradução em prosa ou que os versos livres do Frederico Lourenço. E ser bilíngue é o tipo de capricho que só encarece a edição e só interessa aos que estudam grego.
A do Leonardo Antunes deve levar mais uns dois anos, creio, pra sair.
 
Casualmente, sim, eu faço :lol:; mas só faz um semestre por enquanto. É que eu sempre gostei dos épicos e meio que coleciono as traduções (não cheguei a ler todas integralmente, mas já fiz uma analisezinha básica de cada uma rs).

O Leo traduz nas horas vagas, com um celular na mão ou um tablet, entre as atribuições da faculdade. Por isso não está sendo um foguete nos prazos, mas tem sido mais rápido do que eu pensava que seria. De qualquer modo, se houver urgência, faça aquilo que eu sugeri antes: compre a edição da Penguin/Cia porque é bem tranquilona de ler.
 
A tradução do Trajano Vieira, pela 34, já está na praça:


Pelo texto dá de perceber claramente que o jornalista não leu o livro :think: Tudo que ele fala são sobre as coisas acessórias do livro (quais são os textos de apoio, mapa, índices), discorre um pouco sobre a importância histórica, adaptações etc., e insere algumas falas do Trajano. Sequer chega a ser uma resenha; está mais para uma notícia. Uma pena.

Ao menos no portal que mais acompanho, a Veja, todos os livros são lidos e resenhados, ainda que adaptados para o formato de notícia.
 
Não consigo ler because Estadão... mas a julgar pelo título acho que era mais pra ser uma notícia mesmo, não uma resenha. Se bobear até foi paga. :lol:
 
Não consigo ler because Estadão... mas a julgar pelo título acho que era mais pra ser uma notícia mesmo, não uma resenha. Se bobear até foi paga.

É, acho que é isso mesmo... mas sinto falta de resenhas nesses veículos de massa. Não sei como é hoje em dia, mas antes as editoras enviavam o livro para os veículos semanas antes do lançamento para que as resenhas pudessem ser publicadas próximas ao lançamento do livro. Talvez esse papel caiba aos booktubers hoje em dia...
 

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